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4- Poderes Administrativos poder disciplinar, poder hierárquico, poder regulamentarnormativo, poder de polícia. Abuso de poder. Poder discricionário e poder vinculado.

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
- Instrumentos dos administradores para execução de 
suas atividades 
- Poder-dever ou dever-poder: não é mera faculdade, 
são deveres que devem ser exercidos (se não 
exercidos, responde por omissão) -> se em uma prova 
vier, por ex, “O poder de polícia é uma faculdade que 
tem o administrador para limitar, condicionar ou 
restringir direitos individuais”, “faculdade” não 
significa opção, mas sim um poder-dever 
administrativo de limitar direitos da sociedade 
- Poderes: Disciplinar, de Polícia, Hierárquico, 
Regulamentar/Normativo; Discricionário, Vinculado 
ABUSO DE PODER 
- Abuso pode ocorrer pela omissão (mais provável de 
ocorrer na espécie desvio) 
- ESPÉCIES: 
1) Pelo excesso: violação do elemento “competência” 
do ato administrativo; um ato é praticado além das 
atribuições do cargo ou prática de um ato para o qual 
não tem atribuição 
2) Pelo desvio: violação do elemento “finalidade” do 
ato administrativo; pode se dar de duas maneiras 
 a. fim pessoal: por ex remoção de servidor por 
interesse próprio 
 b. fim diverso do previsto em lei: por ex 
remoção como forma de punição (remoção não é 
forma de punição, e sim de deslocamento de servidor) 
DEVERES DOS AGENTES PÚBLICOS 
Probidade (agir de acordo com a moralidade) 
Eficiência 
Prestar contas (aos órgãos de controle que fiscalizam) 
Agir (não pode ser omisso) 
PODER DISCIPLINAR 
- Poder de punir SERVIDORES (infrações funcionais) ou 
PARTICULARES QUE TENHAM SUJEIÇÃO ESPECIAL 
(particulares que tem vínculo ou relação ou 
supremacia especial) 
- DISCRICIONARIEDADE: escolha da sanção (grau de 
liberdade para escolher a sanção a ser aplicada, dentro 
das possibilidades da lei – não há liberdade para 
criação de sanções ou para a escolha entre punir ou 
não, pois uma infração sempre deve ser punida – a 
liberdade é para escolher a sanção a partir de 
valorações com base na gravidade do ato) e atipicidade 
do fato (no direito administrativo as infrações são 
descritas de modo mais genérico; nem todas as 
infrações estão taxativamente previstas em lei, 
havendo liberdade para enquadrar os fatos nos 
conceitos abertos/conceitos jurídicos indeterminados 
previstos em lei) 
- Se não houver vínculo especial, a punição decorrerá 
do poder de polícia 
- Particular contratado por licitação pode ser punido 
pelo poder disciplinar. Ex: contratado que descumpre 
o contrato; punição dada ao preso pelo Diretor do 
Presídio; punição dada ao aluno de Universidade 
pública 
- Antes de se aplicar a sanção, deve-se analisar a 
gravidade, os antecedentes funcionais e os danos para 
a adm. pública 
- Súmula 611 STJ: Desde que devidamente motivada e 
com amparo em investigação ou sindicância, é 
permitida a instauração de processo administrativo 
disciplinar com base em denúncia anônima, em face do 
poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
- Obs: no direito administrativo, o prazo para a 
prescrição da infração começa a contar após o fato se 
tornar conhecido 
- Súmula Vinculante 5 STF: A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não 
ofende a Constituição. -> o servidor pode trazer 
advogado, caso queira; mas caso o servidor seja 
intimado do processo, não havendo advogado, o 
processo tramita normalmente; caso o servidor não 
faça sua defesa, será nomeado outro servidor como 
defensor dativo 
- Art. 126 Lei 8.112/90: A responsabilidade 
administrativa do servidor será afastada no caso de 
