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Farmacodinâmica: Estudo dos Efeitos das Drogas

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FARMACOLOGIA – FARMACODINÂMICA 
ISABELLE LAGUILIO
FARMACODINÂMICA 
É o estudo dos efeitos bioquímicos e 
fisiológicos das drogas e seu mecanismo de 
ação. 
Princípio básico: a droga deve se ligar a 
um sítio alvo para produzir uma resposta 
farmacológica. 
“Fármacos não criam efeitos, modulam 
funções”. 
AÇÃO X EFEITO 
Ação: como o fármaco atua, aumentando 
ou diminuindo uma função celular. Ex.: 
aspirina – inibição irreversível da enzima 
ciclo-oxigenase (COX). 
Efeito: consequência da ação do fármaco 
no organismo. Ex.: aspirina (efeito) – 
analgesia, anti-inflamatório e antitérmico. 
CONCEITOS IMPORTANTES 
Seletividade: é a diferença de atividade 
que uma determinada molécula ativa tem 
para dois ou mais processos. A diferença de 
atividade é relativa e não absoluta, 
aumentando a dose/concentração, a 
ativação dos outros processos acontecerá. 
Quanto mais seletivo for o fármaco, menos 
efeitos adversos acontecerão. 
Especificidade: é considerada uma forma 
extrema de seletividade, onde nenhum 
aumento na concentração será suficiente 
para ativar outros processos. Nenhum 
fármaco atua com total especificidade. 
Afinidade: tendência de um fármaco ligar-
se ao receptor. 
Eficácia: tendência de um fármaco ativar o 
receptor. 
Potência: quantidade de fármaco (mg) que 
produz 50% de sua resposta máxima. 
 
Quais características o fármaco deve ter 
para produzir efeito farmacológico? 
R: afinidade (capacidade de se ligar ao 
receptor) e eficácia (capacidade de ativar o 
receptor). 
Agonista: fármaco que se liga e ativa o 
receptor, iniciando uma resposta mediada 
pelo receptor. 
Agonistas plenos: a eficácia é suficiente 
para desencadear uma resposta tecidual 
máxima. A eficácia é de 100%. 
Agonistas parciais: níveis de eficácia 
intermediários, com resposta tecidual 
submáxima, mesmo ocupando 100% dos 
receptores. A eficácia é inferior a 100%. 
Agonista inverso: fármaco que atua de 
modo a abolir a atividade intrínseca 
(constitutiva) do receptor livre (não-
ocupado). 
 
