Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HISTORIA DO ACRE A história do Acre revela aspectos importantes da historia brasileira, principalmente durante os séculos XIX e XX. Conforme foi estabelecido no TRATADO DE TRODESILHAS (acordo territorial entre Portugal e Espanha) em 7 de junho de 1494 até o século XIX, o atual Acre pertencia a América Espanhola. Após a independência das colônias Espanholas, o Brasil reconheceu o Acre como terras bolivianas com o TRATADO DE AYACUCHO, em 23 de novembro de 1867 – tratado reconhecido por selar a paz entre Brasil e Bolivia. Apesar de o Acre pertencer à Bolívia, não havia ocupação das terras por parte dos bolivianos. Em virtude da abundância da seringa e do inicio do ciclo da borracha, os colonos brasileiros, iniciaram em 1852, a ocupação do Acre. Ocupação essa que ganhou grandes proporções em 3 de abril de 1877. Na época do presidente da Bolívia era Aniceto Arce e foi alvo de um golpe de Estado pelo então general JOSÉ MANOEL PANDO. Este derrotado veio se refugiar no Acre, ocasião em que percebeu sua ocupação por brasileiros. PANDO, que como general veio a governar a Bolívia por 5 anos 1899 a 1904, alertou as autoridades bolivianas sobre a ocupação das terras acreanas por brasileiros e iniciaram as manobras diplomáticas. No início de 1899 desembarcou em Puerto Alonso o ministro boliviano, Dom José Paravicini, com apoio do governo brasileiro, impôs decretos, inclusive o de abertura dos rios amazônicos ao comércio internacional, cobrou altos impostos sobre a borracha, demarcou seringais e oprimiu os nativos da região. O período dessa atuação ficou na história como os "Cem dias de Paravicini". A insurreição Acreana ganha seu primeiro ensaio em 1º de maio de 1899 (1º insurreição), quando seringalistas se reúnem no seringal Bom Destino, de Joaquim Vitor, liderados pelo jornalista José Carvalho e decidem lutar contra o domínio boliviano, O momento coincidia com a viagem de Paravivini para Belém. O Delegado que o substituía, Moisés Santivanez foi expulso. Começava a Revolução Acreana. Sem armas ou tiros, os revolucionários brasileiros restabeleceram o domínio e criaram a Junta Central Revolucionária. Para evitar sua volta, o governador do Amazonas Ramalho Junior, organizou o ingresso do Acre de uma unidade de Aventureiros comandada pelo espanhol Luiz Galvez de Arias em 4 de junho de 1899 saiu de Manaus e chegou a localidade de Porto Alonso, a qual teve seu nome mudado para Porto Acre, onde proclamou a 1ª Republica do Acre em 14 de julho de 1899 (2ª insurreição). Apesar disso, o governo brasileiro (presidente da época Campos Sales), com base no tratado de Ayacucho, considerava o Acre território da Bolívia e enviou tropas que dissolveram a republica em 15 de março de 1900. Na época de ocupação do Acre por Galvez, ele descobriu um acordo diplomático entre Bolívia e Estados Unidos. No qual os norte-americanos dariam apoio militar à AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce Bolívia em caso de guerra declarada com o Brasil, aumentando assim o interesse de Ramalho Junior na ocupação do Acre. Nessa época (1900) a Bolívia organizou uma missão militar para ocupar a região. Ao chegar em Porto Acre, ela foi impedida pelos seringueiros brasileiros. Os brasileiros receberam o apoio do governador do Amazonas Leonardo Bertoni, que enviou uma nova expedição a Expedição dos Poetas comandada pelo jornalista Orlando Correia Lopes que proclamou a 2ª republica do Acre em novembro de 1900, tendo Rodrigo Carvalho assumido como presidente. Um mês depois em 24 de dezembro de 1900, os brasileiros foram derrotados pelos militares bolivianos e esta segunda republica também foi dissolvida. Em 11 de julho 1901 a Bolívia assinou um contrato de arrendamento do Acre com um sindicato de capitalistas norte americanos e ingleses. Pelo contrato, o grupo, chamado de Bolivian Syndicate, assumiria, por 30 anos, total controle sobre a região inclusive militar. Nessa ocasião governava a Bolívia o general José Manoel Pando. Em 6 de agosto de 1902 um militar gaúcho chamado José Plácido de Castro foi enviado ao Acre pelo governador Silvério Neri e iniciou a então denominada Revolução Acreana (3ª e última insurreição). Os rebeldes tomaram toda região, exceto Porto Acre que somente se rendeu em 24 de janeiro de 1903. Três dias depois em 27 de janeiro de 1903 foi proclamada a 3ª república do Acre, agora com o apoio do então presidente Rodrigues Alves e do seu ministro de relações exteriores Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos) que ordenou o processo de ocupação do Acre e estabeleceu um governo miliar sob o comando do general Olímpio da Silveira. O presidente boliviano percebendo que não poderia manter o controle sobre o Acre, busca finalmente acordo diplomático. Em 21 de março de 1903, ele concordou com a ocupação e administração brasileira, por tratado preliminar, até a conclusão dos termos do Acordo que culminaria com o Tratado de Petrópolis, 17 de novembro de 1903. Pelo Tratado de Petrópolis, a Bolívia abriria mão de todo território acreano em troca de territórios do Estado do Mato Grosso mais a importância de 2 milhões de libras esterlinas e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré (que ficou pronta quase 7 anos depois em 1912), ligando os rios Mamoré (em Guajará Mirim – RO na fronteira Brasil-Bolívia) e o madeira (afluente do Rio Amazonas que cortava a cidade de porto velho, em Rondônia) e preservaria a liberdade de trânsito pela ferrovia e pelos rios até o Oceano Atlântico, facilitando o escoamento das exportações bolivianas. O Brasil pagou ainda 10 mil libras esterlinas ao Bolivian Syndicate pela rescisão do contrato. Distrato assinado em 26 de fevereiro de 1903. O Tratado de