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Protocolo terapêutico: Pacientes com cuidados especiais (gestante, idoso, criança, hipertenso, diabético, asmático)

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Pacientes com cuidados especiais 
Terapêutica – UFPE 
 
 
Larissa Albuquerque 
Paciente hipertensivo 
*A hipertensão é uma doença silenciosa que provoca 
a elevação persistente dos níveis de pressão arterial 
sanguínea, atingindo cerca de 22% da população 
brasileira acima de 20 anos. 
*Como é uma doença assintomática, muitos 
pacientes são hipertensos e não conhecem a sua 
condição. Por isso, é importante realizar a aferição da 
pressão arterial na primeira consulta e sempre que for 
utilizar anestesia local. 
*A classificação da hipertensão varia de acordo com 
a referência, podendo ser Sociedade Brasileira de 
Cardiologia (SBC), Associação Americana de 
Cardiologia ou Associação Americana de 
Anestesiologia (ASA). 
*Ao ser diagnosticado, o tratamento inicial é mudar o 
estilo de vida do paciente e fazer reavaliação em 3 a 
6 meses. 
 
 
 
Pacientes ASA 2 
*Pacientes que apresentam hipertensão controlada 
ou situada nos limites de 160/100 mmHg, aferida no 
dia da consulta. 
*O paciente pode ser submetido a procedimentos 
odontológicos eletivos ou de urgência. 
*É preciso avaliar se há outras doenças sistêmicas 
associadas, como cardiovasculares, diabetes e 
insuficiência renal. Além disso, é preciso que as 
sessões de atendimento sejam curtas e ocorram pela 
manhã das 10-12h. Caso o procedimento seja mais 
longo, é importante monitorar a pressão arterial 
durante a intervenção. 
*Para reduzir a pressão arterial por fatores 
emocionais, pode-se administrar um 
benzodiazepínico, como midazolam 7,5mg, como 
medicação pré-anestésica, ou sedação mínima com 
oxido nitroso e oxigênio. 
*Para anestesia local: 
• Prilocaína 3% com felipressina, com limite 
máximo de 3 tubetes. A felipressina não tem 
ação em beta 1 cardíaco e age apenas em 
vênulas. 
• Lidocaína/mepivacaína com epinefrina: 
⇾ 1:100.000: limite máximo de 2 
tubetes. 
⇾ 1:200.000: limite máximo de 4 
tubetes. 
Pacientes ASA 2 
*Pacientes que apresentam hipertensão sem 
ultrapassar o limite de 180/110 mmHg. 
*Os procedimentos eletivos são contraindicados para 
esses pacientes, precisando de avaliação médica e 
controle da pressão sanguínea arterial. 
*Para situações de urgência odontológica, é 
importante fazer intervenção rápida (~30 minutos), 
priorizando o alivio imediato da dor e remoção da sua 
causa (pulpite e abscesso, por exemplo). 
*Para anestesia local: 
• Prilocaína 3% com felipressina, com limite 
máximo de 2 a 3 tubetes, juntamente com 
sedação para reduzir ansiedade e evitar 
elevação ainda maior da pressão arterial com 
midazolam via oral ou mistura de óxido 
nitroso e oxigênio por inalação. 
Pacientes ASA 3 
*Paciente com hipertensão severa, porém 
“assintomática”, acima de 180/110 mmHg. 
*Todo procedimento odontológico está 
contraindicado. Caso seja um atendimento de 
urgência, deverá ser feito em ambiente hospitalar, 
após avaliação médica e redução da pressão arterial 
para níveis mais seguros. 
