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WBA0127_v2.0 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, SANITÁRIA E AMBIENTAL APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Anderson da Silva Rêgo Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz Caro aluno! Seja muito bem-vindo à disciplina de Vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental! Esta disciplina é dividida em quatro temas distintos eestá centrada nas atividades de compreensão do contexto escolar da Estrutura da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Sistemas de Inspeção Municipal, Estadual e Federal. As aulas abordarão questões inerentes à estruturação do órgão de inspeção nacional e suas distribuições para as redes estaduais e municipais. Neste conteúdo você estudará sobre as principais diretrizes de pactuação e a discrição dos diretórios nacionais com base nos artigos que necessitam de avaliação da vigilância sanitária para que possam ser comercializados no país e que possuem risco à saúde da população. Não obstante, a fiscalização se estende às principais infraestruturas das regiões, sejam elas comerciais, industriais, serviços de interesse à saúde e de lazer. O conteúdo está embasado em leituras atuais, de acordo com protocolos governamentais brasileiros e de evidências científicas. Além disso, serão recomendadas leituras para aprimoramento do conteúdo a ser ministrado, da teoria à prática, com casos relacionados à aula e questões práticas para entendimento da temática abordada. Ademais, a disciplina ofertará o desafio profissional, questão para fórum e podcast para melhor compreensão da temática abordada durante a ministração da disciplina. 3 Bons estudos e que o conhecimento que será adquirido nesta disciplina seja enriquecedor para sua carreira profissional! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Epidemiologia e informação em saúde ______________________________________________________________ Autoria: Marceila de Andrade Fuzissaki Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz 5 DIRETO AO PONTO A palavra epidemiologia deriva do grego (epi = sobre; demos = população, povo; logos = estudo). Portanto, em sua etimologia, significa “estudo do que ocorre em uma população”. O estudo da epidemiologia é referente ao processo de ocorrência de doenças, mortes ou quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade ou em um determinado grupo integrante dessa comunidade. Tem como objetivo definido a apresentação de estratégias que visem melhorar o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Em relação aos aspectos que envolvem a epidemiologia, convém destacar que ela pode ser descritiva, ou seja, quando o estudo epidemiológico tem como meta analisar o padrão de ocorrência de doenças de acordo com três vertentes, a saber: as pessoas, o tempo e espaço. Portanto, é um estudo que visa responder as perguntas: quem? Quando? Onde? Esse padrão de ocorrência das doenças pode ser alterado ao longo do tempo, desencadeando uma estrutura epidemiológica que resulta no padrão de ocorrência da doença na população, originário da interação entre fatores do meio ambiente, hospedeiro e do agente causador da doença (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Outro tipo de estudo epidemiológico é o analítico. Ele surgiu em meados do século XX, quando ocorreu uma mudança no perfil epidemiológico de grande parte das populações e houve a necessidade de enfatizar outros tipos de doenças, agravos e eventos. O avanço tecnológico, incluindo o surgimento dos pacotes computacionais, contribuiu para que esse tipo de estudo conquistasse um espaço de destaque. O estudo analítico engloba estudos de coorte e caso controle com o objetivo de buscar explicações (causas) para a ocorrência das doenças e 6 agravos. Quando o estudo epidemiológico analítico é comparado ao descritivo, há uma desvalorização indevida desse último em detrimento da importância dada à epidemiologia analítica devido ao seu importante papel para o diagnóstico de saúde da população (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Para a realização de estudos epidemiológicos são utilizados os indicadores de saúde, que são dados que podem representar uma mensuração matemática (indicadores baseados em mensurações absolutas e relativas), interpretação epidemiológica (prevalência ou incidência) e tipos de indicadores (indicadores de fatores de risco comportamentais, morbidade, mortalidade e de avaliação dos serviços de saúde) (OPAS, 2020). Ao considerarmos os tipos de indicadores, é importante destacar que os indicadores são classificados de acordo com o evento a ser mensurado. Outro aspecto relevante a ser mencionado é relacionado a sua utilidade e limitação, que podem ser representados em quatro domínios, como ilustrado na Figura 1. Figura 1 – Demonstração da utilidade e limitações dos indicadores de saúde, em quatro domínios Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (2020). Existe uma ampla lista de indicadores de saúde, entretanto, abordaremos neste capítulo a diferenciação entre o indicador de morbidade e de mortalidade. Por exemplo, o indicador de morbidade tem como propósito mensurar a ocorrência de doenças, lesões e deficiências na população, as quais podem ser analisadas pela mensuração da incidência e prevalência. A 7 realização do cálculo das taxas de morbidade demanda uma observação direta, bem como a notificação dos eventos aos sistemas de vigilância e notificação de doenças nos sistemas de informação de ambulatórios, hospitais ou em outros registros (OPAS, 2020). Algumas intercorrências podem acontecer durante a mensuração dos eventos de morbidade e isto pode ser atribuído à qualidade dos dados, à validade dos instrumentos de mensuração, à gravidade da doença, normas culturais, confidencialidade, sistemas de informação em saúde. São considerados como indicadores de morbidade: taxa de diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), taxa de prevalência da hipertensão arterial, proporção de internações hospitalares por causas externas (OPAS, 2020). Em relação ao indicador de mortalidade, são dados que representam uma fonte fundamental de informação demográfica, geográfica e de causa de morte. Tais dados são utilizados para quantificar os problemas de saúde e determinar ou monitorar prioridades ou metas em saúde. Convém destacar que a mortalidade em determinado lugar e tempo pode ser mensurada por números absolutos, proporções e taxas. Diferentemente da morbidade, a morte é um evento único e claramente identificável que reflete a ocorrência e a gravidade de uma doença (OPAS, 2020). Referências bibliográficas ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Indicadores de saúde: elementos conceituais e práticos. 