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Thaís Morghana - UFPE-CAA PLECCT ↠ Paracoccidioidomicose ↞ INTRODUÇÃO A paracoccidioidomicose é uma doença micótica sistêmica endêmica. Tem sido relatada como uma infecção natural em humanos, mas podem haver infecções esporádicas em animais selvagens e domésticos (principalmente tatus). Etiologia → Fungos termicamente dimórficos: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii. EPIDEMIOLOGIA A prevalência em áreas endêmicas pode chegar a 50-75% na população adulta. ● 80% dos casos foram relatados no Brasil. ● Cerca de 2% dos indivíduos infectados vão apresentar a doença ativa. ● Incidência varia de 9,4 a 40 casos por 100.000 habitantes por ano em Rondônia. ● A maior área endêmica no Brasil são as regiões centro-oeste, sul e sudeste. No entanto, a doença tem-se espalhado por outras regiões. ● Todos os 26 estados brasileiros têm registros de internações por paracoccidioidomicose. ● A forma crônica em adultos é mais prevalente entre os homens de 30-60 anos. ● A proporção média é de 13:1 entre homens e mulheres no Brasil. P. brasiliensis: ● Espécie 1 (S1): amplamente distribuída, pode ser encontrada no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru e Venezuela. ● Espécie filogenética 2 (PS2): presente em Brasil e Venezuela. ● Espécie filogenética 3 (PS3): restrita à Colômbia. P. lutzii: ● Predominante nas regiões centro-oeste, sul e norte do Brasil, além do Equador. Características ecológicas: ● Mais comum em locais com florestas tropicais e/ou subtropicais, rios abundantes, temperaturas amenas, chuvas elevadas e cultivos de café ou tabaco. ● Ex.: casos agudos relatados devido ao El Niño e desmatamento. Distribuição geográfica na América do Sul: Habitat: ● Os estudos sugerem que os fungos são saprófitas do solo. Exposição ocupacional: ● Trabalhadores rurais envolvidos na agricultura intensiva. PATOGENIA Os patógenos P. brasiliensis e P. lutzii são termicamente dimorfos, sendo encontrados na forma de micélio em temperaturas de 22-26 ºC ou como levedura a 37 ºC. Micélio → aparecem como hifas septadas finas com clamidósporos e conídios ocasionais. Levedura → células ovais ou redondas de tamanhos variados, com células-filhas em brotamento (blastoconídios) chamadas de “roda do piloto” ou “roda de leme”. Thaís Morghana - UFPE-CAA Transmissão e imunidade: ● A porta de entrada dos patógenos é pela inalação pulmonar. ● Neutrófilos e macrófagos bloqueiam o crescimento e a disseminação da infecção na maioria dos indivíduos infectados. ● Resposta Th2: suscetibilidade à doença. ● Resposta Th1: controle da infecção. ● A doença, mesmo relacionada com a imunidade celular, raramente foi relatada em pacientes com HIV, câncer ou transplantados. ● Pacientes expostos geralmente formam granuloma no local de infecção primária e após anos a doença pode progredir. Disseminação: ● O Paracoccidioides pode apresentar disseminação hematogênica ou linfática. ● Pode atingir vários órgãos. QUADRO CLÍNICO Após a inalação, o Paracoccidioides causa infecção pulmonar assintomática, e pode evoluir com padrão agudo/subagudo ou crônico. AGUDA /SUBAGUDA ● Também chamada de paracoccidioidomicose juvenil, pois é mais comum em crianças, adolescentes e adultos < 30 anos. ● Representa menos de 10% dos casos. ● Proporção igual entre meninos e meninas na infância. ● O quadro clínico aparece após cerca de 45 dias da exposição. Sinais e sintomas → febre, perda de peso, linfadenopatia superficial, hepatoesplenomegalia, disfunção da medula óssea (anemia aplástica). ● Os linfonodos mais comumente envolvidos são nas regiões cervical, axilar e inguinal. ● Linfonodos abdominais podem causar dor abdominal difusa, icterícia e obstrução intestinal parcial. ● Alguns pacientes podem apresentar envolvimento ósseo e da pele. ● O envolvimento pulmonar é incomum. A e B: linfadenopatia. C: lesões ulcerosas de aspecto verrucoso. D: lesões papulonodulares e ulcerativas. Achados laboratoriais → anemia, hipergamaglobulinemia, eosinofilia, hipoalbuminemia, hiperbilirrubinemia, aumento de transaminases. Evolução clínica → sem tratamento, a progressão é rápida e a condição do paciente fica comprometida em semanas ou poucos meses. Hospedeiros imunocomprometidos → os