Sociedade Brasileira de Cardiologia 
Classificação PA sistólica PA diastólica 
PA normal ≤120 e ≤80 
Pré-
hipertenso 
121-139 e/ou 81-89 
HA 
sustentável/1 
140-159 e/ou 90-99 
HA estágio 2 160-179 e/ou 100-109 
HA estágio 3 >180 e >110 
Associação Americana de Cardiologia 
Classificação PA sistólica PA diastólica 
PA normal <120 e <80 
Elevada 120-129 e <80 
HA estágio 1 130-139 e/ou 80-89 
HA estágio 2 ≥140 e/ou ≥90 
Associação Americana de Cardiologia 
Classificação do paciente (estado físico) 
ASA 1 Paciente em bom estado de saúde 
ASA 2 Paciente com doença sistêmica 
leve a moderada 
ASA 3 Paciente com doença sistêmica 
severa, que limita suas atividades 
ASA 4 Paciente com doença sistêmica 
severa e incapacitante 
ASA 5 Paciente em fase terminal 
ASA 6 Paciente com morte cerebral 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
*Mesmo em caso de urgência, o cirurgião-dentista 
não deve administrar medicamentes anti-
hipertensivos, visto que é uma competência médica. 
Pacientes ASA 3 
*Pacientes que apresentam hipertensão severa e 
sintomática, ultrapassando o limite de 180/110 
mmHg. Os sintomas são dor de cabeça, alteração 
visual, sangramento nasal, sangramento gengival 
espontâneo e dificuldade respiratória. 
*O atendimento ambulatorial é contraindicado e deve 
ser providenciado serviço móvel de urgência e 
avaliação médica imediata. A intervenção 
odontológica precisa ocorrer em ambiente hospitalar, 
após redução da pressão para níveis seguros e a 
critério médico. 
Protocolos da SBC 
*Hipertensão essencial ou primária, sem qualquer 
causa identificável, com pressão arterial superior a 
140/90 mmHg: 
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/ml, 
com limite máximo de 3 tubetes e meio (6ml 
de solução). 
• A dose máxima é de 0,18UI para o 
hipertenso, pois a prilocaína pode provocar 
isquemia do miocárdio. 
*Hipertensão com pressão arterial até 160/100, com 
avaliação de diabetes e insuficiência renal: 
• Prilocaína com felipressina, com limite 
máximo de 2 a 3 tubetes. 
• Deve ser feita sedação com midazolam ou 
diazepam 7,5mg. 
• Lidocaína ou articaína com epinefrina: 
⇾ 1:100.000: limite máximo de 2 
tubetes. 
⇾ 1:200.000: limite máximo de 4 
tubetes. 
*Hipertensão com pressão arterial acima de 160/100 
e menor que 180/110 mmHg: 
• É contraindicado atendimento eletivo. 
• Urgência: sedação com midazolam e 
prilocaína com limite de 2 a 3 tubetes. 
Dose máxima 
 
Calculo de volume máximo 
*Para se calcular o volume máximo da solução 
anestésica local, deve-se avaliar a concentração do 
anestésico na solução, a dose máxima recomendada 
e o peso do paciente. 
*Em uma solução com concentração de 2% de sal, 
por exemplo, terá 2g do sal em 100ml da solução, ou 
seja, 20mg/ml. Como os tubetes anestésicos no Brasil 
possuem 1,8ml, para descobrir a quantidade de sal no 
tubete, é só multiplicar a quantidade de sal por ml por 
1,8. Dessa forma, uma solução de 2% de sal, terá 
36mg de sal anestésico por tubete. 
*Simplificando: para saber quantos mg de sal 
anestésico possui em um tubete, é só multiplicar o 
valor da concentração por 18 (10x1,8). 
Solução de lidocaína a 3%: 
*Contém 3g do sal em 100ml de solução, ou seja, 
30mg/ml. Multiplica-se esse valor pelo volume do 
tubete: 30mg x 1,8ml, obtendo-se 54mg por tubete. 
Sabendo que a dose máxima por peso de lidocaína 
3% é de 4,4mg, multiplica-se esse valor pelo peso 
médio do paciente: 4,4mg x 70kg, obtendo-se 308mg. 
Para saber quantos tubetes podem ser administrados 
no paciente, considera-se esse valor e divide-o pela 
quantidade de sal no tubete: 308mg : 54mg, obtendo-
se 5,7 tubetes. 