2020. Disponível em: https://www. paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402: health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section- 2&Itemid=0&showall=1&lang=pt. Acesso em: 26 ago. 2020. SOARES, D. A. S.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Epidemiologia e indicadores de saúde. Londrina: UEL, 2001, p. 183-210. https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14402:health-indicators-concept 8 PARA SABER MAIS Uma forma de se compreender como ocorre o processo de saúde/doenças na comunidade é por meio da elaboração de um diagnóstico comunitário de saúde, que se diferencia do diagnóstico clínico no quesito de objetivos, informação necessária, planos de ação eestratégia de avaliação. Por exemplo, o diagnóstico clínico tem como objetivo curar a doença da pessoa. O seu diagnóstico é individual e realizado por meio da história clínica, exame físico e exames complementares do indivíduo. O plano de ação visa o tratamento e a reabilitação, e a avaliação contempla o acompanhamento clínico (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). O diagnóstico comunitário (DC) tem como objetivo melhorar o nível de saúde da comunidade. Para determinação do diagnóstico são necessárias informações referentes aos dados sobre a população, doenças existentes, causas de morte e serviços de saúde. O plano de ação visa atender programas de saúde prioritários e a avaliação é pautada nas mudanças quanto ao estado de saúde da população. O DC é uma ferramenta indispensável para o planejamento das ações de saúde em uma determinada localidade. Sua identificação é uma etapa primordial para se conhecer a realidade de saúde do território e dos fatores que influenciam o processo saúde e doença nessa área (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Ele representa o método necessário para organizar o processo de trabalho de equipes multiprofissionais de saúde, na atenção primária, os quais enfrentam problemas heterogêneos, bem como necessidades diferentes e perfis complexos de vulnerabilidade social. O DC engloba a identificação de problemas, necessidades e recursos disponíveis na comunidade ou em um território de 9 inserção de equipes de atenção primária. Outro importante aspecto a ser mencionado é que para que o diagnóstico situacional da comunidade seja realizado, há a necessidade da participação ativa do controle social, bem como dos profissionais de saúde e do gestor. É muito importante que haja a participação da comunidade desde a fase inicial de planejamento, bem como nas etapas de discussão dos resultados do diagnóstico e na priorização das ações a serem executadas (ROZIN, 2019). O diagnóstico de saúde produzido servirá de base para nortear as intervenções da assistência sanitária, as quais podem ocorrer pela implementação dos programas de saúde. Ao tomar conhecimento dos riscos, agravos, indicadores de saúde, dinâmica da comunidade e recursos disponíveis, deve-se priorizar as reais necessidades do cuidado (ROZIN, 2019). Portanto, é fundamental identificar o diagnóstico comunitário, a fim de compreender o processo saúde/doença que envolve uma determinada comunidade, bem como elaborar o planejamento de ações e estratégias de saúde que visem melhorar o seu nível de saúde. Referências bibliográficas ROZIN, L. Políticas de saúde no Brasil: da história ao atual Sistema Único de Saúde. Beau Bassin/ Mauritius: Novas Edições Acadêmicas, 2019. Cap. 7, p. 99-114. SOARES, D. A. S.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Epidemiologia e indicadores de saúde. Londrina: UEL, 2001. p. 183-210. TEORIA EM PRÁTICA Os profissionais da saúde atuantes na maternidade de um hospital universitário, em última reunião mensal com a coordenação, foram convocados a analisar a situação real sobre a 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina qualidade da assistência. Os seguintes dados foram apresentados a eles: 1. Percentual de cirurgias cesarianas: 61%. 2. Percentual de parto normal: 9%. 3. Percentual de parturientes que utilizam algum método não farmacológico de alívio da dor: 35%. 4. Percentual de acompanhante durante o parto vaginal: 91%. 5. Percentual de episiotomia: 9%. Diante desses dados, reflita: Defina esses dados. Quando se pensa na representatividade desses dados, qual(is) cuidado(s) deve(m) ser dispensado(s)? Como interpretá-los? Diante desses dados e após sua interpretação e discussão, qual o próximo passo a ser seguido? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este artigo científico tem como objetivo descrever a percepção dos gestores de unidades de saúde quanto à utilização dos indicadores de saúde em suas ações de planejamento e controle dos serviços de saúde. Recomenda ações institucionais para que a utilização dos indicadores de saúde seja mais efetiva como forma de instrumento de gestão das unidades do serviço público de saúde. LIMA, K. W. S.; ANTUNES, J. L. F.; SILVA, Z. P. Percepção dos gestores sobre o uso de indicadores nos serviços de saúde. Saúde soc., São Paulo, v. 24, n. 1, p. 61-71, mar. 2015. Indicações de leitura 11 Indicação 2 Este artigo científico aborda as questões relacionadas à gestão em saúde e a importância dos sistemas de informação em saúde para o processo de tomada de decisão. O artigo apresenta alguns subtemas que abordam questões relacionadas às práticas da gestão, o olhar dos gestores de saúde quanto aos sistemas de informações, o cotidiano da gestão de saúde, dentre outros aspectos. PINHEIRO, A. L. S. et al. Gestão da saúde: o uso dos sistemas de informação e o compartilhamento de conhecimento para a tomada de decisão. Texto Contexto Enferm, 2016; 25(3):e3440015. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O estudo da epidemiologia é referente ao processo de ocorrência de doenças, mortes ou quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade, ou em um 12 determinado grupo integrante dessa comunidade, e que tem como objetivo, segundo Soares, Andrade, Campos (2001). a. Apresentação de estratégias que visem melhorar o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade. b. Avaliação de medidas que visem melhorar o nível de saúde de uma pessoa. c. Planejamento de ações que visem prevenir complicações individuais. d. Elaboração e planejamento de medidas que visem melhorar o nível de saúde dos profissionais de saúde. e. Identificação de estratégias que visem melhorar o nível educacional e cultural das pessoas que compõem essa comunidade. 