pacientes podem apresentar rápida progressão da doença, linfadenopatia generalizada e envolvimento pulmonar. CRÔNICA ● Reativação da infecção primária após meses ou anos. ● Representa 90% dos casos. Thaís Morghana - UFPE-CAA Sinais e sintomas → geralmente se apresenta com infiltrados pulmonares e lesões na mucosa do trato respiratório superior. ● 77% apresentam envolvimento pulmonar: tosse seca, dispneia, produção de escarro, hemoptise, fibrose. ● O envolvimento da mucosa ocorre em 50% dos casos, com lesão ulcerosa dolorosa, bordas irregulares e pontos de hemorragia: Estomatite moriforme. ○ Os pacientes podem relatar dor, sialorréia, rouquidão, odinofagia e disfagia. ● Lesões cutâneas devido a disseminação hematológica: podem ser lesões papulares e ulcerativas, verrucosas e com bordas irregulares. Os nódulos ou úlceras podem estar ao redor dos orifícios naturais e MMII. ● Outros órgãos que podem estar envolvidos: linfonodos, glândulas adrenais, SNC, ossos, articulações, órgãos genitais e olhos. Hospedeiros imunocomprometidos → doença disseminada, com achados mais exuberantes e taxas de mortalidade maiores. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é procurado em pacientes com achados epidemiológicos e clínicos sugestivos. AGUDA/SUBAGUDA Exame direto e cultura → amostras obtidas por aspiração ou biópsia de linfonodos. Teste sorológico → os títulos de anticorpos no soro geralmente são altos ≥ 1:32. ● Avaliar a extensão do envolvimento dos linfonodos. ● Todos os pacientes devem ser avaliados com USG abdominal ou TC abdominal. ● Avaliar insuficiência da medula óssea e estado nutricional. ● Podem ser solicitados exames adicionais de acordo com os achados clínicos de envolvimento de outros órgãos. CRÔNICA Microscopia → a forma leveduriforme pode ser visualizada em escarro, fluido de abscesso, aspirado de linfonodos, raspado de lesões cutâneas ou biópsia de órgãos afetados. Cultura → pode ser cultivado em escarro, amostras de biópsia ou fluido de abscesso. ● Frequentemente negativa devido a amostras obtidas em locais colonizados por bactérias que inibem o crescimento do fungo. Patologia → a coloração de Schiff com ácido periódico é usada para identificar elementos fúngicos. ● Achados: infiltrado celular e granulomas ao redor das células de levedura. Testes sorológicos → utilizados no diagnóstico e acompanhamento da resposta à terapia. ● P. brasiliensis: o teste de imunodifusão quantitativa é o método com maior sensibilidade e especificidade. ● P. lutzii: é recomendado o teste por imunodifusão usando ensaio imunoenzimático de antígeno livre de células e Western blot. ● Teste do 1,3-beta-D-glucano: detecta o beta-D-glucano presente na parede celular de Thaís Morghana - UFPE-CAA muitos fungos. O teste é inespecífico, não é usado de rotina e não deve ser indicado para monitorar resposta ao tratamento. Teste cutâneo → busca o antígeno paracoccidioidina. Não é útil no diagnóstico de doença ativa. Achados radiográficos → radiografia de tórax revela infiltrados intersticiais e alveolares mistos, peri-hilares, bilaterais e simétricos, predominante no campo pulmonar inferior. ● TC: vidro fosco, consolidações, massas, nódulos, cavidades e espessamento septal ou interlobular. Sinal do halo invertido pode estar presente. ● Sequelas: fibrose, bolhas e enfisema. ● Achados no SNC: lesões com realce do anel, edema perilesional, envolvimento meníngeo e hidrocefalia. ● Ossos: lise óssea com ou sem borda de esclerose. A: padrão de asa de borboleta. B: padrão nodular e micronodular difusos. C: múltiplas cavidades. D: aumento das adrenais. E e F: anel hipodenso. A: lesões infiltrativas. B: extensa fibrose e bolhas basais. Outros exames: ● TC de abdome e de SNC devem ser realizados em casos com sinais e sintomas suspeitos de acometimento desses órgãos.