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APG 6 - PENSO, LOGO CAMINHO?

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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 1 
APG 6 – Penso, logo caminho? 
1) COMPREENDER OS NÚCLEOS DA BASE 
 Funcionalmente, os núcleos da base podem ser encarados 
como calculadoras neurais complexas que cooperam com o 
córtex cerebral no controle dos movimentos. 
 Eles recebem AFERÊNCIAS de muitas áreas corticais e enviam 
quase toda a sua EFERÊNCIA de volta ao córtex motor através 
de uma retransmissão no tálamo. A substância negra no 
mesencéfalo também influencia a atividade dos núcleos da 
base. 
 Os núcleos da base iniciam, interrompem e regulam a 
intensidade dos movimentos voluntários ordenados e 
executados pelo córtex cerebral. 
 Eles podem selecionar os músculos ou os movimentos 
adequados para uma tarefa e inibir os músculos antagonistas 
relevantes. Também controlam as tarefas rítmicas e 
repetitivas e participam da aprendizagem dos hábitos. 
 São estruturas predominantemente motoras, mas também 
estão envolvidas com várias funções não motoras, relacionadas 
a processos cognitivos, emocionais e motivacionais 
 Os núcleos da base são massas de substância cinzenta situadas 
na base do telencéfalo. Tais estruturas são: 
 Do telencéfalo: núcleo caudado, putâmen, globo pálido e 
núcleo accumbens (regulação do comportamento 
emocional); 
 Do mesencéfalo: substância negra (partes compacta e 
reticular); 
 Do diencéfalo: núcleo subtalâmico. 
 Algumas dessas estruturas compõe o núcleo estriado e o 
núcleo lenticular. O NÚCLEO ESTRIADO compreende o núcleo 
caudado, o putâmen e o núcleo accumbens, que são núcleos 
com estrutura histológica e anatômica muito semelhantes. Já 
o NÚCLEO LENTIFORME compreende o putâmen e o globo 
pálido, que são núcleos funcionalmente semelhantes. 
 Núcleo estriado (núcleo caudado + putâmen) + globo pálido = 
CORPO ESTRIADO/ESTRIADO DORSAL 
 Núcleo accumbens = CORPO ESTRIADO VENTRAL. 
 
 
 
