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Afecções reprodutivas de vagina em cadelas e gatas

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Afecções reprodutivas de vagina em cadelas e gatas
Qualquer parte do aparelho reprodutivo pode dar problema (vulva, vagina, canal vaginal, cérvix, tuba uterina, ovários e glândula mamária). Duas principais afecções são comuns na clínica de pequenas: piometra e tumor de mama. O tumor de mama, apesar de ser uma doença da reprodução, possuí abordagem exclusivamente cirúrgico e tratamento a base de quimioterapia. 
Vaginites
É a inflamação associada a infecção do canal vaginal de uma fêmea, sendo mais freqüente nas cadelas que nas gatas. A vagina é um órgão que naturalmente tem diversos microrganismos que vivem em equilíbrio, em qualquer cadela saudável. Assim, a vaginite é quando ocorre um desequilíbrio entre esses microrganismos e (bactérias e fungos).
Sinais clínicos 
· Corrimento sero-sanguíneo ou purulento (moderada quantidade)
· Edema da mucosa, hiperemia e desconforto
· Prurido com lambedura 
· Alopecia perianal e mudança de coloração (alteração de pH urinário e lambedura)
· Atração de machos
· Muitas vezes podemos confundir com o CIO
Etiologia: a vaginite pode ocorrer em fêmeas pré púberes ou pós púbere. A abordagem, principalmente com relação ao tratamento, será diferente na vaginite juvenil e adulta. A vaginite juvenil, que ocorre em uma filhote com 4/5 meses, e que, se não tenha interferência, irá curar quando a fêmea entrar no cio pela primeira vez (vaginite auto-limitante), já que no pro-estro a fêmea terá aumento de estrógeno, um hormônio imunoestimulante local do aparelho reprodutivo, sendo favorável para que o organismo se reequilibre e consiga curar a vaginite. Muitas vezes, descobrimos a vaginite juvenil em consultas de rotina, acreditasse que ela ocorra pela falta de hábito de auto-higiene realizado pelo animal. 
A vaginite da fêmea adulta não é auto limitante, ela pode estar associada à agentes dentro do organismo que a desencadeie, como neoplasias, corpo estranho ou infecção urinária (cistite pode evoluir para uma vaginite, bem como uma vaginite pode evoluir para uma cistite, é indicado utilizarmos um especo para analisar o canal vaginal e solicitar um exame de urina), mesmo que não há uma causa base, dizemos que a fêmea desenvolveu uma vaginite primária. Os fatores predisponentes relacionados a uma maior chance de a fêmea desenvolver uma vaginite envolvem fatores hormonais, no excesso de progesterona (diestro/período pós-cio – hormônio imuno-depressor do aparelho reprodutivo e possível contaminação) e falta do estrógeno (fêmeas castradas) e fatores anatômicos, na constituição de vulva e vagina: as fêmeas castradas pré-púberes (antes do primeiro cio) tendem a ter uma vulva/vagina infantil, com tamanho incompatível, essa vulva pequena tende a acumular mais secreção, criando-se um ambiente mais úmido e apertado, o que pré dispõe proliferação de microorganismo. 
Diagnóstico 
É baseado pela idade e histórico clínico, a vaginoscopia nos auxilia para excluir outras possibilidades (neoplasia). Na citologia vaginal vemos a presença de neutrófilos. Com a cultura e antibiograma podemos identificar a bactéria ali presente. 
Tratamento – juvenil 
Por ser auto-limitante, ao entrar no cio e começar o processo de auto-higiene, a fêmea irá curar. Porém, é possível e indicável a higienização com dermacid – sabonete suave da região, e se a fêmea tiver sintomas (desconforto, prurido), iremos fazer o tratamento do adulto. 
Tratamento – adulto
· Definir a etiologia (tumor, cistite)
· recomendamos a lavagem 2x ao dia com sabonete anti-septico neutro e suave, além de indicar uma solução de lavagem intra-vaginal
· Flogo-rosa – benzidamina (p.a) que tem ação levemente anestésica, logo ajuda a normalizar o pH vaginal (prurido e desconforto), passando na região externa de vulva, lábios e vestíbulos. 
· O pH natural da vagina é acido, porém nas vaginites o pH tende a ser alcalino, assim, a vit C - ácido ascórbico (1 a 2 comprimidos 500mg, BID) além de ajudar no estímulo da imunidade celular, ajuda acidificar o meio de todo canal vaginal. O antibiótico pode ser usado em uma fêmea adulta com vaginites de repetição e, junto ao tratamento de lavagem com vitamina C, pode ser feito intra-vaginal em fêmeas adultas e, em fêmeas filhotes, pela via sistêmica. 
