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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de análise Disciplina: Direito Seguro e Resseguro Módulo: 4 Aluno: Wesley Santos Cambui Turma: 0821-1_2 Tarefa: Atividade Individual – Consultoria e parecer sobre caso concreto Introdução Parecer jurídico com prognostico de êxito – Seguro Garantia Trata-se de parecer, a pedido, tendo em vista situação fática envolvendo o governo Federal e a requerente. Em síntese, A Construtora XPTO venceu uma licitação federal e firmou um contrato administrativo para a construção de uma nova rodovia interestadual cujo objetivo é interligar as regiões Norte e Centro-Oeste aos portos de Santos e do Rio de Janeiro. A obra, de grande vulto, foi orçada em 980 milhões de reais, sendo necessária uma série de desapropriações antes do início dos trabalhos. O contrato foi assinado em 25 de maio de 2023 (data escolhida em razão da vigência concomitante da Lei nº 8.666/93 com a nova lei até abril de 2022), com previsão de entrega das obras em 25 de maio de 2027, e o pagamento se daria de acordo com um cronograma preestabelecido de medições. O governo federal exigiu que a garantia fosse no maior valor permitido pela Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos nº 14.133/2021. Nesse sentido, a construtora ofereceu um seguro garantia cujas condições gerais seguem o texto padrão da Susep. Em 20 de fevereiro de 2025, a seguradora foi surpreendida, por meio de notificação do governo federal, pela informação de rescisão do contrato administrativo, movido em face exclusivamente do tomador e culminou na aplicação de uma multa à Construtora XPTO, no valor de 120 milhões de reais. Ante à inércia da Construtora XPTO, o governo federal cobra a multa da seguradora, invocando o seguro garantia para tal fim. A seguradora negou cobertura, em notificação recebida pelo Governo Federal em 3 de março de 2025, com o argumento de que o segurado não cumpriu com as suas obrigações previstas em apólice. Desenvolvimento PRINCÍPIO DA BOA FÉ: É cediço, que durante a vinculação contratual que ambas as partes respeitem o princípio da boa fé objetiva. 2 O código Civil brasileiro eslarece sobre o príncipio da boa fé, nos termos do Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes. A Cirular da SUSEPnº 477, de 30 de setembro de 2013, no Capítulo II, Modalidade II – Seguro garantia para construção, fornecimento ou prestação de serviços, específicamente no item 4.1 assim disciplina: 4.1. Expectativa: tão logo realizada a abertura do processo administrativo para apurar possível inadimplência do tomador, este deverá ser imediatamente notificado pelo segurado, indicando claramente os itens não cumpridos e concedendo-lhe prazo para regularização da inadimplência apontada, remetendo cópia da notificação para a seguradora, com o fito de comunicar e registrar a Expectativa de Sinistro. Não resta, portanto, qualquer dúvida da necessidade se que haja iniciativa em prestar informações , por meio de notificação, quando identificado que alguma obrigação contratual esteja em descumprimento, para, neste caso, proceder com a regularização, e de igual modo, dar ciência a seguradora para prévio conhecimento. Noutro giro, a jurisprudência já se consoloidou sobre o assunto, vide: ADMINISTRATIVO. SEGURO-GARANTIA. INADIMPLEMENTO DA TOMADORA. FALTA DE COMUNICAÇÃO. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA SEGURADORA. 1. Ao deixar de ter conhecimento acerca do inadimplemento contratual por parte da Tomadora, a seguradora apelada se viu impossibilitada de tomar providências para minorar as consequências, tanto para a segurada, como para a própria seguradora, trazendo prejuízo à apelada. Sabendo da inadimplência da Tomadora, a Seguradora ré poderia ter adotado os seguintes procedimentos: acompanhar os procedimentos de apuração das infrações contratuais cometidas pela Tomadora; realizar, por meio de terceiros, o objeto do contrato principal, e minorar as consequências do inadimplemento impugnado pela apelante. 2. Não há em ponto algum das Condições Gerais qualquer dúvida acerca das obrigações assumidas pela Segurada, tampouco acerca das condições que levam à isenção de responsabilidade ou à perda do direito à garantia securitária. 3. A cláusula que isenta a responsabilidade da seguradora, bem como a que exige a comunicação imediata do sinistro, são plenamente válidas e aplicáveis ao caso concreto, não havendo falar em abusividade das mesmas. 4. Improcedência do pedido de condenação da ré ao pagamento do valor de apólice de seguro-garantia relativo ao contrato de prestação do serviço de vigilância. (TRF-4 - AC: 50287689120134047000 PR 5028768- 91.2013.404.7000, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de Julgamento: 24/02/2016, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E. 25/02/2016) DO VALOR REQUERIDO PARA PAGAMENTO DE MULTA POR DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL Ademias, o pedido de pagamento de multa na absurda quantia de 120 milhões de reais está em desacordo com a norma legal. Mesmo que fosse procedente o pagamento da multa, o valor está, em muito acima. Em analise a letra da lei, no artigo 56, §§ 2º e 3º, a limitação se dá em 5% do valor da obra, ou em 10%, no caso da exceção. Ou seja, usando a matemática, mesmo que o valor oneroso fosse em 10% do valor, a multa se daria em 98 milhões – ou seja, valor bem abaixo do considerado em 120 milhões de reais Conclusão Por tudo que foi exposto e, por conlusão lógica: 1) - A seguradora não deve o valor, tendo em vista a patente má fé do poder público, quando não deu ciência a Seguradora do aumento de riscos, acarretando, portanto, em isenção de responsabilidade por parte da seguradora; - Mesmo que fosse procedente a obrigação do pagamento – que não é -, o valor aplicado em muito está fora da realidade legal, tendo em vista o pedido no valor de 120 milhões, mas, por limitação legal, mesmo se aplicassemos à excepcionalidade, não chegaria neste valor. Sob melhor juízo, é o parecer. São Paulo, 24 de Setembro de 2021 Referências bibliográficas Código Civil – Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/lei/L14133.htm Acessado em 23 de Set. de 2021; 4 Circular Susep nº 477, de 30 de setembro de 2013, Acessada em 23 de Set. de 2021; TRF-4 - AC: 50287689120134047000 PR 5028768-91.2013.404.7000, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de Julgamento: 24/02/2016, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E. 25/02/2016, Disponível em: https://trf- 4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/381669811/apelacao-civel-ac-50287689120134047000- pr-5028768-9120134047000 Acessado em 24. De Set. de 2021; Lei de Licitações Públicas nº 8.666/93;
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