Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 1 APG 4 – Chapa Quente 🔥 1) COMPREENDER OS RECEPTORES SENSITIVOS Os receptores gerais ocorrem em todo o corpo, fazem parte do sistema sensorial somático, que produz respostas a diferentes estímulos como: tato, temperatura, dor, postura corporal e propriocepção. De acordo com a localização, eles podem ser cutâneos (exteroceptores = contato da pele), viscerorreceptores (enteroceptores = estado interno) e proprioceptores = posição e movimento. Os receptores gerais são específicos. Isso significa dizer que cada receptor possui sensibilidade máxima (ou limiar de excitação mínimo) para determinado estímulo. Deve-se ter em mente, que os receptores podem ser excitados por outras fontes de energia, porém com muita dificuldade. De maneira geral, os receptores podem ser classificados nas seguintes categorias: QUIMIORRECEPTORES São sensíveis a estímulos químicos. O olfato e a gustação dependem de quimiorreceptores; OSMORRECEPTORES Receptores capazes de detectar variação de pressão osmótica. FOTORRECEPTORES Receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina. TERMORRECEPTORES São responsáveis por transformar energia térmica em um estímulo elétrico. São capazes de detectar variações de temperatura. Podem ser de frio (ativados de 12 a 35ºC), de calor (ativados de 25 a 47ºC) ou de dor (ativados em temperaturas abaixo de 12ºC ou acima de 47ºC). O receptor de frio também é ativado por mentol, o que dá seu gosto refrescante; O receptor de dor de altas temperaturas também é ativado por capsaicina, o composto que dá à pimenta o seu ardor. RECEPTORES DE FRIO: Fibras A-delta = são mielinizadas, rápidas, mas são finas RECEPTORES DE CALOR: Fibras C = não possuem mielina, a condução do estímulo é mais demorada. Sendo assim, a sensação de frio é mais rápida do que a sensação de calor. NOCICEPTORES São responsáveis por transformar vários tipos de energia, fazem a transdução tanto de energia térmica, química ou mecânica. A diferença é se essa energia leva à lesão tecidual e dor. Primeira dor: fibras aferentes A-delta (dor rápida) Segunda dor: Fibras C não mielinizadas (dor lenta) MECANORRECETORES São responsáveis pela propriocepção e pelo tato. São subdivididos de acordo com a: Localização: alguns são intramusculares, mais profundos, outros estão na pele glabra (sem pelos) e outros na pele com pelos. Velocidade de adaptação: receptores rápidos vão dar informações relevantes à respeito de velocidade ou mudanças de estímulo (potencial de ação gerado no começo do estímulo e para, só irá gerar outro potencial quando o estímulo é tirado), já receptores lentos o estímulo prolongado vai ser mais relevante (potencial de ação constante). Sensação: vibração, tato discriminativo, tato profundo, rotação, estiramento, etc. As fibras que estão relacionadas ao mecanorreceptor (tato): FIBRAS Aβ e Aα = mielinizadas e grossas, ou seja, muito rápidas. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 2 2) ANALISAR O FUNCIONAMENTO DO ARCO REFLEXO Reflexo é uma sequência de ações automática, rápida e involuntária que ocorre em resposta a um determinado estímulo. Alguns reflexos são naturais, como quando você tira a mão de uma superfície quente mesmo antes de ter a percepção consciente que ela de fato está quente. Outros reflexos são aprendidos ou adquiridos. O CORNO POSTERIOR da substância cinzenta é sensitiva, sendo assim, por ele irá entrar os neurônios sensitivos. O CORNO ANTERIOR é substância cinzenta motora, sendo assim, por ele irá sair os neurônios motores. REFLEXO DE ESTIRAMENTO Provoca a contração de um músculo esquelético em resposta ao seu estiramento (evitando uma ruptura do músculo ou para manter sua posição corpórea) Ocorre por meio de um arco reflexo monossináptico. Ele pode acontecer pela ativação de um único neurônio sensitivo, que faz uma sinapse no SNC com um único neurônio motor. Exemplo de um reflexo de estiramento é o reflexo patelar. O reflexo de estiramento ocorre em condições naturais (ex: ação da gravidade sobre os músculos) ou podem ser estimulados pela percussão dos tendões ligados a músculos nas articulações. Eles são mediados pelos fusos musculares e ocorrem de acordo com os seguintes passos: 1. O estiramento estimula os fusos musculares (estrutura que fica no meio do músculo); 2. Os fusos, por sua vez, geram um ou mais impulsos nervosos que se propagam por neurônios sensitivos (raiz dorsal) até a medula espinal; 3. Na substância cinzenta medular, o neurônio sensitivo realiza uma sinapse com um neurônio motor no corno anterior e o ativa. 4. Se o estímulo for suficientemente intenso, o estímulo é gerado no neurônio motor e se propaga por seu axônio até a junção neuromuscular (JNM). 