 NÚCLEO CAUDADO 
 O núcleo caudado é uma estrutura de substância cinzenta do 
telencéfalo localizada ao lado da parede lateral dos ventrículos 
laterais. 
 É a estrutura mais alongada ântero-posteriormente, que se 
inicia na região profunda do lobo frontal e vai até a região 
posterior do lobo temporal. 
 Compõe-se de cabeça, corpo e cauda. A cabeça é o segmento 
mais anterior e faz uma elevação para dentro do corno 
anterior do ventrículo lateral. Segue-se o corpo do núcleo 
caudado, que está situado no assoalho da parte central do 
ventrículo lateral. A cauda do núcleo caudado é longa, delgada 
e fortemente arqueada e segue até a extremidade anterior 
do corno inferior do ventrículo lateral. 
 A cabeça do núcleo caudado está fundida com a parte anterior 
do putâmen, por isso, em conjunto, são chamados de núcleo 
estriado, com funções relacionadas à motricidade. 
 PUTÂMEN 
 Um pouco mais abaixo e posterior do núcleo caudado está o 
putâmen. É o maior componente dos núcleos da base e também 
é o núcleo mais lateral. 
 O putâmen relaciona-se lateralmente com a cápsula externa e 
medialmente com a lâmina medular lateral do globo pálido, que 
contém axônios que separam o putâmen do segmento externo 
do globo pálido. 
 A principal função do putâmen é a de regular os movimentos 
amplos (grosseiros) e influenciam diversos tipos de 
aprendizagem, especialmente ao condicionamento. 
 Além do núcleo estriado compreender o núcleo caudado e o 
putâmen, que desempenha um papel significativo em várias 
funções cerebrais, incluindo controle e aprendizado motor, 
linguagem, recompensa, funcionamento cognitivo e 
dependência pelas vias neurais funcionais cortico-estriato-
talamocortical. 
 O putâmen forma o núcleo lentiforme juntamente com o globo 
pálido. 
 A maior parte dos neurônios do putâmen é do tipo espinhoso 
(neurônios com dendritos coberto com espinhos), que são 
gabaérgicos, contendo o neurotransmissor inibitório ácido 
gama-aminobutírico (GABA). 
 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 2 
 GLOBO PÁLIDO 
 Um dos constituintes do núcleo lentiforme, o globo pálido é a 
estrutura de menor tamanho e mais medial desse núcleo. 
 O globo pálido está adjacente ao putâmen. É dividido em dois 
segmentos pela lâmina medular medial: segmentos medial e 
lateral. 
 Apresenta mais uma divisão no segmento medial, sendo dividido 
pela lâmina medular acessória em duas porções: uma mais 
medial (globo pálido interno – GPi) e outra mais lateral (globo 
pálido externo – GPe). 
 Existem muitas fibras ligando o núcleo caudado e o putâmen ao 
globo pálido. Essas fibras ao convergir para o globo pálido lhe 
dão cor mais pálida em preparações não coradas por conta 
das fibras mielínicas que o atravessam. 
 O globo pálido tem função essencialmente motora. 
 SUBSTÂNCIA NEGRA 
 A substância negra é uma estrutura que possui coloração 
escura devido a existência de melanina em seus neurônios. 
 Está localizada no mesencéfalo, entre o tegmento e a base do 
pedúnculo, que compõe o pedúnculo cerebral. Apesar de estar 
localizada no tronco encefálico, a substância negra tem um 
contato direto e constante com os núcleos da base. 
 É a maior estrutura nuclear mesencefálica e é dividida em duas 
partes: A PARTE COMPACTA E A PARTE RETICULADA. A parte 
compacta é a região mais dorsal, com neurônios contendo 
dopamina que fazem conexões eferentes com o corpo 
estriado, e está envolvida com o controle dos movimentos. 
Também faz conexões com a amígdala (relacionada com 
emoções e motivação) e a formação reticular (relacionada com 
a vigília). A parte reticulada recebe projeções aferentes do 
corpo estriado através das fibras estriatonigrais, e o principal 
neurotransmissor envolvido é o GABA. 
 NÚCLEO SUBTALÂMICO 
 Como o próprio nome indica, o núcleo subtalâmico localiza-se 
ventralmente ao tálamo e está no nível do diencéfalo. Possui 
uma relação lateral com a cápsula interna e medial com o 
hipotálamo. É um núcleo organizado com áreas relacionadas 
com os membros superiores e inferiores, e possui conexões 
complexas. Recebe fibras aferentes do globo pálido externo e 
do córtex motor, e envia fibras eferentes para o globo pálido 
interno e externo. Os neurônios do núcleo subtalâmico são 
glutamatérgicos (neurotransmissor excitatório) e exerce 
excitação sobre o globo pálido e a substância negra. É uma 
peça-chave de entrada dos circuitos dos núcleos da base. 
 
 
 FUNCIONAMENTO – VIAS DIRETA E INDIRETA 
 Os núcleos da base fornecem informação necessária para 
planejar e desencadear os movimentos e também para 
organizar os ajustes posturais associados a estes movimentos. 
 Para essas tarefas, os núcleos da base facilitam seletivamente 
alguns movimentos e, paralelamente, suprimem outros. Esse 
comportamento dual de excitação e inibição dos núcleos da 
base ocorrem por meio de 2 alças motoras conhecidas como 
vias de saída estriatal DIRETA E INDIRETA. São duas vias com 
efeitos opostos sobre o tálamo, sendo que a VIA DIRETA 
EXCITA O TÁLAMO e a VIA INDIRETA O INIBE. 
 O ponto de entrada dos núcleos da base é o putâmen, ou seja, 
onde vai receber as informações. 
 VIA DIRETA = EXCITATÓRIA: iniciar e manter o movimento 
 Primeiramente, o córtex vai estimular o putâmen, com o 
neurotransmissor excitatório GLUTAMATO. A via direta é 
formada por neurônios de projeções que saem do putâmen e 
chegam até o globo pálido INTERNO (GPi), que contém GABA, e 
o GPi projeta neurônios para os núcleos ventral lateral e 
ventral anterior do tálamo. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 3 
 O putâmen é uma região predominantemente gabaérgica e, o 
GABA é um neurotransmissor inibitório. Então, a excitação 
cortical sobre o putâmen é transformada em inibição para o 
GPi, ou seja, o córtex excita o putâmen, pela ação do 
glumatamato, e este por suavez inibe, pela ação do GABA, o 
GPi; o GPi, região também inibitória, exerce ação sobre o tálamo 
– o GPi ao ser inibido diminui o seu efeito inibitório sobre o 
tálamo. Portanto, o produto final da via direta com essa dupla 
ação inibitória é um efeito excitatório do tálamo ao córtex, 
facilitando o início dos movimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VIA INDIRETA = INIBITÓRIA 
 Na via indireta ocorre a ação do núcleo subtalâmico, que é uma 
estrutura excitatória. O córtex vai estimular o putâmen, 
aumentando a produção de GABA. A via indireta é formada por 
neurônios inibitórios de projeções do putâmen que chegam até 
o globo pálido EXTERNO (GPe), que também é uma estrutura 
inibitória (possui Gaba-encefalina). O raciocínio da via indireta, 
apesar de oposto, é semelhante ao da via direta: o GPe projeta 
fibras e exerce efeito sobre o núcleo subtalâmico, portanto, 
ao ser inibido pelo putâmen, o GPe diminui a utilização do GABA 
e passa a inibir menos o núcleo subtalâmico; o núcleo 
subtalâmico desinibido aumenta sua ação excitatória sobre o 
globo pálido interno e sobre a parte reticulada da substância 
negra – dessa forma, é provocada uma forte ação inibitória 
sobre o tálamo. O tálamo mais inibido atua de modo negativo 
sobre o córtex cerebral (lobo frontal) e suprime os 
movimentos. 
 
