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Jurisdição no Direito Processual Penal

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1 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
Jurisdição 
Considerações iniciais 
Lide: Conflito de interesses qualificado 
por uma pretensão resistida ou insatisfeita. Da 
prática de um delito nasce o litígio entre o 
direito de punir do Estado e o direito de 
liberdade do acusado. Esse litígio, transposto 
para o processo penal, se transforma em lide, 
que consiste em um conflito de interesses 
entre a acusação e a defesa: uma parte requer 
a punição, a outra resiste a essa pretensão. 
Composição da lide penal (processo): 
Forma de composição de litígios. Estado julga 
quem possui razão. Utiliza-se do processo 
para resolver a lide. 
Processo: Sucessão de atos 
coordenados com os quais se procura dirimir 
o conflito de interesses. Instrumento 
compositivo de litígio. Instrumento 
compositivo de litígio. Através do processo o 
Estado desenvolve sua atividade jurisdicional. 
Direito Processual Penal: Conjunto de 
normas e princípios que regulam a aplicação 
jurisdicional do Direito Penal objetivo, a 
sistematização dos órgãos de jurisdição e 
respectivos auxiliares (estrutura do Poder 
Judiciário), bem como a persecução penal. 
Características 
Ciência autônoma: Objeto e princípios 
próprios. O objeto é a prestação jurisdicional 
(solução do conflito). Os princípios são as 
pilastras de sustentação do Processo Penal. 
Caráter instrumental: Meio para fazer 
atuar o direito material penal. 
Normatividade: Disciplina normativa, 
de caráter dogmático. Expõe seu sistema 
através de normas jurídicas. 
Finalidade mediata: Paz social. 
Finalidade imediata: Conseguir a 
realização da pretensão (diferente de 
punição) punitiva. Fazer valer o Direito Penal. 
 Natureza jurídica: Caráter publicístico 
(direito público). Os próprios interesses 
encontrados na lide têm natureza jurídico-
pública. O Estado está sempre presente como 
parte ou fiscal da lei. Poder absolute do 
Estado de punir, exercer a pretenção punitiva. 
Objeto: Solução do conflito, 
composição da lide, prestação jurisdictional. 
Fonte 
Fonte é tudo aquilo de onde provém um 
preceito jurídico. 
Fonte de produção (material): Cria o 
Direito. 
a) União: Art. 22. Compete privativamente à 
União legislar sobre: I – direito civil, 
comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho; 
b) União e Estado: Art. 24. Compete à União, 
aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: I – direito 
tributário, financeiro, penitenciário, 
econômico e urbanístico; IV – custas dos 
serviços forenses; X – criação, 
funcionamento e processo do juizado de 
pequenas causas; XI – procedimentos em 
matéria processual. 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e os Estados criarão: I – 
juizados especiais, providos por juízes 
togados, ou togados e leigos, competentes 
para a conciliação, o julgamento e a 
execução de causas cíveis de menor 
complexidade e infrações penais de menor 
potencial ofensivo, mediante os 
procedimentos oral e su-mariíssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, 
a transação e o julgamento de recursos por 
turmas de juízes de primeiro grau; 
c) Estado: Art. 125. Os Estados organizarão 
sua Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. § 1o A 
competência dos tribunais será definida na 
Constituição do Estado, sendo a lei de 
organização judiciária de iniciativa do 
Tribunal de Justiça. 
Fonte formal: Revela o Direito. 
a) Fonte formal direta, primária e imediata: 
Leis e tratados. 
Art. 5º, §2º CF. Os direitos e garantias 
expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos 
 
2 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. 
§3º Os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
Art. 22 CF. Compete privativamente à 
União legislar sobre: I – direito [...] penal, 
processua [...]. 
b) Fonte formal indireta, secundária e 
mediate: Costumes e princípios gerais do 
Direito. 