● SEMPRE avaliar função adrenal: cortisol sérico no início da manhã e resposta de cortisol à administração de ACTH. TRATAMENTO Casos leves a moderados → a droga de escolha é o itraconazol 100-200 mg/dia. ● Recomenda-se a solução de itraconazol, pois tem melhor biodisponibilidade. ● As cápsulas são usadas quando a solução não está disponível. ● Crianças: dose de 5-10 mg/kg 1x ao dia (dose máxima de 200 mg). ○ Se a solução oral não estiver disponível, pode-se usar a suspensão de trimetoprima-sulfametoxazol (TMP-SMX) 8-10 mg/kg/dia dividida em 2 doses diárias. Casos graves → a droga de escolha é a anfotericina B desoxicolato 0,7-1 mg/kg/dia. ● Alternativa: TMP-SMX IV 8-10 mg/kg/dia dividido em 3 doses diárias. ● Pacientes tratados com fármacos IV podem passar para a VO se melhora significativa do quadro clínico. Casos com envolvimento do SNC → recomenda-se o uso de TMP-SMX ou anfotericina B. DURAÇÃO DO TRATAMENTO Azólicos: 6-12 meses. TMP-SMX: ≥ 2 anos. Quadros graves: > 2 anos. Thaís Morghana - UFPE-CAA Envolvimento do SNC, hospedeiros imunocomprometidos: terapia mais longa. Obs.: o tratamento é continuado até que os sinais clínicos e radiológicos tenham melhorado substancialmente ou resolvido e até tenha redução significativa nos títulos de anticorpos. ● Os testes sorológicos devem ser realizados antes do início da terapia, após 3 meses de terapia e a cada 6 meses após o término da terapia. ● Pacientes em uso de azólicos devem ser monitorados quanto à função hepática. ● A radiografia de tórax deve ser realizada no diagnóstico e a cada 1-2 meses durante os 6-9 primeiros meses de terapia. Após isso, deve-se repetir a cada 6 meses até conclusão da terapia. ↠ Leishmaniose tegumentar ↞ INTRODUÇÃO A leishmaniose é um complexo de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por vetores de flebotomíneos. Etiologia → pelo menos 23 espécies de Leishmania foram associadas à infecção humana. ● O patógeno mais comum no Brasil é o Leishmania braziliensis. ● Protozoário intracelular obrigatório em macrófagos de tecidos hospedeiros de mamíferos. EPIDEMIOLOGIA A doença é endêmica em focos dispersos em cerca de 89 países. O Global Burden of Disease em 2019 estimou cerca de 4,6 milhões de casos. Em 2020, 80% dos casos foram relatados em 7 países: Afeganistão, Argélia, Brasil, Colômbia, Iraque, Paquistão e Síria. PATOGENIA ● A leishmaniose é transmitida pela picada de uma fêmea infectada de flebotomíneos para reservatórios de mamíferos. ● Os seres humanos são infectados acidentalmente quando entram em áreas endêmicas. ● Parasita, hospedeiro e outros fatores afetam se a infecção se torna sintomática e se resulta em leishmaniose cutânea ou visceral. Vetores → são mais de 90 espécies de vetores. Sendo os flebotomíneos do gênero Lutzomyia prevalentes no novo mundo (mosquito palha) e o Phlebotomus no velho mundo. ● Vivem próximos a reservatórios animais. ● Geralmente se alimentam à noite, mas também podem se alimentar durante o dia. Transmissão → pode seguir padrões epidêmicos ou endêmicos. ● Os surtos ocorrem quando o habitat do flebotomíneo é perturbado ou quando hospedeiros suscetíveis se mudam para áreas endêmicas. Thaís Morghana - UFPE-CAA QUADRO CLÍNICO Cerca de 10% dos pacientes vão ter a infecção assintomática. E, os casos sintomáticos têm um período de incubação de semanas a meses. LEISHMANIOSE CUTÂNEA LOCALIZADA ● As lesões ocorrem em áreas expostas da pele. ● Inicia com uma pápula rosada que aumenta de tamanho e evolui para nódulo ou placa. ● A placa geralmente tem um amolecimento central. ● As lesões evoluem para úlceras indolores com bordas endurecidas. ● A úlcera pode ser coberta por uma escara hiperceratótica ou por material fibrinoso branco-amarelado espesso. Úlcera coberta por escara Úlcera coberta por material fibrinoso ● Pode ter múltiplas lesões. ● Características variáveis: esporotricoides, verrucosas, zosteriformes, psoriaformes, eczematosas, erisipeloides. ● Podem aparecer lesões satélite fora da placa/úlcera. ● Lesões que seguem o trajeto linfático: podem ser ulceradas ou palpadas subcutaneamente. ● Pode ocorrer adenopatia regional. ● Infecção bacteriana secundária: aumento da lesão primária. História natural → cura gradual ao longo de meses ou anos. Após a cura, há a formação de cicatriz atrófica e deprimida ou queloide. Infecção por Leishmania braziliensis → lesões grandes com envolvimento linfocutâneo. ● Padrão de esporotricoide de múltiplas úlceras ou linfangite nodular. ● Sintomas que podem preceder as lesões: linfadenopatia, febre e mal-estar. ● As úlceras podem cicatrizar em 6-12 meses ou persistirem. LEISHMANIOSE RECIDIVANS ● Síndrome incomum causada pelo L. tropica. ● Organismos