2) ENTENDER COMO O SN COORDENA O SISTEMA MOTOR 
(GRANDES VIAS EFERENTES) 
 As vias eferentes também são chamadas de vias 
descendentes, vias motoras ou vias piramidais. 
 Elas sempre são descendentes, ou seja, vão emitir estímulos 
do SNC para o SNP. 
 O córtex cerebral, a camada externa do encéfalo, exerce um 
papel importante no controle dos movimentos musculares 
voluntários. 
 Outras regiões encefálicas, o tronco encefálico, integram 
informações para a regulação de movimentos automáticos. 
 As eferências motoras para os músculos esqueléticos 
trafegam pela medula espinal em dois tipos de tratos 
descendentes: DIRETO E INDIRETO. 
 As VIAS MOTORAS DIRETAS incluem os tratos corticospinal 
lateral, corticospinal anterior e corticonucleares. Elas 
transmitem impulsos nervosos que se originam no córtex 
cerebral e são responsáveis pelos movimentos voluntários dos 
músculos esqueléticos. 
 Os tratos corticospinal lateral e corticospinal anterior 
representam as VIAS PIRAMIDAIS, a origem desses tratos se 
dá sempre no córtex motor, giro pré central, e trafega pela 
medula espinhal. Quando chega na altura do bulbo, que possui 
as pirâmides bulbares, os feixes que originam em determinado 
lado do cérebro irá cruzar nas pirâmides bulbares, e inervar 
o lado oposto. É por isso que quando há uma AVC no córtex 
cerebral direito, paralisa o lado esquerdo. O cruzamento é 
chamado de DECUSSAÇÃO = cruzamento de fibras no sentido 
oblíquo. 
 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 4 
 O trato corticospinal anterior é formado pelas fibras que 
passam direto, cerca de 10-25%, já as fibras que cruzaram, 
que fizeram a decussação, nas pirâmides formam o trato 
corticospinal lateral. 
 As VIAS EXTRAPIRAMIDAIS são aquelas que não passam nas 
pirâmides bulbares, elas têm origem no tronco encefálico, e 
são 4: os tratos rubrospinal, tectospinal, vestibulospinal, 
reticulospinal. 
 As VIAS MOTORAS INDIRETAS incluem os tratos rubrospinal, 
tectospinal, vestibulospinal, reticulospinal lateral e 
reticulospinal medial. Estes tratos conduzem impulsos do 
tronco encefálico que são responsáveis pelos movimentos 
involuntários e auxiliam na coordenação dos movimentos 
corporais com os estímulos visuais. 
 As vias indiretas também exercem influência sobre o tônus 
muscular esquelético, mantêm a contração de músculos 
posturais e desempenham uma função importante no 
equilíbrio por meio da regulação do tônus muscular em 
resposta aos movimentos da cabeça. 
 
 Os tratos corticospinhais vão trazer os estímulos motores do 
córtex. 
 No trato corticospinhal lateral há neurônio que irá fazer uma 
sinapse com neurônio motor inferior no corno anterior da 
medula e chega até o músculo, tudo do mesmo lado, mesmo 
que haja a decussão na formação desse trato nas pirâmides 
bulbares. 
 Já no trato corticospinhal anterior, os neurônios vão 
atravessar do outro lado da medula, pela comissura branca, e 
fazer sinapse com o neurônio motor no corno anterior do 
outro lado da medula, chegando até o músculo. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Atheneu, 2014. 
 MENESES MS. Neuroanatomia Aplicada. 3ª ed., Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. 
 ELAINE N. MARIEB, Patricia Brady Wilhelm e Jon Mallatt. 
Anatomia humana, 7ª ed. Pearson, 2014 
 NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 7ª ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2019. 
 TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia 
humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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