2. O diagnóstico clínico tem como objetivo: a. Aliviar as dores articulares e motoras das pessoas. b. Curar as emoções das pessoas pertencentes à comunidade. c. Curar a doença da pessoa. d. Curar as enfermidades dos profissionais de saúde pertencentes à comunidade. e. Aliviar as doenças gastrointestinais das pessoas. GABARITO Questão 1 - Resposta A Resolução: O estudo da epidemiologia é referente ao processo de ocorrência de doenças, mortes ou quaisquer outros agravos ou situações de risco à saúde na comunidade, 13 ou em um determinado grupo integrante dessa comunidade, e que tem como objetivo a apresentação de estratégias que visem melhorar o nível de saúde das pessoas que compõem essa comunidade (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). Questão 2 - Resposta C Resolução: O diagnóstico clínico tem como objetivo curar a doença das pessoas. TEMA 2 Doenças de notificação obrigatória e PNI ______________________________________________________________ Autoria: Marceila de Andrade Fuzissaki Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz 15 DIRETO AO PONTO O conceito de vigilância em saúde pública emergiu ao final do século XIX com o conhecimento sobre a transmissibilidade das doenças infecciosas. No Brasil, utilizou-se inicialmente os termos “vigilância médica” e, posteriormente, “sanitária”. E, a partir dos anos 1950, o termo vigilância passou a ter um significado mais amplo: acompanhar sistematicamente a incidência e a distribuição das doenças por meio dos registros de mortalidade e morbidade, bem como de outros dados importantes para a saúde pública. Evidencia-se, portanto, que essadefinição englobava apenas o alerta e a orientação à autoridade de saúde. Já em 1968 a vigilância foi identificada como uma função essencial em saúde pública e foi definida de maneira mais ampla: estudo epidemiológico do processo das doenças que incluía o agente etiológico, o hospedeiro, o reservatório e os vetores e o seu mecanismo de disseminação. Nesse momento, a vigilância sanitária se restringiu às ações nas áreas de portos e fronteiras e também no controle de produtos e serviços relacionados à saúde da sociedade. E a vigilância epidemiológica destinou-se ao controle de casos e contatos embasado na clínica e na epidemiologia (ARREZA; MORAES, 2010). Nos anos 1980, a vigilância foi definida como: coleta, análise e interpretação dos dados quanto aos agravos à saúde da população. De acordo com a Lei 8080/90, a vigilância epidemiológica é definida como ações que possibilitam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer alteração nos determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva objetivando indicar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos à saúde (ARREZA; MORAES, 2010). Nesse contexto, tem-se o Programa Nacional de Imunização (PNI), criado em 1973, o qual é responsável pela organização da política nacional de vacinação da população brasileira. Esse programa contribuiu de maneira excessiva na diminuição da mortalidade e morbidade decorrente das doenças transmissíveis. Sua contribuição 16 torna-se mais importante no cenário do Sistema Único de Saúde (SUS) ao final de 1980 e quando o município se tornou agente responsável diretamente pelas ações de saúde, o que inclui a vacinação. O PNI engloba vacinas seguras e eficazes para todos os grupos populacionais como as crianças, os adolescentes, os adultos, os idosos e os indígenas (JUNIOR, 2003). A Figura 1 descreve cronologicamente as ações relacionadas ao PNI. Figura 1 - História cronológica sobre as ações que aconteceram no PNI Fonte: Fiocruz (2020). 17 Evidencia-se, portanto, que o PNI inclui constantemente novos imunobiológicos custo-efetivos (JUNIOR, 2003). Referências bibliográficas ARREZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 4, p. 2215- 28, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232010000400036&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 14 out. 2020. JUNIOR, J. B. da S. 40 anos do Programa Nacional de Imunizações: uma conquista da saúde pública brasileira. Epidemiologia, Serviço e Saúde, v. 22, n. 1, p. 7-8, Brasília, jan.-mar. 2003. STEVANIM, L. F. Linha do tempo: vacinação no Brasil. Fiocruz, 2019. Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/ linha-do-tempo-vacinacao-no-brasil. Acesso em: 15 ago. 2020. PARA SABER MAIS A ocorrência de um surto de pneumonia na cidade de Wuhan, na República popular da China, que se iniciou em um mercado de frutos do mar e animais vivos, foi notificada à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 31 de dezembro de 2019, sendo o agente etiológico rapidamente identificado. A primeira reunião foi convocada pela OMS em 23 de janeiro de 2020 e não houve consenso se o evento constituía uma emergência de saúde pública de importância internacional, o que ocorreu na segunda reunião, em 30 de janeiro, com o crescimento no número de casos e de países com casos confirmados. Em fevereiro de 2020 a doença causada pelo novo coronavírus foi denominada COVID-19 devido ao tipo de vírus (coronavírus disease) e o ano (2019). No Brasil o primeiro caso confirmado foi em 26 de fevereiro de 2020 com um total de 488 casos suspeitos notificados, 2 confirmados e 240 descartados, sem evidência de transmissão local (CRODA; GARCIA, 2020). https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232010000400036&script=sci_abstract&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232010000400036&script=sci_abstract&tlng=pt https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/linha-do-tempo-vacinacao-no-brasil https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/reportagem/linha-do-tempo-vacinacao-no-brasil 18 A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) respondeu à epidemia da COVID-19 com o acionamento imediato, em 3 de janeiro, dos Pontos Focais Nacionais do Regulamento Sanitário Internacional da OMS. Em 10 de janeiro, com a avaliação do risco, o evento foi incluído pelo Comitê de Monitoramento de Eventos e, em 22 de janeiro, foi acionado o Comitê de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde para a realização do planejamento e organização das atividades. Em 27 de janeiro o plano de contingência (ou seja, quando