absolvição criminal que negue a existência do fato ou 
sua autoria. -> quando um servidor pratica uma 
conduta em sua função, ele pode responder nas 3 
esferas (administrativa, civil e penal). A regra é a 
independência das instâncias e os três processos 
podem tramitar ao mesmo tempo. Caso na esfera 
penal ocorra absolvição por negativa do fato ou 
negativa de autoria, o servidor será também absolvido 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
nas esferas administrativa e civil; e se o servidor tiver 
sido demitido, ele será reintegrado pela via 
administrativa e terá direito a indenização. Caso a 
absolvição penal seja por outro motivo, como 
prescrição penal ou por falta de provas, ele pode ainda 
ser condenado nas esferas administrativa e civil. -> ou 
seja, o único caso em que há interferência entre as 
esferas é no caso de absolvição penal por negativa de 
fato ou negativa de autoria, que repercutirá na 
absolvição nas demais esferas 
PODER HIERÁRQUICO 
- Poder de se estabelecer relação de hierarquia entre 
os órgãos e os agentes públicos 
- Relação hierarquizada para que a administração 
funcione com eficiência 
- Consequências: poder de comando/de dar ordens; 
poder de fiscalização; poder de revisão (superior pode 
anular/revogar ato de um subordinado); poder de 
delegar e avocar (avocação deve ser temporária e 
somente em casos excepcionais); poder de punir -> o 
poder de punir decorre do poder hierárquico (de uma 
relação hierarquizada); quando um servidor recebe 
uma punição, essa punição decorre do poder 
disciplinar de forma imediata e do poder hierárquico 
de forma mediata; mas a punição é do âmbito 
disciplinar 
- Nem toda relação administrativa tem hierarquia! 
Casos em que não há hierarquia: entre administração 
direta e indireta (a relação é de vinculação); entre os 
poderes do Estado; entre entes federativos; entre 
funções típicas do Poder Legislativo e Poder Judiciário 
(não há hierarquia entre órgãos e agentes – por ex: não 
há hierarquia entre Câmara e Senado, entre 
parlamentares, entre juiz TJ STJ. Mas há hierarquia no 
Legislativo e Judiciário nas funções administrativas – 
por ex: presidente do TJ organiza administrativamente, 
Presidente da Câmara organiza administrativamente) 
PODER REGULAMENTAR/NORMATIVO 
- Hely Lopes Meirelles: poder regulamentar é a 
competência privativa do chefe do Poder Executivo de 
fazer decretos (decretos normativos). Quando uma 
autoridade faz um ato normativo (por ex, quando o 
chefe de um setor edita um ato disciplinando regras 
para certa conduta), é ato regulamentar 
- Atualmente existem outros atos normativos que 
possuem essa função, como resolução, portaria, 
instrução normativa 
- Maria Sylvia Zanella di Pietro: “poder regulamentar” 
não resume toda a competência normativa da 
administração pública. A autora utiliza “poder 
normativo”, que é a competência de toda 
administração pública de fazer atos normativos 
visando a correta aplicação da lei 
- Portanto, “poder regulamentar” está dentro de 
“poder normativo” 
- Algo que antes era tratado por lei passa a ser tratado 
por ato administrativo 
- Por ex: art. 84, VI da CF 
Art. 84 CF Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: ... 
- Por ex: lei 8.666, que estabelece que os valores das 
modalidades são atualizados por decreto 
≠
- Regulação/poder regulatório é o poder do Estado de 
intervir na atividade econômica para promover sua 
ordenação/normalização. É uma função do Estado, de 
intervir em setores da economia para promover 
equilíbrio na atividade econômica (intervencionismo 
na atividade econômica). A regulação se faz por meio 
de atos/leis, mas é um poder estatal. 