Petrópolis assinado em 17 de novembro de 1903, pelo Barão do Rio Branco e por Assis Brasil foi aprovado por lei federal em 25 de fevereiro de 1904 regularizado por decreto presidencial em 7 de abril de 1904, incorporando o Acre ao Brasil em 1904. Placido de Castro (que faleceu em 11 de agosto de 1908) foi o primeiro presidente do território. AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce Logo após a anexação efetiva do Acre ao Brasil, em 1904, os acreanos esperavam pela sua elevação a Estado o mais rápido possível uma vez que nessa época (auge do ciclo da borracha) o Acre representava 3 1 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo as disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves, sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) – o primeiro do país, dividido em 3 departamentos: Alto Acre, Alto Juruá e Alto Purús. Até 1921, a administração do Acre, exercida nos departamentos, era feita por nomeação do Presidente da República. Em 1910 houve a revolta de Cruzeiro do Sul que depôs o prefeito departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado independente do Acre (a chamada revolta do Juruá – Revolta dos 100 dias), cem dias depois, entretanto, as tropas federais estabeleceram a “ordem” e a tutela. Em 1912 o alto Juruá se dividiu formando o alto Tarauacá. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus e em Sena Madureira. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra aquela situação de subjugação ao governo federal. A partir do fracasso das revoltas a luta pela autonomia não se deu mas às armas. Depois da reforma politica de 1920, unificou-se as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial – serviu para acalmar o vale do Acre que foi beneficiado pela reforma, já que a capital do território escolhida foi Rio Branco. Com a Constituição de 1934 o Acre passou a ter direito a eleger 2 deputados federais, sem alterar o regime de indicação dos governadores dos territórios. O movimento autonomista teve novoimpulso, na década de 50 quando o PSD, do ex- governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que elevava o Acre a condição de Estado. Esse projeto chegou ao congresso em 1957, e não foi aprovado. Depois de muitas disputas no congresso nacional, finalmente em 1962 durante a fase parlamentarista do governo de João Goulart foi assinada a lei 4.070 de autoria do então deputado José Guiomard dos Santos. Por ironia política, o presidente João Goulart era PTB, partido que, a nível nacional se opunha a tal projeto. Ainda assim o projeto foi aprovado e passou a vigorar em 15 de junho de 1962. Nas primeiras eleições diretas e livres o primeiro governador constitucional do Acre foi o professor José Augusto de Araújo. A Borracha no Acre - Primeiro Ciclo (1877 - 1913) ECONOMIA AOC Realce AOC Realce AOC Realce - Por causa da crescente demanda internacional por borracha, a partir da segunda metade do século XIX, em 1877, os seringalistas com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de Manaus e Belém, fizeram um grande recrutamento de nordestinos para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus. - De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento do emprego de mão-de-obra. - O Acre chegou a ser o 3° maior contribuinte tributário da União. A borracha chegou a representar 25% da exportação do Brasil. - Como o emprego da mão-de-obra foi direcionado à extração do látex, houve escassez de gêneros agrícolas, que passaram a ser fornecidos pelas Casas Aviadoras. Sistema de Aviamento - Cadeia de fornecimento de mercadorias a crédito, cujo objetivo era a exportação da borracha para a Europa e EUA. No 1° Surto, não sofreu regulamentações por parte do governo federal. AVIAR= fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto. - O Escambo era usual nas relações de troca - as negociações eram efetuadas, em sua maioria, sem a intermediação do dinheiro. - Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão, a começar pelo fornecimento das passagens. - Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material logístico necessário à produção da borracha e à sobrevivência do seringueiro. Portanto, já começava a trabalhar endividado. Nessas condições, era quase impossível o seringueiro se libertar do patrão. "O sertanejo emigrante realiza ali, uma anomalia, sobre a qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se". Euclides da Cunha. SOCIEDADE (Seringalista x Seringueiro) Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais de produção. Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista morava. Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área, localizava a casa do seringueiro e as "estradas" de seringa. Um seringal possuía várias colocações. Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e traziam pelas de borracha para o barracão. AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais acreanos. Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se aclimatar à vida amazônica. Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebiam financiamento das Casas Aviadoras. Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e formavam as pelas de borracha. Gerente: "braço-direito" do seringalista, inspecionava todas as atividades do seringal. Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava tudo o que entrava e saía. Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha. Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a borracha ao seringalista. Mateiro: identificava as áreas da floresta que continha o maior número de seringueiras. Toqueiro: Abriam as "estradas". Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça. Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao seringalista. Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço mais baixo que os do barracão. Adjunto: Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo. - Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca alimentação. - Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos; - Predominância esmagadora do sexo masculino. - A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão. CRISE (1913) - Em 1876, sementes de seringa foram colhidas da Amazônia e levadas a Inglaterra por Henry Wichham. - As sementes foram tratadas e plantadas na Malásia, colônia inglesa. - A produção na Malásia foi organizada de forma racional, empregando modernas técnicas, possibilitando um aumento produtivo com custos baixos. - A borracha inglesa chegava ao mercado internacional a um preço mais baixo do que a produzida no Acre. A empresa gumífera brasileira não resistiu à concorrência Inglesa. - Em 1913, a borracha cultivada no Oriente (48.000 toneladas) superava a produção amazônica (39.560t). Era o fim do monopólio brasileiro da borracha. AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce - Com a crise da borracha amazônica, surgiu no Acre uma economia baseada na produção de vários produtos agrícolas como mandioca, arroz, feijão e milho. - Castanha, madeira e o Óleo de copaíba passaram a ser os produtos mais exportados da região. - As normas rígidas do Barracão se tornaram mais flexíveis. O seringueiro passou a plantar e a negociar livremente com o regatão. - Vários seringais foram fechados e muitos seringueiros tiveram a chance de voltar para o nordeste. - Houve uma estagnação demográfica; - Em muitos seringais, houve um regresso a economia de subsistência. CONSEQÜÊNCIAS - Povoamento da Amazônia. - Genocídio indígena provocado pelas "correrias", ou seja, expedições com o objetivo de expulsar os nativos de suas terras. - Povoamento do Acre pelos nordestinos; - Morte de centenas de nordestinos, vítimas dos males do "inferno verde". - Revolução Acreana e a consequente anexação do Acre ao Brasil (1889-1903); - Desenvolvimento econômico das cidades de Manaus e Belém; - Desenvolvimento dos transportes fluviais na região amazônica; Segundo ciclo da borracha A Segunda Guerra Mundial impulsionou o segundo Ciclo da Borracha. Isso se deu após a tomada dos seringais asiáticos pelos japoneses, privando os países aliados do produto. O governo brasileiro, incentivado pelos norte-americanos, promoveu uma política de estímulo à produção da borracha. Surgiu, então, a figura do soldado da borracha, recrutado do nordeste do país para os seringais da Amazônia, objetivando o aumento da produção da seringa para ser utilizada na Guerra. O fim da guerra causou nova queda nos preços do produto e a consequente falência dos seringais. Os seringalistas falidos abandonaram suas propriedades dando origem a uma nova categoria nas relações de trabalho - o seringueiro autônomo, que passou a viver livre dos laços de dependência com o patrão. Com o novo período de ascensão da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial, a melhoria do contexto econômico permitiu que os Autonomistas ganhassem nova força. LINHA CUNHA GOMES Em 4 de abril de 2008 o governo do Acre vence uma disputa territorialque se arrastava a 26 anos, no Complexo Florestal Liberdade, Gregório e Mogno. AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce O motivo foi que a linha cunha gomes demarcada ao início do século XX para servir de limite territorial entre o Estado do Amazonas e do Acre, fora traçada imprecisamente, pois em meados da década de 1940 descobriu-se que parte dos municípios de Feijó, Tarauacá e Sena Madureira que deviam pertencer ao Acre, estavam dentro do território do Amazonas. Foi então adotada uma linha quebrada, provisoriamente pelo IBGE com quatro segmentos em 1942. Durante o século passado houve varias situações em que os municípios tiveram a administração conjunta. Ao final da década de 1900, o IBGE começou apoiar o pedido do Acre de receber os territórios definitivamente, culminando na decisão do Supremo Tribunal de anexar a zona de litígio ao Acre. A distância dos municípios a capital de Manaus, dificultava e encarecia a administração. Ao total 6 municípios foram atingidos com a decisão, são eles: Boca do Acre, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna e Pauni. A redefinição da Linha Cunha Gomes consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do Complexo Florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre. A decisão proferida em 4 de abril de 2008. Não cabe mais recursos. DATA DE CRIAÇAO DOS MUNICÍPIOS DO ACRE 23 DE OUTUBRO DE 1912 Cruzeiro do Sul Rio Branco Sena Madureira Tarauacá Xapuri 21 DE DEZEMBRO DE 1938 Brasiléia Feijó 14 DE MAIO DE 1976 Assis Brasil Mâncio Lima Manoel Urbano Plácido de Castro Senador Guiomard 28 DE ABRIL DE 1992 Acrelândia Bujari Capixaba Epitaciolândia Jordão Marechal Thaumaturgo AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce Porto Acre Porto Walter Rodrigues Alves Santa Rosa do Purus RESUMO MOVIMENTO SINDICAL O Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais exerceu papel destacado nas lutas de resistência na região amazônica. A Floresta Amazônica passou a ser vista como obstáculo a ser vencido no curso da modernização capitalista. Pois a absorção do progresso técnico implicava na derrubada de uma parcela significativa da floresta. A fim de resguardar as fronteiras nacionais, o Estado procura impor um projeto de modernização da Amazônia . Propondo inicialmente a realização de investimentos de grande montante em infraestrutura, que englobavam desde a construção de extensão de eixos rodoviários – como a transamazônica a Cuiabá – Rio Branco e Cuiabá a Santarém destinados a integração regional e