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Doença vasçular renal ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL É considerada hemodinamicamente significativa quando produz isquemia renal crônica, o que sempre acontece com lesões com mais de 70-80% de obstru- ção luminal. Causas ATEROESCLEROSE: é a mais frequente (70-90%). É mais comum em homens idosos e no terço proximal, perto da aorta. Os fatores de risco são a HAS, idade avançada, tabagismo, dislipidemia e DM. DISPLASIA FIBROMUSCULAR: mais no terço distal e em mulheres jovens. É característica a presença de múltiplas teias intravasculares, dando um aspecto de colar de contas ao vaso acometido. OUTRAS CAUSAS: dissecção aórtica, arterite de Taka- yasu, colagenoses, trauma abdominal, neurofibroma- tose, radiação, pós-transplante renal. Fisiopatologia O hipofluxo renal reduz a pressão na artériola afe- rente e a filtração glomerular. Isso deflagra a ativação do SRAA. A angiotensina II promove vasoconstrição pe- riférica, o que aumenta a PA e consegue devolver um pouco da capacidade filtrativa ao rim, além de contrair a artériola eferente. • Aldosterona: retenção de Na e água – mais PA alta, além de hipocalemia e alcalose. QUANDO SUSPEITAR? Hipertensão inesperada: < 30 ou > 50 anos Hipertensão resistente Sopro abdominal sistodiastólico Hipertensão + IRA precipitada por IECA/BRA Assimetria dos rins ao USG Edema pulmonar hipertensivo recorrente Hipocalemia, alcalose metabólica A hipertensão renovascular pode ser revertida pela angioplastia quando se trata da displasia fibro- muscular. Na aterosclerose, geralmente há um compo- nente de hipertensão essencial junto, o que torna mais difícil a cura. RIM ÚNICO OU BILATERAL: IECA, BRA ou AINES podem desencadear IRA. O rim estenótico mantém a TFG gra- ças à ação da angioII. Diagnóstico Laboratório: hipocalemia e alcalose metabólica pelo hiperaldosteronismo hiper-reninêmico. USG: se unilateral, assimetria e diminuição do fluxo. Cintilografia renal com captopril (renograma): os dois rins filtram o radiofármaco de forma igual, assim como nos pacientes normais. Após IECA, o rim esteno- sado não consegue mais filtrar, porque cai a angioten- sina II. É um excelente teste para triagem. Duplex-scan de artérias renais CONFIRMAÇÃO: angioTC ou angioRNM. PADRÃO OURO: arteriografia renal. No entanto, não pode estabelecer com certeza. A complicação mais co- mum é o ateroembolismo renal por colesterol. Maria Eduarda Porque aqui o fluxo é mais turbulento. Maria Eduarda Causa mais comum de estenose da artéria renal em jovens. Maria Eduarda Hiperaldosteronismo secundário Tratamento DISPLASIA FIBROMUSCULAR: angioplastia sem stent. ATEROSCLEROSE: terapêutica farmacológica com IECA ou BRA desde que o outro rim seja saudável. Se bilateral, revascularização (angioplastia com stent ou Cx). A angioplastia tem que ser com stent porque o risco de reestenose é grande. Obstruções < 50% nunca devem ser revascularizadas, porque não possuem repercussão hemodinâmica. INFARTO RENAL/OCLUSÃO AGUDA A trombose necessita de lesão prévia, como rup- tura de placa de ateroma ou vasculite, e é menos co- mum. As principais condições que levam à embolia são: estenose mitral com FA, endocardite infecciosa, trom- bos murais e aterosclerose ulcerativa da aorta. 90% dos êmbolos da artéria renal se originam no átrio es- querdo. Pode ocorrer por trauma. Grande causa: embolia (fibrilação atrial). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: dor súbita no flanco, HAS, aumento de LDH, hematúria, febre. O sedimento revela hematúria, piúria e proteinúria. DX: angioTC, angioRNM, arteriografia TRATAMENTO: anticoagulação. Se grave, trombólise ou revascularização → bilateral, artéria renal toda. ATEROEMBOLISMO É uma embolia por placa de ateroma. A placa pode chegar por procedimento vascular (principal causa – aortografia), trauma. As manifestações clínicas diferem das observadas em embolias de outras naturezas – na maioria das ve- zes, não há infarto. • Rim: IRA. • Pele: livedo reticular. • Extremidades: síndrome do dedo azul. • Retina: placas de Hollenhorst. LABORATÓRIO: eosinofilia, eosinofilúria, discreta leu- cocitose, hipocomplementemia, trombocitopenia, ele- vação do VHS, hiperamilasemia e elevação de CPK e TGO. BIÓPSIA RENAL: fissuras biconvexas. Não há tratamento eficaz. Os anticoagulantes não são úteis e ainda podem piorar a situação ao retarda- rem a cicatrização das úlceras ateromatosas da aorta. TROMBOSE DE VEIA RENAL Em lactentes, pode ser deflagrada por desidrata- ção aguda e tem evolução catastrófica. Em adultos, é rara e ocorre mais frequentemente como complicação de outra nefropatia de base. A trombose súbita causa dor lombar intensa, he- matúria macroscópica e perda da função do rim afe- tado. O rim fica aumentado e sofre infarto hemorrá- gico. Na TVR crônica, de instalação insidiosa, pode ser assintomática. O diagnóstico é com venografia da cava inferior e renal seletiva. O uso de anticoagulantes é o trata- mento de escolha (evita heparina na síndrome nefró- tica pois há perda de antitrombina III). Doença vascular renal Causas Fisiopatologia Diagnóstico Tratamento
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