Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1° GD – Farmacologia Geral 01. a) Via intramuscular b) Via endovenosa c) Via oral d) Via subcutânea 02. Provavelmente, a queixa do paciente de ausência no efeito do medicamento administrado/ingerido consiste no fato de que ele está sendo ingerido após as refeições, fazendo com que a absorção da Levotiroxina seja comprometida, principalmente porque a indicação na prescrição da Levotiroxina é de ser ingerida em jejum antes de quaisquer refeições. De forma mais técnica, a Levotiroxina é um medicamento que tem sua melhor forma de absorção em indivíduos de metabolização normal, quando estes estão com o estômago vazio, assim, quando ingerido após alguma refeição, sua absorção é comprometida, tal como seu efeito. Além disso, sabe-se que a Levotiroxina apresenta interações medicamentosas com multivitamínicos, também chamados suplementos minerais, e estes reduzem ainda mais a absorção da Levotiroxina. Portanto, uma conduta farmacêutica adequada seria indicar a ingestão do medicamento Levotiroxina em jejum e recomendar um maior intervalo na ingestão de suplementos minerais para reduzir ainda mais a interação, tomando-os após alguma refeição. 03. A) Tiopental: alguns fármacos muito lipossolúveis acabam sendo armazenados por solubilização física na gordura neutra. Ou seja, no caso do tiopental, cerca de 70% deste pode estar presentes na gordura corporal e cerca de 3 horas após a sua administração as concentrações plasmáticas, ou seja, disposta no sangue ainda não muito baixas, tornando claro que não se consegue detectar o anestésico. É importante destacar que após a cessação no uso do tiopental, se tem a metabolização e posterior excreção, contudo, também se pode acontecer a chamada redistribuição, que constitui fator importante para a finalização/térmico dos efeitos farmacológicos, principalmente quando se trata de alguns fármacos extremamente lipossolúveis. No caso do tiopental, como este age no SNC e o fluxo sanguíneo cerebral é enorme, o fármaco consegue atingir sua concentração máxima após 1 minuto da sua administração por via intravenosa e com o passar do tempo, sua concentração plasmática diminui à medida que este se difunde para os tecidos, como o muscular e o adiposo. Vale salientar que a concentração cerebral de tiopental permanece de forma semelhante a concentração plasmática, isto porque o tiopental não possui tanta afinidade/ligação com os componentes cerebrais. Assim, o início e o final do efeito anestésico são extremamente rápidos após a administração, se relacionando com a concentração do fármaco no cérebro. B) Gentamicina: Os aminoglicosídeos circulam no plasma quase totalmente na forma livre, dado que a sua ligação à albumina plasmática é inferior a 10%, à exceção da estreptomicina, cuja ligação é de cerca de 30% (Brunton et al., 2012). A sua natureza polar torna a sua distribuição irregular, o que confina os aminoglicosídeos especialmente ao espaço extracelular, pelo que o seu volume aparente de distribuição, que é semelhante ao volume extracelular, é de cerca de 25% do peso corporal magro. Por esse motivo, a concentração nos tecidos é relativamente baixa, com exceção do córtex renal, onde a acumulação de antibiótico pode atingir valores 20 a 100 vezes superiores aos plasmáticos (Sousa, 2006). Os aminoglicosídeos são, assim, incapazes de penetrar a maioria das células, como é o caso das células do sistema nervoso central e do globo ocular. A penetração de aminoglicosídeos nos líquidos do globo ocular é de tal forma ineficaz, que para o tratamento da endoftalmite bacteriana é necessário recorrer a injeções perioculares e intraoculares de antibiótico (Brunton et al., 2012). C) Polimixina B: diante do pesquisa, compreende-se que a polimixina B permanece em sua forma não-ionizada em pH biológico, isto justifica sua alta taxa de interação com o sangue juntamente com suas características de alto peso molecular. Portanto, mediante alguma alteração de pH, valores da concentração plasmática da polimixina B poderiam ser alterados, destacando sua característica anfótera, alterando também seu volume de distribuição. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/88427/000911811.pdf?sequence= 1&isAllowed=y D) Carbonato de lítio: como se trata de um carbonato de cátion, é possível compreender que estando em sua forma de sal, sua absorção pode ser um pouco mais elevada e rápida, contudo, em alguns casos de aumento de pH, tem- se a condição que favorece a interação que o deixa ionizado, reduzindo sua absorção e consequentemente, seu volume de distribuição. O lítio é distribuído por todo o corpo, se concentrando nos ossos principalmente e estes podem se tornar depósitos de liberação lenta do fármaco, o que pode gerar alterações no seu volume de distribuição. 04. a) Estômago (pH= 2,5) log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado] = pKa - pH log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= 3,5 - 2,5 log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= 1 [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= 10 Portanto, para cada 1 forma ionizada do AAS no estômago se tem 10 formas não-ionizadas deste fármaco, assim, sabe-se que a forma não-ionizada se caracteriza como de maior lipossolubilidade, apresentando maior absorção. b) Intestino (pH= 8,0) log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado] = pKa - pH log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= 3,5 - 8,0 log [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= -4,5 [AAS ionizado]/[AAS não-ionizado]= 3,1622*10^-5 Portanto, para cada 1 forma ionizada de AAS presente no intestino, se tem cerca de 0,000031622 formas de AAS não-ionizadas, e como se sabe que a forma ionizada apresenta maior hidrossolubilidade ao invés de lipossolubilidade, ela tende a não ser tão bem absorvida pelas membranas biológicas, tendendo a prejudicar a absorção do fármaco. Então, conclui-se que o fármaco AAS seria mais bem absorvido no pH estomacal, isto porque, quando em pH mais alcalino, o ácido fraco (AAS) tende a ser ionizado, o contrário é verdadeiro e apresenta as melhores condições de absorção para o fármaco porque em pH ácido, o fármaco se encontra predominantemente na forma não-ionizada, podendo ser melhor absorvido. 05. Transporte ativo secundário (onde ele utiliza a energia de outro transportador para fazer o transporte ativo, vindo esta dos canais de sódio/potássio que acontecem mediante consumo de energia, que favorece o TAS). O TAS pode ser subdividido em dois tipos, sendo o cotransporte ou sinporte quando a substância acontece no mesmo sentido (energia e substância) e se for em sentidos contrários (contratransporte ou antiporte). Estes podem ser descritos como os transportadores carreadores de solutos que correspondem aos que transportam ânions orgânicos. 06. a) A - Máxima concentração plasmática obtida, quando se tem a maior biodisponibilidade e maior quantidade de fármaco absorvida. B - Tempo de meia-vida C - Tempo que corresponde ao momento de maior quantidade do fármaco na sua forma biodisponível. b) Tempo de meia-vida significa o tempo necessário para que a concentração plasmática de um fármaco presente no organismo seja reduzida pela metade em comparação com a quantidade absorvida deste. c) A bioequivalência corresponde a comparação entre dois fármacos com as taxas e amplitudes da biodisponibilidade do ingrediente ativo em dois produtos, e estes se caracterizam como não significativamente diferentes sob condições experimentais adequadas. 07. a) O fármaco A, porque este apresenta menor volume de distribuição, portanto, possui maior quantidade de fármaco no espaço intravascular, estando este contido no plasma ou sangue, viabilizando a monitorização terapêutica de suas concentrações plasmáticas. b) O fármaco mais distribuído aos tecidos é o D, pois este possui maior valor de volume de distribuição. c) O fármaco A, visto que ele possui volume de distribuiçãomuito pequeno, nos levando a compreender que está essencialmente no plasma/sangue, e caso seja necessária a realização de uma hemodiálise para tratamento de superdosagem, ele seria mais facilmente retirado quando comparado com os outros fármacos que se encontram mais distribuídos no organismo. d) O fármaco A, visto que, fármacos mais lipossolúveis tendem a apresenta volume de distribuição bem mais elevado devido à sua facilidade de atravessar membranas biológicas. 