nacional, modernização do sistema fluvial, implantação do sistema de comunicação, ampliação da produção de energia elétrica etc. Agricultura – conjunto de técnicas para cultivo de plantas. Agropecuária - é o estudo, teoria e prática da agricultura e da pecuária em relação de reciprocidade. A incorporação do Acre na “modernização” baseava-se na grande propriedade fundiária e na pecuária extensiva de corte. Essa estratégia do governo federal, apoiava-se fortemente na oferta de incentivos fiscais, complementada por outros incentivos do governo estadual. Esses atrativos aliados a possibilidades de especulação do mercado de terras abriram passagem para a expansão agropecuária. A substituição da extração de borracha pela pecuária extensiva de corte como “carro chefe” de modernização representava uma séria ameaça tanto às oligarquias, em função ao risco efetivo de perderem o monopólio do acesso e controle de recursos públicos e da redução da sua fonte de lucro no território: a exploração dos produtores diretos. Como aos segmentos sociais subalternos do campo (seringueiros, ribeirinhos e índios) porque a nova modalidade de posse e uso da terra implicava necessariamente na expropriação das áreas por eles ocupadas. Deve-se lembrar que 72% da população do estado vivia no campo e que “85,3% das famílias ocupadas no setor primário não eram proprietárias das terras que cultivavam. Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. A partir do momento em que a Contag inseriu os interesses dos menos favorecidos nas disputas políticas em torno do reordenamento da estrutura fundiária, acabou criando enormes obstáculos a uma conciliação entre as classes dominantes naquele período. AOC Realce A Contag elegeu como prioridade as seguintes bandeiras de luta. 1) Não pagamento da renda ao patrão seringalista 2) Cumprimento da lei no sentido de assegurar aos posseiros os seus direitos a propriedade de um lote de terras. 3) O cumprimento da legislação trabalhista para os assalariados rurais, ocupados majoritariamente, naquele período nas atividades de desmatamento. Com a necessidade de diminuir o desmatamento que iria causar extinção dos materiais de trabalho e fonte de alimentação dos seringueiros surgiu o “empate”. O primeiro “empate” foi realizado em março de 1976, no seringal Carmem, município de Brasiléia. A iniciativa de “empatar” (impedir) o desmatamento surgiu dos posseiros, que contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Cerca de 60 homens armados cercaram os acampamentos dos “peões” contratados pelos fazendeiros para fazer derrubada da mata. O conflito foi solucionado após uma reunião entre partes envolvidas: seringueiros, direção do STR, delegacia da Contag, fazendeiros e INCRA, na qual os seringueiros aceitaram trocar suas colocações por lotes de 25 ha. Reservas extrativistas (Resex) – são terras incorporadas a união, sendo a regularização de uso mediante critérios estabelecidos de comum acordo pelos moradores dessas áreas. Não existem judicialmente títulos individuais de propriedade privada, eles são substituídos por contratos de concessão real de uso, firmado entre a união e os moradores. A RESEX – ficou conhecida como reforma agrária dos seringueiros A pecuária extensiva de corte e a exploração predativa da madeira são atividades que mais crescem nos últimos anos. A população urbana passou de 30 para 70% dada a existência do setor agroindustrial relevante, o setor público, comércio, prestação do serviço e a economia informal constituem principais opções de ocupação dessa fora de trabalho. O Acre possui uma área de 164.221.35 km², da qual 31,10% ou seja, 51.072,84km² destinam-se às unidades de conservação ambiental. O Acre foi o primeiro Estado a criar reservas extrativistas. Atualmente o Acre possui 19 unidades de conservação sendo: 5 reservas extrativistas Resex Alto Juruá (primeira reserva extrativista a ser criada em 1989) Resex Cazumbá Iracema (2ª maior reserva) AOC Realce AOC Realce Resex Chico Mendes (Maior reserva extrativista, abrange 7 municípios: Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia, Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri) Resex Alto Tarauacá Resex Riozinho do Liberdade A criação das Resex foi uma das principais lutas de Chico Mendes. 1 Estação Ecológica Estação Ecológica do Rio Acre 1 parque nacional Parque Nacional da Serra do Divisor 1 parque estadual Parque Estatual Chandless 3 Florestas Nacionais Floresta Nacional Macauã Floresta Nacional São Francisco Floresta Nacional Santa Rosa do Purus 4 Florestas Estaduais Floresta Estadual do Antimary Floresta Estadual Mogno Floresta Estadual Rio Liberdade Floresta Estadual Rio Gregório 3 Áreas de Proteção Ambiental APA Igarapé São Francisco APA Lago do Amapá APA Raimundo Irineu Serra 1 Área de Relevante Interesse Ecológico Área de Relevante Interesse Ecológico Seringal nova vida O Acre possui 3 unidades de conservação permanente: O Parque Nacional da Serra do Divisor, o Parque Estadual Chandless e a Estação Ecológica do Rio Acre. Aquiri = Rio de Jacarés Cândido Rondon – responsável pela ligação telegráfica no Acre AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce As áreas protegidas são necessárias para a preservação dos bens naturais e da diversidade biológica, para o equilíbrio climático e para a manutenção da qualidade do ar, além de oferecer lazer ecultura, garantindo a qualidade de vida não somente a população que ali vive, mas também dos habitantes das cidades de todo o planeta. As áreas protegidas se dividem em: Unidades de Conservação(UC),Terras Indígenas (TI), Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais (RL) e algumas áreas militares. Para cada uma delas existem procedimentos normativos para a gestão do