5. Na JNM, o axônio libera acetilcolina que dispara potenciais de ação no músculo efetor e faz com que ocorra a contração. Nesse arco reflexo, os impulsos nervosos sensitivos entram na medula espinal pelo mesmo lado que os impulsos nervosos motores saem. Esta disposição é conhecida como reflexo ipsolateral. O reflexo de estiramento também ajuda a manter a postura. Por exemplo, se uma pessoa que está em pé começa a se inclinar para frente, o gastrocnêmio e outros músculos da panturrilha se estiram. Consequentemente, são iniciados reflexos de estiramento nestes músculos, gerando sua contração e o restabelecimento da postura inicial. Reflexo semelhante acontece nos músculos da face anterior da perna quando uma pessoa que está em pé começa a se inclinar para trás. REFLEXO TENDINOSO Ao contrario do reflexo de estiramento que controla o comprimento do músculo, o reflexo tendinoso age para controlar a tensão muscular. Ele provoca o relaxamento antes que a força sobre o músculo seja suficientemente grande para romper seus tendões. Interneurônio: conecta o neurônio sensitivo ao neurônio motor! Aqui ele é excitatório = estimulaa fibra muscular contrair !!! APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 3 O reflexo tendinoso é mediado pelos órgãos tendinosos de Golgi, que ficam nos tendões, que detectam e respondem a modificações na tensão muscular causadas por estiramento passivo ou contração. Ele acontece da seguinte maneira: 1. À medida que a tensão aplicada sobre um tendão aumenta, o órgão tendinoso é estimulado. 2. São gerados impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal através de um neurônio sensitivo, entrando no corno posterior. 3. Na medula espinal, o neurônio sensitivo ativa um interneurônio inibitório (relaxa o músculo) que faz sinapse com um neurônio motor. 4. O neurotransmissor inibitório hiperpolariza o neurônio motor, diminuindo a geração de impulsos nervosos. 5. O músculo relaxa e alivia o excesso de tensão, inibe a contração muscular. O reflexo tendinoso também é um reflexo protetor, já que evita a ruptura dos tendões. Ao contrário do reflexo de estiramento, o reflexo tendinoso possui uma via polissináptica. Ele também é ipsolateral. REFLEXO DE RETIRADA E EXTENSOR CRUZADO Reflexo de retirada (flexor ou nocirreflexo) ocorre em resposta a um estímulo doloroso. Esse reflexo não é consciente, ou seja, não vai subir para o cérebro. Acontece em nível medular. Tem-se estímulos dolorosos ou térmicos, NA PELE, chegando no corno posterior. Acontece da seguinte maneira: 1. A sensação dolorosa (por exemplo) promove a estimulação dos dendritos de um neurônio sensível à dor. 2. A seguir, este neurônio sensitivo gera impulsos nervosos, os quais se propagam em direção à medula espinal (corno posterior).3. Na medula espinal, o neurônio sensitivo ativa interneurônios excitatório que se estendem por vários níveis medulares. 4. Os interneurônios ativam neurônios motores em vários segmentos medulares. Consequentemente, os neurônios motores geram impulsos nervosos, que se propagam em direção às terminações axônicas. 5. A acetilcolina liberada pelos neurônios motores causa a contração dos músculos flexores do membro, o que proporciona a retirada do mesmo. Este reflexo é protetor, pois a contração dos músculos flexores afasta o membro da fonte de um potencial estímulo danoso. Via polissináptica, uma vez que para promover a retirada do membro, vários músculos precisam ser ativados. Devido a ativação de vários interneurônios, ele é chamado de intersegmentar. É ipsolateral. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 4 REFLEXO EXTENSOR CRUZADO Outro fenômeno pode acontecer quando você pisa em um prego: você pode começar A PERDER O EQUILÍBRIO à medida que o peso do seu corpo é transferido para o outro pé. Além de iniciar o reflexo de retirada que permite a você retirar o membro, os impulsos nervosos gerados a partir da pisada no prego também iniciam um reflexo extensor cruzado, o qual auxilia na manutenção do equilíbrio, ele funciona do seguinte modo: 1. Quando você pisa no prego, ocorre a estimulação do receptor sensitivo de um neurônio sensível à dor no pé direito. 2. A seguir, esse neurônio gera impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal. 3. Na medula espinal, o neurônio sensitivo ativa vários interneurônios que fazem sinapse com neurônios motores de vários segmentos do lado esquerdo da medula espinal, de modo que os sinais aferentes cruzem para o outro lado da medula. 4. Os interneurônios estimulam neurônios motores, em vários segmentos medulares, que inervam músculos extensores. Os neurônios motores, por sua vez, geram mais impulsos nervosos, os quais se propagam em direção às terminações axônicas. 