persistentes podem causar formação de pápulas após cicatrização da lesão primária. ● Biópsia revela poucos parasitas e resposta imune granulomatosa. ● Pode ocorrer após trauma na área cicatrizada. Thaís Morghana - UFPE-CAA LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA ● Síndrome rara, mais associada com a infecção por L. aethiopica, L. mexicana e L. amazonensis. ● Começa com lesão localizada, sem ulceração. ● Nódulos ou placas moles se formam em face e membros extensores. ● Biópsia revela muitos parasitas e escassa reação linfocítica. ● Os pacientes apresentam defeito na resposta imune. LEISHMANIOSE MUCOSA ● Causada por L. braziliensis, L. guyanensis, L. panamensis e L. amazonensis. ● Globalmente, o risco de doença mucosa após lesão primária é de cerca de 10-30%. ● Pode ocorrer concomitante às manifestações cutâneas em até 28% dos casos. ● Caracteriza-se por destruição da mucosa. Sinais e sintomas → obstrução ou congestão nasal, sangramento da mucosa, aumento de secreções, descamação de tecido morto. ● Alguns pacientes podem ter dor, inflamação e deformidades. ● A erosão ocorre mais comumente em nariz, boca e septo nasal. Mas pode atingir outras regiões. ● Leve: congestão nasal isolada. ● Moderada: odinofagia ou disfonia. ● Grave: desconforto respiratório ou disfonia grave. PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS ● O controle da infecção por Leishmania requer uma resposta imune Th1, incluindo células e citocinas. ● Pacientes imunocomprometidos têm maiores chances de desenvolver leishmaniose tegumentar grave. GRAVIDADE DO QUADRO CLÍNICO Leishmaniose tegumentar não complicada ● Infecção por espécies não associadas à forma mucosa. ● Sem envolvimento da mucosa. ● Lesão única ou poucas lesões. ● Lesão < 1 cm. ● Hospedeiro imunocompetente. Leishmaniose tegumentar complicada ● Infecção por espécies associadas à forma mucosa (ex.: L. braziliensis). ● > 4 lesões de tamanho > 1 cm. ● Lesões individuais ≥ 5 cm. ● Nódulos subcutâneos. ● Adenopatia regional > 1 cm. ● Tamanho ou localização das lesões com tratamento inviável. ● Lesões em rosto, dedos ou genitália. ● Hospedeiro imunocomprometido. ● Falha após 2-3 meses após tratamento. Obs.: leishmaniose recidivans, disseminada, ou difusa devem ser tratadas como infecção complicada. DIAGNÓSTICO Paciente com história de 1 ou mais lesões crônicas + história de exposição em área endêmica. O diagnóstico definitivo é feito por amostra clínica do parasita por histologia, cultura ou PCR. ● Se possível, os 3 testes são realizados. ● As amostras devem ser coletadas em lesões ativas e ulcerativas, sem evidência de infecção secundária. Sorologia → geralmente não é utilizado, pois tem especificidade e sensibilidade variáveis. Teste cutâneo de Montenegro → injeção intradérmica de promastigotas mortos. O teste é lido 48-72h após injeção. ● ≥ 5 mm de endurecimento: teste positivo. ● Não consegue distinguir entre infecção ativa e infecção resolvida. TRATAMENTO O objetivo do tratamento é a cura clínica, não a cura parasitológica. Pacientes não complicados ● Pode-se optar pela observação clínica sem tratamento. ● Na maioria das vezes, as lesões vão cicatrizar espontaneamente. Thaís Morghana - UFPE-CAA ● Essa abordagem deve ser discutida com o paciente. ● Reconsiderar o tratamento se não houver cicatrizaçãoem 4-6 semanas. ● A terapia local pode ser indicada nos casos em que não há cura espontânea e a espécie envolvida não causa infecção disseminada. Pacientes complicados ● Abordagem com terapia sistêmica. ⚠⚠ No Brasil, a leishmaniose sempre é tratada como complicada. Devido a prevalência de L. braziliensis e a relação dessa espécie com a leishmaniose mucosa. Antimoniato N-metil-glucamina → primeira escolha. ● Leishmaniose cutânea localizada ou disseminada: 15 mg/kg/dia (10-20 mg/Sb + 5/kg/dia) por 20 dias. ● Leishmaniose mucosa: 20 mg/Sb + 5/kg/dia por 30 dias. ● Leishmaniose difusa: 20 mg/Sb + 5/kg/dia por 20 dias. ● Via de administração: EV ou IM. ● Monitoramento durante o tratamento: ○ < 50 anos: semanal. ○ ≥ 50 anos: eletrocardiografia 2x por semana e demais exames semanalmente. ● Acompanhamento pós tratamento: mensal por 3 meses. Desoxicolato de anfotericina B → terapia alternativa. ● 1 mg/kg/dia diariamente