Costume (praxe forense) é a regra de 
conduta praticada de modo geral, 
constante e uniforme, acostuma-se à ela 
devido a consciência de sua 
obrigatoriedade. 
Princípios gerais do direito são premissas 
éticas extraídas da legislação e do 
ordenamento jurídico. Art. 3º CPP. A lei 
processual penal admitirá interpretação 
extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais 
de direito. 
Exemplo: “A ninguém é lícito alegar em 
seu benefício a sua própria torpeza”, ou 
seja, ninguém pode tirar proveito de um 
prejuízo que ele próprio causou. 
Princípios 
Princípios do processo penal são 
normas que, por sua generalidade e 
abrangência, irradiam-se por todo o 
ordenamento jurídico, informando e norteando 
a aplicação e a interpretação das demais 
normas de direito, ao mesmo tempo em que 
conferem unidade ao sistema normativo e, em 
alguns casos, diante da inexistência de regra, 
resolvendo diretamente os conflitos. 
Devido processo legal: Garantia de 
um processo desenvolvido na forma que 
estabelece a lei. A ação e o processo penal 
somente respeitam o referido princípio caso 
todos os princípios norteadores do Direito 
Penal e do Processo Penal sejam fielmente 
respeitados durante a persecução penal. 
Sinônimo de garantia fundamental do 
cidadão. Direito pleno de defesa. 
Artigo 5º, LIV CF. Ninguém será 
privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal. 
Verdade real: A função punitiva do 
Estado só pode atuar em relação àquele que 
tenha cometido uma infração. Deve-se buscar 
a verdade real, a verdade material, como 
fundamento da sentença. O juiz penal não 
deve satisfazer-se com a verdade formal. 
Autoriza o juiz a buscar como os fatos 
desenvolveram no mundo real, na medida do 
possível, visto que a verdade não pode ser 
plenamente atingida. Para isso ele escuta as 
testemunhas deferidas. 
Art. 156 CPP. A prova da alegação 
incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 2008) II – determinar, 
no curso da instrução, ou antes de proferir 
sentença, a realização de diligências para 
dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
Art. 209 CPP. O juiz, quando julgar 
necessário, poderá ouvir outras testemunhas, 
além das indicadas pelas partes. 
 Juiz Natural, Juiz legal ou Juiz 
Constitucional: O órgão do Estado que, por 
previsão constitucional esteja investido de 
jurisdição e que exerça este poder de julgar 
dentro das atribuições fixadas por lei, segundo 
as prescrições constitucionais. Nenhum 
cidadão poderá ser julgado, a não ser pelo 
órgão autorizado pela constituição. 
Art. 101 CF. O Supremo Tribunal 
Federal compõe-se de onze Ministros, 
escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta 
e cinco e menos de sessenta e cinco anos de 
idade, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada. 
Art. 125 CF. Os Estados organizarão 
sua Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. 
Para que tenhamos a segurança de 
termos um julgamento justo. 
→ Competência ampla para julgar. Justiça 
militar não deve julgar civil, mas sim 
militares. 
Imparcialidade do juiz: Juiz imparcial 
é aquele que tem condições, objetivas e 
subjetivas, de proferir veredicto sem a menor 
inclinação por qualquer das partes envolvidas, 
fazendo-o com discernimento, lucidez e 
razão, com o fito de aplicar a lei ao caso 
concreto. Magistrado deve julgar o processo 
 
3 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
com absoluta distância do animo vivenciada 
pelas partes, sem se contaminar com eventual 
amizade ou inimizade. 
Igualdade das partes: Paridade 
processual, desdobramento do princípio da 
isonomia ou da igualdade. As partes devem 
ter os mesmos direitos e deveres. 
Art.5°, caput, CF.Todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes. 
Persuasão racional ou do livre 
convencimento (motivado): Concede 
liberdade ao juiz na formação de sua 
convicção acerca dos elementos da prova. 
