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Saúde do Adulto I 1 Gastroenterologia DEFINIÇÃO Dispepsia: alteração da digestão Conjunto heterogêneo de sintomas sugestivos de afecção do trato digestivo superior Expressão clínica do grupo de doenças que acomete a região gastroduodenal e seus diagnósticos diferenciais CONSIDERAÇÕES GERAIS Bastante frequente na prática médica 15-40% população adulta Brasil: 40.9% QP em 25% das consultas Baixa morbidade (↓qualidade de vida) DISPEPSIAS Consenso de roma IV, no qual se baseia para definir os critérios de dispepsia funcional Secundária: quando identifico a patologia de base, alteração estrutural, alteração orgânica que justifica os sintomas do paciente Funcional: quando não identifica uma patologia de base Associada ao H. pylori: se tem um paciente que tem queixas dispépticas e tem H. pylori positivo. Primeiramente deve-se pensar que as queixas dispépticas estão associadas ao H. pylori, se os pacientes melhora completamente das queixas dispépticas após o tratamento, confirma que a dispepsia está associada ao H. pylori. Se o paciente não melhora após o tratamento, ele tem uma dispepsia funcional ABORDAGEM DIAGNÓSTICA Anamnese/ exame físico: Sinais de alarme: Perda de peso inexplicada Vômitos recorrentes Disfagia Anemia Sangramentos Presença de massas Idade > 45-50 anos (a depender do consenso) Checar uso de AINES ou ATB Atenção à população idosa: sintomas atípicos Investigação complementar: Parasitológico de fezes (ou tratamento antiparasitário empírico) Laboratório: hemograma, TOTL, AC dça celíaca USG abdome EDA com pesquisa de H. pylori Plenitude/ empachamento pós-prandial Dor/desconforto epigástrica Saciedade precoce Náuseas e vômitos Distensão abdominal Eructações Dispepsia + sinais de alarme = EDA Saúde do Adulto I 2 CLASSIFICAÇÃO Critérios para dispepsia funcional baseados no ROMA IV: OBS: 1 ou mais dos sintomas acima. Se o paciente tem isso presente nos últimos 3 meses, tendo iniciado o quadro apenas 6 meses, fecha o diagnóstico para dispepsia funcional. Desde que, exclua antes as doenças secundárias Dispepsia funcional: 1. SD desconforto pós-prandial: Plenitude pós-prandial, após refeições regulares, pelo menos 3x/semana Saciedade precoce, que impede o término de uma refeição regular, pelo menos 3x/semana. OBS: 1 ou ambos os critérios 2. Síndrome da dor epigástrica: Dor ou ardor epigástrico que impacta as atividades habituais pelo menos 1x/semana FISIOPATOLOGIA TRATAMENTO Não existe uma terapêutica que seja completamente eficaz e curativa Objetivo: alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida Tratamento farmacológico: <60% dos pacientes melhoram com o tratamento clínico 25-60% dos pacientes melhoram com placebo Deve ser individualizado, conforme os sintomas dominantes Terapia farmacológica de 1º linha: Plenitude pós-prandial Saciedade precoce Dor/queimação epigástrica Pode haver sobreposição de sintomas- Dispepsia mista Saúde do Adulto I 3 Tratamento H, pylori: OBS: não significa que tratando H. pylori vai melhorar as queixas de dispépticas. Porque nesse caso não tinha dispepsias relacionadas a H. pylori, na verdade é uma dispepsia funcional Alternativas terapêuticas: Antidepressivos: 1. Associação com distúrbios psicológicos 2. Efeito analgésico central – dor neuropática visceral Acotiamida: Procinético promissor, subgrupo de pcts com Sd desconforto pós- prandial Relaxantes do fundo gástrico: Sumatriptano; buspirona Terapias complementares: Acupuntura Hipnoterapia Terapia cognitivo-comportamental CONCLUINDO Entidade clínica bastante heterogênea e complexa A limitação no entendimento de seus mecanismos fisiopatogênicos restringe as estratégias terapêuticas Tratamento limitado, pela escassez de estudos bem desenhados que validem a eficácia de novas terapias Os antidepressivos (tricíclicos e IRS) constituem-se em alternativas ao subgrupo de pacientes com DF tipo dor epigástrica e uma nova classe de drogas como a buspirona e acotiamida são terapêuticas promissoras especiamente no subgrupo com Sd desconforto pós-prandial A melhor estratégia terapêutica idealmente deveria levar em conta os sintomas apresentados, os distúrbios psicológicos associados e a função sensoriomotora gastroduodenal GASTRITE Diagnóstico dado pelo patologista Inflamação no estômago Gastrite do paciente ≠ Gastrite do endoscopista ≠ Gastrite do Patologista 1. Sintomas 2. Achados macroscópicos 3. Infiltrado inflamatório Sintomas dispépticos nem sempre estão associados a achados endoscópicos e histopatológicos Gastrite ≠ Gastropatia (com e sem infiltrado inflamatório) 1. Células inflamatórias 2. Só alterações macroscópicas sem células inflamatórias no exame histopatológico ETIOLOGIA CLASSIFICAÇÃO INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA: Fluoxetina, Citalopram, Sertralina TRICÍCLICOS: Amitriptilina, nortriptilina, imipramina Saúde do Adulto I 4 Gastrite endoscópica enantematosa Gastrite endoscópica erosiva plana Gastrite endoscópica erosiva elevada Saúde do Adulto I 5 Gastrite endoscópica atrófica Gastrite nodular Gastrite hemorrágica GASTRITE CAUSADA PELO H. PYLORI Bactéria gram-negativa Coloniza principalmente o antro Transmissão oral-oral, fecal-oral Infecção principalmente na infância DIAGNÓSTICO TESTES NÃO INVASIVOS Sorologia: É o teste usado nos trabalhos epidemiológicos Não apropriado para avaliar resposta ao tratamento Teste respiratório: Padrão-ouro para diagnóstico e controle de erradicação Sensibilidade e especificidade excedem 95% Cuidado com inibidores da acidez e antibióticos (suspender 2 e 4 semanas antes, respectivamente) Pesquisa de antígeno fecal: Indicações e limitações semelhantes ao teste respiratório TESTES INVASIVOS Cultura: Único método com 100% de especificidade Demorado, alto custo Teste rápido da uréase: Rápido, simples realização, baixo custo Cuidado com o uso de IBP e antibióticos Saúde do Adulto I 6 Histologia: Padrão-ouro: 2 fragmentos (corpo e antro) – Consenso Brasileiro Sensibilidade também é afetada pelo uso de IBP e antibióticos Método molecular: Atualmente restrito Identifica fatores de virulência como a proteína de superfície CagA e a citocina vacuolizante VacA TRATAMENTO DOENÇAS ASSOCIADAS GASTRITE CRÔNICA POR H. PYLORI GASTRITE ATRÓFICA GASTROPATIA POR AINE IBP em dose standard +1 g amoxicilina + 500mg de claritromicina, 2x/dia
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