*Para facilitar os cálculos, como já sabemos os 
valores máximos absolutos, podemos utilizá-los. 
Dessa forma, o cálculo seria: 
3g/100ml > 30mg/ml; 
30mg/ml x 1,8ml = 54mg/tubete; 
300mg (qntd máx.) : 54mg/tubete = 5,5 tubetes. 
Solução de articaína a 4%: 
4g/100ml > 40mg/ml; 
40mg/ml x 1,8ml (tubete) = 72mg/tubete; 
500mg (qntd máx.) : 72 = 6,9 tubetes. 
Paciente asmático 
*A asma é uma doença pulmonar obstrutiva, 
causando falta de ar e pode ser precipitada por 
exposição a alérgenos específicos, principalmente os 
salicilatos e os sulfitos. 
*É relativamente comum que pacientes asmáticos 
dependentes de corticosteroides apresentem alergia 
aos sulfitos, que estão presentes nas soluções 
anestésicas que contem epinefrina e outros 
vasoconstritores adrenérgicos, pois impede a sua 
oxidação e inativação. Diante disso, é preciso ter 
maior atenção com asmáticos com alergia aos 
sulfitos, sendo preferível a solução de prilocaína 3% 
com felipressina 0,03UI/ml. 
*Em caso de pacientes sem alergia aos sulfitos, pode 
administrar lidocaína 2%, mepivacaína 2% ou 
articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 
1:200.000. 
 Eduardo Malamede 
Lidocaína 4,4mg/kg 7,0mg/kg 
Mepivacaína 4,4mg/kg 6,6mg/kg 
Prilocaína 6mg/kg 8mg/kg 
Articaína 7mg/kg 7mg/kg 
Bupivacaína 1,3mg/kg 2mg/kg 
 Máx. absoluto Nº tubetesLidocaína 
300 mg 2%: 8,3; 3%: 5,5 
Mepivacaína 
Prilocaína 400 mg 7,4 
Articaína 500 mg 6,9 
Bupivacaína 90 mg 10 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
Pacientes diabéticos 
*O diabetes mellitus (DM) é uma doença sistêmica 
crônica devido à deficiência parcial ou total de 
insulina. 
*O DM Tipo 1 representa 10% dos portadores com 
predomínio de crianças, adolescentes e jovens 
adultos, mas pode ocorrer em qualquer fase da vida. 
Nele ocorre a destruição das células beta do 
pâncreas, causando a deficiência total de insulina, por 
isso, são insulinodependentes. 
*Já o DM Tipo 2 (não insulinodependente), 
corresponde a 90% dos portadores e ocorre 
principalmente em indivíduos obesos com mais de 40 
anos, mas sua frequência em jovens tem aumentado 
devido a maus hábitos alimentares, sedentarismo e 
estresse. A deficiência de glicose nesse tipo é por 
causa do aumento da resistência à insulina, 
precisando de altas doses do hormônio para produzir 
o efeito fisiológico, defeito na secreção de insulina 
pelas células beta do pâncreas e aumento da 
produção de glicose endógena, pelo fígado. 
*Existe ainda o diabetes gestacional, que é a alta 
concentração de glicose no sangue durante a 
gravidez e que quase sempre se normaliza após o 
parto. 
*Em relação à conduta odontológica, é preciso 
certificar que o paciente se alimentou 
adequadamente e fez uso da medicação. Se 
necessário, avaliar a glicemia por meio de 
glicosímetro. 
*A ansiedade e o medo relacionado ao tratamento 
odontológico podem induzir a maior secreção de 
catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) pelas 
suprarrenais, aumentando os níveis de glicemia do 
paciente diabético. Para evitar essa situação, deve-se 
considerar medicação para reduzir o risco de 
aumento da glicemia por condições emocionais. Pode 
ser administrado midazolam, alprazolam, diazepam 
ou lorazepam (em idosos) ou fazer a sedação 
inalatória com óxido nitroso e oxigênio. 