Concede ao juiz a livre apreciação das provas 
com o necessário fundamento, desde que ele 
motive (fundamente) o seu raciocínio. 
Artigo 155. O juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investigação, ressalvadas as 
provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
Contraditório e ampla defesa: A parte 
contrária deve ser ouvida sobre os atos e 
termos processuais. 
Art. 5 CF LIV. Ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; LV. os litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. 
Contraditório: Direito de saber o que a 
outra parte fez no processo, ter ciência dos 
atos praticados pela outra para conseguir 
rebater. 
Contraditório real é aquele feito 
concomitantemente (simultaneamente) a 
produção da prova (produção probatória). Se 
efetiva ao mesmo tempo da produção 
probatória. Exemplo: Audiência de instrução, 
ou seja, o contraditório é realizado durante a 
audiência, podendo o promotor ou advogado 
fazer contestações, perguntas. Há a instrução 
do juiz. 
Art. 402 CPP. Produzidas as provas, ao 
final da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o 
acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou 
fatos apurados na instrução. (Redação dada 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Contraditório diferido é realizado 
posteriormente ao fato (à produção 
probatória). Exemplo: Junção de documentos, 
laudos, e a outra parte vê depois. 
Ampla defesa: Todo réu tem o direito 
(primário e absoluto) de se defender da 
imputação delitiva utilizando todos os 
recursos permitidos no Direito. Autoriza que o 
cidadão demonstra que não é o autor do 
crime. Todo acusado goza do direito primário 
e absoluto de defesa. Defesa técnica é 
realizada pelo advogado/defensor público e 
autodefesa pelo réu sem necessitar da 
mediação de um advogado (para fazer 
petição, HC etc.). O réu tem o direito de 
mentir. 
Art. 261 CPP. Nenhum acusado, ainda 
que ausente ou foragido, será processado ou 
julgado sem defensor. 
Art. 263 CPP. Se o acusado não o tiver, 
ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, 
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, 
nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo 
defender-se, caso tenha habilitação. 
Art. 366 CPP. Se o acusado, citado por 
edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o 
curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do 
disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei 
nº 9.271, de 17.4.1996) 
Defesa com prova ilícita poderão ser 
admitidas em favor do réu, se for para garantir 
a presunção de inocência e a liberdade do 
indivíduo. O entendimento majoritário da 
doutrina e da jurisprudência é no sentido do 
uso da prova ilícita em benefício do acusado 
no processo penal. 
Publicidade: Os atos processuais são 
públicos. O Estado deve dar transparência 
aos seus atos, tendo a responsabilidade de 
noticiar a comunidade sobre o seu 
pronunciamento do processo, condenando ou 
absolvendo o agente. 
 
4 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
Com esse princípio o juiz deve ter 
transparência e o dever se postar perante a 
comunidade e perante o réu; a comunidade 
pode fiscalizar o juiz; e o réu tem a segurança 
de não ser coagido, de não sofrer pressões. 
Art. 792 CPP. As audiências, sessões e 
os atos processuais serão, em regra, públicos 
[...]. 
Nos casos em que a defesa da 
intimidade ou interesse social exigirem, 
haverá exceção desse princípio. 
Art.5º, LX CF. A lei só poderá restringir 
a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o 
exigirem. 
Exemplo: Casos de crimes de 
dignidade sexual. Apenas promotores, 
advogados e réu terão acesso ao julgamento 
e as informações do caso. Segredo de justiça. 
a) Publicidade imediata: As partes estão 
presentes no momento em que foi 
proferido o ato processual, têm contato 
direto com os atos processuais. 
b) Publicidade mediata: Resultante da 
divulgação de tais atos pelos meios de 
comunicação. O juiz está no gabinete, 
pratica os atos processuais, e as partes 
tomam conhecimento por meio da internet. 
Iniciativa das partes: Cabe à parte 
provocar a prestação jurisdicional. O juiz não 
pode agir de ofício, contendo algumas 
exceções. Não há juiz sem autor. 
