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1 Pediatria I @emanuellycardoso Distúrbios respiratórios do RN Distúrbios Respiratórios do RN TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RN ou PULMÃO ÚMIDO • Distúrbio respiratório de evolução benigna → RN termo ou pré-termo tardios + 1-2% de todos os RN • Desconforto respiratório que ocorre precocemente + intensidade leve-moderada + discreta cianose • Radiologia: pulmões hiperaerados + trama vascular aumentada + cardiomegalia Fisiopatologia • Ocorre devido ao retardo na reabsorção do líquido • Ao nascimento = epitélio pulmonar deve mudar de “modelo secretor de cloro” → “absorção de sódio” = absorção de fluído interalveolar • Trabalho de parto = liberação de catecolaminas nas circulações (materna-fetal) = síntese de surfactante + ativação dos canais de sódio → absorção de líquidos nos alvéolos → interstício → drenado para os sistemas linfáticos + vascular • Acúmulo de líquidos nos vasos linfáticos peribronquiolares = compressão + colapso dos bronquíolos → hiperinsuflação + áreas de retenção de ar → ↓ complacência pulmonar → taquipneia (compensar o ↑ do trabalho respiratório) FATORES DE RISCO • História materna de infertilidade + fertilização in vitro • Diabetes materno + asma materna • Uso de ocitocina • Sofrimento fetal + parto prematuro próximo a termo + parto cesariano fora de trabalho de parto + parto pélvico • Sedação materna excessiva + uso de vacuoextrator ou fórcipe • Clampeamento tardio do cordão umbilical ou ordenha manual • Apgar < 7 no 1º e 5º minuto + macrossomia • Sexo masculino * Cesárea eletiva = não ocorrem as modificações fisiológicas do trabalho de parto → deficiência na transição respiratória pós-natal = TTRN ** No caso de doença prolongada → associação com anormalidades na produção do surfactante *** RN de mães que receberam corticoide antenatal = tendencia a ↓ do desconforto respiratório QUADRO CLÍNICO • RN a termo ou pré-termo tardio • Taquipneia nas primeiras horas de vida (FR de 60-120 mov/min) • Batimentos de asa de nariz • Gemência • Retrações intercostais • Cianose • Ausculta pulmonar = não detecta presença de estertores ou roncos • Autolimitado → sinais de TTRN de 24-72h = raramente necessita de FiO2 > 0,4 • Curso clínico + radiologia = distinção com outras doenças respiratórias + cardíacas + do SNC + hematológicas + metabólicas + malformações congênitas DIAGNÓSTICO • Laboratorial = hemograma completo (afastar infecção + Policitemia) + gasometria arterial (acidose + hipoxemia – melhora em 24h) + hemocultura (descartar sepse) + teste de maturidade pulmonar em líquido amniótico (afastar síndrome do desconforto respiratório) • Radiológico = RX de tórax → hiperinsuflação + estrias peri-hilares (raios de sol – acúmulo de líquidos nos espaços peribronquicos e linfáticos) + cissuras interlobares + infiltrados alveolares + discreta cardiomegalia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Pneumonia/sepse: dificuldade respiratória não melhora em 4-6h + achados laboratoriais de infecção + histórico materno com risco de infecção antenatal → instituir ATBterapia de amplo espectro • Síndrome de aspiração de mecônio: presença de LA meconial + radiologia com presença de densidades grosseiras + hiperinsuflação difusa • SDR: RNPT ou com risco para imaturidade pulmonar + achado radiológico típico para SDR → RX sugestiva + terapêutica mais agressiva • Cardiopatia congênita cianótica: teste de hiperoxia + ECG + ecodopplercardiograma + RX de tórax + monitorização da PA dos 4 membros • Hiperventilação pós-hipóxica: RNT com asfixia perinatal com taquipneia sem dificuldade respiratória + gasometria com alcalose respiratória + RX normal TRATAMENTO • Sem TTO específico = doença autolimitada • Oxigenação adequada + medidas gerais • Ambiente isotérmico neutro = temperatura corporal ≅ 36,5ºC • Oxigenioterapia = se necessário para manter Sat.O2 > 90% → halo + CPAP nasal + VM (raro) • Hidratação = se necessário, solução de glicose IV com VIG de 4mg/kg/min se BSA > 4 • Alimentação = iniciar após melhora da taquipneia + BSA < 4 → reforçar o aleitamento materno • Monitorização = FC + FR *Diuréticos (furosemida) não estão indicados para o TTO da TTRN COMPLICAÇÕES • RARAS = Pneumomediastino