ou em dias alternados. ● Deve ser administrada até atingir as doses totais: ○ Cutânea: 1-1,5 g. ○ Mucosa: 2,5-3 g. ● Via de administração: EV. ● Duração: doses aplicadas em períodos variáveis - depende da tolerância. ● Monitoramento durante o tratamento: diário. ● Acompanhamento pós tratamento: mensal por 3 meses. Anfotericina B lipossomal → terapia alternativa. ● 1-4 mg/kg/dia até completar 1-1,5 g de dose total. ● Via de administração: EV. ● Monitoramento durante tratamento: diário. ● Acompanhamento pós tratamento: mensal por 3 meses. Isotionato de pentamidina → terapia alternativa. ● 4 mg/kg/dia em dias alternado em 3-10 aplicações. ● Via de administração: EV ou IM. ● Monitoramento durante tratamento: duas vezes por semana. ● Acompanhamento pós tratamento: mensal por 3 meses. Terapia local → crioterapia ou termoterapia. PREVENÇÃO ● Educação em saúde. ● Eliminação de habitats de reservatórios, como tocas de roedores. ● Barreiras de parede e uso de difusores de inseticidas em áreas de convivência. ● Uso de repelentes e mosquiteiros. ↠ Esporotricose ↞ INTRODUÇÃO A esporotricose é uma infecção subaguda ou crônica causada por fungos dimórficos. Etiologia → Sporothrix schenckii é o patógeno mais comum, mas outras espécies também causam a infecção como S. brasiliensis, S. globosa, S. pallida e S. mexicana. EPIDEMIOLOGIA A esporotricose está presente em locais de clima temperado a tropical. No Brasil, a incidência tem aumentado devido ao S. brasiliensis e a transmissão zoonótica por meio dos gatos. Fontes de infecção ● O S. schenckii está presente em locais com musgo esfagno, madeira em decomposição, feno e solo. ● As atividades relacionadas com a esporotricose são paisagismo, jardinagem etc. ● Via de transmissão: inalação pulmonar de aerossóis do solo contaminado ou inoculação pela pele. ● Transmissão zoonótica: relacionada a arranhadura de gatos. Thaís Morghana - UFPE-CAA ● Exposição em laboratório: foram relatados casos de esporotricose em pessoas que manipulam animais ou materiais contaminados em análise de laboratório. PATOGENIA O S. schenckii é um complexo de 6 espécies filogeneticamente diferentes que atingem diferentes regiões geográficas. ● O S. schenckii sensu stricto é o mais comum em todo o mundo. ● O fungo apresenta dimorfismo térmico: produz hifas em temperaturas inferiores ao normal dos seres humanos e levedura a 37 ºC in vitro. ● O crescimento in vivo ocorre na forma leveduriforme e se reproduz por brotamento. ● Algumas cepas são capazes de se espalhar em órgãos internos, outras causam infecção apenas cutânea. Virulência e resposta imune ● Não é considerado um fungo com alta virulência. ● Geralmente se localiza em tecidos cutâneos e subcutâneos. ● O S. brasiliensis é mais virulento e responsável pela maioria das infecções no Brasil. ● A resposta imune não é bem descrita, mas provavelmente o sistema inato causa fagocitose e morte do organismo, e as imunidades celular e humoral causam resposta específica. QUADRO CLÍNICO Geralmente caracteriza-se por uma síndrome cutânea. ● Em alguns casos, pode haver inalação do patógeno e consequente infecção pulmonar. ● Em pacientes imunocomprometidos o patógeno pode atingir a via hematogênica e afetar outros sistemas orgânicos. Linfangite nodular ● Chamada de esporotricose linfocutânea, essa é a forma mais comum da doença. ● Após um período de incubação de dias a semanas, forma-se pápula, que pode permanecer nodular e eritematosa ou evoluir para úlcera. ● A drenagem da lesão não é purulenta e não tem odor. ● As lesões ocorrem ao longo dos canais linfáticos próximos a lesão inicial. ● A dor é leve e sintomas sistêmicos estão ausentes. Outras manifestações dermatológicas ● Lesão cutânea crônica fixa: geralmente em face e extremidades. ○ Placas ou verrugas. ○ Frequente em regiões endêmicas da América do Sul. ● Lesões em locais não contíguos: esporotricose disseminada. ○ Esporotricose cutânea disseminada: limitada a pele. ○ Esporotricose sistêmica disseminada: atinge outros sistemas. Thaís Morghana - UFPE-CAA Envolvimento pulmonar ● Epidemiologia: homens de meia-idade, história de DPOC e uso abusivo de álcool. ● O paciente pode apresentar febre, sudorese noturna, perda de peso, fadiga. ● Queixas respiratórias: dispneia, tosse, expectoração purulenta e hemoptise. ● Alguns pacientes podem ter envolvimento pulmonar e disseminação para pele, ossos ou vísceras. Mas são poucos os casos que isso acontece. ● Achados radiográficos: cavidades uni ou bilaterais, fibrose e/ou lesões nodulares dispersas. Envolvimento osteoarticular ● Epidemiologia: homens de meia-idade e uso abusivo de álcool. ● Pode ser por inoculação local ou disseminação hematogênica. ● Quadro crônico: redução da amplitude de movimento, dor e edema. ● Pode envolver 1 ou mais articulações. ● Pode ou não ser acompanhada de lesões cutâneas. Envolvimento neurológico ● Meningite: manifestação rara. ● Geralmente em pacientes imunocomprometidos. ● Meningite isolada: curso crônico e sintomas como febre e cefaléia por semanas a meses. ● Também pode vir associada à doença disseminada. ● LCR: pleocitose linfocítica, aumento de proteína e redução de glicose. Doença disseminada ● É bastante incomum e os casos relatados geralmente são pacientes imunocomprometidos. ● Pode ocorrer infecção do pericárdio, olhos, tecidos perirretais, laringe, mama, epidídimo, baço, fígado, medula óssea e linfonodos. DIAGNÓSTICO A forma linfocutânea geralmente tem diagnóstico imediato diante das características clínicas e epidemiológicas. Mas as formas menos clássicas apresentam um diagnóstico tardio. Cultura → é o método mais sensível. ● Realizada por meio de biópsia de tecido, escarro, fluidos corporais ou material aspirado de uma lesão cutânea. Histopatologia → processo misto granulomatoso e piogênico. Outros exames → PCR e sorologia não são realizados de rotina. TRATAMENTO FORMA CUTÂNEA ● Itraconazol → 100-200 mg/dia VO por até 2-4 semanas após resolução das lesões. ○ Geralmente o tratamento tem duração de 3-6 meses. Se o paciente não responder a terapia, pode-se lançar mão das alternativas: ● Itraconazol → 200 mg VO 2x/dia. ● Solução saturada de iodeto de potássio → cinco gotas de 8/8h com as refeições VO ○ Aumentar diariamente a dose em uma gota por Thaís Morghana - UFPE-CAA tomada, conforme a tolerância do paciente, até a dose máxima de 20 gotas de 8/8h (60 gotas/dia) ● Terbinafina → 500 mg 2x/dia. ● Terapia de calor → pode ser indicada em pacientes que as demais terapias são contraindicadas (ex.: gestantes). FORMA EXTRACUTÂNEA ● Itraconazol → 200-400 mg/dia ● Anfotericina B lipossomal → infusão venosa lenta de 3-5 mg/kg/dia correndo em duas horas, com dose máxima de 800-2.950 mg. ● Duração da terapia: pelo menos um ano. ● Obs.: em pacientes gravemente doentes, deve-se começar com a anfotericina B e após melhora do paciente, pode-se trocar pelo itraconazol. Tanto na forma cutânea quanto na extracutânea, a farmacoterapia deve ser mantida até um mês após a cura clínica da doença e, sempre que necessário,devem ser realizadas culturas das lesões para confirmar sua negativação. ↠ Cromomicose ↞ INTRODUÇÃO É uma infecção fúngica granulomatosa crônica devido a inoculação transcutânea de fungos melanizados. Reconhecida pela OMS como uma doença tropical negligenciada. Etiologia → Fonsecaea spp. e Cladophialophora spp. EPIDEMIOLOGIA A cromomicose é mais prevalente em países tropicais e subtropicais. ● Os agentes mais frequentes são F. pedrosoi e C. carrionii, que ocorrem em climas úmidos ou semiáridos, respectivamente. ● As fontes de infecção são o solo e produtos vegetais. ● A infecção está associada ao trauma cutâneo durante o trabalho ao ar livre ou atividades recreativas. ● Em locais endêmicos, é considerada uma doença ocupacional de trabalhadores rurais e jardineiros. ● Ocorrem cerca de 10.000 casos anualmente em escala global. QUADRO CLÍNICO ● A penetração do fungo ocorre por traumatismo, sendo, por isso, mais frequente nos membros inferiores ● 1 a 2 meses após o trauma: surge, inicialmente, pápula e, mais raramente, nódulo. ○ Evolui para lesões vegetantes, com aspecto condilomatoso e/ou verrucoso de crescimento contínuo, o que pode levar à impotência funcional da região afetada após anos ○ Pode desenvolver infecção secundária grave, linfedema, elefantíase e, por vezes, tardiamente, carcinoma espinocelular. Thaís Morghana - UFPE-CAA A. Lesão verrucosa e exulcerada. B. Lesão infiltrada com aspecto circinado que faz diagnóstico diferencial com