*Epinefrina tem ação de estimular a glicogenólise e a 
glicogênese hepática, sendo assim considerada 
hiperglicêmica. Porém, pacientes controlados 
(insulinodependentes ou não) podem se beneficiar de 
pequenas quantidades de vasoconstritores 
(epinefrina 1:100.000, com máximo de 2 tubetes). 
*Deve-se evitar as catecolaminas, nos pacientes 
instáveis ou não compensados. 
*A solução anestésica indicada é a prilocaína com 
felipressina. 
Pacientes com hipertireoidismo 
*O hipertireoidismo é caracterizado pela produção 
excessiva dos hormônios T3 e T4 devido à deficiência 
de iodo na dieta. Os sinais e sintomas são taquicardia, 
palpitação, nervosismo, tremores nas extremidades, 
hipersensibilidade ao calor e exoftalmia. 
*No consultório, é preciso ter cuidados com a 
alimentação antes e após as consultas. Caso o 
hipertireoidismo não esteja controlado, é 
contraindicado o atendimento, havendo apenas o 
tratamento de infecções agudas e sem 
procedimentos cirúrgicos. 
*Caso o paciente esteja com a doença bem 
controlada, pode ser administrada soluções 
anestésicas com epinefrina ou felipressina, com 
limite máximo de 2 tubetes e com injeção lenta. A 
solução anestésica indicada é a prilocaína com 
felipressina. 
Controle da ansiedade 
*Os procedimentos realizados no consultório 
odontológico podem causar ansiedade no paciente 
devido à visão do profissional paramentado, dos 
instrumentais, sangue, vibração/som dos motores, 
movimentos bruscos e sensação inesperada de dor. 
*O paciente que apresenta ansiedade aguda fica 
inquieto na cadeira e pode apresentar alguns sinais 
físicos, como dilatação das pupilas, pele pálida, 
transpiração excessiva, aumento da frequência 
respiratória, sensação de formigamento, tremores de 
extremidades e palpitações. 
*Quando não é possível controlar a ansiedade 
verbalmente, é possível indicar a sedação consciente 
em algumas situações, como em procedimentos mais 
invasivos, após traumatismos dentais, no 
atendimento de pacientes diabéticos e em pacientes 
portadores de doença cardiovascular. Os 
medicamentos de escolha para essas situações são 
os benzodiazepínicos. 
*Os benzodiazepínicos se ligam a estruturas do SNC, 
como o sistema límbico. Ao se ligarem aos 
receptores, facilitam a ação do GABA, 
neurotransmissor inibitório primário do SNC. A 
ativação do GABA induz a abertura dos canais de 
cloro da membrana dos neurônios, aumentando a 
entrada de cloro nas células, diminuindo a 
excitabilidade e propagação de impulsos excitatórios. 
*Dessa forma, o GABA atua como um ansiolítico 
natural ao controlar as reações somáticas e psíquicas 
aos estímulos que causam ansiedade. Então, os 
benzodiazepínicos agem potencializando os efeitos 
inibitórios do GABA. 
*Além de controlar a ansiedade, eles apresentam 
vantagens como a redução do fluxo salivar e do 
reflexo do vômito, o relaxamento da musculatura 
esquelética, mantém a pressão arterial ou glicemia e 
induz amnésia anterógrada, que é o esquecimento 
dos fatos após um evento de referência. 
*Os benzodiazepínicos apresentam baixa incidência 
de efeitos colaterais, sendo o mais comum a 
sonolência. Menos de 1% dos pacientes podem 
apresentar efeitos paradoxais/contraditórios (mais 
comum em idosos e crianças), em que no lugar da 
sedação, o paciente fica excitado, agitado e irritado, 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
sendo necessário adiantar a consulta e manter o 
paciente em observação até passar os efeitos. Ainda 
podem ocorrer mínimos efeitos cardiovasculares, 
como uma leve diminuição da pressão arterial e do 
esforço cardíaco. No sistema respiratório, pode 
ocorrer leve redução de ar corrente e da frequência 
respiratória. Também podem ocorrer efeitos de 
caráter sexual, confusão mental, visão dupla, 
depressão, dor de cabeça, aumento ou diminuição da 
libido, falta de coordenação motora e dependência 
química em tratamentos prolongados. 
