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Ana Luiza Bittencourt TEORIA GERAL DO PROCESSO Introdução ● Teoria: fundamento; base ● Geral: não se prende a um ramo ● Processo: MÉTODO > meta/caminho > caminho para se chegar a um fim > método judicial com o fim de solucionar conflitos, mesmo que com olhares distintos > relação jurídica entre o juiz e as partes > o desejo do juiz é chegar ao bem comum (àquilo que ele entende como bem comum). - Direito Processual = também chamado de direito instrumental > conjunto de regras que regulamenta o processo > regula as relações das pessoas dentro de um processo para alcançar a ordem/harmonia. - Direito Material = também chamado de direito substancial > diz respeito aos bens jurídicos, aos fatos jurídicos > regula as relações sociais na sociedade. - Logo, o processo é um instrumento por meio do qual os bens jurídicos são protegidos > resolução de conflito de interesses que são inevitáveis no meio social. - Qual é o mais importante? Não tem. Quando o direito material não é respeitado, é preciso utilizar o direito processual para fazer valer aquele direito material que fo i violado. - Regras de convivência existem no dia a dia e existem no processo > elas existem para prevenir ou remediar conflitos - “Onde há sociedade, há direito” (ubi societas, ibi jus) > onde há pessoas, há conflito. - “Onde há direito, há sociedade” (ibi jus, ubi societas) > para que o direito (as regras) existam, é preciso que existam pessoas > para que exista um contrato, é preciso que tenha pelo menos uma relação entre duas pessoas. - Onde existam conflitos, é preciso solucioná-los > os conflitos não são interessantes para a sociedade. Logo, precisam existir métodos de solução de conflitos. Esses métodos podem ser ESTATAIS ou ALTERNATIVOS: - Pacificação - meios - evolução: ● Autotutela: também chamada de autodefesa, é a forma mais primitiva de solução de conflitos > resolução egoísta > o interesse de um não interessa ao outro, desde que você resolva seu problema. - Vitória da força; - Ausência de um juiz distinto das partes = o “juiz” é parte; - Imposição por um lado/parte. - Exemplos típicos de autotutela utilizados no direito moderno: legítima defesa; estado de necessidade. - Art. 345 CP: “justiça pelas próprias mãos” > não é permitido. - AUTOTUTELA NÃO É PERMITIDA > salvo exceções já citadas + delito em flagrante (o cidadão pode prender a pessoa). - Obs.: desforço imediato também é tolerável desde que seja de fato imediato > alguém entra na fazenda de um indivíduo, que afugenta essa pessoa de alguma forma > direto da autoproteção da posse no caso de esbulho (perda de posse). ● Autocomposição: solução do litígio por obra dos próprios litigantes de uma forma mais altruísta, pois traduz atitudes de renúncia ou reconhecimento a favor do adversário. Apesar disso, pode ocultar ou dissimular atos de autodefesa em que o litigante mais fraco, não podendo resistir, prefere renunciar. Ex.: uma relação de conflito entre um alfabetizado e um analfabeto. - Solução encontrada pelos próprios envolvidos; - Estimulada pela lei > art. 3º, §2º, §3º do CPC > valoriza o consenso; art. 139, V do CPC. - Pode haver um conciliador ou um mediador > alguém que ajude as partes a dialogarem para que elas se entendam > o conciliador pode apresentar proposta de solução para as partes // o mediador não apresenta propostas, apenas aproxima as partes para que elas mesmas cheguem a um consenso. - extra-processual = sem abrir processo - endoprocessual = quando elas são estimuladas a fazer um acordo após o ajuizamento da ação. ● Arbitragem: as partes definem que uma pessoa, ou uma entidade privada, irá solucionar a controvérsia apresentada pelas partes sem a presença do Poder Judiciário. Caracterizada pela informalidade, embora com um procedimento escrito e com regras definidas por órgãos arbitrais e/ou pelas partes. - A solução advém de um 3º desinteressado no assunto > ÁRBITRO. - As partes conflitantes elegem