dermatofitose (apresentação menos comum) DIAGNÓSTICO Exame direto ● Realizado em crostas e fragmentos de pele. ● Observa-se todas as espécies. Cultura ● Existe diferenciação da espécie que poderá ser observada a partir da preparação do exame. Exame histopatológico ● A epiderme mostra hiperplasia pseudoepiteliomatosa característica. ● Na derme, visualizam-se processo inflamatório misto granulomatoso e supurativo, infiltrados linfoplasmocitários, células eosinofílicas e células gigantes. ● São observados, dentro de micro abscessos intra epidérmicos, parasitas arredondados, acastanhados, chamados de corpos fumagóides, que apresentam paredes grossas, isolados ou agrupados, com divisão em mais de um plano, medindo entre 6 e 12 μm de diâmetro. Provas imunológicas ● Não tem aplicação prática. TRATAMENTO ● Eletrocoagulação de lesões pequenas e iniciais. ● Remoção cirúrgica de lesões vegetantes. ● Termoterapia local. ● Itraconazol 100-200 mg/dia, por 12 a 24 meses. ● Anfotericina B 1 mg/kg, 3 vezes/semana IV, dose total 1.750 mg + 5-fluorocitosina VO. ● Criocirurgia: aplicação de nitrogênio líquido com ponteiras do tipo cone spray durante 90” a 240”/2 ciclos a cada 21 dias, 2 a 13 sessões. ● Tratamento com laser CO2 e a associação de itraconazol 200 a 400 mg/dia alternado com terbinafina (250 a 500 mg/dia). ↠ Carcinoma espinocelular ↞ INTRODUÇÃO O carcinoma de células escamosas cutâneo (cSCC) é uma proliferação maligna do epitélio cutâneo. EPIDEMIOLOGIA ● O carcinoma espinocelular cutâneo é o segundo câncer de pele não melanoma mais comum depois do carcinoma basocelular ● Fatores de risco incluem: pele clara (tipos de pele de Fitzpatrick I-III), idade, sexo masculino, exposição à luz solar ou outra radiação ultravioleta, imunossupressão, papilomavírus humano, condições cicatriciais crônicas, síndromes de câncer familiar, e exposições ambientais, como arsênico. Thaís Morghana - UFPE-CAA QUADRO CLÍNICO ● Pode surgir em pele sã, embora origine-se mais frequentemente em pele alterada por um processo anterior. ● Dentre as lesões que originam os CEC, destacamos ceratoses actínicas e tóxicas, radiodermites, úlceras crônicas, doenças cutâneas crônicas (lúpus vulgar, lúpus eritematoso), cicatrizes antigas, sobretudo de queimaduras (úlceras de Marjolin) e certas genodermatoses (xeroderma pigmentoso, albinismo) ● Temos lesões ulceradas de crescimento contínuo, ulcerovegetantes, vegetações verrucosas (secas) ou condilomatosas (úmidas), infiltrações e, menos frequentemente, nódulos. ● As localizações mais comuns são as áreas expostas ao sol, sobretudo face e dorso das mãos; o tronco. ● No CEC do lábio, glande ou vulva, a ocorrência de metástase ganglionar é precoce; os gânglios crescem de volume, tornam-se duros, inicialmente móveis; contudo, depois, aderem entre si aos planos superficial e profundo, terminando em ulceração. Posteriormente, surgem metástases, por via hematogênica, em vários órgãos (pulmões, fígado, SNC, pele e ossos). ○ A frequência de metástase do CEC também varia de acordo com a lesão que lhe deu origem; assim: ceratose actínica 0,5%; cicatriz de queimadura 17%; radiodermite crônica 20%; e fístula de osteomielite crônica 31%. DIAGNÓSTICO Lesão ceratósica de crescimento progressivo, que se instala em pele sã e/ou, preferencialmente, em pele já comprometida, em pessoas adultas, leva à suspeita de CEC, impondo-se o exame histopatológico. Histopatológico: ● O aspecto histopatológico do CEC é o de uma hiperplasia, em ninhos ou cordões, de células epiteliais com certa tendência à ceratinização e com anaplasia celular, invadindo a derme; as pérolas córneas são muito expressivas. TRATAMENTO ● A curetagem simples não tem indicação; ● Eletrodissecação com curetagem pode ser usada para lesões de até 10 mm. A criocirurgia pode ser empregada. ● A terapêutica ideal é a cirurgia, com ampla possibilidade de cura. ● A terapia fotodinâmica parece ter um futuro promissor nas pequenas e múltiplas lesões. ● A quimioterapia e/ou radioterapia são tratamentos coadjuvantes frequentemente empregados no tratamento de lesões maiores. ● O esvaziamento ganglionar somente é indicado quando houver comprometimento ganglionar e possibilidade de cura. ↠ Tuberculose tegumentar ↞ INTRODUÇÃO Entidade