 
Antagonista: fármaco que se liga ao 
receptor sem causar sua ativação e impede 
a ligação do agonista. 
Antagonista de receptores: liga-se ao 
sítio ativo (sítio de ligação do agonista) ou 
a um sítio alostérico de um receptor. 
• Competitivo: compete com o agonista e 
diminui a eficácia do agonista A 
eficácia é 0. Diminui a potência do 
agonista. 
• Não competitivo (alostérico): se liga em 
outro local do receptor. Faz 
modificações estruturais no receptor, 
diminui a ação do agonista. A eficácia é 
0. Diminui a eficácia do agonista. 
Antagonistas sem receptores: não se 
liga ao receptor do agonista; entretanto, 
inibe a capacidade do agonista de iniciar 
uma resposta. 
• Antagonistas químicos: inativam o 
agonista antes de ele ter a oportunidade 
de atuar (por exemplo, através de 
neutralização química). 
• Antagonistas fisiológicos: produzem 
um efeito fisiológico oposto àquele 
induzido pelo agonista. 
Antagonismo reversível: se aumentar a 
dose de agonista, diminui a ligação do 
antagonista. 
Antagonismo irreversível: o 
antagonista se dissocia lentamente do 
receptor, não há alteração na ocupação do 
antagonista quando o agonista é adicionado. 
ALVOS BIOLÓGICOS 
As drogas, em sua maioria, se ligam em 
sítios-alvo particulares: enzimas, moléculas 
transportadoras, canais iônicos e receptores. 
1. Enzimas: os fármacos são direcionados 
para as enzimas. A molécula do fármaco é 
um substrato análogo (parecido) que age 
como um inibidor competitivo da enzima 
(ex. captopril e aspirina). 
• Os fármacos podem atuar como falsos 
substratos, em que a molécula do 
fármaco sofre transformações 
bioquímicas e produz um produto 
anômalo que perturba a via metabólica 
normal (ex. sufonamidas). 
• Os fármacos podem exigir degradação 
enzimática para convertê-los, de forma 
inativa, a uma pró-droga, para uma 
forma ativa (ex. enalapril). 
2. Moléculas transportadoras: a 
movimentação de íons e pequenas 
moléculas orgânicas através das membranas 
celulares geralmente acontece através de 
canais, ou através da ação de uma proteína 
transportadora, visto que as espécies 
permanentes são, em geral, muito polares 
para penetrar nas membranas. 
Diuréticos de alça 
→ furosemida: atuam inibindo o 
transportador NaK2Cl encontrado na 
membrana apical de células epiteliais renais 
no ramo ascendente da alça de Henle. 
→ fluoxetina (antidepressivo): impede a 
recaptação da serotonina pelos 
transportadores. 
→ cocaína: impede a recaptação de 
dopamina pelos transportadores. 
Hidrólise do ATP: fornece a energia 
necessária para o transporte de substâncias 
contra seu gradiente eletroquímico. Tais 
proteínas transportadoras incluem um sítio 
para ligação de ATP distinto, e são 
denominadas Transportadores ABC. 
3. Canais iônicos: Os canais iônicos são 
basicamente portões presentes nas 
membranas celulares, que seletivamente 
permitem a passagem de determinados íons, 
e que são induzidos a abrir-se ou fechar-se 
por uma variedade de mecanismos. 
Canais iônicos controlados por ligantes: 
abertura quando uma ou mais moléculas 
agonistas são ligadas, e são propriamente 
classificados como receptores, já que é 
necessária a ligação de uma agonista para 
serem ativados. Ex.: Neurotransmissores 
rápidos, tais como glutamato, acetilcolina, 
GABA e ATP, agem dessa maneira, 
ligando-se a sítios no exterior da membrana, 
canais de potássio sensíveis à ATP. 
Canais iônicos controlados por voltagem: 
São regulados por alterações no potencial 
transmembrana. Constituem a base do 
mecanismo de excitabilidade da membrana. 
Os canais mais importantes nesse grupo são 
canais seletivos para sódio, potássio ou 
cálcio. Ex.: Anestésicos locais, bloqueiam 
de forma reversível a transmissão do 
estímulo nervoso no local onde for 
aplicado, sem ocasionar alterações no nível 
de consciência. 
4. Receptores: 
São elementos sensores no sistema de 
comunicações químicas que coordenam a 
função de todas as diferentes células do 
organismo, sendo mensageiros químicos os 
vários hormônios, transmissores e outros 
mediadores. 
4 tipos: 
a) Canais iônicos controlados por 
ligantes (ionotrópicos): 
• São os receptores nos quais os 
neurotransmissores rápidos agem. 
• Neurotransmissão colinérgica 
(excitatória): acetilcolina se liga, abre 
o canal, entra Na+, é liberado Ca+ e 
acontece a contração muscular. 
Exemplos (neurotransmissão colinérgica): 
Nicotina: se liga ao receptor nicotínico, 
ativa receptor dopaminérgico e é liberada 
dopamina (sensação de prazer). No SNC, 
quando há uma diminuição dos níveis 
plasmáticos de nicotina, há uma diminuição 
de liberação de dopamina, causando 
dependência e efeitos colaterais acima 
citados. 
Ivermectina: atua nos receptores 
ionotrópicos. Vesículas de acetilcolina → 
ivermectina → receptores nicotínicos 
abertos → alto estímulo → alta entrada de 
Na+ → alta liberação de Ca+ → contração 
muscular. 
• Neurotransmissão GABAérgica 
(inibitória): transmissão mediada pelo 
receptor gaba. Exemplos: 
benzodiazepínicos (ligam nos canais e 
abrem canais de Cl gerando 
hiperpolarização), barbitúricos e 
topiramato. 
b) Receptores acoplados à proteína G: 
• São também conhecidos como 
receptores metabotrópicos ou 
receptores heptaelicoidais. 
• Respondem a estímulos (luz, odor, 
sabor, neurotransmissores, hormônios, 
peptídeos, etc). 
• São receptores de membrana que estão 
acoplados a sistemas efetores 
intracelulares por uma proteína G. 
• A proteína G possui 3 domínios e em 
repouso está ligada ao GDP. Quando 
acontece a ativação do receptor, 
acontece uma alteração na conformação 
celular do receptor, e faz com que ela 
perca a afinidade ao GDP e ganhe 
afinidade pelo GTP. 
• Eles constituem a maior família, 
incluem receptores para vários 
hormônios e transmissores lentos, por 
exemplo, o receptor muscarínico daacetilcolina (mACh), receptores 
adrenérgicos e receptores de 
quimiocinas. 
c) Receptores relacionados e ligados por 
quinases: 
• É um grande e heterogêneo grupo de 
receptores de membrana respondendo 
principalmente a mediadores protéicos. 
• Apresentam um domínio extracelular de 
ligação de ligante conectado a um 
domínio intracelular por uma hélice 
única transmembrana. 
• Em muitos casos o domínio intracelular 
de natureza enzimática (com atividade 
da proteína quinase ou guanilil ciclase). 
• Os receptores do tipo 3 incluem aqueles 
para insulina e várias citocinas e fatores 
de crescimento, e o receptor para o fator 
natriurético atrial. 
• Ligante estimula a atividade tirosina 
quinase do receptor no domínio 
intracelular → resíduos de tirosina são 
autofosforilados → a tirosina quinase 
do receptor fosforila outras proteínas e 
ativa múltiplas vias de sinalização → 
proliferação celular, sobrevivência 
celular, migração e diferenciação 
celular. 
• Ex.: insulina, imatinibe. 
d) Receptores nucleares: 
• São receptores que regulam a 
transcrição gênica. 
• Compreendem receptores para 
hormônios esteróides, glicocorticoides, 
hormônio da tireoide e outros agentes 
como o ácido retinoico e a vitamina D. 
• Os receptores desse tipo também 
reconhecem muitas moléculas 
estranhas, induzindo a expressão de 
enzimas que os metabolizam. 
 