Hiperplasia e prolapso 
A hiperplasia vaginal (aumento exagerado do tecido vaginal) ocorre em alguns momentos de maneira fisiológica e anatômica. As alterações hormonais correspondem ao estrógeno, algumas fêmeas têm uma resposta exagerada à influência do estrógeno, fazendo com que a hiperplasia seja tão grande e o tecido acaba transbordando pela vulva em forma de prolapso (deslocamento do tecido). Em 99,9% das vezes que ocorre o prolapso vaginal, estará relacionado ao cio, pela resposta individual exacerbada ao estrógeno (não significa que houve muita produção). No final da gestação os níveis de P4 caem e temos um pico de estrógeno (junto a compressão do útero no canal vaginal) pode acabar levando a uma hiperplasia e prolapso vaginal, sendo essa patológica mais comum em cadelas e raro em gatas. 
A aplicação de hormônio de forma exógena em cadelas podem levar à hiperplasia e prolapso.
Grau 1 
Moderada eversão do assoalho, sem a protrusão. É o crescimento exagerado do tecido vaginal e não visualizamos mucosa vaginal externalizada, mas sim, aumento do volume do períneo, onde a região perineal em volta da vulva fica saltada.
Grau 2
Visualizamos prolapso do assoalho cranial e paredes laterais 
Grau 3
Prolapso de toda circunferência vaginal. Onde podemos visualizar o lúmen da vagina externalizado.
Sinais clínicos
A fêmea pode sofrer complicações pelo trauma e contaminação da mucosa pela exposição. Com inversão do tecido podemos ter uma obstrução da uretra e essa fêmea pode apresentar disúria e iscúria.
Nesse caso é indicado uma vaginoplastia (reconstrução do canal vaginal e avaliação da uretra)
Diagnóstico
Se dá pelo histórico e sinais clínicos e citologia vaginal, onde observaremos as células características da ação do estrógeno (células superficiais queratinizadas).
Tratamento 
Depende do grau de hiperplasia e prolapso e do estágio do ciclo estral. Por exemplo, uma fêmea com hiperplasia grau 1, pode ser apenas acompanhada, avaliando através da citologia vaginal ao longo do cio, e instruir o tutor a observar se a fêmea consegue urinar e se não há prolapso, assim, no final do proestro (diminuição do estrógeno) para o estro, a fêmea tende a diminuir a hiperplasia e edema vaginal. Uma fêmea em prolapso grau 2 ou 3, podemos utilizar medicamentos que interrompam o cio (LH que induza luteinização dos folículos; provocar atresia do folículo com antagonista de ?), a castração é uma medida drástica e no meio do cio, não sendo ideal. Podemos usar pomada com limpeza tópica e uso de fralda (instruir o tutor a higienizar e observar)
Afecções neoplasias 
A mais comum é o TVT (tumor venéreo transmissível), que, mesmo sendo maligna, tem um baixo índice de metástase. Sua incidência é variável dependendo do hábito de vida dos animais, sua freqüência/incidência é comum no aparelho reprodutor de fêmeas e machos, sendo transmissível. Normalmente, quando a mucosa tem alguma lesão, ocorre implantação das células tumorais. É comum em região genital por conta do coito, a transmissão também pode ocorrer na mucosa oral, nasal, labial e ocular pelo contato entre fucinho e região genital. É exclusivo de cães machos e fêmeas.
Outras neoplasias que podem ocorrer na vagina, normalmente são benignas. Como leiomioma (mais comum), fibropapiloma (pólipos vaginais), fibroma, fibroleiomioma ou fibropapiloma (redondos). Devemos diferenciar uma neoplasias de uma hiperplasia, as neoplasias possuem consistência diferente, além de não termos uma associação do histórico de cio. O crescimento é mais lento que um prolapso. 
Sinais clínicos 
O TVT é o único tipo de neoplasia com formato de couve-flor, é irregular, friável e sangra muito mais que os outros tipos de tumores. Ele se insere na região cranial da vagina, e por ter um corrimento vaginal sero-sanguínea (vaginite), podemos até mesmo confundircom o cio. Esse crescimento tumoral pode causar disúria e tenesmo e lambedura. 
Tratamento
O tratamento de todas as neoplasias vaginais envolve a excisão cirúrgica, avaliar se há margem contaminada e garantir que não há resquício de célula tumoral, quimioterapia e radioterapia (fora do país). 
Já o TVT, a primeira abordagem é com a quimioterapia (vincristina) uma vez por semana pela via intravenosa, sendo, antes de feito a medicação, coletado o sangue para avaliação de leucócitos, já que o quimioterápico causa depressão e leucopenia. Esse protocolo geralmente responde bem de 6-8 sessões, e ele pode ser realizado até 8 semanas. A quimioterapia nos cães não causa tantos efeitos colaterais quanto nos humanos, temos como efeito discreta alopecia, enjôo no dia da aplicação, raro episódio de êmese e pouca perda de peso. Ao fim do tratamento, se ainda restar resquício de tumor, podemos realizar a excisão cirúrgica.

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