pelo esforço respiratório + Pneumotórax (espontâneo ou iatrogênico) pela VM inadequada PREVENÇÃO • Uso de corticosteroides anteneonatais = não usado na prática + ↑ a reabsorção de líquido alveolar pela ativação da ENaC • Cesárea eletiva > 39 semanas de IG (desde que não haja indicação médica/benefício mãe/bebe para realização antes dessa IG) PROGNÓSTICO • Excelente prognóstico = autolimitada • Longo prazo = associada como subsequente diagnóstico de asma na infância → meninos • Marcador de função pulmonar deficiente → reflete a suscetibilidade a asma 2 Pediatria I @emanuellycardoso Distúrbios respiratórios do RN SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO MECONIAL • Doença respiratória resultante da aspiração de líquido amniótico tingido por mecônio, ao nascimento • RNT e RN pós-termo • Importante causa de morte perinatal • Raro em RN com IG < 37 semanas → exceto em sepse por Listeria monocytogenes + apresentação pélvica • Mulheres com IG > 42 semanas tem 6x mais risco de apresentar líquido meconial (comparando com mulheres com IG de 37s) FATORES PREDISPONENTES MATERNO-OBSTÉTRICOS • Doença hipertensiva específica da gravidez • Obesidade + Tabagismo • Cardiopatia + DPOC + DM • Nós e circulares de cordão + Prolapso do cordão • DPP + Placenta prévia + Insuficiência placentária aguda ou crônica • Pós-maturidade FISIOPATOLOGIA • Mecônio = coloração verde-escura + altamente viscoso + fortemente aderente (presença de glicoproteína de alto peso molecular) + composição = 72-80% água + células epiteliais + lanugem + muco + material do vérnix caseoso + bile + bilirrubinas + raro ser encontrado no LA < 34 semanas → uma vez eliminado no LA = pode ser aspirado pelo feto intraútero • 3 mecanismos de eliminação de mecônio: 1. Evento fisiológico do pós-datismo: ↑ motilina 2. Fenômenos hipóxicos agudos: bem-estar fetal interrompido → hipoxemia + acidose → ativação do centro respiratório → gasping profundo = aspiração de mecônio para o pulmão fetal (antes – durante – imediatamente após o trabalho de parto) 3. Fenômeno hipóxicos crônico = insuficiência uteroplacentária = ↓ [ ] de O2 do sangue da veia umbilical → hipóxia fetal = preferencia a oxigenação de órgãos nobres em detrimento do intestino → hiperperistaltismo + relaxamento do esfíncter anal + eliminação do mecônio • SAM = alterações pulmonares → Obstrução mecânica das VA + múltiplas áreas de atelectasia e shunt intrapulmonar + pneumonite química ou necrose pulmonar → por infecção bacteriana + inativação do surfactante = atelectasia pulmonar + hipertensão pulmonar persistente (HPP) + piora do shunt extrapulmonar • Presença de mecônio no interior das VA após nascimento = dificulta a transição do padrão cardiorrespiratório fetal para adulto • Pode ocorrer bloqueio completo das VA → morte por asfixia ou cor pulmonale agudo • Mais comum = migração de partículas para periferia → obstrução mecânica das VA terminais (completa ou parcial) − Completa: atelectasias + shunt direito-esquerdo + alteração na relação ventilação/perfusão − Parcial: mecanismo valvar → aprisionamento de ar distalmente → se escape para interstício = ruptura dos alvéolos +n pneumotórax + pneumomediastino • Material meconial = atividade inflamatória intensa = ativação de macrófagos + migração de leucócitos → liberação de mediadores químicos que afetam os tecidos • Mecônio = induz a lesão pulmonar por ativação de macrófagos alveolares → ↑ de citocinas + interleucinas + TNF → lesão diretamente o parênquima pulmonar + extravasamento de proteínas para álveos + ↑ neutrófilos/macrófagos/hemácias → edema alveolar • Aspiração de mecônio = associada a infecções intra-amnióticas + crescimento de Listeria monocytogenes + EGB • Ácidos graxoslivres → descolam + inativam o surfactante • Asfixia intrauterina prolongada = remodelagem vascular pulmonar → hipoventilação pulmonar + shunts intrapulmonares + ↓ da complacência + ↑ da resistência das VA → agravados por inibição do surfactante + pneumonite química → leva a = hipoxemia + retenção de CO2 (pneumotórax) + acidose + vasoconstrição + shunt através do canal arterial e do forame oval QUADRO CLÍNICO • RN com risco (logo após o nascimento) = sinais de pós-maturidade + unhas/cabelo/pele/coto