Nemo judex sine actore, não há juiz 
sem autor. Ne procedat judex ex officio, o Juiz 
não pode proceder, não pode dar início ao 
processo, sem a provocação das partes. 
Art. 129 CF. São funções institucionais 
do Ministério Público: I - promover, 
privativamente, a ação penal pública, na forma 
da lei. 
Art. 40 CPP. Quando, em autos ou 
papéis de que conhecerem, os juízes ou 
tribunais verificarem a existência de crime de 
ação pública, remeterão ao Ministério Público 
as cópias e os documentos necessários ao 
oferecimento da denúncia. 
Princípio do estado de inocência: 
Presunção da inocência ou princípio da não 
culpabilidade. Alberga uma garantia 
constitucional. Enquanto não definitivamente 
condenado, presume-se o réu inocente. 
Art. 5º, LVII CF. Ninguém será 
considerado culpado até o trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória. 
Exemplo: Caso Escola Base. 
Princípio do favor rei (favor 
libertatis): Importante regra hermenêutica 
destinada a proteger a liberdade do acusado. 
No conflito entre o jus puniendi do 
Estado e o jus libertatis do acusado, deve-se 
privilegiar o último. Dentro do processo, 
depois do colhimento das provas, caso o juiz 
continuar tendo dúvidas sobre a autoria do 
caso, deve optar in dubio pro reo. 
Art. 386, VII CPP. O juiz absolverá o 
réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: VII - não 
existir prova suficiente para a condenação. 
Entre duas posições divergentes que 
possam gerar dúvida, a lide penal inclina-se 
em favor do réu. Na interpretação de duas 
normas e havendo dúvida razoável, deve-se 
optar pela mais favorável ao réu. 
São normas protetivas do réu: 
Reformatio in pejus: Art. 617 CPP. O 
tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas 
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, 
no que for aplicável, não podendo, porém, ser 
agravada a pena, quando somente o réu 
houver apelado da sentença. 
Revisão criminal: Para não haver 
injustiças. 
Art. 621. A revisão dos processos 
findos será admitida: I - quando a sentença 
condenatória for contrária ao texto expresso 
da lei penal ou à evidência dos autos; II - 
quando a sentença condenatória se fundar em 
depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos; III - quando, após a 
sentença, se descobrirem novas provas de 
inocência do condenado ou de circunstância 
que determine ou autorize diminuição especial 
da pena. 
Princípio do neme tenetur se 
detegere: Cidadão não é obrigado a cooperar 
com o Estado contra a si mesmo. Ninguém 
está obrigado a se descobrir, ninguém está 
obrigado a se autoincriminar, ninguém é 
obrigado a produzir prova contra si mesmo 
(imunidade à autoacusação). Decorre do 
estado de inocência e do direito de o réu 
manter-se calado. 
 
5 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
Modalidade de autodefesa passiva, 
inatividade do indivíduo sobre quem recai ou 
pode recair uma imputação. 
Proibição de uso de qualquer medidade coerção ou intimidação ao investigado ou 
acusado no decorrer da persecução para 
obtenção de uma confissão ou colaboração 
que posam ocasionar sua condenação. 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos, art.14.3, g. Toda pessoa acusada de 
um delito terá direito, em plena igualdade, a, 
pelo menos, as seguintes garantias: De não 
ser obrigada a depor contra si mesma, nem a 
confessar-se culpada. 
Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos, art.8º, §2º, g. Toda pessoa acusada 
de delito tem direito a que se presuma sua 
inocência enquanto não se comprove 
legalmente sua culpa. Durante o processo, 
toda pessoa tem direito, em plena igualdade, 
às seguintes garantias mínimas: direito de 
não ser obrigado a depor contra si mesma, 
nem a declarar-se culpada. 