se planeja os riscos e tem como objetivo propor medidas a serem tomadas para controlar o quadro e evitar piora dos eventos) foi ativado e, em 3 de fevereiro, declarou- se a epidemia como Emergência em Saúde Pública de Importância. Nesse mesmo mês, publicou-se três boletins epidemiológicos sobre o tema, que incluíram: ações de prevenção e enfrentamento, definição atualizada de caso suspeito. Outras ações também foram realizadas: disponibilização de informações diárias sobre casos suspeitos, descartados e confirmados em meio eletrônico, informações por meio de entrevistas e comunicados (CRODA; GARCIA, 2020). Além disso, o Governo Federal publicou o Decreto n. 10.211, que reativou o Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional, que possui entre as suas atribuições: articulação de medidas de preparação e de enfrentamento às emergências em Saúde Pública no âmbito nacional e internacional. Ainda em janeiro, o Ministério da Saúde abriu processo de licitação para abrir mil leitos em hospitais de referência para atender casos de COVID-19 e publicou edital para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais da saúde (CRODA; GARCIA, 2020). Evidencia-se, portanto, a existência de várias ações realizadas pela vigilância em saúde no Brasil, as quais são fundamentais para conter a propagação de doenças e agravos a saúde. E, atualmente, observamos ações destinadas ao COVID-19 e à pandemia emergente. 19 Referências bibliográficas CRODA, J. H. R.; GARCIA, L. P. Resposta imediata da vigilância em saúde à epidemia da COVID-19. Epidemiologia, Serviço e Saúde, v. 29, n. 1. P. 1-3, Brasília, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S2237-96222020000100100. Acesso em: 14 out. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Com o advento da pandemia do COVID-19, os profissionais da saúde tiveram que rapidamente se capacitar e se qualificar para prestar um atendimento adequado. Entre as ações necessárias que devem ser realizadas por eles está a notificação da doença. Neste contexto, profissionais atuantes em um hospital privado na cidade de Belo Horizonte tiveram reuniões para se capacitarem e entre os temas discutidos estava a questão da notificação. Considerando tal temática, responda as seguintes perguntas: COVID-19 é uma doença de notificação compulsória? Caso positivo, justifique sua resposta. O que deve ser notificado? Quem deve notificar? Como notificar? E quando for óbito, como proceder? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica: emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019. Disponível em: https://portalarquivos.saude.gov.br/ images/af_gvs_coronavirus_6ago20_ajustes-finais-2.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222020000100100 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222020000100100 https://portalarquivos.saude.gov.br/images/af_gvs_coronavirus_6ago20_ajustes-finais-2.pdf https://portalarquivos.saude.gov.br/images/af_gvs_coronavirus_6ago20_ajustes-finais-2.pdf20 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este artigo teve como objetivo descrever as ações feitas pela vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte quanto à epidemia de COVID-19. Por meio dessa leitura, você terá a oportunidade de identificar as ações de vigilância reais e em um dos momentos epidemiológicos mais importantes até a atualidade. Para realizar a leitura, busque pela referência abaixo na internet. CORREA, P. R. L. et al. A importância da vigilância de casos e óbitos e a epidemia da COVID-19 em Belo Horizonte, 2020. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 23, n. E200061, p. 1-12, 2020. Indicação 2 Este artigo discute aspectos relacionados ao modelo da vigilância em saúde, incluindo o conceito operacional de vigilância, a integração das práticas coletivas e individuais, os diferentes níveis de atuação da prática sanitária. Para realizar a leitura, busque pela referência abaixo na internet. PREZA, A. L. V.; MORAES, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 4, p. 2215-28, 2010. Indicações de leitura 21 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O termo vigilância em saúde pública surgiu ao final do século XIX com o conhecimento sobre a transmissibilidade das doenças infecciosas. Em relação a esse termo, podemos afirmar de acordo com Arreza e Moraes (2010): a. Atualmente refere-se à vigilância médica e ambiental. b. Atualmente refere-se à vigilância sanitária e ambiental. c. Atualmente refere-se à vigilância ambiental e saúde do trabalhador. d. Engloba os termos vigilância epidemiológica e vigilância sanitária. e. Engloba a vigilância referente à saúde do trabalhador. 2. No que se refere ao termo vigilância epidemiológica, de acordo com a Lei n. 8080/90, tem-se: a. Ações quanto ao tratamento de doenças infeciosas e parasitárias. b. Permite o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer alteração na saúde do indivíduo, apenas. 22 c. Objetiva propor medidas de combate ao desmatamento de áreas ambientais. d. Inclui ações de planejamento quanto à promoção da saúde e reabilitação de doentes. e. Objetiva indicar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos à saúde. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: No Brasil, utilizou-se inicialmente os termos “vigilância médica” e, posteriormente, “sanitária”. E, a partir dos anos 1950, o termo vigilância passa a ter um significado mais amplo. Em 1968 a vigilância foi identificada como uma função essencial em saúde pública e foi definida de maneira mais ampla, considerando a vigilância sanitária que se restringiu às ações nas áreas de portos e fronteiras e também no controle de produtos e serviços relacionados à saúde da sociedade; e a vigilância epidemiológica que destinou-se ao controle de casos e contatos embasado na clínica e na epidemiologia (ARREZA; MORAES, 2010). Questão 2 - Resposta E Resolução: De acordo com a Lei n. 8080/90, a vigilância epidemiológica é definida como ações que possibilitam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer alteração nos determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, objetivando indicar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos à saúde (ARREZA; MORAES, 2010). TEMA 3 Eixos governamentais, organizacionais e sistemas de inspeção da Anvisa ______________________________________________________________ Autoria: Anderson da Silva Rêgo Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz 24 DIRETO AO PONTO É importante