5. A acetilcolina liberada pelos neurônios motores causa a contração dos músculos extensores da coxa (efetores) do membro inferior esquerdo não estimulado pela dor. Assim, o peso pode ser deslocado para o pé que deve agora sustentar o corpo inteiro. Esse reflexo é contralateral, uma vez que impulsos sensitivos entram por um lado da medula e os impulsos motores saem pelo outro lado. 3) ENTENDER AS PARTES DO ENCÉFALO LIGADO AS VIAS SOMESTÉSICAS (SOMATOSSENSORIAL) O sistema somatossensorial é responsável pelo processamento de informações a respeito do tato, dor, propriocepção (posição do corpo e dos membros) e temperatura. As vias sensitivas somáticas levam informações dos receptores sensitivos somáticos descritos o córtex cerebral e para o cerebelo. Neurônios de primeira ordem: Conduzem impulsos dos receptores somáticos para o tronco encefálico ou para a medula espinal. Impulsos da face, boca, dentes e olhos são propagados para o tronco encefálico pelos nervos cranianos; Impulsos do restante do corpo são propagados para a medula espinal pelos nervos espinais; Neurônios de segunda ordem: conduzem impulsos do tronco encefálico e da medula espinal para o tálamo. Axônios dos neurônios de segunda ordem cruzam no tronco encefálico ou na medula espinal antes de ascenderem para os núcleos posteriores do tálamo. Assim, todas as informações sensitivas somáticas de um lado do corpo alcançam o tálamo no lado oposto. Neurônios de terceira ordem: conduzem impulsos do tálamo para a área somatossensorial primária do córtex no mesmo lado. Os impulsos sensitivos somáticos ascendem para o cortéx por três vias: a via funículo posterior–lemnisco medial, a via anterolateral (espinotalâmica) e a via trigeminotalâmica. FUNÍCULO POSTERIOR–LEMNISCO MEDIAL O FUNÍCULO POSTERIOR é formada por dois tratos: o fascículo grácil e o fascículo cuneiforme. Os tratos do funículo posterior conduzem impulsos nervosos associados a tato discriminativo, pressão leve, vibração e propriocepção consciente (a percepção consciente das posições e movimentos dos músculos, tendões e articulações). APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 5 O fascículo grácil emite informações dos membros inferiores e grande parte do tronco, até a região torácica baixa e abdominal. O fascículo cuneiforme é responsável por levar informações dos membros superiores, região torácica alta e região cervical. Ao chegar no nível cervical surge então o fascículo cuneiforme que se une ao grácil e ambos levam as informações supracitadas ao cérebro. CAMINHO: 1. O funículo posterior (axônios dos neurônios de 1ª ordem) possui duas partes: o fascículo cuneiforme (que leva os impulsos dos membros e tórax superiores para o núcleo cuneiforme do bulbo) e o fascículo grácil (que leva os impulsos dos membros e tórax inferiores para o núcleo grácil do bulbo). 2. No bulbo, os neurônios de 2ª ordem atravessam para o lado oposto do bulbo e entram no lemnisco medial. 3. Do bulbo, vai até a porção ventral do tálamo, onde fazem sinapse com o neurônio de 3 ordem que levam a informação para o córtex. VIA ANTEROLATERAL (ESPINOTALÂMICA) O TRATO ESPINOTALÂMICO se divide em lateral e anterior e transmite impulsos nervosos relacionados com dor, calor, frio, prurido, cócegas, pressão profunda e tato grosseiro. Nessa via, os receptores se estendem para a medula e ascendem para o bulbo do lado oposto do corpo. CAMINHO: 1. Os corpos celulares dos neurônios de primeira ordem se encontram no gânglio sensitivo do nervo espinal. Seus terminais formam sinapse com os neurônios de segunda ordem, cujos corpos celulares estão localizados no corno posterior da medula espinal. 2. Os axônios dos neurônios de segunda ordem atravessam para o lado oposto da medula espinal. Eles ascendem para o tronco encefálico através do trato espinotalâmico. 3. Os axônios dos neurônios de segunda ordem terminam nos núcleos ventrais posteriores do tálamo, onde formam sinapses com os neurônios de terceira ordem, que formam projeções para as áreas somatossensoriais no mesmo lado do córtex. VIA TRIGEMINOTALÂMICA Via aferente para o córtex. Por essa via, passam impulsos provenientes da face, da cavidade oral, da cavidade nasal e dos dentes. CAMINHO: 1. Os neurônios de 1ª ordem se estendem dos receptores sensitivos somáticos para a ponte através dos nervos trigêmeos (V). Seus corpos celulares se encontram no gânglio trigeminal. Seus terminais axônicos formam sinapses com neurônios de segunda ordem na ponte ou bulbo. 2. Os axônios dos neurônios de 2ª ordem atravessam para o lado oposto da ponte e do bulbo. Ascendem como o trato trigeminotalâmico para os núcleos ventrais do tálamo. 3. No tálamo, os terminais axônicos dos neurônios de 2ª ordem formam sinapses com neurônios de 3ª ordem, que projetam seus axônios para a área somatossensorial primária no córtex cerebral no mesmo lado do tálamo. VIAS SENSITIVOSSOMÁTICAS PARA O CEREBELO O trato espinocerebelar posterior e o trato espinocerebelar anterior são as duas principais rotas que os impulsos proprioceptivos tomam para chegar ao cerebelo, a partir da medula espinal. Embora eles não sejam percebidos conscientemente, os impulsos sensitivos que chegam ao cerebelo por essas duas vias são críticos para a postura, o equilíbrio e a coordenação dos movimentos precisos. REFERÊNCIAS: MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2014. SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Compartilhar