*Os benzodiazepínicos devem ser usados com 
precaução em pacientes tratados com fármacos 
depressores do SNC (anti-histamínicos, 
antitussígenos, barbitúricos, anticonvulsivantes), pois 
há risco de potencializar o efeito depressor, em 
portadores de insuficiência respiratória leve, doença 
hepática ou renal, portadores de insuficiência 
cardíaca congestiva e durante a gravidez (2º 
trimestre) e durante a lactação. 
*Essa classe de medicamentos é contraindicada 
para portadores de insuficiência respiratória grave, 
glaucoma, miastenia grave, hipersensibilidade aos 
benzodiazepínicos, apneia do sono, etilistas (pois 
induz maior metabolização hepática e potencializa o 
efeito depressor sobre o SNC), crianças com 
comprometimento físico ou mental severo e gestantes 
do primeiro trimestre e ao final da gestação. 
Critérios de escolha 
*A escolha se baseia na idade, estado físico do 
paciente, o tipo e a duração do procedimento. 
*Como os procedimentos odontológicos geralmente 
não ultrapassam 60 minutos, o midazolam é o 
fármaco de escolha para jovens e adultos. Ele tem 
ação rápida (30 minutos) e menor duração do efeito 
ansiolítico (1-2 horas). 
*Na odontopediatria, além do midazolam (para 
procedimentos curtos), também é recomendado o 
diazepam, visto os benefícios em relação a outros 
fármacos. 
*Em idosos, considerando a metabolização e 
excreção mais lenta e o aumento do tecido adiposo 
(os benzodiazepínicos se depositam no tecido 
gorduroso), a droga de escolha é o lorazepam. Isso 
se dá pela sua meia-vida plasmática intermediária 
entre outros medicamentos e tem menor incidência de 
efeitos paradoxais. Entretanto, o lorazepam tem início 
de efeito mais longo, entre 1 e 2 horas, sendo 
recomendado que o paciente tome o medicamento 
antes da consulta. 
 
 
 
Paciente com desordem neurológica convulsiva 
*Todo sal anestésico excita o SNC, mas também 
provoca sua posterior depressão com maior 
intensidade. Dessa forma, apresenta característica 
bifásica. 
*Inicialmente, o primeiro estimulo causa convulsãodo 
tipo tônico-clônico, seguida de depressão de mesma 
intensidade. Caso não seja corrigido, evolui para uma 
depressão bulbar (pelo acúmulo de acidose de CO2), 
depois para parada respiratória, resultando em 
parada cardíaca e óbito. 
*Os sinais e sintomas desses pacientes é 
loquacidade, apreensão, excitabilidade, fala 
arrastada, excitação generalizada com tremor e 
contração, euforia, vômito, desorientação, perda da 
resposta ao estímulo, pressão arterial, frequência 
cardíaca e respiratória elevadas. 
*O tratamento consiste em tranquilizar o paciente, 
realizar a oxigenação, monitorar os sinais vitais 
(temperatura, pulso, pressão arterial e frequência 
cardíaca), em casos brandos evitar 
anticonvulsivantes (pois tendem a deprimir o SNC) e 
reforçar a ventilação. 
*Em pacientes controlados, deve-se fazer a anestesia 
com a menor dose possível do sal anestésico. Pode-
se administrar lidocaína 2%, mepivacaína 2% ou 
aprilocaína 3%. O ideal é que a solução anestésica 
esteja associada a um vasoconstritor para reduzir a 
quantidade de sal, que pode ser a epinefrina ou 
felipressina, respeitando o limite de 2 tubetes em 
injeção lenta. 
