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Ana Luiza Bittencourt 
 
DIREITO CIVIL II - TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO II 
 
Negócio Jurídico 
 
- Negócio Jurídico = "a declaração de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de 
existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento 
jurídico pretendidos pelo agente." (GAGLIANO, 2021, p.700) > ex.: casamento > é um negócio jurídico 
em que a vontade precisa ser expressa por meio do “sim” ou “não”. 
 
- Obs.: a manifestação da vontade em alguns casos pode ser tácita > gestos são suficientes para 
confirmar a vontade > porém existem casos em que a lei exige que esta manifestação seja escrita ou 
falada. 
 
- Classificações: 
 
Quanto ao número de declarantes: 
● Unilateral: só uma pessoa precisa declarar a vontade > ex.: testamento 
● Bilateral: precisa de 2 pessoas declarando a vontade > ex.: compra e venda. Os negócios 
jurídicos bilaterais ainda podem ser divididos em: 
- Simples: somente uma parte aufere vantagens > ex.: doação. 
- Sinalagmático (reciprocidade de relações): as duas partes possuem direitos e 
obrigações > ex.: compra e venda. 
● Plurilateral: precisa de + de 2 pessoas declarando a vontade > ex.: contrato de sociedade 
 
Quanto às vantagens patrimoniais: 
● Gratuitos: somente uma das partes é beneficiada > doação pura 
● Onerosos: contrato de empreitada 
 
Quanto à forma: 
● Formais ou solenes: a lei exige/fixa formalidade > ex.: casamento > “Art. 1.534. A solenidade 
realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo 
menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e 
consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.” 
● Não formais/forma livre: lei não exige formalidade > ex.: doação de bem móvel 
 
Quanto ao momento de produção de efeitos: 
● Inter vivos (entre vivos): efeito imediato > ex.: compra e venda 
● Mortis causa: os efeitos só ocorrem pós morte > ex.: testamento 
 
Quanto à existência: 
● Principal: existe por si só > ex.: contrato de locação 
● Acessório: depende do principal > ex.: fiança > se a locação for nula, a fiança também será. 
 
- “Escada Ponteana” de Pontes de Miranda > ao analisar um negócio jurídico, é preciso olhar em 3 
planos, que são totalmente independentes. 
● Existência: precisa ter elementos constitutivos 
● Validade: precisa ter conformidade com o ordenamento 
● Eficácia: produção imediata de efeitos 
 
Plano de Existência (elementos constitutivos): 
 
- Manifestação de vontade: 
● Expressa: escrita, falada, gestos sinais 
● Tácita: resulta do comportamento 
● Obs.: manifestação de vontade com algum vício tem validade? Art. 151. A coação, para viciar 
a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente 
e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
● Obs.: e o silêncio? Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos 
o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Exemplo com a doação: 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. 
Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á 
que aceitou (...) > pessoa tá doando e estabelece um prazo de 10 dias para a outra parte 
aceitar ou não a doação > se a outra parte não responde, então é considerado como doação 
aceita. 
● Obs.: Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a 
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, 
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado > vender um celular sabendo que 
possui defeito, mas não informar isso ao consumidor. 
 
- Agente emissor da vontade: 
● Pessoa Física ou Pessoa Jurídica 
 
- Objeto: 
● Conteúdo; 
● Bem, serviço; 
● Objeto deve ser lícito 
 
- Forma: 
● Meio pelo qual a declaração (manifestação de vontade) se exterioriza. 
 
Interpretação do negócio jurídico: IMPORTANTE 
 
- Boa-fé objetiva: baseada naquilo que a sociedade espera de você > que você seja ético, que respeite 
princípios > Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada 
do que ao sentido literal da linguagem + Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados 
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Obs.: a boa-fé é uma presunção relativa > admite prova contrária. 
 
- Venire contra factum proprium (proibição de comportamento contraditório) > má-fé > você fala que 
vai fazer algo e depois se contradiz, fazendo outra coisa. Um dos aspectos deste princípio é que 
ninguém pode se beneficiar da própria torpeza (desonestidade, indignidade) > ex.: 
- Autonomia privada: o negócio jurídico é a nossa manifestação de vontade por meio de situações 
jurídicas (dentro da lei) 
Plano da validade 
 
- Um negócio jurídico válido é aquele com conformidade com o ordenamento. 
 
