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Objetivos OBJETIVO 1: Entender a fisiopatologia da febre reumatica OBJETIVO 2: Conhecer as causas e consequências das principais valvulopatias e suas lesões anatomopatológicas FISIOPATOLOGIA Febre Reumática: • Complicação sistêmica infamatória da faringoamigdalite (bacteriana) • Causa: Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A) • Acontece em decorrência da resposta imune tardia dessa infecção em populações predispostas. • Suas complicações são restritas ao cérebro, pele, articulações e coração • Artrite costuma ser a manifestação mais comum, mas a lesão cardíaca é o que determina prognostico e leva a óbito • Para haver febre reumática a infecção estreptocócica deve ser faríngea, ou seja, não é considerado outro sítio de infecção desses patógenos • A febre reumática não é uma doença inflamatória em si, mas sim, deriva de uma reação autoimune consequente de uma doença inflamatória. Essa reação acontece devido a um mimetismo celular, que consiste na semelhança química entre alguns componentes patogênicos. • O mimetismo ocorre porque o sistema imune confunde a proteína M do estreptococo e as proteínas miosina, queratina e outras proteínas do tecido cardíaco humano. Essa reação inflamatória induz a uma inflamação no miocárdio e no endotélio da valva cardíaca que é facilitada pela infiltração de células T. • Além disso, também há produção de citocinas (modulam a resposta celular) inflamatórias que exacerbam a reação autoimune, sendo responsáveis pela progressão e manutenção da lesão valvar crônica. • Respostas TH1: são respostas dos linfócitos T e estão relacionadas com a resposta celular (cardite grave e sequelas) • Respostas TH2: são respostas dos linfócitos B e estão relacionadas ao sistema humoral (poliartrite e coreia) • A lesão articular ocorre devido a semelhança do ácido hialurônico do streptococo com o ácido dos tecidos humanos, ocorrendo a formação de anticorpos que atuam contra a cartilagem das articulações • Anticorpos atuam também contra o citoplasma dos neurônios localizados nos núcleos caudados e subtalamico do cérebro, resultando em coreia de Sydenham • A cardiopatia reumática é a única sequela em longo prazo • No início ocorrem lesões como a fragmentação da fibra colágena, edema da substância intracelular, infiltração celular e degeneração fibrinóide • no coração as lesões iniciais surgem nas valvas cardíacas sob forma aparente de pequenas verrugas na linha de fechamento, podendo posteriormente, as valvas tornarem-se mais espessas e deformadas, resultando em estenose ou insuficiência valvar • a valva mitral é a mais acometida geralmente, seguida da aórtica, a tricúspide e raramente a pulmonar • Pode ocorrer degeneração e até necrose das células musculares cardíacas resultando em nódulos subcutâneos FASES DA FEBRE REUMÀTICA: Fase aguda: início da inflamação no tecido cardíaco, articulações e vasos sanguíneos, resultando na formação de corpos de Aschoff (acúmulo de linfócitos T); durante a febre reumática os nódulos de Aschoff podem ser encontrados em todas as camadas do coração Fase Reicidivante: progressão dos efeitos cardíacos da doença (lesões valvares) Fase crônica: deformidade irreversível das valvas cardíacas, geralmente 10 anos depois do primeiro episódio Estenose e regurgitação valvar Febre Reumática Valvopatias: Algumas lesões valvares decorrentes da febre reumática, ou seja, derivam da reação cruzada entre o sistema imune com o sistema cardíaco, em virtude do mimetismo celular. Estenose: estreitamento da abertura valvar: sístole Fibrose: impede o fechamento valvar causando regurgitação; diástole Estenose: • impede a passagem para o VE • aumenta a pressão do AE e dilatando o AE • hipertensão pulmonar Regurgitação: • faz com que o sangue retorne ao AE; • dilatação do AE e hipertrofia do VE • sobrecarga do volume no AE Estenose: • impede a passagem do VE para aorta, comprometendo o fluxo sanguíneo; • hipertrofia do VE e aumento da pressão do VE e AE Quando há estenose aórtica, essa valva fica espessada, gerando aumento de pressão no ventrículo esquerdo, visto que ele precisa “vencer” a força gerada pela estenose aórtica para conseguir impulsionar o sangue para a aorta e daí para a grande circulação. Assim, o ventrículo responde à pressão aumentada com hipertrofia, que no início é concêntrica, e com o passar dos anos pode ocorrer uma dilatação excêntrica. Na febre reumática ocorre fusão das bordas, tornando a válvula em formato de boca de peixe Regurgitação: • faz com que o sangue retorne ao VE; • hipertrofia do VE e sobrecarga de volume no VE • Edema pulmonar • Arritmias Referências: • Febre reumática: revisão sistemática - Annelyse Peixoto1, Luiza Linhares1, Pedro Scherr1 , Roberta Xavier1 , Stefanni Lilargem Siqueira1 , Thais Júlio Pacheco1 , Gisele Venturinelli2 - http://files.bvs.br/upload/S/1679- 1010/2011/v9n3/a1983.pdf • PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010. http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n3/a1983.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n3/a1983.pdf
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