Além disso, os cidadãos devem ser 
conscientizados dos seus direitos. Não se 
resume apenas ao direito de ficar calado 
(direito ao silêncio). Art. 5, LXIII CF. O preso 
será informado de seus direitos, entre os quais 
o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de 
advogado. 
Assemelha-se ao Aviso de Miranda 
(Direito Norte Americano). Caso: Miranda X 
Arizona, 1966, julgado pela Suprema Corte. 
Nenhuma validade pode ser conferida às 
declarações feitas pela pessoa à polícia, a não 
ser que antes ela tenha sido claramente 
informada. “Direitos de Miranda”, O acusado 
deve ser informado do direito de consultar um 
defensor antes e durante o interrogatório, do 
direito a não se autoincriminar antes do 
interrogatório policial, e de que ele não só 
entendeu esses direitos, mas voluntariamente 
os renunciou. “Advertência de Miranda” é o 
nome da advertência formal que o policial 
deve dar aos suspeitos de crimes nos Estados 
Unidos em custódia policial antes de serem 
interrogados. 
Na prova ilícita a gravação clandestina 
entre policiais e preso não é válida, mas a 
gravação de entrevista dada pelo réu a uma 
imprensa é válida e poderá ser colocada como 
prova de acusação. 
Este princípio, portanto, abrange: 
a) Direito ao silêncio ou direito de ficar 
calado; 
b) Direito de não ser constrangido a 
confessar a prática de ilícito penal; 
c) Inexigibilidade de dizer a verdade; 
d) Direito de não praticar qualquer 
comportamento ativo que possa incriminá-
lo; 
e) Direito de não produzir nenhuma prova 
incriminadora invasiva (prova não 
invasiva-inspeção ou verificação corporal). 
O CPP admite a aplicação do princípio 
in dubio pro societate (de modo que a dúvida 
acerca da autoria delitiva deve ser dirimida em 
favor da sociedade, ou seja, admitindo-se a 
acusação) excepcionalmente em algumas 
hipóteses em que não há julgamento do 
mérito, como o recebimento da denúncia e a 
pronúncia do acusado. Arts.395, 396 e 413 
CPP. 
Princípio do duplo grau de 
jurisdição: Determina que o juiz deve prestar 
jurisdição com a maior serenidade possível. 
As decisões podem ser revistas por órgãos 
jurisdicionais de grau superior, por meio da 
interposição de recursos. Abrange as 
questões de fato e de direito. Não encontra 
previsão expressa na Constituição Federal. 
Dá maior certeza à aplicação do direito pelo 
reexame da causa. Corregedoria para 
analisar o motivo do processo não estar 
correndo. 
Art. 609 CPP. Os recursos, apelações 
e embargos serão julgados pelos Tribunais de 
Justiça, Câmaras ou Turmas criminais, de 
acôrdo com a competência estabelecida nas 
leis de organização judiciária. 
Art. 82 Lei n° 9.099/95. Da decisão de 
rejeição da denúncia ou queixa e da sentença 
caberá apelação, que poderá ser julgada por 
turma composta de três Juízes em exercício 
no primeiro grau de jurisdição, reunidos na 
sede do Juizado. 
Art. 197-Lei 7.210/84. Das decisões 
proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, 
sem efeito suspensivo. 
Princípio da duração razoável do 
processo penal: Art. 5º LXXVIII da CF. 
Assegura a todos, no âmbito judicial ou 
administrativo, a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. 
 
6 Direito Processual Penal I - Bianca Marinelli 
Art.8º, 1 Pacto de San Jose da Costa 
Rica. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, 
com as devidas garantias e dentro de um 
prazo razoável, por um juiz ou tribunal 
competente, independente e imparcial, 
estabelecido anteriormente por lei, na 
apuração de qualquer acusação penal 
formulada contra ela, ou para que se 
determinem seus direitos ou obrigações de 
natureza civil, trabalhista, fiscal ou de 
qualquer outra natureza. 
Anotações 
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