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Abordagem Sistêmica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
FACULDADE DE PSICOLOGIA - FAPSI
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS EM PSICOLOGIA
DISCENTES: AMANDA CARLA DA CRUZ ALVES - 22053293
 		 MIKELEN OLIVEIRA DE CARVALHO - 22050169
 
ATIVIDADE FINAL
A visão sistêmica nos permite construir uma realidade quando compartilhamos nossas experiências subjetivas, por meio da conversação – uso da linguagem –, e por consenso, definimos o que vamos tomar por realidade. Desse modo, definimos como situação-problema o seguinte: Pai e filho apresentam dificuldade em seu relacionamento interpessoal. 
É válido ressaltar que, geralmente, as pessoas costumam ter um pensamento linear acerca das relações familiares, e, por conseguinte, seguem os pressupostos do paradigma tradicional. Veem a família como uma hierarquia, onde os pais mandam, os filhos obedecem (simplicidade); consideram a manutenção dessa estrutura, sem alterações (estabilidade); e não consideram a subjetividade dos pais e nem dos filhos (objetividade). Fica evidente a linearidade porque os indivíduos estão limitados a único aspecto, a uma única verdade, segundo normas já estabelecidas socialmente. A respeito das limitações ocasionadas pelo paradigma tradicional, assim afirmou Esteves de Vasconcellos: 
Tratando-se de nossas relações familiares, nosso paradigma tradicional nos ensinou a, diante de uma dificuldade no sistema familiar: 1. separar o todo em partes e localizar o problema numa delas; 2. procurar a causa do problema/dificuldade; 3. buscar a verdade sobre o que está acontecendo. (ESTEVES DE VASCONCELLOS, 2012, p.130). 
De acordo com a afirmativa, as relações familiares não deveriam ser tratadas sob a perspectiva paradigmática, pois ocasionalmente põe o foco em um único indivíduo, atribuindo-lhe culpa, responsabilidade. Concomitante, há uma busca constante pela causa do problema e uma verdade objetiva e absoluta. Procuram saber, por exemplo, como se deu o início da situação-problema, ou usam o ambiente como fator causador da questão. Percebe-se a simplificação, a necessidade de achar respostas rápidas e fáceis para a resolução da adversidade.
Em conformidade com o que foi dito anteriormente, podemos relatar como o problema se apresenta inicialmente. Hipoteticamente, conversando com o pai, cujo comportamento agressivo e impaciente, é apontado como problema pelo filho; ele dirá que o motivo de sua postura é porque o filho é respondão e não o respeita. Por outro lado, conversando com o filho, cujo mal comportamento, é visto como o problema pelo pai, ele dirá que age assim por causa das atitudes que o pai tem com ele. Ou seja, os apontamentos de ambos são apresentados como causa e efeito, um culpabilizando o outro. Esta estrutura pode ser visualizada como normal para o início de um atendimento sistêmico. 
 Considera-se que os dois elementos do sistema estão agindo dentro de uma paralisia de paradigma, ou seja, estão paralisados e impedidos de ver novas possibilidades de pensamento, não percebem (ainda) como sua própria conduta influencia seus relacionamentos interpessoais. Assim, o profissional do atendimento sistêmico poderá ajudar os dois a perceberem os padrões de interações que se repetem, desencadeando um contexto de autonomia para uma transformação do sistema.
Assim sendo, é necessário definir o que é o sistema e família, já que o caso trata de uma relação familiar. Bertalanffy conceitua sistema como um complexo de elementos em estado de interação. “A interação ou a relação entre os componentes torna os elementos mutualmente independentes e caracteriza o sistema, diferenciando- o do aglomerado de partes independentes” (Vasconcelos, 2010), ademais, o conceito de família se define como “duas ou mais pessoas que estão ligadas entre si por laços de partilha e proximidade emocional e que se identificam como parte dela”. Nesse sentido, é pertinente analisar o caso através da perspectiva sistêmica.
É importante lembrar também que, a perspectiva sistêmica não está preocupada em encontrar causa A ou B, ou se o desencadeador do problema é o pai ou o filho, pois a mesma usa o conceito de circularidade, portanto, a relação é não linear e obedece a uma sequência circular. Consoante, é perceptível no relato dos envolvidos (pai e filho) o uso do verbo ‘’ser’’, qualificando aspectos negativos como, culpa, hostilidade, julgamento e impossibilidade de mudança. Porém, quando utilizamos o verbo ‘’estar’’, indicado pela perspectiva sistêmica, atribuímos aos elementos do sistema, a possibilidade de mudança, de pensar em processos em cursos e não fechados. 
Assim sendo, é necessário definir o que é o Sistema e Família, já que o caso trata de uma relação familiar. Bertalanffy conceitua sistema como um complexo de elementos em estado de interação. “A interação ou a relação entre os componentes torna os elementos mutualmente independentes e caracteriza o sistema, diferenciando- o do aglomerado de partes independentes” (Vasconcellos, 2010), ademais, o conceito de família se define como “duas ou mais pessoas que estão ligadas entre si por laços de partilha e proximidade emocional e que se identificam como parte dela”. 