uma terceira pessoa e fazem uma convenção de arbitragem (solução amigável) e assinam o documento > elas assinam antes da resolução do conflito > independente do resultado, as partes devem aceitar e a decisão não pode ser questionada em justiça. - Não é uma forma de resolução de conflito comum no Brasil > personalidade do brasileiro > não aceita. - Obs.: arbitragem e mediação são métodos distintos > na mediação, o objetivo não é disputar quem tem mais ou menos direito, quem errou, ou quem é culpado > é buscar uma solução viável para a questão e viabilizar um ambiente adequado e um diálogo construtivo para que os envolvidos possam refletir, discutir e, por fim, construir uma solução mutuamente satisfatória. ● Jurisdição: função do Estado, pela qual este atua o direito objetivo na composição de conflitos de interesses, com o fim de resguardar a paz social e o império do direito > o juiz (imparcial) não atua espontaneamente, devendo ser provocado por quem tenha interesse na lide. - A jurisdição é a passagem da justiça privada para a justiça pública. - “ius + dicere” > dicção do direito > dizer o direito > mas o que isso significa? É dizer qual é a vontade do direito > ocorre a substituição da vontade das partes, pela vontade do Estado, personificado na figura do juiz > Estado-juiz > prevalece aquilo que é justo (e legal). - CASO > personificação do Estado na figura do juiz (Estado-juiz): um homem que ajuizou uma ação trabalhista comparece à audiência descalço > o juiz informa que é uma falta de respeito e que da próxima vez ele deve usar sapatos > na audiência seguinte o juiz leva um par de calçados para o autor da ação > o homem ajuizou uma ação por danos morais contra o Estado/União, pois o juiz em si somente pode ser responsabilizado se tiver agido com dolo > a União foi condenada a pagar indenização e resolveu essa questão com o juiz também, o qual teve que pagar para o Estado regressivamente. - Quais são as partes? Dentro do direito penal, o autor é o sujeito ativo, que comete o crime e o réu é o sujeito passivo, a vítima. Porém, dentro do processo, a vítima/sua família/MP se torna o autor do processo (ajuíza a ação) e aquele que cometeu o crime se torna réu, pois está sendo processado. - O processo é um “actum trium personarum” > é um ato de 3 pessoas > autor (ativo), réu (passivo) e o juiz > principais princípios envolvidos > contraditório e ampla defesa. Essa é uma forma didática de descrever a relação jurídica > sabe-se que o processo envolve outras pessoas. - Característica da Jurisdição: poder-dever > a jurisdição é um poder estatal, pois tem direito de pacificar os conflitos. Ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos > esse poder cabe ao Estado > coerção. Dessa forma, a jurisdição também é dever, pois se ela possui o poder de coerção, ela passa a ser detentora de um monopólio. Possui a obrigação de resolver os conflitos > quando alguém aciona o poder judiciário, a resposta virá, mesmo que demore décadas. - Jurisdição contenciosa = ocorre quando há uma lide > ocorre uma atividade substitutiva > o Estado substitui a vontade das partes > o juiz diz quem tem razão dentro daquele processo. - Jurisdição voluntária = ocorre quando não há conflito > Estado condiciona a produção dos efeitos mesmo que não haja conflitos. e querem mudar o regime de bens, sendo algo consensual > precisam fazer uma petição para que o juiz autorize a mudança. - Direito processual constitucional: Princípios presente na constituição: ● devido processo legal (CF/art. 5º, LIV); ● ampla defesa e contraditório (direito de poder dizer contrariamente àquilo que está sendo dito contra si) (CF/art. 5º, LV); ● fundamentação das decisões (CF/art. 93, IX); ● assistência judiciária integral e gratuita (CF/art. 34, XXXIV) > hipossuficiência > tem pouca suficiência > se tiver que tirar dinheiro paramanutenção familiar, vai fazer falta. - Tese + Antítese = Síntese
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