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Anti-hipertensivos

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NOEMI B ANDRADE 1 
 
ESTAÇÃO 4: MED IV (MEDICAMENTOS IV) 
Os casos apresentados deverão contemplar: 
1 - Conceito/definição da hipertensão. 
 2 - Tratamento medicamentoso incluindo características gerais das DAH assim como efeitos adversos. 
 3 - Esquemas terapêuticos em condições especiais (DM e síndrome metabólica, DAC, AVC e idoso, DRC) 
DROGAS ANTI-HIPERTENSIVAS 
INTRODUÇÃO 
A HAS é uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos, epignéticos, ambientais e 
sociais caracterizado por aumento da pressão arterial. 
• Hipertensão por nível pressóricos: 140/90; 
• Por fenótipos: - hipertensão sustentada, hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada 
(mais relaxado no consultório ou começa a tomar o remédio mais certo perto da consulta). 
 FATORES DE RISCO: 1) Sedentarismo; 2) Tabagismo; 3) Alcoolismo (acima de 30g dia- 1garrafa de 
cerveja); 4) Sal; 5) Idade; 6) Etnia (controverso) 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Função: levar O2 e nutrientes aos tecidos e remover CO2 e produtos do metabolismo celular. Pressão 
arterial: pressão que o sangue exerce na parede das artérias 
- Pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima) 
- PA = DC x RVP 
- DC = VS x FC 
DC: débito cardíaco, RVP: resistência vascular periférica, VS: volume sistólico. 
 
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Mecanismo de controle da PA: 
 - Barorreflexos 
- Sistema renina-angiotensina-aldosterona 
A pressão arterial é regulada dentro de uma faixa estreita para prover perfusão adequada aos tecidos sem 
causar lesões ao sistema vascular, particularmente à túnica íntima arterial (endotélio). Ela é diretamente 
proporcional ao débito cardíaco e à resistência vascular periférica. O débito cardíaco e a resistência 
periférica são controlados principalmente por dois mecanismos sobrepostos de controle: os barorreflexos 
e o sistema renina- -angiotensina-aldosterona. 
• A maioria dos anti-hipertensivos diminui a pressão arterial, reduzindo o débito cardíaco e/ou 
diminuindo a resistência periférica. 
 Barorreceptores arteriais: 
Atuam alterando a atividade do sistema nervoso simpático. Por isso, são responsáveis pela regulação 
rápida da pressão arterial. Uma queda da pressão determina que os neurônios sensíveis à pressão 
(barorreceptores do arco aórtico e seios carotídeos) remetam menos impulsos aos centros 
cardiovasculares na medula espinal. Isso determina uma resposta reflexa imediata de aumento do 
estímulo simpático e diminuição parassimpática ao coração e aos vasos, resultando em vasoconstrição e 
aumento do débito cardíaco. Essas mudanças resultam em um aumento compensatório da pressão 
sanguínea. 
- Ativação do SNA simpático -> Regulação rápida da PA -> Vasoconstrição e aumento da DC 
 Sistema renina-angiotensina-aldosterona: 
 Os rins são responsáveis pelo controle da 
pressão arterial ajustando o volume 
sanguíneo. Os barorreceptores nos rins 
respondem à pressão arterial reduzida (e à 
estimulação simpática de adrenoceptores 
β1), liberando a enzima renina. Ingestão 
baixa de sódio e aumento da perda de sódio 
também tornam maior a liberação de 
renina. 
 Essa peptidase converte 
angiotensinogênio em angiotensina I, que 
convertida, por sua vez, em angiotensina II 
na presença da enzima conversora de 
angiotensina (ECA). A angiotensina II é um 
vasoconstritor circulante potente, que 
contrai arteríolas e veias, resultando no 
aumento da pressão arterial. A 
angiotensina II exerce ação vasoconstritora 
preferencial nas arteríolas eferentes do 
glomérulo renal, aumentando a filtração 
glomerular. Além disso, a angiotensina II 
estimula a secreção de aldosterona, levando ao aumento da reabsorção renal de sódio e ao aumento do 
 