território. O projeto de assentamento é uma área orientada para o uso racional dos espaços físicos e dos recursos naturais existentes, visando a implementação de sistemas de vivência e produção sustentável, em cumprimento da função social da terra e da produção econômica, social e cultural do trabalhador rural e seus familiares. IMAC – instituição responsável pela autorização e controle dos planos e manejo florestais, em convênio com o IBAMA. Em 2009, a Regional Baixo Acre apresentou a maior Área Manejada, seguida pelas regionais do Purus, Alto Acre, Tarauacá-Envira e Juruá. No Acre entre inúmeros produtos extrativistas, podemos destacar a borracha e a castanha que ocupam o lugar de destaque na cadeia produtiva. Além desses, temos produtos estratégicos tais como açaí e copaíba. As culturas agrícolas podem ser divididas em dois grupos: lavouras permanentes e lavouras temporárias. As lavouras temporárias (2015) têm como principais produtos: a mandioca, cana de açúcar, milho, melancia, arroz e feijão. O papel da produção de mandioca é muito importante para geração de renda, com participação de todos os municípios. Atualmente Sena Madureira é o maior produtor do Estado, seguido de Cruzeiro do Sul. A segunda cultura temporária que mais gera recurso é o milho. Destacamos ainda o crescimento da produção de cana- de-açúcar PRODUÇÃO TEMPORÁRIA TONELADAS MANDIOCA 1.122.578 CANA DE AÇUCAR 197.376 MILHO 94.483 MELANCIA 19.591 ARROZ 7.144 FEIJÃO 4.226 BATATA DOCE 786 AMENDOIN 443 FUMO 242 ABACAXI (FRUTOS) 7.700 Quanto a lavouras permanentes (2015) a principal contribuição é a produção de banana, seguida da laranja, limão, mamão, tangerina e café. PRODUÇÃO PERMANENTE TONELADAS BANANA 106.268 LARANJA 8.686 LIMÃO 4.704 MAMÃO 3.999 TANGERINA 3.197 CAFÉ 2.229 BORRACHA 720 ABACATE 704 MARACUJÁ 693 URUCUM 122 PALMITO 110 GUARANÁ 2 COCO (FRUTAS) 1.427 Pecuária Bovino - efetivo dos rebanhos 2.916.207 Cabeças Galináceos - total - efetivo de rebanhos 2.877.012 Cabeças Galináceos - galinhas - efetivo dos rebanhos 635.435 Cabeças Suíno - total - efetivo dos rebanhos 149.776 Cabeças Ovino - efetivo dos rebanhos 99.479 Cabeças Equino - efetivo dos rebanhos 81.699 Cabeças Suíno - matrizes de suínos - efetivo dos rebanhos 16.294 Cabeças Caprino - efetivo dos rebanhos 13.240 Cabeças Bubalino - efetivo dos rebanhos 3.257 Cabeças O uso de fogo vem aumentando consideravelmente. O processo de desmatamento é quase sempre realizado por meio deste recurso. No Acre as queimadas ocorrem com maior frequência entre os meses de agosto e outubro, época mais seca do ano na região. Município apresentam maior índice de desmatamento: capixaba (51,1%) Acrelândia (58,8%) Senador Guiomard (71,5%) Plácido de Castro (72,2%). Municípios menos desmatados Santa Rosa do Purus (1,1%) Manoel Urbano (2,3%) Jordão (2,7%) Atualmente a madeira de compensado seguida da castanha do Brasil são os principais produtos mais exportados do Acre. Por estar localizado a menos de 1500km em linha reta, em relação a linha do equador (no hemisfério sul) os raios solares incidem de maneira muito forte no acre, razão das altas temperaturas durante quase todo ano, ocasionando grande evaporação das águas fluviais, com a consequente formação de muitas nuvens e chuvas constantes, o que contribui para que a umidade relativa do ar se mantenha sempre sem índices elevados, em torno de 80 a 90%. Clima equatorial, com temperatura quente úmida, a média das mínimas situando-se na faixa de 21 C e a média da máxima de 31 C. Entre os meses de maio a setembro a massa de ar polar atlântica, que se forma no Oceano Glacial Antartico avança em direção ao norte e faz com que a temperatura caia bruscamente podendo atingir a mínima de 10 C . Inverno de outubro a março. Verão abril a setembro. Vegetação característica do Acre é a Floresta Equatorial Amazônica, típica do clima quente úmido, com alto índice pluviométrico (chuvas). Espécies de vegetais encontrados no Acre: 79% arvores, 8% cipós, 4% palmeiras, 3% arbustos e 6% vivem de outras formas (plantas herbáceas, epífitas, tabocas, gramíneas, bromélias, orquídeas etc.) Importância da vegetação: equilibra a natureza ao realizar a fotossíntese, influência no regime de chuvas, na fertilização do solo e no clima. Divisão da cobertura vegetal Maior: Floresta aberta com bambu + Floresta aberta com palmeiras (40.546km² - 24,69%) Menor: Campinararas (66km² - 0,04%) Floresta Ombrofila aberta é a predominante no Acre, seguida da ombrófila densa e campinarara. O relevo é composto predominantemente por rochas sedimentares, apresentando uma estreita faixa de planície ao norte e nas encostas dos principais rios, porém, a maior parte do território do Estado é formada por depressão. Planície – representada por uma estreita faixa ao norte. Planalto rebaixado da Amazônia Ocidental- localizado ao longo dos rios Juruá e Iaco. Depressão Amazônica – Localizado na parte mais ocidental do estado. Ponto mais alto do Estado: Mâncio Lima – Serra do Divisor 609 metros. Efeitos da queimada sobre o solo: • Destruição da matéria orgânica • Exposição do solo aos impactos da chuva e do sol • Compactaão, destruição da vida e diminuição da umidade do solo • Manifestações de espécies de plantas que surgem logo após as queimadas • Contribuição para o desequilíbrio da fauno no solo como por exemplo o aumento da população de cupins. 84% das terras do Acre estão aptas para o cultivo. 