umbilical impregnados com mecônio + coloração esverdeadas • RN assintomáticos ou com desconforto respiratório leve + respiração irregular + taquipneia e/ou retração intercostal – duram dde 24-72 horas • QC clássico = desconforto respiratório grave + ↑ diâmetro anteroposterior + batimento de asa de nariz + gemido • Ausculta pulmonar = inespecífica + estertores crepitantes difusos + MV ↓ (atelectasia/pneumotórax) • Casos graves = sinais de lesão pela asfixia → encefalopatia hipóxicos-isquêmica + convulsões + CIVD + SIHA • HPP =achado frequente • Quando não há complicações = mecônio reabsorvido gradualmente + ↓ dos sintomas e solução do quadro em 5-7 dias DIAGNÓSTICO • História de LA meconial + desconforto respiratório com radiografia compatível com SAM + ausência de outras causas que expliquem o desconforto respiratório • Gasometria: acidose (respiratória → mista_ • Hemograma: leucocitose + neutrofilia + desvio à esquerda + plaquetopenia (primeiras 36h = HPP) • Hemocultura: processo infeccioso • Distúrbios metabólicos: dosar CA + Mg + Na + K • Radiologia: comprometimento heterogêneo do parênquima pulmonar com áreas de atelectasia + estrias difusas grosseiras e irregulares + áreas de hiperinsuflação e derrame pleural mínimo − Outros achados: condensação lobar + enfisema intersticial + infiltrado intersticial difuso + sinais de hiperinsuflação (retificação dos arcos costais e do diafragma) • Ecocardiograma: HPP + grau do shunt direito-esquerdo que contribui para hipoxemia + exclusão de cardiopatia congênita PREVENÇÃO • Amnioinfusão • Aspiração orofaríngea do RN • Laringoscopia direta TRATAMENTO • Sala de parto: cuidados inicias com RN + medidas de reanimação (se necessário) → aspirar traqueia sob visualização direta + VPP • Pós-natal: UTI + incubadora aquecida + monitorizações + estabilização hemodinâmica + correção dos distúrbios hidroeletrolíticos + hemograma + hemocultura (nascimento) + PCR com 12-18h + ventilação mecânica + ATBterapia empírica + correção de hipoglicemia • Suporte ventilatório: pressão positiva em VA (CPAP nasal) + VM convencional + Ventilação de alta frequência (VAF) • Surfactante: precoce + em altas doses • Terapêutica vasodilatadora: óxido nítrico → hipoxemia grave pela HPP que não melhora com VM 3 Pediatria I @emanuellycardoso Distúrbios respiratórios do RN DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA • Síndrome do desconforto respiratório (SDR) • Deficiência do surfactante alveolar associada à imaturidade estrutural dos pulmões • RNPT (< 34 semanas) • 50% dos RNPT < 1.500g FATORES DE RISCO • Fatores genéticos + asfixia perinatal + diabetes materno + sexo masculino + hemorragias maternas no 3° tri + segundo gemelar + RN anterior afetado + cesárea + hipotermia • IG = mais importante → produção de surfactante é escassa até ≅ 28 semanas + entre 24sem – fim da gravidez = sistema respiratório dos RNPT em desenvolvimento − Maturação das células alveolares tipo 2 produtoras de surfactante + formação dos alvéolos + adelgaçamento do epitélio e da camada muscular que envolvem as arteríolas pulmonares = facilitam as trocas gasosas − Hipóxia + acidose = ↓ da produção de surfactante → RNPT asfixiados podem não liberar o surfactante • Fatores antenatais = diabetes materno → retarda o processo de maturação do surfactante (↑ insulina + formação de fosfatidiglicerol) • Fatores que aceleram a maturidade pulmonar = ↓ risco de SDR → condições maternas ou ação de substâncias/hormônios: − Ruptura prematura prolongada de membranas (RPPM) − Condições associadas a estresse crônico = insuficiência placentária + RCIU + mães com DHEG + hemoglobinopatias maternas + mães viciadas em heroína/cocaína − Corticoides + hormônios tireoidianos + metilxantinas + beta-agonistas + estrógenos + fatores de crescimento epidérmico + fator alfa transformador do crescimento FISIOPATOLOGIA • Deficiência e inativação do surfactante alveolar + complacência exagerada da caixa torácica = desencadeiam a SDR → levam a atelectasia progressiva dos alvéolos + impedem o desenvolvimento de uma capacidade residual funcional efetiva • Surfactante alveolar: − Produzido e armazenados nos pneumócitos tipo II + síntese a partir da 20ª-24ª semanas (↑ com a IG → pico na 35ª semana) − 