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volume sanguíneo, o que contribui para o aumento adicional da pressão arterial. Esses efeitos são 
mediados pela estimulação dos receptores da angiotensina II tipo 1 (AT1). 
FARMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS 
ANTI-HIPERTENSIVOS DE PRIMEIRA LINHA 
Os fármacos anti-hipertensivos de primeira linha devem, preferencialmente, estar associados à 
capacidade de reduzir a morbimortalidade cardiovascular. Outros critérios importantes na escolha do 
fármaco é a eficácia oral, ser capaz de iniciar com a menor dose por dia, ter alta tolerância e possibilidade 
de uso em associação. 
 Os fármacos de primeira linha são os: 
-diuréticos tiazídicos 
-bloqueadores de canais de cálcio (BCCs) 
-betabloqueadores (BBs) 
-inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) 
-antagonistas dos receptores AT1 (BRA) 
 
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS 
São apropriados para pacientes cuja função renal e cardíaca apresenta-se normal e para aqueles com 
hipertensão leve a moderada, sendo normalmente usados na terapia inicial. 
Os diuréticos apresentam ação de longa duração e disponibilidade oral, portanto, são úteis para tratar 
hipertensão crônica. A ação desse fármaco se baseia na diminuição do líquido extracelular (LEC), por meio 
da influência de um co-transportador de NaCl, o SLC12A3, que reduz o débito cardíaco (DC) através do 
aumento da eliminação de Na+ na urina, além da redução da volemia. 
LOCAL DE AÇÃO: Porção convoluta do túbulo contornado distal 
 
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MECANISMO DE AÇÃO 
 Inicial (1a semana) → ocorre: Diminuição do volume plasmático (15 a 
20 %) Diminuição do débito cardíaco Aumento da resistência 
periférica Aumento da atividade da renina plasmática (devido à 
hipovolemia) Diminuição da PA A seguir → Volume plasmático 
praticamente volta ao normal Débito cardíaco praticamente volta ao 
normal Atividade da renina plasmática praticamente volta ao normal 
e a PA continua diminuindo devido: 
1) ↓ resistência periférica (às custas de vasodilatação) 2) na HA ocorre 
maior deposição de mucopolissacarídeos no espaço subendotelial → 
edema na parede do vaso → > resistência → ↑ PA. Os diuréticos ↓ 
edema da parede do vaso. 3) A reatividade vascular aos vasoconstrictores também diminui com uso de 
diuréticos. 4) Vasodilatação direta (duvidosa) 
OBS: Os tiazídicos e similares (mais potentes e mais efeitos colaterais). Efeito: excreção de sódio para 
reduzir o volume circulante e consequentemente a resistência vascular periférica. ADV: fraqueza, caibras, 
hipovolemia, redução da ereção, hipocalemia, aumenta a resistência de insulina e aumenta ac.urico. 
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO (BCCS) 
Estas drogas causam vasodilatação e diminuição da resistência vascular periférica (RVP). 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os bloqueadores de canais de cálcio (canais L) impedem a 
captação de cálcio do meio extracelular e também a 
liberação do cálcio das organelas intracelulares, com isto irá 
diminuir o cálcio citosólico com menor ligação Ca++ / 
calmodulina ⎯ com conseqüente relaxamento da 
musculatura lisa dos vasos e dilatação das arteríolas, 
redução da resistência periférica e queda da pressão 
arterial. 
A contração do músculo liso vascular é dependente da concentração de Ca2+ intracelular livre. A partir 
do bloqueio dos canais há inibição do movimento transmembrana do Ca2+ , levando a uma redução da 
quantidade desse íon intracelular; com isso, o músculo liso relaxa, diminuindo a resistência periférica e 
ocasionando a diminuição da PA. 
VANTAGENS 
Os bloqueadores de canais de cálcio reduzem a pressão arterial sem interferir com a função renal e não 
causam retenção de sódio, ao contrário têm ação natriurética. Não causam aumento de lípides, da 
glicemia e do ácido úrico. Reduzem a hipertrofia ventricular esquerda. 
BETABLOQUEADORES (BBS) 
Esses fármacos agem reduzindo a contratilidade do miocárdio e a FC. Os BBs do complexo 
justaglomerular reduzem a atividade do sistema renina angiotensina e, também, interferem na secreção 
de renina, reduzindo-a. Dessa forma, conseguem reduzir a hipertensão. 
 