- “O Estado procura, por meio da regulação, prevenir o 
abuso de poder econômico em setores nos quais 
características técnico-econômicas dificultam a 
existência de concorrência, seja ela efetiva (de 
empresas já estabelecidas) ou mesmo potencial (de 
empresas que poderiam entrar no mercado)” 
PODER DE POLÍCIA 
- Poder de restringir/condicionar/limitar o exercício de 
bens, direitos ou atividades 
- Em benefício do próprio Estado e de toda a 
coletividade 
- Atua em diversas áreas, como trânsito, relações de 
consumo, saúde, profissões, construção, meio 
ambiente e segurança pública. Ex: limitação ao livre 
exercício de profissões (Estado coloca 
condições/requisitos para o exercício); limitação ao 
direito de propriedade ao limitar número de andares 
de um prédio ou proibir comércio em determinada 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
área residencial;licença para dirigir (poder de polícia 
preventivo, estabelece condições mínimas para dirigir) 
- Formas de expressão: legislação de polícia (leis e atos 
normativos que restringem/condicionam/limitam uma 
atividade e uso de um bem – ex: CTB, resoluções do 
CONTRAN, Código Florestal); atos de consentimento 
(licença, que é ato tipicamente vinculado, e 
autorização, que é ato discricionário); atos de 
fiscalização (ex: fiscalizações de trânsito e fiscalização 
do procon); sanções (multa, interdição, cassação de 
licença) 
- Ciclo do poder de polícia: legislação, atos de 
consentimento, atos de fiscalização e atos de sanção 
- Expressão do poder de polícia pelo Legislativo: por 
meio de leis. Expressão do poder de polícia por meio 
do Judiciário – ex: poder de polícia em audiências e 
quando um juiz da vara da infância e juventude edita 
uma portaria estabelecendo critérios para o menor 
ingressar em estabelecimentos 
- Espécie tributária: o tributo que o Estado pode cobrar 
em razão do poder de polícia é a taxa. Multa não é 
espécie tributária, e sim decorrência de sanção por ato 
ilícito 
- Os poderes não necessariamente são excludentes, 
pois uma mesma situação pode ter mais de um poder 
- Guarda municipal: STF entendeu que apesar de a 
guarda municipal não estar no rol dos órgãos de 
segurança pública, a lei pode lhe dar atribuições do 
poder de polícia (especialmente de trânsito), pois o 
poder de polícia não é apenas das entidades de 
segurança pública 
- Em sentido amplo e em sentido estrito: 
a) Sentido amplo: todos os atos que decorrem do 
poder de polícia, tanto os manifestados pelo Legislativo 
quanto pelo Executivo (Judiciário também pode 
exercer, mas se disser que é só do Legislativo e 
Executivo já está certo) 
b) Sentido estrito: atos que decorrem somente do 
Executivo 
- Originário e derivado: 
a) Originário: exercido pela administração 
direta/centralizada, por meio de seus órgãos 
b) Derivado/delegado: exercido por entidades da 
administração indireta. Quem pode receber delegação 
do poder de polícia são as autarquias, pois são 
PJDPúblico 
- Discricionário/vinculado: em regra é discricionário 
(administrador tem margem de liberdade, como para 
escolher o momento da atuação, verificar quais 
atividades serão fiscalizadas, escolher a sanção a ser 
aplicada). Mas pode ser vinculado, quando o 
administrador exige uma licença para exercício de uma 
atividade. Para o Estado exerça o poder de polícia, é 
necessário ter a “danosidade” da atividade. -> atenção: 
são falsas afirmativas como “o poder de polícia é 
estritamente/puramente/exclusivamente 
discricionário”, pois pode sim ser manifestado de 
maneira vinculada 
- Autoexecutório: a execução do poder de polícia não 
exige prévia autorização do Poder Judiciário. Exceções: 
é necessário ordem judicial para demolição de obra 
quando ela é habitada; é necessário o uso da via judicial 
para cobrar multa (Estado não tem outros meios de 
coerção ao pagamento – é diferente da aplicação da 
multa, que é autoexecutória. Somente a 
cobrança/coerção é pela via judicial) 
- Coercitivo/imperativo: é imposto ao particular sem 
precisar de sua concordância, inclusive podendo 
utilizar-se da forca pública 
- Exigibilidade: característica defendida por alguns 
autores (sua ausência não torna a alternativa errada). 
