Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LARISSA DA SILVA GOMES SANTOS Planejando um estudo: Primeiramente colocamos quais perguntas queremos responder com o estudo (Quais são os fatores de risco? Qual a prevalência? Qual a eficácia da doença? Qual a distribuição espacial? Etc.) Também é necessário definir hipóteses – prevalência de Leishmaniose é > 20%, os fatores de risco são gatos machos castrados, etc. Fazer o plano de amostragem Utilizamos amostra pois é inviável utilizar uma população inteira, devido a custos e tempo. A grande vantagem do uso de amostras é a inferência estatística, que é o processo que nos permite tirar conclusões a respeito de uma população, a partir de uma amostra. Qualquer amostra fornece informações. Mas não é qualquer amostra que permite generalização dos resultados para a população que foi retirada. Plano de Amostragem: Etapas: o Quem pesquisar – população alvo e unidade amostral o Quantos pesquisar – tamanho da amostra o Como selecionar – método da amostragem 1. Quem pesquisar? Qual a população alvo da pesquisa? Na área de saúde, a população pode ser constituída por PACIENTES ou ANIMAIS, mas também por radiografias, prontuários, necropsias, produção de leite/carne, certidão de óbito, etc. É importante definir as características em comum. É importante deixar claro que tipo de população queremos abordar, homogênea ou heterogênea. Quais variáveis serão medidas e que tipo de população vou estar representando? Dito isso, você define a menor entidade que você vai avaliar, a unidade amostral. Pode ser o indivíduo (animal, exame, prontuário, cultura de células) ou o grupo de indivíduos (canil, fazenda, granja, clínica) – quando utiliza-se um grupo de indivíduos, tem que decidir de que maneira você vai classifica-lo, por exemplo, vou considerar um canil positivo se tiver um caso? Prevalência acima de 5%, 10%? Pontos chaves: É importante ter uma ideia precisa de qual população sua amostra quer representar A representatividade da amostra é uma peça chave para o poder de extrapolação dos achados do estudo A representatividade é ditada pelas variáveis avaliadas 1 LARISSA DA SILVA GOMES SANTOS 2. Quantos pesquisar? O tamanho da amostra reflete na quantidade de unidades amostrais avaliadas e por consequência reflete na precisão do estudo. Amostras desnecessariamente GRANDES podem levar a desperdício de tempo e dinheiro, além de eticamente não corretas. Da mesma maneira, amostras excessivamente PEQUENAS podem levar a resultados não confiáveis. O objetivo é que a amostra seja estatisticamente significante, para que as diferenças encontradas sejam suficientes para não serem atribuídas ao acaso. Quanto maior o tamanho da amostra, menor será o erro amostral. E da mesma maneira quanto menor o tamanho da amostra, maior será o erro amostral. É nosso dever achar o equilíbrio entre esses. A amostragem é importante no delineamento da pesquisa (desenho do estudo). Determina a validade e a precisão dos resultados obtidos. o Precisão: diz respeito ao grau de reprodutibilidade dos resultados. Não é totalmente previsível e sempre é avaliada ao final do estudo por testes estatísticos. O cálculo do tamanho da amostra depende das características da pesquisa. Depende de: o Disponibilidade de mão de obra/recursos o Tempo o Grau de precisão das estimativas o Definição e tamanho da população alvo o Número de grupos a serem estudados o Aspecto de variabilidade da amostra o Frequência do evento a ser observado o Magnitude da diferença que se busca encontrar o Perda de seguimento em estudos longitudinais Pontos chaves: O tamanho da amostra é o número de unidades avaliadas no estudo Determina a precisão dos resultados O que queremos é uma amostra estatisticamente significante!!! O cálculo do tamanho da amostra depende da características da pesquisa que se quer realizar Deve ser realizado por especialistas e estatísticos 3. Como selecionar? A técnica da amostragem escolhida vai refletir na qualidade da amostra e reflete também na validade do estudo. Quantidade – precisão, qualidade – validade. Critérios: o De inclusão: cumpridos para que o indivíduo possa ser eleito para participar no estudo o De exclusão: não permitem que o indivíduo participe do estudo 1 LARISSA DA SILVA GOMES SANTOS Termo de consentimento livre e esclarecido: o sujeito, voluntariamente, confirma sua vontade de participar em um estudo, após ter sido informado de todos os aspectos relevantes para sua tomada de decisão. Eticamente obrigatório. Técnicas de Amostragem I. Probabilística (aleatória ou casual) II. Semi-probabilística III. Não-probabilística A escolha da técnica de amostragem utilizada depende do tipo de população abordada. I. Probabilística Obtida por SORTEIO -> processo randômico As unidades são retiradas ao acaso da população. Processo randômico significa dizer que todos os indivíduos tem a mesma chance de serem selecionados. É preciso que a população seja CONHECIDA, e cada unidade esteja identificada por nome ou número. Existe o Marco Amostral. a) Aleatório simples Sorteio de uma amostra a partir de uma população constituída por unidades homogêneas para a variável estudada. Sexo, idade, raça, cor... Nenhuma ou pouca variação entre elas. b) Aleatório Estratificada A população é constituída por UNIDADES HETEROGÊNEAS para variável estudada. É necessário formar estratos – são formados de acordo com fatores que podem influenciar na prevalência como sexo, idade, espécie, raça, por área geográfica (bairros). Procedimento: 1. As unidades da população devem ser identificadas 2. As unidades similares devem ser reunidas em subgrupos chamados ESTRATOS (pode ter N estratos) 3. Faz o sorteio dentro dos estratos, não mais na população toda As amostras probabilísticas exigem que o pesquisador tenha a listagem com todas as unidades da população, serão sorteadas as unidades que comporão a amostra e todas tem a mesma probabilidade de ser sorteadas. A listagem inviabiliza a tomada de amostras aleatórias em grande parte dos casos. 1 LARISSA DA SILVA GOMES SANTOS II. Semi-probabilística É parcialmente aleatório, sendo constituído por n unidades retiradas da população por procedimento. É aleatória mas não é randomizada – nem todos tem a mesma chance de ser selecionado. Tipos o Sistemática o Por conglomerados Sistemática Segundo um sistema preestabelecido. Há seleção de indivíduos em intervalos iguais. Procedimento: 1. Calcular qual intervalo será aplicado Intervalo: N / n N = população n = amostra 2. Sorteio de um número inteiro dentro do intervalo Por conglomerados Seleção de n unidades tomadas de alguns conglomerados (conjunto de unidades que estão agrupadas, qualquer que seja razão). Ex.: fazenda leiteira é um conglomerado de bovinos fêmeas adultas; escola é um conglomerado de crianças. Amostra de conveniência: quando não é feito nenhum cálculo para determinar o tamanho de uma amostra e essa amostra não tem nenhum método de seleção empregado para chegar aos indivíduos. Pontos chaves: A técnica de amostragem escolhida reflete na qualidade da amostra Os critérios de inclusão e exclusão devem ser aplicados a todos os tipos de amostragens Amostras probabilísticas requerem marco amostral sendo muitas vezes inviáveis – estratificar a população para seleção da amostra melhora a precisão estimativa Amostras semi-probabilísticas são aleatórias mas não randomizadas Estudos podem aplicar técnicas de amostragem compostas
Compartilhar