nosológica cutânea com apresentações clínicas evolutivas distintas decorrentes da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis e, ocasionalmente, pelos M. bovis e Bacillus de Calmette-Guérin. Thaís Morghana - UFPE-CAA EPIDEMIOLOGIA ● Corresponde a 1% dos 14% de casos de tuberculose extrapulmonar ● Os casos tem aumentado e o Azulay aponta 3 justificativas: 1. Reativação latente em imunodeprimidos 2. Imunodepressão mais frequente na população, destaca-se uso de citostáticos, corticosteróides, agentes biológicos 3. Melhores técnicas de diagnóstico ● Perfil do paciente com TB cutânea: homem, baixo nível socioeconômico e imunodeprimido (coinfecção com HIV). PATOGENIA ● Reação imunológica no local da pele infectado: ○ Aguda: ação de macrófagos, monócitos, linfócitos, neutrófilos e células dendríticas. ○ Tardia: recrutamento de linfócitos T, com formação de granulomas (cascata imunológica em reação ao bacilo) e formação de lesões tuberculínicas sem bacilo no local (reação de hipersensibilidade). CLASSIFICAÇÃO Quanto ao contato: ● Primária: Quando o paciente não tinha tido contato anterior com o bacilo. ● Secundária: Paciente previamente sensibilizado. Quanto a via de contaminação: ● Exógena: Inoculação cutânea processa-se diretamente na pele (cancro tuberculoso, tuberculose verrucosa e, raramente, lúpus vulgar). ● Endógena: Comprometimento cutâneo ocorre secundariamente por auto inoculação, por contiguidade ou pela via hematogênica a partir de um foco de tuberculose a distância (escrofuloderma, lúpus vulgar, tuberculose orificial, tuberculose miliar). Quanto a presença de bacilo na lesão ou não: ● TB verdadeira: o M tuberculosis pode ser encontrado nos locais lesionais com ferramentas de teste comuns, como esfregaço, cultura ou exame de reação em cadeia da polimerase (PCR). ● Tubercúlides: O M tuberculosis não é encontrado no local da lesão. QUADRO CLÍNICO COMPLEXO PRIMÁRIO TUBERCULOSO ● Via de inoculação: Exógena ● Epidemiologia: Crianças ● Localização: Face, extremidades e genitália ● Clínica: Cancro de inoculação acompanhado de adenopatia regional, que pode ͅfistulizar. Pode evoluir com cicatriz ou para a forma verrucosa● Grau de imunidade: Sem imunidade ● PPD: Positivo em 3-6 semanas TUBERCULOSE VERRUCOSA ● Via de inoculação: Exógena ● Epidemiologia: Adultos, anatomistas e açougueiros ● Localização: Mãos ● Clínica: Lesão indolente, inicialmente papulotuberosa com posterior vegetação que evolui com cicatrização central. Não há adenopatia. ● Grau de imunidade: Imunocompetente ● PPD: Forte reator ESCROFULODERMA ● Via de inoculação: Endógena ● Epidemiologia: Tipo mais frequente no Brasil Thaís Morghana - UFPE-CAA ● Localização: Pescoço, região inguinocrural, epidídimo por contiguidade, levando à formação de bridas ● cicatriciais ● Clínica: Formação de gomas que ͅstulizam a partir do foco de TB ● adjacente ● Grau de imunidade: Imunidade moderada ● PPD: Em geral + LÚPUS VULGAR ● Via de inoculação: Endógena ou exógena. ● Epidemiologia: Mais frequente na Escandinávia. ● Localização: Face. ● Clínica: Pápula ou placas mal deͅnidas, eritemato acastanhadas, de consistência gelatinosa, de bordas irregulares e bem delimitadas, superfície lisa ou levemente descamativa. Cicatrizes atróͅcas são proeminentes, podendo surgir novas lesões sobre elas ou na periferia. ● Grau de imunidade: Imunidade moderada. ● PPD: Forte reator. TUBERCULOSE ORIFICIAL ● Via de inoculação: Endógena. ● Epidemiologia: Geralmente imunodeprimidos. ● Localização: Regiões orificiais ou periorificiais. ● Clínica: Úlcera rada, irregular, muito dolorosa associada à existência de edema perilesional. ● Grau de imunidade: Imunodeprimido. ● PPD: Mais ou menos reagente. TUBERCULOSE CUTÂNEA MILIAR AGUDA ● Via de inoculação: Endógenas. ● Epidemiologia: Imunodeprimidos e crianças. ● Localização: Tronco e membros. ● Clínica: Lesão exantemática, eritêmato purpúrica, pequenas máculas, pápulas ou púrpura; algumas vezes vesiculares ou pustulosas. ● Grau de imunidade: Imunodeprimido. ● PPD: Negativo. DIAGNÓSTICO Presença do BAAR ou cultura ou identificação do granuloma com necrose de caseficação no fragmento de biópsia, cujo rendimento varia muito. TRATAMENTO
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