É a utilização de meios indiretos de coerção e coação, 
como a imposição de multas 
- NÃO é possível delegar o poder de polícia para o 
particular, pois o Estado deve agir com supremacia 
para praticar o poder de polícia (é um poder 
exclusivamente estatal) 
- Autarquias fazem poder de polícia, que não pode ser 
delegado 
- EXCEÇÕES – casos em que é possível delegação: 
a) Atos materiais preparatórios. Exemplo: o poder de 
polícia é exercido pela aplicação de multa, mas é 
possível contratar empresas privadas para instalar os 
radares nas vias 
b) Atos materiais de execução. Exemplo: o poder de 
polícia é manifestado pela determinação de demolição 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
de um imóvel, mas é possível contratar uma empresa 
privada para fazer a derrubada 
c) Tese STF – RE 633782: É constitucional a delegação 
do poder de polícia, por meio de lei, a empresas 
estatais de capital social majoritariamente (ou 
integralmente) público que prestem exclusivamente 
serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial. -> ex: a empresa pública 
(capital integralmente público) e a sociedade de 
economia mista de capital majoritariamente públio 
pode exercer poder de polícia por delegação (pode 
exercer os atos de poder de polícia como fiscalizar, 
aplicar sanção, conceder licença 
- Ambas são expressão do poder de polícia 
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA: mais abrangente; está em 
diversas áreas (saúde, consumo, meio ambiente, 
trânsito, área sanitária); em regra atuação preventiva 
(pode atuar repressivamente, por ex quando aplica 
multa, cassa licença ou interdita estabelecimento); 
realizada por qualquer órgão ou entidade pública, 
desde que a lei lhes dê atribuição; a finalidade é 
combater atividades antissociais (visa evitar danos a 
sociedade); destinatário são os 
bens/atividades/direitos; segue as regras do direito 
administrativo 
- POLÍCIA JUDICIÁRIA: na área penal (investiga crimes, 
efetua prisões); em regra atuação repressiva (pode 
atuar preventivamente, por ex PF deve reprimir e 
prevenir o tráfico ilícito de entorpecentes); realizada 
por corporações especializadas (PC, PF e PM); a 
finalidade é repressão aos infratores da lei penal; 
destinatário são as pessoas; segue as regras do direito 
processual penal. A polícia judiciária não aplica a lei 
penal, quem aplica é o Poder Judiciário – a polícia 
judiciária reúne as provas e previne o crime 
Art. 1o, Lei 9.873/99: Prescreve em cinco anos a ação 
punitiva da Administração Pública Federal, direta e 
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando 
apurar infração à legislação em vigor, contados da data 
da prática do ato ou, no caso de infração permanente 
ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
§ 1o Incide a prescrição no procedimento 
administrativo paralisado por mais de três anos, 
pendente de julgamento ou despacho, cujos autos 
serão arquivados de ofício ou mediante requerimento 
da parte interessada, sem prejuízo da apuração da 
responsabilidade funcional decorrente da paralisação, 
se for o caso. 
§ 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da 
Administração também constituir crime, a prescrição 
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. 
PODER DISCRICIONÁRIO E PODER 
VINCULADO 
- Muitos autores atualmente não colocam mais como 
poderes autônomos, e sim como formas de expressão 
de cada poder – ex: poder de polícia pode se 
manifestar tanto de modo discricionário como de 
modo vinculado 
- Hely Lopes Meirelles: poder discricionário é o poder 
de fazer juízo de mérito, analisando conveniência e 
oportunidade; quando uma autoridade pratica ato 
para o qual tem liberdade. Poder vinculado é o poder 
em que se pratica ato para o qual não tem liberdade; a 
lei já estabelece o que deve ser feito (por ex: concessão 
de licença para dirigir)

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