08. a) A principal proteína relacionada ao efluxo é a MDR1. b) A MDR1 é uma bomba de efluxo, então ela pega substância que está dentro da célula e a lança para fora e essa glicoproteína se encontra me diversos locais e atua de maneira fisiológica, de destoxificação, exibindo papel protetor do tecido, contudo, ela acaba identificando os xenobióticos (fármacos), estando na BHP, BHE, fígado, rins, intestino etc. c) Na presença de processos inflamatórios, pode-se tem o rompimento dessa BHE devido a ocorrência da tempestade de citocinas, permitindo a passagem de xenobióticos como alguns fármacos que não apresentam a capacidade de atravessar a BHE. No caso de tratamento da meningite bacteriana, que a penicilina chega devido ao rompimento da BHE. 09. a) O citocromo P450 foi descoberto em 1958 e a origem de seu nome deve- se ao fato de o CO ligar-se ao Fe2+ que se encontrava reduzido, formando um composto rosa (P- pigmento ou pink), que tem pico de absorbância por volta de 450 nm. As enzimas P450 são hemeproteínas, portanto, a enzima se liga ao NAPH-oxidorredutase, formando um complexo enzimático. Estas estão encontradas nos retículos endoplasmáticos, sendo 74 famílias de genes funcionais e nem todas as CYPs estão envolvidas no metabolismo de fármacos, sendo apenas as famílias 1, 2 e 3 e de todas, a 3A4 é a responsável pelo metabolismo de cerca de 50% dos fármacos disponíveis na clínica. O sistema CYP, como dito anteriormente, é de extrema importância quando se fala na metabolização de medicamentos ou fármacos, realizando essencialmente as reações de fase I do metabolismo de fármacos, portanto, sua compreensão e entendimento são essenciais para que se viabilize o estudo acerca da farmacocinética e segurança de fármacos, tal como as etapas da farmacocinética que podem interferir na biodisponibilidade desejada. b) Provavelmente, o que aconteceu com o paciente J.S.Q foi a indução da metabolização da ciclosporina pelo fármaco utilizado para controlar as crises convulsivas, a chamada fenitoína, que se classifica como fármaco indutor de enzimas da família das CYPs. Desta forma, se tem a metabolização mais veloz do fármaco destinado à reduzir a rejeição do enxerto, justificando as concentrações diminuídas e insatisfatórios da ciclosporina mesmo mediante aprazamento. 10. O pH urinário interfere na ionização de fármacos ácidos fracos ou bases fracas. Isto porque dependendo do pH no qual a urina se encontra, se tem maiores quantidades de fármacos na forma ionizada quando estes são ácidos ou bases fracas, assim, para elevar a excreção renal de fármacos de natureza fracamente básica, pode-se reduzir o pH urinário de maneira que estes fármacos tenha sua hidrossolubilidade elevada e tendam a permanecer na urina (visto que a água que a contém é polar), sendo assim se tem o aumento da excreção do fármaco de natureza básica quando a urina se encontra acidificada, que é justamente o caso da metanfetamina. Já na situação de não se realizar o controle de pH urinário e por conseguinte, a urina se encontrar alcalina, a excreção de metanfetamina se encontra massivamente reduzida, tendo em vista que como a urina está alcalina, ao passar pelos túbulos renais, a metanfetamina tende a permanecer na sua forma não-ionizada, sendo reabsorvida e não excretada. 11. Após ser absorvido no TGI, o contraceptivo oral segue via corrente sanguínea para o fígado, onde o contraceptivo é metabolizado. Sabe-se que cerca de 42% a 58% do estrógeno são transformados em conjugados sulfatados e glicuronídeos, e neste formato e conjugação, o contraceptivo oral não apresenta atividade. Então esses metabólitos inativos são excretados na bile e essa segue novamente para o trato gastrointestinal, é na porção do intestino que as beta-glicuronidases intestinais (produzidas por algumas bactérias intestinais), que são enzimas de metabolização capazes de hidrolisar conjugados glicurônicos, acabam liberando o fármaco livre ou seu metabólito ativo, que é reabsorvido no ciclo entero-hepático, desta forma, o fármaco se direciona para o ciclo entero-hepático onde poderá seguir para a circulação, elevando o nível sanguíneo de estrógeno. Contudo, quando a paciente faz uso de antimicrobianos concomitantemente, tem-se o fato de que estes tendem a destruir as bactérias intestinais que produzem as beta-glicuronidases intestinais que hidrolisam e liberam o fármaco livre. Além deste mecanismo, se tem a possibilidade de antimicrobianos induzirem algumas enzimas microssomais como a citocromo P450 no fígado, acelerando o metabolismo dos contraceptivos orais. Assim, a associação da reciclagem reduzida de estrógeno, juntamente com o metabolismo hepático aumentado podem favorecer a queda de concentrações hormonais.
Compartilhar