- Os pressupostos de validade estão no art. 104, complementado pelo art. 105. 
 
- É preciso ter um agente capaz (capacidade civil//representação de PJ); um objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável e é preciso que esteja escrito na lei ou que não seja proibido por ela. 
 
Plano da Eficácia 
 
- Produção imediata de efeitos. 
 
- Em regra, os efeitos são imediatos, porém existem exceções: condição, termo e encargo: 
- Condição: evento futuro incerto; 
- Termo: evento certo > “vou te entregar daqui a 1 mês” 
- Encargo: se a pessoa deixa de cumprir o encargo, o negócio jurídico de nada vale. 
 
Revisão do conteúdo no Código Civil 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; Maior de 16 anos ou, caso for menor, se for assistido ou representado. 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; Lícito = dentro da lei; Possível = tem como se 
materializar. Determinado = você quantifica, descreve, fala o que é o objeto do negócio, exemplo: em 
uma venda de cereais admite-se até não especificar a qualidade do café vendido (se do tipo A ou B), 
mas o seu gênero (café) e quantidade (em sacas) devem ser indicados. 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. Precisa estar em conformidade com a lei ou ser sobre algo 
que a lei não proíba. 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do 
direito ou da obrigação comum. Não se pode utilizar um menor de idade para se beneficiar, salvo 
quando têm um objeto em comum. 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar 
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Algo que a princípio parece impossível, 
mas depois se observa que é possível. Ex.: dar um 1 carro para quem correr 100m em 10s no dia de 
hoje > impossível se a pessoa não tem o preparo, mas e você dar 1 ano para ela treinar, torna-se 
possível. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. A manifestação da vontade pode ser de qualquer tipo, mas em alguns casos 
previstos em lei deve obedecer as exigências da lei > ex.: contrato de compra e venda de um móvel 
deve ser um contrato escrito, e não falado. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. FORMA. É preciso de 
escritura feita em cartório quando o objeto for superior a 30x o salário mínimo. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é 
da substância do ato. FORMA. Alguns negócios jurídicos precisam da verificaçãodo cartório // 
instrumento particular é aquele feito por qualquer um. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Reserva mental é quando 
você declara algo que não quer > geralmente por má-fé > ex.: casamento com gringo apenas para ter 
greencard, mas você não fala isso pra pessoa que tá casando > neste caso, o negócio jurídico existe. 
Porém, quando o destinatário sabe da reserva mental (conluio) o negócio não vale nada > se for 
comprovado que as duas partes do casamento sabiam sobre o greencard, este casamento seria um 
ato nulo. Quando a parte não sabia da reserva mental: negócio jurídico com validade. Quando a parte 
sabia da reserva mental: negócio jurídico nulo. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa. Em alguns casos, quem cala consente. Em outros, é 
preciso de algo mais “concreto”; escrito. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao 
sentido literal da linguagem. Valoriza-se a boa-fé. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, 
de 2019) 
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; “venire contra 
factum proprium” 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das 
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações 
disponíveis no momento de sua celebração. Ex.: no contrato de compra e venda houve um erro de 
digitação que, ao invés de estar escrito um milhão, está escrito mil reais > é razoável entender que 
uma Ferrari nunca custaria mil reais. Existem conceitos jurídicos indeterminados > a lei apresenta um 
conceito, mas não o conceitua > ex. razoável; usos; costumes > interpretação do juiz. 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de 
integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019). As partes podem fazer pactos sem seguir a lei, desde que não seja ilícito = autonomia privada. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. Um negócio jurídico 
benéfico é aquele que trás benefício para a parte sem contraprestação > ex.: doação. Essas duas coisas 
só admitem uma interpretação restrita > a pessoa já está abrindo mão de algo, então não pode ampliar 
isso. Ex.: você fala com a pessoa que vai doar o celular pra uma pessoa, mas depois a pessoa reclama 
porque não foi dado o carregador deste aparelho > deve ser feita uma interpretação estrita.

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