70-80% fosfolípides + 10% proteínas + 10% lipídeos neutros (colesterol) → lipídeo mais importante = fosfatidilcolina saturada → responsável pela ↓ da tensão superficial gerada na interface ar-líquido = estabilidade mecânica nos alvéolos durante a expiração − Principais ações: ↓ tensão superficial dos alvéolos + ↓ necessidade de grandes pressões para manter os alvéolos abertos + mantem a estabilidade alveolar (varia a tensão superficial de acordo com o tamanho dos alvéolos – Lei de Laplace) + ↓ esforço respiratório + ↑ complacência pulmonar − Deficiência de surfactante = ↑ tensão superficial + força de retração elástica durante a expiração → colapso alveolar → necessita de pressões cada vez mais altas para manter os alvéolos patentes → ↑ do esforço respiratório → áreas de atelectasia + ↓ complacência pulmonar + ↓ capacidade residual funcional − Atelectasia → ↓ relação ventilação/perfusão → ↑ shunt intrapulmonar → hipoxemia + hipercapnia + acidose − Hipoxemia + acidose → vasoconstrição → ↓ perfusão pulmonar → ↑ pressão nas artérias pulmonares → shunt direito-esquerdo extrapulmonar → piora hipoxemia e acidose + estabelece ciclo vicioso − Progressão desse processo, associado a VPP = agrava a permeabilidade alveolocapilar → ↑ extravasamento de líquidos e proteínas para luz alveolar → inativa o surfactante + piora a instabilidade alveolar • Desenvolvimento estrutural pulmonar (5 estágios): − Embriogênico: desenvolvimento de VA maiores (3-4 semanas) − Pseudoglandular: desenvolvimento das VA até bronquíolos terminais (6-16 semanas) − Canicular: desenvolvimento dos ácinos + vascularização )16-28 semanas) − Sacular: subdivisão dos sáculos (28-36 semanas) − Alveolar: aparecimento dos alvéolos (32 semanas ao termo) − Na SDR = maior parte do RN encontra-se no estágio canalicular ou sacular → não tem alvéolos (trocas gasosas precárias) + VA de paredes espessas + tubulares + abundante interstício + pouca quantidade de tecido elástico e conjuntivo + ficam distantes dos capilares → pulmão pouco distensível + restrita área de superfície para trocas gasosas + membrana alveolocapilar muito permeável QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL • Investigar na história = hemorragia materna ou diabetes + IG (RNPT com asfixia perinatal) + na sala de parto = cordão umbilical permanece pulsando por tempo prolongado • Curso natural logo após o nascimento • RN = sinais de IR (taquipneia + batimentos de asa de nariz + gemido expiratório + retração da caixa torácica + cianose – presença de shunt direito-esquerdo) • Piora progressiva do desconforto respiratório nas horas seguintes → pico com 36-48h de vida • Depois de algumas horas = edema de extremidades (alterações da permeabilidade vascular) • Melhora do quadro de forma progressiva após 72h • Má evolução = crises de apneia mais acentuadas + piora do estado hemodinâmico e metabólico • Oliguria nas primeiras 48h + hipotensão + hipotonia + hipoatividade • Avaliação do grau de dificuldade respiratória = boletim de Silverman-Andersen → notas > 4 = dificuldade respiratória moderada- grave 4 Pediatria I @emanuellycardoso Distúrbios respiratórios do RN • Semiologiapulmonar = pobre → MV normal ou ↓ + inspiração profunda com estertores finos em bases • FC = irregular no início + depois fixa em ≅ 130bpm • Sopros cardíacos = persistência do canal arterial • FR = 70-120 iprm • Volume corrente ↓ + volume minuto normal ou ↑ + complacência ↓ + capacidade residual ↓ + capacidade vital do choro ↓ + trabalho respiratório ↑ • Alterações metabólicas = acidose respiratória → acidose metabólica/mista + ↑ ácido lático + sódio sérico ↓ + fosfatemia ↑ nos primeiros 3 dias + potassemia a níveis de 7 mEq/L ASPECTOS RADIOLÓGICOS • Infiltrado reticulogranular difuso (aspecto de vidro moído) distribuído uniformemente nos campos pulmonares + broncograma aéreo + ↑ líquido pulmonar = VA distais atelectasiadas • Presença de imagem radiológica normal após 8h de vida exclui a possibilidade diagnóstica da doença • Classificação: a) Grau I: padrão reticulogranular difuso e silhueta cardíaca preservada + broncogramas aéreos limitados b) Grau II: maior coalescência das opacidades + presença de broncogramas aéreos mais evidentes + certo grau de apagamento