2% são favoráveis ao cultivo de grãos. Geologia A formação geológica do Acre é resultado de sucessivas transformações na origem e formação da Terra, dos processos internos e externos do globo terrestre. O conhecimento da geologia permite identificar as diversas formações que ocorrem no estado, definindo diferentes paisagens e o potencial mineral existente. A Geologia está voltada tanto para indicar os locais favoráveis a encerrarem depósitos minerais úteis ao homem como para fornecer informações que permitam prevenir catástrofes sejam de causa natural ou atribuída à ação do homem sobre o meio ambiente. Ocorrem no Acre 16 formações geológicas, predominando no território a Formação Solimões. A Bacia do Juruá é a de maior diversidade geológica e a de menor diversidade é a Bacia de Tarauacá. Há certa uniformidade no restante da área do Estado, que é modificado apenas pela ocorrência de diferentes níveis de terraços fluviais nas regionais do Purus e Baixo Acre. Foram identificados, em todo o Acre, sítios arqueológicos, principalmente ao longo dos rios, onde estão depositados materiais de origem fóssil. Os estudos de Paleontologia determinam o valor científico desses materiais, que necessitam ser protegidos para o entendimento da evolução da história do ambiente natural. Os estudos do material geológico indicam algumas potencialidades de uso e aplicações, principalmente de minerais como: gipsita, caulim, ametista, lateritas, areias e argilas. Todavia, para que haja segurança na sua exploração, é necessário intensificar os estudos e levantamentos para segurança e controle ambiental. Pequenos tremores de terra ocorrem no Acre, principalmente na regional do Juruá pela proximidade com a Cordilheira dos Andes. Apesar da baixa intensidade pode vir a causar efeitos para a construção civil e obras de infraestrutura. Geomorfologia O Estado do Acre mostra-se dividido em nove unidades geomorfológicas: a Planície Amazônica, a Depressão do Endimari-Abunã, a Depressão do Iaco- Acre, a Depressão de Rio Branco, a Depressão do Juruá-Iaco,a Depressão do Tarauacá- Itaquaí, a Depressão Marginal à Serra do Divisor, a Superfície Tabular de Cruzeiro do Sul e os Planaltos Residuais da Serra do Divisor, diferentemente das regionais Alto Acre e Baixo Acre. A Planície Amazônica está presente em todas as regionais, sendo áreas utilizadas por populações ribeirinhas. AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce • Regional do Juruá – Depressão do Juruá-Iaco e Depressão Marginal à Serra do Divisor, Planície Amazônica, Planaltos Residuais da Serra do Divisor e a Superfície Tabular de Cruzeiro do Sul. • Regional Tarauacá - Envira – Depressão do Juruá-Iaco e Planície Amazônica. • Regional Purus – Depressão do Juruá-Iaco e Planície Amazônica. • Regional Alto Acre – Depressões do Rio Branco, Iaco-Acre e Endimari-Abunã, Planície Amazônica. • Regional Baixo Acre – Depressões do Rio Branco, Iaco-Acre e Endimari-Abunã, Planície Amazônica. OS SOLOS - são de média e baixa fertilidade. Tipos de solo: Argissolos – (38,32%), Cambissolos (31,56%), Luvissolos (14,60%), Gleicossolos (5,98%), Latossolos (3,15%) Vertissolos (3,04%) Plitossolos (2,21%), Neossolos(1,16%) Predominância dos solos por regional: Regional Baixo Acre – Argissolos e Latossolos Regional Alto Acre – Argissolos Regional Purus – Cambissolos Regional Tarauacá-Envira - Cambissolos Regional Juruá – Vertissolos, Latossolos, Luvissolos, Gleicossolos, Neossolos Do ponto de vista econômico o Acre pode ser dividido em dois grandes polos (mesorregiões). • Mesorregião do Vale do Juruá – 8 municípios que correspondem 30% da população, a maioria na zona rural. Microrregião Juruá/Cruzeiro do Sul (5 municípios) – Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. 29.781km² 131.505 hab. Microrregião Tarauacá-Envira/Tarauacá (3 municípios) – Feijó, Tarauacá e Jordão. 45.154km² 74.579 hab. • Mesorregião do Vale do Acre - 14 municípios que correspondem 70% da população. É mais industrializada e com economia mais produtiva. Microrregião do Purus/Sena Madureira – (3 municípios) – Sena Madureira, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus. 40.646km² 56.200 hab. Microrregião do Baixo Acre/Rio Branco (7 municípios) – Rio Branco, Bujari, Porto Acre, Acrelândia, Senador Guiomard, Capixaba e Plácido de Castro. 22.847km² 442.195 hab. Microrregião do Alto Acre/Brasiléia (4 Municípios) – Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Assis Brasil. 14.120km² população 64.126 hab. Maior zona de fronteira do Acre é com o Peru e com a Bolívia (1.565km² e 618km² respectivamente) O Acre está localizado abaixo da linha do equador, no hemisfério sul, situando-se também a oeste do meridiano de Greenwich. O Acre é o ponto mais alto ocidental do Brasil, limita-se ao norte com o estado do Amazonas, a Leste com o Estado de Rondônia, a sul e leste com a Bolívia, sul e oeste com o Peru. Acesso do Brasil com o Peru: Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Assis Brasil. Acesso do Brasil com a Bolívia: correspondente às províncias bolivianas de Nicolas Suárez e Abunã, do Departamento de Pando. Os municípios acreanos, nessa divisa, são seis: Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Plácido de Castro e Acrelândia Cidades gêmeas Epitaciolândia e Brasiléia Bacias hidrográfica Os rios acrianos fazem parte da Bacia hidrográfica do Rio Amazonas. Principais que compõe a bacia hidrográfica do Rio Amazonas: Purus, Juruá e Abunã Principais Bacias do Estado: Bacia do Acre-Purus e Bacia do Juruá. Principais rios do Acre: Juruá, Purus, Acre, Tarauacá, Iaco, Envira e Xapuri. Bacias Hidrográficas compreendem divisores de água no qual toda a água precipitada escorre para um ponto mais baixo, ou seja, podemos dizer que a Bacia Hidrográfica corresponde ao um rio principal e seus afluentes, onde são realizados diversos usos. O estado do Acre faz parte da Região Hidrográfica do rio Amazonas, da Região Hidrográfica do rio Solimões, das Bacias Hidrográficas do Javari, Juruá, Purus, e da Bacia Hidrográfica do Rio Madeira (Brasil, 2006). Os rios