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Análise fílmica didática sobre -Closer-

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A mentira no papel de um cão-guia:
Realmente, o subtítulo brazuka "Perto Demais" é perfeito.
O fato de Dan não poder tocar Anna só serviu pra potencializar sua obsessão por ela,
resultando no inusitado encontro entre Larry e a mesma. Não que isso foi um empecilho,
nem mesmo sua namorada, Alice, (que sabia do flerte entre Larry e Anna) foi suficiente.
Nem ao menos o fato de Anna estar reproduzindo o ato que resultou em seu primeiro
divórcio, gerando evidente dor a ela, a impediu.
A proximidade entre os personagens está sempre presente durante 90% do longa, vez ou
nunca temos um distanciamento considerável quando dois ou mais dos 4 protagonistas
contracenam (é muito interessante como até na maravilhosa cena do chat foram usados
planos mais fechados pra parte do Larry e planos médios pra parte do Dan, mostrando a
disparidade do efeito da conversa. De um lado, um tá morrendo de tesão, do outro o cara tá
se divertindo com sua "vingança", sua "maior vigarice", sua trolagem).
Como o sexo é abordado constantemente (não dá maneira como os filmes "hot" fazem, mas
como um potencializador dramático), a proximidade serve pra gerar um clima e uma dúvida
no espectador: Será que eles não estão pertos demais?
(Continua Nos Comentários ;)
(Parte 2) - Assim como literalmente todos os outros filmes adaptados de peças (nem tanto
os musicais), esse é um longa estruturado 100% no roteiro e nas atuações. Adivinha, os
dois são perfeitos. Temos aqui uma história extremamente interessante e muito bem
estruturada, com personagens muito bem estabelecidos e desenvolvidos, com viradas bem
efetivas e muito bem colocadas, fora os diálogos perfeitos, extraordinários, lindos, fortes e
poderosos (MEU AMIGO, QUE DELÍCIA DE AULA SOBRE COMO ESCREVER FALAS
EXTREMAMENTE POTENTES E SEM PERDER EM MOMENTO ALGUM A
NATURALIDADE E A VERACIDADE) que são os responsáveis pelo avanço da história. É
um longa construído e sustentado nos diálogos.
Se de um lado temos um roteiro tão incrível como eu disse, de outro temos atores tão
perfeitos quanto. Julia Roberts e Jude Law constroem suas atuações em suas expressões
faciais, desde olhares até feições, e em sua modulação na voz. Já Natalie Portman (a
melhor atriz da geração dela {elegida por mim mesmo}) usa também das feições e da voz,
mas complementa com uma linguagem corporal única, que só ela é capaz de fazer (fora as
sutis caras de tristeza que a afligem durante toda a história, e passam despercebidas ao
olhar menos atento), a atuação dela é um ponto fora da curva, assim como a própria
Natalie.
(Parte 3) - Mas pra mim o abençoado com o melhor personagem foi Clive Owen, não só ele
é o personagem mais interessante, como também foi abençoado com as melhores falas, o
fato de ele não mentir (cof cof) dá uma dinâmica única e irônica pra própria dinâmica do
filme. Meu pai amado, a levada na fala desse homem é "oto patama", ele literalmente rouba
a cena (assim como Natalie) em cada frame. A maneira como ele fala é tão hipnotizante,
atraente, estranha, eletrizante e única que tornam seu personagem extremamente
marcante. Clive é outro ponto fora da curva. Natalie e Clive meio que deixam Jude e Julia
na sombra, não porque eles (Jude e Julia) são ruins, mas estes por serem (Natalie e Clive)
marcos na história da atuação.
Por algum motivo a line do "talvez eu não seja nobre o bastante para te perdoar" ficou
grudada na minha cabeça. Pensando um pouco sobre ela, é muito engraçado notar que a
personagem mais "nobre" é a Alice/Jane, a stripper. Ela foi a única dos quatro protagonistas
que nunca traiu ninguém, ou magoou, apenas foi magoada e até mesmo usada (pelo jeito o
"I'm not your revenge fuck" não durou muito). Ao mesmo tempo, ela foi a mais "consciente",
se precavendo sempre que era conveniente (o nome falso prova isso). Talvez como o
próprio Larry disse, seja uma armadura. A fala "Lying is the most fun a girl can have without
taking her clothes off" prova isso. Ou talvez ela só seja uma mentirosa patológica que
buscava um pouco de caos, essa fala também sustenta isso. Prefiro minha teoria.
Nota do "crítico"
10 de 10 - Obra-Prima sobre traição totalmente ame ou odeie.
Que bom que existem histórias de traição que fogem do padrão e realmente falam sobre
relacionamentos.
-Por Ruan Souza

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