No pensamento sistêmico é necessário não fragmentar o sistema, não colocar o indivíduo como foco, mas colocar o foco nas relações, observando padrões repetitivos. Adotando essa perspectiva, veremos, por exemplo, que o pai é agressivo na relação com o filho, mas porta-se de maneira gentil na relação com seus amigos. A relação destes é tão boa e divertida que nem parece o mesmo homem. Por isso, as pessoas do sistema (incluindo pai, filho, amigos, e o profissional sistêmico) podem se perguntar: Esse pai é agressivo ou não é agressivo? E concluiremos, por consenso, que ele não é agressivo, mas que está agressivo na relação com o filho. Logo, a agressividade não é uma característica dele, mas da relação deles.
Igualmente, a criança comporta-se mal quando está com o pai, mas em seu sistema escolar, ela é educada. O sistema novamente poderá se perguntar: Está criança é mau comportada ou não? Chegaremos em uma resposta negativa e veremos que o mau comportamento faz parte das regras de relação entre o pai e o pequeno.
A abordagem sistêmica indica mexer no sistema, quando convidamos todas as pessoas vinculadas ao problema, e fazemos uso da conversação, definimos por consenso, por um entendimento comum, que a agressividade e o mau comportamento são características do sistema, então nós criamos o sistema determinado pelo problema (SDP). Essa ação conjunta de definir o sistema a partir do problema, considera a complexidade do sistema, bem como, considera a intersubjetividade. Afinal, o sistema aceita a subjetividade de todos os participantes, aceita mudanças de opiniões, de posturas (conceito da instabilidade do sistema). 
No nosso exemplo, o profissional sistêmico, pai, filho, amigos do pai, e alguns membros da turma escolar do filho, podem definir o problema de forma positiva, da seguinte maneira: ‘’Elaboração de regras de convivência saudáveis para o pai e para o filho.’’ A partir daí o sistema funciona segundo um contexto de autonomia, as respostas não serão dadas, a solução será coconstruída. Após vários encontros conversacionais, acreditamos que os elementos do sistema terão para si a crença de que não existe realidade independente do observador, que não existe verdade absoluta e que apenas, quando conversamos, fazemos emergir uma nova realidade pela qual todos serão corresponsáveis. 
Logo, não importará se a agressividade do pai desencadeou o mau comportamento do filho, e vice-versa, não importará descobrir quem está certou ou errado, não importará a manutenção da hierarquia familiar. A verificação das características do SDP servirá para o início de uma conversação sobre diferentes verdades, podendo servir como aprendizado sobre as diferenças, sem julgamentos e hostilidades. 
Em suma, segundo a Teoria da comunicação, um dos conceitos usados na abordagem sistêmica, “o padrão de comunicação entre os participantes de uma interação define o relacionamento entre eles”, dessarte que estabeleceruma boa comunicação entre ambos é vital para que o sistema em questão se mantenha em um padrão de funcionamento. Além disso, a mesma teoria dita que é impossível não comunicar, isso significa que tudo que um faz ao outro é percebido, até mesmo se um age de forma ríspida, faz com que o outro perceba essa comunicação e reaja de alguma forma, seja positiva ou negativa. É necessário que haja coerência na forma de ambos se comunicarem, fazendo com que as linguagens verbais e não-verbais sejam claras.
Além disso, a ênfase da abordagem sistêmica está nas relações e não nos objetos, isto é, como os próprios objetos fazem parte de redes de relações maiores, o objetivo não é isolar as partes e buscar uma causa x, mas expandir essa rede de forma a se ter uma visão ampla do problema, visto que, “o mundo material é visto como uma teia de eventos interrelacionados” (Vasconcelos, 2010).
Dessa maneira, pai e filho (experts em conteúdo), auxiliados pelo profissional sistêmico (o expert na criação de contextos de autonomia), podem responder aos seguintes questionamentos e se perguntarem também: 
1. Profissional sistêmico: Como aconteceu de vocês virem aqui hoje? Quem está preocupado com a situação? O que você faz quando ele lhe mostra que está preocupado? 
2. O pai: Meu filho está malcomportado na relação com quem? Comigo somente ou com os outros? Se for só comigo, como estou contribuindo para a manutenção dessa atitude? Como eu posso alterar nossa relação, mudando a mim mesmo primeiro?
3. O filho: Meu pai está agressivo e impaciente na relação com quem? Comigo somente ou com os outros? Se for só comigo, como estou contribuindo para essa postura dele? Como posso mudar nossa relação?
Portanto, ‘’ essas perguntas buscam revelar os padrões circulares recorrentes e tendem a ser mais neutras, mostrando mais aceitação. Caracterizam-se por uma curiosidade geral sobre as possíveis conexões de eventos [...] (ESTEVES DE VASCONCELLOS, 2010, p.199). Em síntese, é através dessa metodologia que podemos iniciar uma possível transformação do sistema. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
AUN, Juliana Gontijo; ESTEVES DE VASCONCELLOS, Maria José; COELHO, Sônia Vieira. Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais. Volume 1. Fundamentos Teóricos e Epistemológicos. 3a. Edição Revisada. Belo Horizonte, Ophicina de Arte & Prosa, 2012. 
 
AUN, Juliana Gontijo; ESTEVES DE VASCONCELLOS, Maria José; COELHO, Sônia Vieira. Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais. Volume 3. Desenvolvendo práticas com a metodologia de atendimento sistêmico. 3 ed. Belo Horizonte, Ophicina de Arte & Prosa, 2010. 
 
GOMES, Lauren Beltrão et al. As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo. Pensando fam. v.18, n. 2, p. 3-16, dez. Porto Alegre, 2014.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 04 dez.  2021.

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