Juruá e Purus pertencem à rede hidrográfica do rio Amazonas e formam a Bacia Hidrográfica do Juruá e a Bacia Hidrográfica do Purus. São rios que nascem no Peru, atravessam o Estado, em paralelo, no sentido sudoeste/nordeste e deságuam em outros rios do Amazonas, ou seja, são rios que apresentam, ao mesmo tempo, caráter internacional e federal. Bacia do Juruá A bacia do Rio Juruá tem como principais afluentes, os Rios Tarauacá e Envira, que formam as sub-Bacias Tarauacá e Envira. Esta bacia abrange oito municípios pertencentes às Regionais de Desenvolvimento do Juruá e do Tarauacá-Envira: Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Jordão, Tarauacá e quase toda a área do município de Feijó, ficando uma pequena porção deste na Bacia do Rio Purus. O rio Juruá é navegável por grandes embarcações entre Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo, durante a cheia e, por embarcações de pequeno e médio porte, na vazante. O rio Tarauacá é o mais importante afluente do rio Juruá, atingindo esse Rio no estado do Amazonas, é navegável desde a divisa com o Peru até a foz do Jordão. Seus afluentes são os rios Muru, Envira e jurupari. O rio Envira, principal afluente do rio Tarauacá é navegável desde sua foz até o Município de Feijó. É um rio de muita sinuosidade e de grande importância para atividades comerciais e comunicação com localidades isoladas, cujo acesso é somente via fluvial ou aéreo. Bacia do Purus O rio Purus, junto com os rios Juruá e Javari, são considerados os principais rios da Amazônia Sul-Ocidental brasileira. A Bacia do Purus tem como principais afluentes os rios Iaco, Macauã, Iquiri e o Rio Acre. Os rios Iquiri e Rio Acre formam as Sub- bacias do Rio Iquiri e do Rio Acre. Os municípios que compõem a Bacia do Rio Purus pertencentes às Regionais de Desenvolvimento do Purus são: Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Manuel Urbano, Assis Brasil e pequenas porções dos territórios de Bujari e Feijó. Os municípios da Regional do Purus que compõem parte da Bacia do Rio Purus apresentam a área de cobertura florestal bem conservada, enquanto que os municípios de Acrelândia e Senador Guiomard que pertencem à sub-bacia do rio Iquiri apresentam mais de 50% de suas áreas desflorestadas (ACRE, 2007a). Bacia do Rio Acre O rio Acre e seus afluentes formam a Bacia Hidrográfica do Rio Acre e ocupa parte das regionais de Desenvolvimento do Alto Acre e Baixo Acre. Nasce em território peruano, atravessa os países da Bolívia e do Brasil. No Acre, deságua no rio Purus e tem como principais afluentes os rios Xapuri e Riozinho do Rôla, este último apresentando-se como o maior e mais importante afluente da Bacia Hidrográfica do Rio Acre. Dentre outros afluentes importantes do Rio Acre estão os rios Antimary e Andirá. Os Municípios formadores da bacia do rio Acre são os que apresentam maior taxa de desmatamento, como Capixaba (42%), Epitaciolândia (42%), Porto Acre (41%), Bujari (34%), Brasiléia (27%), Rio Branco (25%) e Xapuri (20%). Bacia do Rio Abunã O rio Abunã nasce na Bolívia, atravessa os estados do Amazonas, Acre e Rondônia e forma, com o rio Mamoré, a Bacia Hidrográfica do rio Madeira; é considerado uma bacia binacional. Em território acreano, o rio Abunã ocupa áreas dos municípios de Acrelândia, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Capixaba, Epitaciolândia e Xapuri. Os municípios brasileiros que compõem esta bacia tiveram, em 2006, alto percentual de desmatamento, destacando Plácido de Castro (71%), Senador Guiomard (68%) e Acrelândia (53%). As águas deste manancial são utilizadas para consumo, recreação e lazer, dentre outros. A gestão dos recursos hídricos, a partir de bacias hidrográficas, ainda é um grande desafio no Acre, uma vez que nossas principais bacias hidrográficas são formadas por rios fronteiriços, ou seja, aqueles que as águas de um rio são utilizadas por dois ou mais estados da mesma federação oucom outros países. A Bacia Hidrográfica do rio Madeira em território acreano ocupa uma área de 5.227 km2. Tem cerca de 1.500 pessoas em núcleos habitacionais nos seus principais afluentes. (Acre, 2007). Política O estado do Acre é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Acre, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre e outros tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos. A atual constituição do estado do Acre foi promulgada em 1989, acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais. O Poder Executivo acreano está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acreano. O Poder Legislativo do Acre é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação acreana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do Poder Judiciário acreano é o Tribunal de Justiça do Estado do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito. Formação política atual do Acre • 198 Vereadores • 24 deputados Estaduais AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce AOC Realce 7 reeleitos 17 eleitos pela primeira vez • 8 deputados federais 1 - Angelin 2 - César Messias Major Rocha 3 - Léo de Brito 4 - Jessica Sales 5 - Sibá Machado (reeleito) 6 - Flaviano Melo (reeleito) 7 - Alan Rick 8 – Major Rocha • 3 Senadores (mandato de oito anos) Gladson Cameli Jorge Viana Sergio Petecão Energia O consumo de energia no Acre é alimentado por dois sistemas elétricos: Centrais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte e Eletroacre/ Guascor do Brasil. O Sistema Elétrico da Eletronorte é associado ao intercâmbio energético na linha de transmissão Porto Velho/Rio Branco (Linhão), responsável pela geração e transmissão de energia elétrica na capital do Estado e pelo suprimento de doze localidades do interior, pertencentes ao Sistema ELETROBRÁS