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QUESTÃO DE PROVA 3 - MACROECONOMIA I

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QUESTÃO DE PROVA – MACROECONOMIA I
A - Explicar como funcionam as expectativas adaptativas nas tomadas de decisão por parte dos agentes econômicos.
Para a hipótese das expectativas adaptativas, os agentes econômicos sempre vão considerar os erros e consequências do passado na formação de expectativas em relação ao futuro, sem levar em conta mudanças no contexto, o que pode gerar novos erros. Dessa forma, essa abordagem interpreta a curva de Phillips, que mostra o trade-off entre inflação e desemprego, levando em conta a inflação inercial. Sendo assim, os indivíduos estão sempre esperando que a inflação do passado contamine o futuro, gerando uma profecia autorrealizável.
 Os pesquisadores Arrow e Nerlove (1958) foram os primeiros a abordar a hipótese das expectativas adaptativas, com amparo na concepção teórica de Elasticidade das Expectativas, de Hicks (1946). Desse modo, os autores assumem a ideia de que os agentes econômicos formam expectativas, de acordo com o que já observaram.
Uma versão mais simples das expectativas adaptativas é apresentada na equação a seguir, onde pe é o nível da inflação esperado para o ano seguinte; pe-1 é o nível da inflação desse ano que era esperado no ano passado e p é o nível real de inflação no ano atual.
pe = pe-1 +λ (p - pe-1)
Como λ está entre 0 e 1, isso quer dizer que a expectativa atual para a inflação futura reflete expectativas passadas e um termo de ajuste de erro, em que as expectativas atuais são elevadas ou reduzidas de acordo com a diferença entre a inflação atual e expectativas passadas. Esse ajuste de erro é chamado também de ajuste parcial.
A teoria das expectativas adaptativas pode ser aplicada para todos os períodos anteriores, de modo que a expectativa inflacionária é igual a:
pe = (1 – λ) ∑ (λj pj)
onde pj é igual a inflação j anos no passado. Assim, a inflação esperada atual reflete uma média ponderada de toda a inflação do passado, onde os pesos se tornam cada vez menores à medida que se move para o passado. 
Uma vez que um erro de previsão é feito pelos agentes, devido a um choque estocástico, eles serão incapazes de prever corretamente o nível de preços novamente, mesmo se o nível de preços não apresentar mais choques, visto que eles sempre incorporam parte de seus erros.
Na teoria ortodoxa este conceito foi substituído em grande parte pelas expectativas adaptativas na teoria macroeconômica, visto que sua suposição de otimalidade das expectativas seria consistente com a teoria econômica, a despeito daquilo que é praticado pelos próprios agentes em um determinado período da história.
Economistas heterodoxos brasileiros se utilizam deste conceito no estudo do problema inflacionário brasileiro, ao desenvolver uma explicação estrutural da taxa de inflação que incorporasse um componente inercial da inflação com base no comportamento dos agentes diante do problema inflacionário.
B – Como elas (as expectativas adaptativas) poderiam ser aplicadas para entender a produção agrícola no semiárido brasileiro?
A região semiárida brasileira se caracteriza por características únicas e por elevada instabilidade climática, principalmente em se tratando de precipitações pluviométricas, que sofre com grande instabilidade espacial e temporal. 
Essas particularidades da região semiárida assolam a população agrícola da região, principalmente os agricultores que praticam a agricultura de sequeiro, que depende exclusivamente das chuvas para pleno desenvolvimento das lavouras, de modo que estas atinjam patamares razoáveis, tendo em vista que a baixa produtividade das lavouras é uma característica marcante na região. Além da dependência climática, os agricultores da região ainda sofrem com assistência técnica e crédito rural deficitários, e, portanto, precisam buscar estratégias simples e factíveis para convivência com a realidade local, tais como seleção e armazenamento de sementes crioulas - é comum chegar na casa de um agricultor e encontrar diversas garrafas de refrigerantes abarrotadas de sementes de feijão, milho, dentre outras; armazenamento de água em cisternas (o programa 1 milhão de cisternas (P1MC) trouxe melhora da vida do agricultor nordestino); práticas conservacionistas de solo, que buscam controlar a erosão e assim, evitar a perca de reservatórios subterrâneos de água e assoreamento de corpos hídricos, já tão escassos na região.
Desse modo, os agricultores conseguem desenvolver capacidades adaptativas as condições impostas pela região semiárida, principalmente a instabilidade hídrica, apresentando resiliência na condução de seus cultivos.

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