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Marianna Lopes – 6° semestre FTC DEFINIÇÃO A asma é uma doença heterogênea e geralmente se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, sendo definida pela história de sintomas respiratórios (ex. sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse), que variam em tempo e intensidade, e podem vir junto a limitações variável ao fluxo expiratório de ar Pontos chaves • Doença heterogênea (várias apresentações e processos de fisiopatologia que dependem do nível de inflamação) • Inflamação crônica das vias aéreas (genético) • História de sintomas respiratórios • Variação no tempo e na intensidade • Limitação variável ao fluxo expiratório Inflamação crônica das vias aéreas Ao inalar um alérgeno (asma clássica), ele é fagocitado por APCs (ex. macrófago, célula dendrítica), que reconhecem uma proteína estranha, sinalizam TCD4 a induzirem uma resposta TH2 (humoral) e então esses dois tipos de células começam a produzir citocinas (IL- 4, IL-5, IL-13), cujo papel é recrutar mastócitos (via plasmócitos que secretam IgE), que produzem leucotrienos, histamina e PGE-D2, e eosinófilos, que produzem citocinas e leucotrienos, além de alguns neutrófilos, para desencadear uma inflamação que acaba destruindo epitélio respiratório, além de aumentar produção de muco (hiperplasia de glândulas submucosas) e fazer vasodilatação (perda de líquido e edema), resultando em obstrução brônquica por secreção e edema, que dificultam a passagem de ar e desencadeia os sintomas típicos • A expressão de inflamação com eosinófilos na asma pode resolvida com corticoide (pessoas se tornam assintomáticas) o Na DPOC, o predomínio de neutrófilos faz com que o corticoide não atue tão bem *Vê-se, na 1ª imagem da biópsia de via aérea, a camada epitelial desordenada pela inflamação (sem cílios, glândulas submucosas inflamadas por processo intenso na camada subepitelial, que acomete vasos e musculo liso) e, já na 2ª imagem, com tratamento feito por 3 meses, o epitélio respiratório se recupera Inervações Há dois tipos de inervação na via aérea, que atuam na musculatura lisa do brônquio, cuja contração provoca o broncoespasmo (diminui tamanho do brônquio, levando à sintomas como dificuldade de respirar) • Beta-adrenérgica: Faz conexão do epitélio respiratório com o musculo liso do brônquio o Ao bloquear o receptor beta-adrenérgico, produz-se broncoespasmo • Colinérgica: Produz acetilcolina, mas também inerva o músculo liso o Ao estimular essa inervação, produz-se mais acetilcolina, que age nos receptores muscarínicos e causa broncoespasmo Marianna Lopes – 6° semestre FTC DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico, uma vez que a asma é definida pela história dos sintomas, que abrangem tosse seca, sibilância, dispneia e aperto no peito ou desconforto torácico à noite ou nas primeiras horas da manhã Perguntas a serem realizadas • Você tem ataques ou episódios recorrentes de sibilância? • Você tem tosse persistente, particularmente à noite ou ao acordar? • Você acorda por tosse ou falta de ar? • Você tem tosse, aperto no peito ou sibilância após atividade física? • Você tem tosse aperto no peito, chiado após contato com mofo, poeira, animais ou irritantes (ex. cigarro)? • Você usa algum remédio quando os sintomas ocorrem? Avaliação funcional Ratifica diagnóstico e tratamento, mensurando a grau de gravidade (não é preciso no diagnóstico de asma) • Espirometria (avalia ventilação pulmonar para saber se houve melhora após o tratamento) • Teste de broncoprovocação (queda de 20% no VEF1 após inalação) • Pico de fluxo seriado (“radar” de velocidade do sopro de ar – reduzido na asma) o Variabilidade menor que 20% nos adultos e 30% nas crianças • Teste de exercício (menos de 10% de suspeita e menos de 15% de diagnóstico de asma) • Teste de hipersensibilidade imediata (positivo se surgir eritema/pápula maior que 3mm após 10 a 15 minutos de aplicação) o Correspondência com a clínica, mas 20% positivo em pessoas sem sintomas • Outros exames o Hemograma (eosinófilos) o Dosagem do IgE sérica (alérgenos específicos): RAST o Lavado nasal Diagnóstico diferencial • Doenças obstrutivas pulmonares (obstrução das vias aéreas centrais, DPOC, bronquiolites, fibrose cística e bronquiectasia) • Rinites, sinusites e DRGE (broncoaspiração com ácido em via aérea provocando espasmo) • ICC aguda (edema de via aérea por aumento da pressão hidrostática e não por inflamação) • Embolia pulmonar • Discinesia de laringe • Síndrome de hiperventilação, IECA, etc AVALIAÇÃO DA ASMA Asthma Control Test (ACT) O escore do questionário é calculado a partir da soma dos valores de cada questão (1 a 5 pontos), sendo que as respostas indicativas de maior controle devem receber maior pontuação (asma controlada > 20) • O escore varia entre 5 a 25 pontos e, quanto maior o escore, mais controlada é a asma Se o estímulo (alérgeno) ao processo inflamatório for constante, o consequente broncoespasmo (contração) leva à hipertrofia da musculatura do brônquio, que o torna capaz de realizar contrações cada vez mais fortes, até que um broncoespasmo muito forte leva o paciente ao óbito Marianna Lopes – 6° semestre FTC TRATAMENTO DA ASMA Avaliação o controle da asma, ajustam a terapia em geralmente 3 meses e revisam Objetivos • Controlar os sintomas • Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo • Permitir atividades normais (trabalho, escola e lazer) • Manter a melhor função pulmonar possível • Evitar crises, idas a serviços de emergências e hospitalizações • Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio • Minimizar efeitos adversos dos medicamentos • Melhorar a qualidade de vida • Reduzir o risco de morte GINA 2020 O controle alternativo funciona melhor no SUS, visto que o paciente consegue adquirir gratuitamente ICS e SABA (não consegue LABA) • STEP 1: Sintomas menos que 2x/mês o Preferência: ICS-LABA o Alternativo: ICS com SABA se preciso • STEP 2: Sintomas mais que 2x/mês e menos que 4-5 dias/semana o Preferência: ICS-formoterol o Alternativo: ICS contínuo • STEP 3: Sintomas na maioria dos dias (acorda com asma pelo menos 1x/semana) o Preferência: ICS-formoterol contínuo o Alternativo: ICS-LABA contínuo • STEP 4: Sintomas diários (acorda com asmas mais de 1x/semana) e espirometria anormal o Preferência: Dose média de IC-formoterol o Alternativo: Dose média de IC-LABA • STEP 5: Se ainda apresentar piora, exceções são usadas (LAMA, anticorpo monoclonal) e aumenta-se as medidas de IC para dose alta A medicação de alívio, na via preferencial, é ICS- formoterol, enquanto na via alternativa, é SABA Marianna Lopes – 6° semestre FTC
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