Paciente gestante 
*Tendo em vista que algumas mulheres procuram 
atendimento odontológico e não sabem ou ignoram 
que estão grávidas, toda mulher em idade fértil deve 
ser considerada grávida até que se prove o contrário. 
*Durante a gravidez, a mulher passa por muitas 
alterações fisiológicas, como a diminuição do volume 
respiratório pela posição mais supina do diafragma, 
capacidade respiratória aumentada pela elevação de 
consumo de oxigênio e da frequência respiratória, 
diversas alterações hormonais devido à placenta 
produzir gonadotrofina coriônica, estrogênios, 
progesterona e hormônio lactogênio. Além disso, 
ainda é comum os enjoos, por causa da elevação da 
gonadotrofina coriônica e a hipoglicemia. 
*Ainda ocorrem alterações psicológicas e, devido à 
preocupação com o futuro bebê, a gestante passa a 
contestar os procedimentos. 
 
Adulto 
(mg) 
Idoso 
(mg) 
Criança 
mg/kg 
Diazepam 5-10 5 0,2-0,5 
Lorazepam 1-2 1 - 
Alprazolam 0,5-0,75 0,25-0,5 - 
Midazolam 7,5-15 7,5 0,25-0,5 
Triazolam 0,125-0,25 0,06-0,125 - 
 Tempo de ação 
Triazolam 20-30 min (sublingual) 
Midazolam 30 min 
Alprazolam 45-60 min 
Diazepam 60 min 
Lorazepam 1-2 horas 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
*Por causa das mudanças na alimentação, a paciente 
pode desenvolver o tumor gravídico (é o mesmo que 
granuloma piogênico), uma lesão gengival lobulada 
ou plana, pediculada e que surge por volta do terceiro 
mês e tem aparência de uma amora devido ao 
aspecto granuloso, de cor vermelho escura. O 
tratamento é feito pela remoção cirúrgica, 
preferencialmente após o parto. 
*É importante ressaltar, também, que existe um mito 
de que a gravidez enfraquece os dentes, porém não 
há nenhuma evidencia científica que corrobore isso. 
Desenvolvimento fetal 
*A organogênese ocorro da fecundação até os 3 
primeiros meses de gravidez. Nesse período, o feto 
evolui de um organismo de duas células para um 
organismo complexo, embriologicamente formado. 
Por isso, nesse período ocorre a maioria dos defeitos 
de desenvolvimento fetal, como fendas em lábio ou 
palato (5ª e 7ª semana de gestação). 
*Medicamentos prescrevidos para a gestante muitas 
vezes afeta também o feto, como o caso da 
tetraciclina, que se dado à mãe durante a calcificação 
dos elementos dentários no final do 3º e 4º meses de 
gestação, pode causar manchas nos dentes 
decíduos. 
Consulta odontológica 
*As sessões de atendimento devem ser curtas, para 
procedimentos de emergência e em caso de dor, pois 
os procedimentos eletivos devem ser feitos após o 
parto. As consultas devem ser agendadas 
preferencialmente para a segunda metade da manhã, 
pois é o horário em que os enjoos são menos 
frequentes. 
*É importante agendar a consulta em horário diferente 
do das crianças, para evitar a transmissão de 
doenças virais. Também é preciso evitar o 
agendamento de consultas às gestantes quando o 
profissional estiver gripado ou resfriado. 
*A partir do 6º mês de gestação e principalmente no 
estágio mais avançado, o feto pode exercer pressão 
sobre as veias abdominais, diminuindo o retorno 
venoso e predispondo a gestante à hipotensão 
postural. Para prevenir isso, deve-se colocar a 
paciente sentada ou deitada de lado, de preferência o 
esquerdo. 
Soluções anestésicas 
*Em caso de nervosismo ou ansiedade, a paciente 
deve ser tranquilizada verbalmente, pois o uso de 
benzodiazepínico é questionável na gravidez. 
*Sobre a solução anestésica local, deve ser preferida 
a que proporciona melhor anestesia à paciente e deve 
conter vasoconstritor para retardar a absorção do sal 
anestésico para a corrente sanguínea, diminuindo a 
sua toxicidade e aumentando o tempo de duração. 