que você tenha o conhecimento de que, mesmo com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Conferência Nacional de Vigilância Sanitária, realizada em 2001, apontou necessidades de um plano estratégico para embasamento das ações da Vigilância Sanitária, com ações integradas às políticas públicas embasadas na Constituição e desenvolvidas em consonância com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A descentralização das ações da Anvisa em todo território nacional foi determinante para que as demandas da crescente urbanização das cidades e o emprego de novas tecnologias, principalmente no início da década XX, pudessem ser utilizadas com segurança, com equipamentos e insumos avaliados e registrados pelo órgão fiscalizador e a preservação ambiental. A I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária previu a necessidade de estruturação das políticas da Anvisa, com movimentos organizacionais locais devido às diversas diferenças culturais, sociais e tecnológicas que estruturavam o país. O levantamento de documentos para delineamento de um plano de trabalho eficaz, em parceria com a diversidade das ações realizadas pelo SUS, era necessário para potencializar as políticas intrínsecas ao trabalho da Anvisa. A Figura 1mostra como delineou-se a criação do Grupo de Trabalho por integrantes do Comitê Consultivo de Vigilância Sanitária e da Comissão Intergestores Tripartite. 25 Figura 1 - Fluxograma do Plano Diretor da Vigilância Sanitária. São Paulo (SP), Brasil, 2020 Fonte: elaborada pelo autor. 26 Referências bibliográficas BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Plano Diretor de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2007. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/ hotsite/pdvisa/pdvisa_livro.pdf. Acesso em: 30 ago. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Contrato de gestão que entre si celebram o Ministério da Saúde/MS e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Anvisa. Diário Oficial da União. Brasília, 10 set. 1999. PARA SABER MAIS É importante que você conheça as ações da Vigilância Sanitária no cenário da proteção à saúde das pessoas no seu contexto cultural e social, como também, nas possibilidades de intervenção educadora do órgão, que perpassa a função fiscalizadora. Como seriam suas práticas, como profissional da saúde ou da gestão em saúde, no contexto das mídias sociais como ferramenta de comunicação? As páginas do Facebook da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e de órgãos estaduais e municipais têm realizado importantes avanços no contexto da disseminação de conteúdos relevantes às práticas de autocuidado e da proteção, frente os riscos sanitários cada vez mais presentes em toda comunidade brasileira. É importante ressaltar que a Anvisa e os órgãos que se estendem as capilaridades urbanas e rurais do território brasileiro buscam desenvolver raciocínio crítico da população, incrementando postagens que instiguem o pensamento do leitor, de maneira que este possa refletir sobre suas atividades cotidianas e as diversidades impostas pela tecnologia, utilizando a comunicação, por meio das mídias sociais, como ferramenta de vigilância sanitária. http://www.anvisa.gov.br/hotsite/pdvisa/pdvisa_livro.pdf http://www.anvisa.gov.br/hotsite/pdvisa/pdvisa_livro.pdf 27 As potencialidades deste tipo de interação ancoram-se na suscitação de narrativas da população, com base no engajamento com a publicação, no seu compartilhamento e na descrição de acontecimentos que ocorreram em seu ambiente de trabalho, lazer, domiciliar, público, como também de estabelecimentos privados e da rede hospitalar e estabelecimentos de saúde. Exemplos importantes sobre as questões de segurança sanitária, expressivas na população, podem decorrer da divulgação de vacinação de animais domésticos contra a raiva, como também, castração e adoção de animais domésticos, que potencializam a redução de risco sanitário à população com base na educação emsaúde e da probabilidade de expandir conhecimento sobre as ações contíguas aos órgãos sanitários. Você já viu alguma publicação de caráter educacional proposto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelos órgãos estaduais e municipais de onde você mora? Na sua rotina cotidiana, presenciou algum risco sanitário na sua cidade, que caberia denúncia e/ou comunicação à rede de fiscalização local? Além das práticas profissionais contíguas à sua formação, sua atribuição como cidadão também se estende às práticas de autocuidado e de preservação do bem-estar. É importante que você saiba das nuances que integram os serviços de saúde sanitário e que estão à disposição da sociedade. Pratique a cidadania e ajude a manter a região que você mora, seu local de trabalho, e entre outros lugares, seguros para todos. Referências bibliográficas VOOS, F. L.; MARQUES, M. C. da C. A vigilância sanitária no Facebook: potências e fragilidades da comunicação do risco sanitário na esfera digital. Saúde e Sociedade, v. 29, n. 1, p. e181173, 2020. Disponível em: https:// www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902020000100315&script=sci_arttext. Acesso em: 14 out. 2020. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902020000100315&script=sci_arttext https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902020000100315&script=sci_arttext 28 TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: hospitais da capital de um estado brasileiro notificaram casos de internação de pessoas com queixas de dores abdominais, náuseas e vômitos, que rapidamente evoluíram para insuficiência renal aguda e alterações neurológicas, da função central e periférica. A suspeita do diagnóstico médico, ancorada nos sinais e sintomas e na evolução clínica dos pacientes, levou a indícios de intoxicação severa, e os primeiros dados sobre os casos foram elucidados a partir do depoimento dos parentes e amigos sobre o início do sintomas e onde as pessoas estavam, o que consumiram e o que faziam. O consumo de bebida alcoólica de produção local foi a causa comum entre os casos, e a conduta dos hospitais manteve-se em registrar os casos no Sistema de Internação Hospitalar (SIH). Qual seria sua conduta de acordo com os casos clínicos e as informações oriundas dos hospitais quanto à evolução clínica e o diagnóstico de intoxicação por um determinado tipo de agente e o mapeamento descrito pelas famílias sobre a rotina diária do paciente antes do início dos sintomas? O desafio deste Teoria em Prática possui duas vertentes: os casos de intoxicação devem ser registrados apenas no SIH ou devem seguir outro protocolo? Com as evidências clínicas e narrativas dos familiares, qual seria a conduta do órgão de Vigilância Sanitária local? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 29 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 O estudo recomendado para leitura aborda as principais queixas técnicas e eventos adversos enviados ao Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária. Trata-se de um estudo documental, retrospectivo e de abordagem quantitativa. Os resultados apresentados pelo estudo, realizado por pesquisadores filiados à Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina, apontam os principais produtos relatados nas queixas técnicas, de acordo com as regiões e seus respectivos estados no território brasileiro. As conclusões apresentadas no estudo evidenciam importantes indicadores de qualidade com base nas queixas e notificações dos consumidores e as estratégias da Vigilância Sanitária na elaboração de normas padronizadas para fabricação, importação ou exportação de produtos, independentemente da origem e/ou material. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. BELINCANTA, M. et al. Queixas técnicas submetidas ao Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 20, 10 dez. 2018. Indicação 2 As principais ideias que permeiam o estudo recomendado para leitura são sobre as questões críticas que embasam as indústrias de cigarro frente às regulamentações impostas pelo Sistema Nacional de Vigilância Santaria do Brasil. Os resultados do estudo analisam os argumentos dos representantes de uma entidade e os contextualizam frente às evidências cientificas, que embasam Indicações de leitura 30 as recomendações do sistema de fiscalização brasileiro. O estudo possui conclusões afirmativas sobre o uso das evidências de forma deturpada para alcançar liberações na fabricação de agentes nocivos à saúde da população. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. LENCUCHA, R.; PONTES, C. de L. The context and quality of evidence used by tobacco interests to oppose ANVISA’s 2012 regulations in Brazil. Global Public Health, v. 13, n. 9, p. 1204– 1215, 2 set. 2018. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A primeira Conferência Nacional de Vigilância Sanitária (Conavisa), realizada em 2001, evidenciou a necessidade de um plano estratégico para nortear as ações em saúde. Com base nesta necessidade, criou-se um Grupo de Trabalho para organização e realização do processo do plano diretório estratégico. Qual a função deste GT no processo de criação do plano? 31 a. O Grupo de Trabalho era responsável por escolher os representantes dos Núcleos Organizador Federal e os Núcleos Organizadores Estaduais, para as oficinas de discussão do plano diretório. b. Como havia oficinas em esfera federal e regional, com estados e municípios, o Grupo de Trabalho atuava na elaboração e organização destas reuniões, não participando da elaboração do plano diretório. c. O Grupo de Trabalho teve como função principal organizar os documentos-base e as oficinas realizadas nas macrorregiões e a esfera federal, além da sintetização das principais evidências oriundas das oficinas e o processo de pactuação, aprovação e deliberação do plano diretório. d. O plano diretório foi apreciado pelo Comitê Consultivo de Vigilância Sanitária no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT Visa), que era formado pelo Grupo de Trabalho. e. O Grupo de Trabalho foi responsável pela discussão das normativas do plano diretório pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT). 2. Na primeira indicação da Leitura Fundamental, o estudo apontou as principais notificações de queixas técnicas. Entre os produtos notificados estão os artigos médico- hospitalares, que representaram aproximadamente 53% das notificações mencionadas no estudo. a. Os equipos foram os equipamentos mais notificados no período avaliado, principalmente por hospitais que possuem núcleo de segurança do paciente. b. Os notificadores que não possuem identificação própria, como laboratórios e afins, notificaram cosméticos e luvas de procedimento e cirúrgicas, principalmente na região Norte. 32 c. O coeficiente de queixa técnica foi maior na região Sudeste, com predomínio de profissionais liberais como principais notificadores. d. A região Sudeste apresentou a maioria das notificações de produtos médico-hospitalares, com baixo ou médio risco, sendo os Hospitais Sentinelas os principais notificadores. No entanto, ela não obteve o maior coeficiente de queixas técnicas do país. e. A distribuição dos hospitais da rede sentinela não interfere nas notificações de queixas técnicas, em queos coeficientes de notificação são similares entre as cinco regiões brasileiras. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Conforme explanado no fluxograma do Aprendizagem em Foco, o Grupo de Trabalho foi responsável por toda elaboração do plano diretório e pelas oficinas de discussão nas esferas estaduais e municipais, como também na esfera federal. O GT também foi responsável pelo processo de pactuação entre os setores responsáveis pela Anvisa, Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e Ministério da Saúde até sua aprovação e deliberação pelo Conselho Nacional de Saúde. Questão 2 - Resposta D Resolução: A região Sudeste possui a maior distribuição de rede sentinela em relação aos outros estados brasileiros. No entanto, pelo número elevado de habitantes e o número de queixas técnicas, a região não possui o maior coeficiente de queixas do país. A região foi a que apresentou maior número de notificações, principalmente de artigos médico- hospitalares de baixo e/ou médio risco. TEMA 4 Contribuição das ações de vigilância na promoção da saúde e prevenção de doenças ______________________________________________________________ Autoria: Anderson da Silva Rêgo Leitura crítica: Márcia Cristina A. Thomaz 34 DIRETO AO PONTO A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem oportunizado intervenções de tecnologias duras e leves em todo território nacional. As atividades desenvolvidas em consonância com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e a descentralização das ações da Anvisa são determinantes para que resoluções dos problemas de saúde pública e sanitária sejam realizadas de forma equânime, integral e universal. Nas Unidades Básicas de