TAQUIFILAXIA E 
HIPERSENSIBILIZAÇÃO 
Dessensibilização (taquifilaxia ou 
down regulation): acontece quando o 
fármaco, mesmo interagindo com o 
receptor, não responde ao sinal e não se 
modifica quimicamente e, 
consequentemente, não desencadeia a 
atividade intrínseca, inexistindo então 
qualquer efeito biológico. Diz-se que houve 
dessensibilização quando o receptor não 
reage, mesmo interagindo com o fármaco, 
de maneira aguda. 
Dessensibilização homóloga: quando 
envolve os receptores ocupados por uma 
classe específica de agonista (ex. receptor N 
da acetilcolina). 
Dessensibilização heteróloga: quando 
existe diminuição na resposta do receptor 
alvo por várias classes diferentes de 
agonistas (ex. agonistas que compartilham 
uma via semelhante para sua ativação como 
estimula de proteína Gs da adenilato 
ciclase). 
Tolerância: usado para descrever uma 
diminuição mais gradual na resposta a uma 
droga (dias ou semanas). Termo utilizado 
para uma adaptação de receptores à 
interação com o fármaco, sendo este 
utilizado já de modo crônico. Com isso, o 
receptor deixa de responder e não 
desencadeia mais um efeito biológico. 
Refratariedade: utilizado em relação a 
uma perda de eficácia terapêutica. 
Hipersensibilização (Up Regulation): 
na hipersensibilização há uma reposta 
exacerbada ou acentuada. Acontece, então, 
um efeito bem mais intenso e potente do que 
se era esperado da decorrência da interação 
entre o fármaco ligante e seu receptor, ou 
uma resposta inesperada, adaptativa do 
sistema. 
A exposição do receptor a um antagonista 
ou a inibição da síntese ou liberação de um 
neurotransmissor pode aumentar o 
processamento e o número de receptores 
(regulação crescente ou up regulation), 
podendo resultar em uma 
supersensibilização do receptor. 
Na dessensibilização, haveria um déficit na 
produção dessas vesículas intracelulares 
contendo os receptores, enquanto na 
hipersensibilização, há uma produção 
exagerada e contínua desses receptores. 
Degradação metabólica aumentada: 
a tolerância a algumas drogas ocorre porque 
a administração repetida da mesma dose 
inicial produz uma concentração plasmática 
progressivamente mais baixa. As drogas 
podem aumentar enzimas responsáveis por 
sua própria metabolização ou pelo 
metabolismo de outras drogas. 
DEPRESSÃO 
Teoria monoaminérgica: 
Paciente para ter depressão, depende do 
humor, o humor pode ir para cima ou para 
baixo. O humor para baixo tem quadro de 
depressão. O humor para baixo é 
caracterizado pela redução dos 
neurotransmissores monoaminérgicos, que 
possuem uma amina na sua composição. 
Esses neutrotransmissores são: serotonina 
(sem grupo catecol), dopamina e 
noradrenalina (catecolaminas com grupo 
catecol). Pacientes com depressão possuem 
uma redução nesses neurotransmissores. 
O receptor está presente no neurônio. O 
terminal pré sináptico (regula a produção 
dos neurotransmissores) é onde é produzido 
o neurotransmissor e o terminal pós 
sináptico é onde tem o receptor para o 
neutrotransmissor. Há uma produção 
exagerada de muitos receptores e pouca 
produção de neurotransmissores. 
Receptor autorregulatório: regula 
quanto de neurotransmissor vai ser 
produzido e liberado na sinapse. 
Hipersensibilização ou “up 
regulation”: 
Um aumento reativo de um componente 
celular, diminui neurotransmissores e 
aumenta receptores. Indicados fármacos 
antidepressivos, como inibidores de 
recaptação de serotonina (inibindo a 
recaptação, impede que o neurotransmissor 
volte para dentro da sinapse para ser 
degradado). 
A enzima MAO (monoaminooxidase) é 
uma enzima que degrada as catecolaminas, 
e se encontra no interior do terminal pré 
sináptico. 
Enzima MAO A degrada serotonina e 
noradrenalina. 
Enzima MAO B degrada dopamina. 
 
 
	farmacologia – farmacodinâmica
	Isabelle laguilio
	Farmacodinâmica
	Ação x Efeito
	Conceitos importantes
	Alvos biológicos
	TAQUIFILAXIA E HIPERSENSIBILIZAÇÃO
	Depressão

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