*É importante lembrar que todos anestésicos local, 
por serem lipossolúveis, atravessam facilmente a 
barreira placentária. A quantidade e a velocidade de 
transferência para a placenta são definidas pelo: 
• Tamanho da molécula: a prilocaína atravessa 
a placenta mais rapidamente que os outros 
anestésicos locais. Em doses excessivas, 
pode causar a metemoglobinemia na 
gestante. Como as mulheres gravidas podem 
desenvolver anemia na gestação, tornam-se 
mais susceptíveis à metemoglobinemia. 
• Grau de ligação do anestésico às proteínas 
plasmáticas: o anestésico só atravessa a 
placenta se estiver em sua forma livra, então 
quanto maior for o grau de ligação proteica, 
maior o grau de proteção ao feto. 
*A dose máxima segura de prilocaína 3% é de 
6mg/kg, com dose máxima de 400mg. Cada tubete 
de 1,8ml conterá 54mg de prilocaína. 
*Quando a paciente não estiver com a pressão 
controlada, é preciso avaliar o risco benefício com o 
médico e se o atendimento será ambulatorial ou 
hospitalar. 
 
Paciente pediátrico 
*O cirurgião-dentista deve selecionar para uso 
pediátrico o melhor medicamento e saber estabelecer 
as dosagens corretas, em função do peso da criança, 
a fim de obter efeito máximo com o mínimo de efeito 
adverso. 
Dosagem para criança 
*Peso da criança (kg) x dose do adulto : 70kg = dose 
da criança. 
*É importante salientar que esse cálculo é para 
crianças de até 30kg, caso o paciente esteja acima do 
peso é preciso descontar de 20 a 30% dele para 
aplicar no cálculo. 
Controle comportamental 
*O controle comportamental da criança era feito com 
hidrato de cloral de 20 a 40mg/kg, com dose máxima 
de 1500mg. Apresenta sabor amargo e efeitos 
adversos em 2% dos casos, com depressão do SNC, 
distúrbios gastrointestinais, excitação paradoxal do 
SNC e reações cutâneas. Eventualmente, descobriu-
se que essa droga age como agente 
Situação Anestésico 
Gestação normal 
Lidocaína 2% com 
epinefrina 1:100.000 
ou 1:200.000 
História de anemia 
Diabetes ou 
hipertensão controlada 
Hipertensão não 
controlada 
Prilocaína 3% com 
felipressina ou 
mepivacaína 3% sem 
vasoconstritor 
Terapêutica Larissa Albuquerque 
mutagênico/carcinogênico em humanos e parou de 
ser recomendada. 
*Os benzodiazepínicos mostram-se superiores ao 
hidrato de cloral. As drogas de escolha são: 
• Diazepam 0,2 a 0,5mg/kg (dose média 
0,3mg/kg) por via oral, com efeito após 45 a 
60 minutos da ingestão. Possui a 
desvantagem de ter duração de 6 a 8 horas 
devido aos metabólitos e longo tempo de 
eliminação. 
• Midazolam 0,2 a 0,6mg/kg, com efeito após 
30 minutos. Sua duração é menor que a do 
diazepam, com apenas 2 a 4 horas de efeitos. 
Possui a desvantagem de ter ação hipnótica 
e sempre induzir a criança ao sono. 
• Neurolépticos; neuleptil e neozine; anti-
histamínicos. 
Anestesia local 
*A criança possui volume de sangue corporal muito 
menor que de um adulto, por isso é mais fácil elas 
atingirem níveis plasmáticos elevados. Outro fator 
que contribui para essa elevação é injeção 
intravascularacidental, aumentando o risco de 
sobredosagem relativa. Por isso, é mais 
recomendado utilizar a técnica infiltrativa do que os 
bloqueios regionais. 