Saúde, as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) têm realizado ações que a configuram como espaço da saúde, abrangendo as questões que embasam sua criação em promover saúde, prevenir e restabelecer pessoas acometidas por doenças, que estabelecem a vigilância em saúde como constructo operacional na resposta às endemias intrínsecas à realidade epidemiológica, sanitária e ambiental. Neste contexto, as ações estratégicas da Vigilância Sanitária frente à pandemia da COVID-19 possuem a minuciosa tomada de decisão para a organização do processo de trabalho e das práticas assistenciais dos profissionais de saúde no lócus das Unidades de Saúde da Família, contíguas aos pressupostos da Atenção Primária à Saúde (APS). O contexto de contingenciamento da disseminação do novo coronavírus, baseado no isolamento social, torna as práticas das ações de nível primário complexas e derivam a necessidade de novas formas de cuidado. A Portaria n. 2.983, de 11 de novembro de 2019, institui o processo de informatização da APS, com objetivo de tornar os dados e indicadores de saúde mais qualificados, como também, potencializar as práticas gestacionais dos serviços de saúde e das práticas assistenciais dos profissionais que integram as equipes da ESF. Com a necessidade emergencial para enfrentamento da COVID-19, o Ministério da Saúde (MS) reformulou a nota técnica nº 21/2019 – Coordenação-Geral de Informação da Atenção Primária 35 (CGIAP) / Departamento de Saúde da Família (DESF) / Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) /MS e impôs novas medidas na Portaria nº 4/2020-CGIAP/DESF/SAPS/MS, considerando o cenário epidemiológico de importância internacional decorrentes da pandemia. Desta forma, a prática das equipes da ESF, baseada nas ações propostas pela Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), foi a realização do monitoramento da saúde da população de forma remota, com cuidado qualificado a partir do teleatendimento, por meio de telefone, computador ou WhatsApp, propondo as práticas de isolamento social e domiciliar, não expondo pacientes e profissionais de saúde ao vírus circulante em todo território nacional. Na Figura 1 podemos observar as ações pertinentes aos profissionais atuantes nas equipes da ESF e aos gestores das USF. Figura 1 - Competência dos profissionais de saúde e gestores da APS na atuação ao atendimento remoto à população como medida sanitária no contingenciamento da disseminação da COVID-19 Fonte: elaborada pelo autor. 36 Referências bibliográficas BRASIL. Brasil. Ministério da Saúde. Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19). Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública | COE-COVID-19. Brasília: Ministério da Saúde. Fevereiro 2020. Disponível em https://www.saude.gov.br/images/ pdf/2020/fevereiro/13/plano-contingenciacoronavirus-COVID19.pdf Acesso em: 03 Nov. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 467, de 20 de março de 2020. Dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as ações de Telemedicina, com o objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional previstas no art. 3º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, decorrente da epidemia de COVID-19 [Internet]. Diário Oficial da União. Brasília (DF), 23 mar. 2020. Seção 1: Extra. Disponível em: http://www.in.gov. br/en/web/dou/-/portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996. Acesso em: 14 out. 2020. SARTI, T. D. et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada pela COVID-19? Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 0, maio 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ress/ v29n2/2237-9622-ress-29-02-e2020166.pdf. Acesso em: 14 out. 2020. PARA SABER MAIS Como comentado no Direto ao Ponto, a necessidade de isolamento social e domiciliar como estratégia de enfrentamento e redução do contágio da COVID-19 emergiu importantes temas de debates sobre a atuação da Vigilância em Saúde, atuante nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). A abordagem à população de abrangência territorial, coberta pelas equipes da ESF, surgiu como principal ponto questionado das autoridades de saúde pública e sanitária do país. Com a necessidade de atendimento às pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus, alocadas de acordo com a gravidade sintomática do vírus no corpo humano, sendo postos em https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/13/plano-contingenciacoronavirus-COVID19.pdf https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/13/plano-contingenciacoronavirus-COVID19.pdf http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996 http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996 https://www.scielo.br/pdf/ress/v29n2/2237-9622-ress-29-02-e2020166.pdf https://www.scielo.br/pdf/ress/v29n2/2237-9622-ress-29-02-e2020166.pdf 37 quarentena no domicílio quando em estado brando ou para assistência hospitalocêntrica quando os sintomas se apresentaram agudizados, as equipes das ESF enfrentaram um importante questionamento quando pressionadas: onde e de que forma atender a população que procuram as Unidades de Saúde da Família? Considerando o risco de contágio, redução de equipamentos de proteção individual e a disponibilidade reduzida de kits de testes diagnósticos da COVID-19, a preocupação maior centrou-se na procura massiva da população aflita por atendimento médico. O uso de tecnologias de informação e telecomunicação (TICs), representado pela Telessaúde, foi uma das formas de atendimento proposta pelo Ministério da Saúde, considerando sua eficácia nas consultas clínicas remotas, redução do tempo de consulta e do risco de contágio entre pacientes e profissionais de saúde e por garantir configurações de cuidado individualizado. A flexibilidade da tecnologia torna o os serviços de saúde mais acessíveis, principalmente quando ajustados à necessidade de saúde da população, principalmente para as que residem em áreas periféricas das diversas cidades brasileiras e que divergem sobre a qualidade assistencial do Sistema Único de Saúde. É importante esclarecer que a aplicação da Telessaúde não é restrita apenas ao atendimentoàs consultas de acordo com a necessidade sintomática dos riscos à saúde da população. As atividades correspondem a diversas atividades, que podem ser observadas na Figura 2. 