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1) inbição dos receptores β pré-sinápticos → 
< liberação de Noradrenalina 2) ↓ 
produção de renina 3) ↓ débito cardíaco 
4) modulação daregulação da PA no SNC 
5) readaptação dos barorreceptores 
(pressorreceptores) → < influxo eferente 
simpático. 
ADV: edema periférico, cefaleia e tontura. Di-
hidropirimídicos (melhores) e os não di-
hidropirimídicos (pode piorar a função cardíaca de 
contração). 
INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) 
Diminuem os níveis de angiotensina II, aldosterona na 
circulação e a resistência vascular sistêmica (RVS). Os níveis 
reduzidos de aldosterona impactam na redução do volume 
intravascular ao provocar natriurese. O captopril foi o 
primeiro fármaco desse tipo a ser desenvolvido para o 
tratamento da hipertensão. Desde então, enalapril, lisinopril, 
quinapril, entre outros, tornaram-se disponíveis, 
apresentando um perfil favorável de efeitos adversos e 
aumentando a adesão do paciente. 
-Esses fármacos parecem diminuir a progressão da 
glomerulopatia diabética sendo vantajosos no tratamento de pacientes com diabetes. 
-Os IECAs são contraindicados na gravidez. 
Vantagens: - Propriedades anti-ateroscleróticas. - Retardam o declínio da função renal (diabetes) - Úteis 
em ICFEr e antirremodelamento cardíaco pós-IAM 
Efeitos adversos: - Tosse seca (excesso de bradicinina) - Angioedema (excesso de bradicinina) – obstrução 
das vias aéreas - Podem provocar hiperpotassemia - (IR, diabetes) 
Contraindicações: gestação → risco de malformação fetal (teratogênico). 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA (BRA) 
Competem com a ligação da angiotensina II 
e o receptor AT1, sendo responsável pelas 
ações vasoconstritoras, proliferativas e 
estimuladoras de liberação de aldosterona. 
Os fármacos dessa classe agem não só como 
anti-hipertensivos, mas também diminuem a 
proliferação reativa da íntima arteriolar. 
Ademais, na redução da PA têm eficácia 
semelhante aos IECA e são cardioprotetores e renoprotetores. De forma similar aos IECA, são menos 
eficazes em pacientes negros. 
 
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Tem efeito negativo sobre o receptor AT1 (vasoconstrição, estimulo de proliferação celular e aumenta 
aldosterona) que reduz morbidade vascular e protege os rins; e seu efeito ADV é muito raro mas pode dar 
aumento de potássio. 
Vantagem: não causam tosse e angioedema 
Desvantagem: não há ação vasodilatadora da bradicinina 
Efeitos Adversos: hiperpotassemia Contraindicações: gestantes → teratogênico. 
OBS: Não usa essas classes (IECA e BRA) juntas pq pode dar hipercalemia!!! 
ANTI-HIPERTENSIVOS DE SEGUNDA LINHA 
Os fármacos de segunda linha são importantes, tendo em vista que podem ser utilizados quando os de 
primeira linha não forem recomendados, pelos efeitos colaterais indesejáveis ou por situações 
específicas. 
- Alfa-agonista de ação central (mediodopa); 
 -Alfabloqueador (hipertensão prostática- prazosina e doxazosina); 
-Vasodilatadores diretos (hidralazina); 
 -Inibidores diretos da renina (alisquieno).

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