*Além disso, o volume e concentração da solução 
anestésica deve ser menor que o habitual, já que a 
criança é mais sensível à ação depressora dos 
fármacos. Caso ela já esteja sedada ou debilitada, 
reduzir em 1/3 a dose. 
*Caso haja contraindicação para uso de 
vasoconstritor, opta-se pela mepivacaína 3% sem 
vasoconstritor e com dose máxima em 30%, pois 
tem maior concentração de sal. 
*Prilocaína não deve ser administrada em crianças portadoras de 
anemia. 
**Articaína não é recomendada para crianças com menos de 4 
anos. 
Paciente geriátrico 
*Com o envelhecimento, ocorrem modificações 
orgânicas como nos processos de distribuição e 
excreção, por causa da diminuição do volume 
plasmático, dos líquidos corporais e da massa 
muscular, o que proporciona o aumento de gordura. 
*Tendo em vista o aumento de gordura, os fármacos 
hidrossolúveis podem ficar em maior concentração, 
provocando aumento de atividade e as drogas 
lipossolúveis ficam armazenadas, causando ação 
mais prolongada. 
*Nos idosos, ocorre a diminuição do débito sanguíneo 
hepático, do sistema enzimático, do debito sanguíneo 
renal da filtração glomerular e da função do túbulo 
secretor. Dessa forma, a metabolização e excreção 
da droga é dificultada. 
*O anestésico local deve ser o que proporcione a 
melhor anestesia ao paciente idoso. As drogas de 
escolha são lidocaína 2% e mepivacaína 2% com 
adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000, com dose 
máxima de 3 tubetes. 
*Em caso de contraindicação absoluta a 
vasoconstritor, deve-se optar pela mepivacaína 3% 
para procedimentos com duração de 20 a 30 minutos. 
*O uso de prilocaína em altas doses pode causar 
cianose por metemoglobinemia, já que é derivada da 
toluidina e ao ser metabolizada gera ortotoloidina. A 
prilocaína também é metabolizada no fígado por 
enzimas microssomais hepáticas e a ortotoluidina é o 
principal metabólico. A prilocaína, quando utilizada, 
não deve ultrapassar 2 tubetes, pois no idoso há 
redução de proteínas plasmáticas, o que aumenta o 
teor circulante de prilocaína e consequente aumento 
no seu efeito tóxico. 
*A articaína tem meia-vida plasmática curta, cerca de 
30 minutos, tem infiltração maxilar de 2 a 4 horas e 
tem metabolização hepática e excreção renal. A sua 
administração em doses elevadas também está 
associada à metemoglobinemia. Por isso, deve-se 
evitar o seu uso em idosos com história de anemia e 
insuficiência cardíaca ou respiratória evidenciada por 
hipóxia. 
*A articaína e lidocaína com epinefrina estão 
contraindicados para pacientes com alergia a 
produtos com enxofre. 
*A bupivacaína é um anestésico de longa duração e 
3 a 4 vezes mais potente que a lidocaína, com 
anestesia de 6 a 7 horas. É útil para intervenções 
mais invasivas. Ainda tem baixa concentração para 
vasoconstritor (epinefrina 1:200.000). como é 
metabolizado no fígado, a dose máxima é de 2 
tubetes. 
 
 
Referências: 
• Terapêutica medicamentosa em odontologia 
[recurso eletrônico] / Organizador, Eduardo 
Dias de Andrade. – Dados eletrônicos. – 3. 
ed. – São Paulo: Artes Médicas, 2014. 
• Manual de anestesia local / Stanley F. 
Malamed; [tradução Fernando Mundim et al.]. 
- Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
Situação Dose máxima 
Lidocaína 2% com 
epinefrina 1:100.000 ou 
1:200.000 
4,4mg/kg 
Mepivacaína 2% com 
epinefrina 1:100.000 
4,4mg/kg 
Prilocaína 3% com 
felipressina 0,03UI/ml* 
6mg/kg 
Articaína 4% com 
epinefrina 1:100.000 ou 
1:200.000** 
7mg/kg

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