da silhueta cardíaca c) Grau III: ↑ da opacificação dos pulmões com borramento da área cardíaca e do diafragma d) Grau IV: opacificação completa dos pulmões devido ao ↑ da confluência das densidades pulmonares • Radiografia com reticulogranular mais acentuado + volume pulmonar ↓ = pior prognóstico • RN que sobrevivem = melhora radiológica evidenciada nos primeiros dias de vida + parênquima normal ≅ 7-14 dias • Após adm de surfactante = melhora da aeração pulmonar DIAGNÓSTICO • Antenatal: a) Avaliação da relação entre lecitina e esfigomielina (L/S) = determinação do grau de maturidade pulmonar → > 2 = maturidade b) TDx-FLM = avalia a relação surfactante/albumina no LA → substituído pela contagem de corpúsculos lamelares no LA c) Estudos ultrassonográficos = visualização de partículas • Pós-natal: a) Antecedentes maternos + dados obstétricos + exame do LA + QC + exames laboratoriais b) Critérios diagnóstico da SDR: − Evidencia de imaturidade pulmonar − Desconforto respiratório de inicio precoce (até 3 horas de vida) − Evidencia de complacência pulmonar reduzida + capacidade residual funcional ↓ + trabalho respiratório ↑ − Necessidade de O2 inalatório/ CPAP/ IMV por mais de 24h − Radiografia de tórax anormal com densidades reticulogranulares parenquimatosas difusas + broncogramas aéreos + subinsuflação durante um bom esforço respiratório com 6-24h de vida − Ausência de outras causas que justifiquem a IR • Diferencial: a) Pneumonias congênitas: pneumonia pelo EGB b) Taquipneia transitória: quadro menos grave + resolução em 24-48h + fazer raio-x de tórax c) Cardiopatias congênitas: cianose não responde ao ↑ de [ ] O2 + fazer ecocardiograma d) Malformações pulmonares: raio-x de tórax e) Hérnia do diafragma: fazer raio-x de tórax f) Síndrome de aspiração de mecônio: RNT + pós-termo + com RCIU + fazer raio-x de tórax g) Desordens genéticas da produção e metabolismo da proteína SP-B do surfactante: quadro de SDR grave em RNT + fatal TRATAMENTO • Cuidados na sala de parto: reanimação (com particularidades → O2 puro é lesivo para RNPT): − O2 na menor [ ] possível para obter resposta cardíaca adequada − Uso precoce do CPAP com 5-6cmH2O − Se VVP = evitar volumes correntes extremos + limitar picos de pressão inspiratória − Oximetria de pulso + Evitar hipotermia • Cuidados gerais: − Controle térmico = manter temperatura do RN entre 36,1ºC a 37ºC − Oferta hídrica e eletrolítica = 60-80ml/kg/dia nas primeiras 48h – soro glicosado a 10% IV + RN baixo peso: 100-120ml/kg/dia + RN extremo baixo peso: 120-140ml/kg/dia − Avaliação circulatória = FC + PA + circulação periférica → expansores de volume se hipotensão arterial ou má perfusão periférica se associada a taquicardia + ↓ diurese + acidose metabólica + persistência na ausência de hipoxemia − Suporte nutricional = manter jejum VO + adm soro glicosado 4-6mg/kg/min – controlando glicemia e glicosúria − Controle de infecção = hemograma completo + PCR + hemocultura nas primeiras horas de vida • Oxigenioterapia • Suporte respiratório: CPAP nasal + IMV + SIMV + VAF • Surfactante exógeno − Fração fosfolipídica de pulmão porcino – poractant alfa (curosurf) → 100-200mg/kg + doses podem ser repetidas com 6-12h de intervalo − Adm via traqueal − Nas primeiras horas após adm → surfactante exógeno age estabilizando os alvéolos ainda abertos + faz recrutamento dos alvéolos atelectasicos ↑ a CRF + melhora a relação ventilação-perfusão + ↓ shunt intrapulmonar + corrige a hipoxemia − Forma de adm: profilática ou de resgate a) Profilática = RN de alto risco para SDR + com a finalidade de evitar piora da SDR, não como TTO + aplicação na sala de parto após manobras de reanimação em 10-30 minutos depois do nascimento b) Resgate = aplicação após o estabelecimento do quadro de SDR → confirmado pelos critérios diagnósticos nas primeiras 12h de vida → pode ser precoce (1-2h após nascimento) + tardio (> 2h de vida) − Complicações: hemorragia pulmonar COMPLICAÇÕES • Síndromes de escape de ar: piora do quadro + hipotensão + apneia + bradicardia + acidose persistente • Processos infecciosos • Hemorragia peri-intraventricular e leucomalacia periventricular • Persistência do canal arterial
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