DISTRIBUIÇÃO ACRE: Acrelândia, Bujari, Porto Acre, Plácido de Castro, Rio Branco, Senador Guiomard, Capixaba, Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia, Bujari e Sena Madureira. O sistema Acre- Rondônia atualmente é atendido por geração de energia hidráulica da UHE Samuel e UTE Termonorte I e II, ambas localizadas no estado de Rondônia e pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). Atualmente o sistema Acre-Rondônia possui uma capacidade de 100 101 fornecer 524MW para atender toda a demanda dos dois estados, observando que o maior fornecimento vem da queima de combustível fóssil. Com a interligação dos estados do Acre e Rondônia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), está sendo injetado no sistema cerca de 200MW neste primeiro momento. Esta interligação proporciona uma maior estabilidade no sistema, pois qualquer problema que ocorra em alguma máquina geradora, o sistema SIN supre de energia os Estados do Acre e Rondônia. O Sistema Elétrico da Eletroacre/Guascor é composto por sistemas isolados no estado e atende aos municípios restantes. A maioria da população do Acre recebe energia elétrica convencional e a população restante, não atendida, corresponde a uma parcela que vive em localidades remotas, no interior do estado. Desde 1999, o Programa Luz para Todos, política do Governo Federal em parceria com o Governo do Acre, beneficiou a população rural/florestal em 18 municípios que não eram atendidos com a rede de energia elétrica convencional. Outras iniciativas inovadoras têm sido desenvolvidas buscando garantir energia às populações de áreas mais remotas. A Funtac desenvolve pesquisas com um Fogão Gerador de energia, já em fase de fabricação pela iniciativa privada. TERRITÓRIO POPULAÇÃO P. URBANA P. RURAL MAIOR Feijó Sena Madureira Tarauacá Manoel Urbano Rio Branco Cruzeiro do Sul Rio Branco Cruzeiro do Sul Sena Madureira Tarauacá Feijó Brasiléia Rio Branco Cruzeiro do Sul Sena Madureira Tarauacá Feijó Brasiléia Rio Branco Cruzeiro do Sul Tarauacá Feijó Sena Madureira Porto Acre MENOR Epitaciolândia Capixaba Acrelândia Plácido de Castro Senador Guiomard Porto Acre Santa Rosa Assis Brasil Jordão Manoel Urbano Bujari Capixaba Santa Rosa Porto Acre Jordão Porto Walter Bujari Assis Brasil Assis Brasil Manoel Urbano Santa Rosa Jordão Epitaciolândia Bujari População do Acre: 733.559 habitantes (50,2% homens 49,8% mulheres) Capital Rio Branco População estimada 2016(2) 816.687 População 2010 733.559 Área 2015 (km²) 164.123,712 Densidade demográfica 2010 (hab/km²) 4,47 Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente 2016 Reais)(1) 761 Número de Municípios 22 Municípios Gentílico P. 2010 P. 2016 Rio Branco rio-branquense 336.038 377.057 Cruzeiro do Sul cruzeirense 78.507 82.075 Sena Madureira sena-madureirense 38.029 42.451 Tarauacá tarauacaense 35.590 39.427 Feijó feijoense 32.412 32.372 Brasiléia brasileense 21.398 24.311 Senador Guiomard guiomaense 20.179 21.369 Plácido de Castro placidiano 17.209 18.336 Xapuri xapuriense 16.091 17.894 Mâncio Lima mancio-limense 15.206 17.545 Rodrigues Alves rodriguesalvense 14.389 17.464 Marechal Thaumaturgo thaumaturguense 14.227 17.401 Porto Acre portoacrense 14.880 17.111 Epitaciolândia epitaciolandense 15.100 17.038 Acrelândia acrelandense 12.538 14.120 Porto Walter portowaltense 9.176 11.059 Capixaba Capixabense 8.798 10.820 Bujari Bujariense 8.471 9.503 Manoel Urbano manoel-urbanense 7.981 8.765 Jordão Jordãoense 6.577 7.685 Assis Brasil assis-brasiliense 6.072 6.863 Santa Rosa do Purus Santa-rosense 4.691 6.021 Municípios Área territ. 2015 km² Feijó 27.975,43 Sena Madureira 23.753,05 Tarauacá 20.171,07 Manoel Urbano 10.633,14 Rio Branco 8.835,52 Cruzeiro do Sul 8.779,40 Marechal Thaumaturgo 8.191,69 Porto Walter 6.443,83 Santa Rosa do Purus 6.145,61 Mâncio Lima 5.452,85 Jordão 5.357,28 Xapuri 5.347,47 Assis Brasil 4.974,18 Brasiléia 3.916,50 Rodrigues Alves 3.076,95 Bujari 3.034,87 Porto Acre 2.604,88 Senador Guiomard 2.321,45 Plácido de Castro 1.943,25 Acrelândia 1.807,95 Capixaba 1.702,58 Epitaciolândia 1.654,77 Acreanos Ilustres Adib Jatene - Médico (cirurgião torácico), cientista brasileiro, ex-Ministro da Saúde, fundador do Instituto do Coração; Armando Nogueira - Jornalista e escritor; Criador do telejornalismo no Brasil, com a criação do Jornal Nacional; Antônio Carlos Gouveia - Popular Carlão, ex-jogador de vôlei; Capitão da Seleção Brasileira campeã dos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona; Melhor Jogador de Vôlei do Mundo em 1994; Brendha Haddad - Atriz; Chico Mendes (Francisco Alves Mendes Filho) - Ambientalista, Líder seringueiro; Mártir da Floresta Amazônica; Enéas Carneiro - Político. Formado em Medicina e especialista em Cardiologia; Glória Perez - Novelista; Iolanda Fleming - Primeira governadora mulher do Brasil; Jarbas Passarinho - Militar e político; Ex-governador e ex-senador do estado do Pará, ex-ministro da Justiça e do Trabalho e Previdência Social; João Donato - Músico. Foi um dos responsáveis pelo surgimento da Bossa Nova; José Vasconcelos - Humorista, ator e dramaturgo; Miguel Jerônimo Ferrante - ex-Ministro do STF e escritor, pai de Glória Pérez; Marina Silva - Ambientalista, pedagoga e política, ex-ministra do Meio Ambiente. Tião Viana - Médico e atual Governador Jorge Viana – Engenheiro e atual Senador Curiosidades=> http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/acre Chico Mendes https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Mendes Chico Mendes resumido https://educacao.uol.com.br/biografias/chico-mendes.htm http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Mendes https://educacao.uol.com.br/biografias/chico-mendes.htm AOC Realce AOC Realce
Compartilhar