WBA0127_v2.0 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, SANITÁRIA E AMBIENTAL APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Anderson da Silva Rêgo Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz Caro aluno! Seja muito bem-vindo à disciplina de Vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental! Esta disciplina é dividida em quatro temas distintos eestá centrada nas atividades de compreensão do contexto escolar da Estrutura da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Sistemas de Inspeção Municipal, Estadual e Federal. As aulas abordarão questões inerentes à estruturação do órgão de inspeção nacional e suas distribuições para as redes estaduais e municipais. Neste conteúdo você estudará sobre as principais diretrizes de pactuação e a discrição dos diretórios nacionais com base nos artigos que necessitam de avaliação da vigilância sanitária para que possam ser comercializados no país e que possuem risco à saúde da população. Não obstante, a fiscalização se estende às principais infraestruturas das regiões, sejam elas comerciais, industriais, serviços de interesse à saúde e de lazer. O conteúdo está embasado em leituras atuais, de acordo com protocolos governamentais brasileiros e de evidências científicas. Além disso, serão recomendadas leituras para aprimoramento do conteúdo a ser ministrado, da teoria à prática, com casos relacionados à aula e questões práticas para entendimento da temática abordada. Ademais, a disciplina ofertará o desafio profissional, questão para fórum e podcast para melhor compreensão da temática abordada durante a ministração da disciplina. 3 Bons estudos e que o conhecimento que será adquirido nesta disciplina seja enriquecedor para sua carreira profissional! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Epidemiologia e informação em saúde ______________________________________________________________ Autoria: Marceila de Andrade Fuzissaki Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz 5 DIRETO AO PONTO A palavra epidemiologia deriva do grego (epi = sobre; demos = população, povo; logos = estudo). Portanto, em sua etimologia, significa “estudo do que ocorre em uma população”. O estudo da epidemiologia é referente ao processo de ocorrência de doenças, mortes ou quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade ou em um determinado grupo integrante dessa comunidade. Tem como objetivo definido a apresentação de estratégias que visem melhorar o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Em relação aos aspectos que envolvem a epidemiologia, convém destacar que ela pode ser descritiva, ou seja, quando o estudo epidemiológico tem como meta analisar o padrão de ocorrência de doenças de acordo com três vertentes, a saber: as pessoas, o tempo e espaço. Portanto, é um estudo que visa responder as perguntas: quem? Quando? Onde? Esse padrão de ocorrência das doenças pode ser alterado ao longo do tempo, desencadeando uma estrutura epidemiológica que resulta no padrão de ocorrência da doença na população, originário da interação entre fatores do meio ambiente, hospedeiro e do agente causador da doença (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Outro tipo de estudo epidemiológico é o analítico. Ele surgiu em meados do século XX, quando ocorreu uma mudança no perfil epidemiológico de grande parte das populações e houve a necessidade de enfatizar outros tipos de doenças, agravos e eventos. O avanço tecnológico, incluindo o surgimento dos pacotes computacionais, contribuiu para que esse tipo de estudo conquistasse um espaço de destaque. O estudo analítico engloba estudos de coorte e caso controle com o objetivo de buscar explicações (causas) para a ocorrência das doenças e 6 agravos. Quando o estudo epidemiológico analítico é comparado ao descritivo, há uma desvalorização indevida desse último em detrimento da importância dada à epidemiologia analítica devido ao seu importante papel para o diagnóstico de saúde da população (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Para a realização de estudos epidemiológicos são utilizados os indicadores de saúde, que são dados que podem representar uma mensuração matemática (indicadores baseados em mensurações absolutas e relativas), interpretação epidemiológica (prevalência ou incidência) e tipos de indicadores (indicadores de fatores de risco comportamentais, morbidade, mortalidade e de avaliação dos serviços de saúde) (OPAS, 2020). Ao considerarmos os tipos de indicadores, é importante destacar que os indicadores são classificados de acordo com o evento a ser mensurado. Outro aspecto relevante a ser mencionado é relacionado a sua utilidade e limitação, que podem ser representados em quatro domínios, como ilustrado na Figura 1. Figura 1 – Demonstração da utilidade e limitações dos indicadores de saúde, em quatro domínios Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (2020). Existe uma ampla lista de indicadores de saúde, entretanto, abordaremos neste capítulo a diferenciação entre o indicador de morbidade e de mortalidade. Por exemplo, o indicador de morbidade tem como propósito mensurar a ocorrência de doenças, lesões e deficiências na população, as quais podem ser analisadas pela mensuração da incidência e prevalência. A 7 realização do cálculo das taxas de morbidade demanda uma observação direta, bem como a notificação dos eventos aos sistemas de vigilância e notificação de doenças nos sistemas de informação de ambulatórios, hospitais ou em outros registros (OPAS, 2020). Algumas intercorrências podem acontecer durante a mensuração dos eventos de morbidade e isto pode ser atribuído à qualidade dos dados, à validade dos instrumentos de mensuração, à gravidade da doença, normas culturais, confidencialidade, sistemas de informação em saúde. São considerados como indicadores de morbidade: taxa de diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), taxa de prevalência da hipertensão arterial, proporção de internações hospitalares por causas externas (OPAS, 2020). Em relação ao indicador de mortalidade, são dados que representam uma fonte fundamental de informação demográfica, geográfica e de causa de morte. Tais dados são utilizados para quantificar os problemas de saúde e determinar ou monitorar prioridades ou metas em saúde. Convém destacar que a mortalidade em determinado lugar e tempo pode ser mensurada por números absolutos, proporções e taxas. Diferentemente da morbidade, a morte é um evento único e claramente identificável que reflete a ocorrência e a gravidade de uma doença (OPAS, 2020). Referências bibliográficas ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Indicadores de saúde: elementos conceituais e práticos. 2020. Disponível em: https://www. paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402: health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section- 2&Itemid=0&showall=1&lang=pt. Acesso em: 26 ago. 2020. SOARES, D. A. S.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Epidemiologia e indicadores de saúde. Londrina: UEL, 2001, p. 183-210. https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept 8 PARA SABER MAIS Uma forma de se compreender como ocorre o processo de saúde/doenças na comunidade é por meio da elaboração de um diagnóstico comunitário de saúde, que se diferencia do diagnóstico clínico no quesito de objetivos, informação necessária, planos de ação e