38 Figura 2 - Atividades correspondentes à Telessaúde no atendimento à população durante a pandemia de COVID-19, recomendadas pelo Ministério da Saúde Fonte: elaborada pelo autor. Exemplos importantes sobre as questões de segurança sanitária, expressivas na população, podem decorrer de estratégias tecnológicas, que potencializam a redução de risco sanitário à população com base na educação em saúde e da probabilidade de expandir conhecimento sobre as ações contíguas aos órgãos sanitários. Você já realizou alguma atividade utilizando tecnologia em saúde proposta pelo Ministério da Saúde, respaldado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária e pelos órgãos estaduais e municipais de onde você mora? É importante que você saiba das nuances que integram os serviços de saúde e que estão à disposição da sociedade. Referências bibliográficas CAETANO, R. et al. Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 5, p. e00088920, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0102-311X2020000503001. Acesso em: 14 out. 2020. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020000503001 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020000503001 39 TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: durante um período de 72 dias, uma equipe multidisciplinar de uma Unidade de Saúde da Família detectou dois períodos distintos de alta e incomum incidência de casos isolados de sarampo, uma doença de notificação compulsória no Brasil desde 1968. O revés da doença, que até então tinha se dado como extinta no território brasileiro, logo apresentou-se prevalente em alguns municípios constituintes de um estado do Nordeste. No contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF), sua atuação na prevenção dos agravos imunopreveníveis, no desenvolvimento de práticas de educação em saúde e vigilância das doenças em todo território que faz cobertura, quais seriam as ações das equipes da ESF na resolução dos casos de sarampo na sua área de abrangência? O desafio deste Teoria em Prática deve ser pensado no contexto das práticas utilizadas pela ESF, de acordo com sua dinâmica organizacional, número de profissionais atuantes, tamanho da área de cobertura e conhecimento das ações da Vigilância em Saúde sobre os protocolos a serem utilizados em doenças epidêmicas. Finalizou o desafio proposto no Teoria em Prática? Então agora é hora de conhecer a resolução comentada proposta pelo professor. Assista ao vídeo a seguir! Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 40 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 O estudo recomendado para leitura aborda as principais estratégias de qualificação profissional para compreensão das práticas da Vigilância em Saúde na rotina das equipes da Estratégia Saúde da Família. A recomendação deste estudo baseia-se na sua possibilidade em apresentar subsídios para novas abordagens didáticas de qualificação, como também, das oportunidades de adquirir e expandir conhecimento das ações em saúde com base nas práticas diárias no território de abrangência. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. SALES NETO, M. R. de. et al. Vigilância Sanitária: a necessidade de reorientar o trabalho e a qualificação em um município. Vigilância Sanitária em Debate, v. 6, n. 4, p. 56, 30 nov. 2018. Indicação 2 As principais ideias que permeiam o estudo recomendado para leitura, baseiam-se na necessidade de conhecimento dos profissionais integrantes das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) sobre o descarte adequado de resíduos que são gerados por estabelecimentos de saúde, como unidades básicas, ambulatórios, hospitais e entre outros. As recomendações sobre o manejo dos resíduos produzidos pelos estabelecimentos citados estão sob a responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente Indicações de leitura 41 (Conama). Neste estudo vocês poderão encontrar informações sobre os tipos e as resoluções para descarte adequado dos resíduos, como também, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. BARROS, P. M. G. A. et al. Percepção dos profissionais de saúde quanto a gestão dos resíduos de serviço de saúde. Revista Ibero Americana de Ciências Ambientais, v. 11, n. 1, p. 201-210, 2020. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Entre as atividades correspondentes à telessaúde, a telerregulação é responsável por qual tipo de assistência? a. Monitoramento de pacientes, com coleta de dados clínicos e tomada de decisão sobre o manejo dos pacientes para resolução dos casos. 42 b. Educação em saúde, com metodologias didáticas, relacionadas à saúde individualizada e comunitária, correspondente à realidade local e/ou regional. c. Sistema de regulação de referência à atendimento ambulatorial especializado, por meio de sistema operacional de agendamentos. d. Apoio ao diagnóstico clínico dificultado pela restrição geográfica e temporal, com aditivos relacionados a exames clínicos e suas diversificadas aplicações. e. Consulta clínica a distância, realizada por profissionais de saúde. 2. Na primeira indicação da Leitura Fundamental, o estudo menciona os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e suas respectivas resoluções, que atentam os tipos de resíduos gerados pelos estabelecimentos de saúde, sendo eles: a. Biológicos, ácidos, radioativos, comuns e perfurocortantes. b. Orgânicos, químicos, radioativos, comuns e alcalinos. c. Recicláveis, químicos, radioativos, comuns e perfurocortantes. d. Biológicos, químicos, radioativos, comuns e perfurocortantes. e. Biológicos, químicos, radioativos, plásticos e orgânicos. 43 GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: A telerregulação é responsável pelo direcionamento dos pacientes aos serviços especializados, de acordo com sua necessidade em saúde. Os profissionais responsáveis pela telerregulação possuem acesso ao portal de agendamentos e dos estabelecimentos que são vinculados à secretaria de saúde, realizando agendamento adequado e próximo à residência do paciente. Questão 2 - Resposta D Resolução: De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 222, de 28 de março de 2018, os resíduos produzidos com base no atendimento à saúde humana e animal são divididos em cinco grupos, quais sejam: grupo A – biológicos; grupos B – químicos; grupo C – radioativos; grupo D – comuns; e grupo E – perfurocortantes. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto TEMA 3 Direto ao ponto TEMA 4 Direto ao ponto Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6:Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5:
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