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Marianna Lopes – 6° semestre FTC N O Ç Õ E S VOLUMES E CAPACIDADE DO PULMÃO A espirometria mede o funcionamento, ou seja, a ventilação dos pulmões e, por isso, o ar precisa sair da boca, passar por um tubo e chegar ao computador para ser avaliado • Capacidade pulmonar total (CPT): Quantidade de ar que cabe no pulmão, incluindo traqueia, brônquios e o próprio tecido pulmonar, se o indivíduo inspirar completamente (soma de VR, VC, VRI e VRE ou apenas VR e CV) o Volume residual (VR): Ar restante de uma expiração até o máximo, que fica em alvéolos, traqueia, brônquios (o pulmão não murcha 100% e esse é o ar que nunca é expirado para o ambiente) o Capacidade vital (CV): Ar que consegue entrar e sair do pulmão na respiração, isto é, após uma inspiração completa e durante uma expiração até o final (é o que se mede na espirometria – o início da CV é o termino da inspiração completa) → Volume corrente (VC): Ar inspirado e expirado normalmente → Volume de reserva inspiratório (VRI): Ar inspirado forçadamente → Volume de reserva inspiratório (VRE): Ar expirado forçadamente Indicações de espirometria • Presença de sintomas respiratórios • Paciente assintomático com risco de vir a ter problemas pulmonares (ex. fumante, trabalho inóspito – pedreira) o Cirurgia do abdome exige espirometria para checar se, durante a anestesia geral, haverá algum problema (se o respirador precisa de uma programação especial) Curva volume-tempo Na espirometria, o início da CV é o marco zero (basal) e, com o pulmão cheio de ar da inspiração forçada, põe-se a boca no tubo e começa a expirar até o seu máximo, formando um gráfico, cuja amplitude marca a CV forçada, pois foi um sopro forçado • Na espirometria, o gráfico é “deitado”, pois a altura se dá pelo volume de ar que sai dos pulmões o Inspiração a baixo e a expiração a cima • A partir, mais ou menos, do 6º segundo a linha se estabiliza, o que indica que o tempo está passando, mas não está tendo saída de ar o Critério de qualidade: Expiração durando pelo menos 6 segundos • VEF1: Volume expiratório forçado, isto é, ar que saiu forçadamente do pulmão no 1º segundo Curva fluxo-volume Gráfico de velocidade do fluido pela quantidade de ar Marianna Lopes – 6° semestre FTC • Critério de qualidade: No início da expiração, a velocidade sobe rapidamente (pico) e, com o tempo, a velocidade do fluxo vai caindo a 0 CURVAS PATOLÓGICAS NA ESPIROMETRIA Só se pode avaliar a espirometria se as curvas forem bem feitas, isto é, seguirem os critérios de qualidade Curva fluxo-volume alterada O pontilhado é o resultado esperado, isto é, normal Tosse O resultado do exame é interrompido e, por isso, não se avalia os números dessa espirometria *Vê-se que, a tosse faz com que o fluxo cresça, mas seja interrompido Início lento A velocidade de saída do ar, no início, é muito baixa e, por isso, não se pode avaliar o exame pois um parâmetro importante é saber quanto ar saiu no 1º segundo *Vê-se que o sopro foi começado bem devagar e só teve sua velocidade aumentada no meio da expiração Sem pico do fluxo Quando o paciente não faz pico de velocidade (fluxo), forma-se uma curva lentificada, que prejudica a saída de ar mais precoce (VEF1), reduzindo-o falsamente, e, por isso, a curva não pode ser avaliada *Vê-se o sopro feito pelo paciente não exige contração “forte”, ou seja, não entendeu o exame Término precoce da expiração Exame voluntário, no qual o sopro não se estende até o final e então o fluxo deixa de ser gradual, porque o paciente interrompe o exame precocemente e então o resultado não pode ser avaliado (CVF falsamente reduzido) *Vê-se a expiração, mas abruptamente a velocidade cai para 0 (ex. língua no tubo) INTERPRETAÇÃO DE ESPIROMETRIA Inicialmente, é preciso que as curvas de fluxo-volume estejam bem feitas para que possa avaliar o resultado • Avaliação do CVF: Normal se for maior ou igual a 80% do resultado previsto • Avaliação do VEF1/CVF: Normal se for maior ou igual a 80% do resultado previsto Exemplo normal A curva de fluxo-volume mostra o pico de fluxo expiratório marcou 8L/s, que seria a velocidade prevista para o paciente, e vê-se também que a expiração tem duração maior que 6 segundos na curva de volume-tempo Marianna Lopes – 6° semestre FTC *As curvas foram bem feitas e comparam a espirometria antes e depois do uso de broncodilatador, tendo linhas pretas para indicar a normalidade do pico do fluxo expiratório (PEF) e da CVF Quanto aos números, vê-se os 3 primeiros parâmetros (CVF, VEF1 e VEF1/CVF), sendo indicados em negrito pelo resultado do paciente enquanto o “Normal Range” indica o intervalo da normalidade o “Pred” diz o esperado para o tipo de paciente, considerando altura, sexo e idade (indica tamanho do pulmão) *Nesse caso, a fração VEF1/CVF indica que o paciente expirou 83,3% do ar da CV no 1º segundo Obstrução brônquica Nesse caso, a CVF está normal (≥ 80% do previsto), mas o VEF1/CVF está reduzido (< 80% do previsto), indicando uma espirometria com padrão obstrutivo • Causas comuns: Bronquiectasia, bronquiolite, DPOC e asma (espirometria normal é comum – asma controlada) • Grau de obstrução o Leve: VEF1 de 60% até o normal (Linf)% o Moderado: VEF1 entre 41 e 59% o Grave: VEF1 ≤ 40% • Resposta positiva ao broncodilatador o CVF: Variação absoluta (L) ≥ 0,35 o VEF1: Variação absoluta (L) ≥ 0,2 e variação percentual > 12% Exemplo O gráfico de fluxo-volume está bem feito, mas, após o pico de fluxo expiratório, a curva faz concavidade para dentro, e o gráfico de volume-tempo também está bem feito, durando mais do que 6 segundos, apesar de que a linha, que deveria se estabilizar, continua crescente • Curva de fluxo-volume: A concavidade para baixo indica queda de velocidade o À medida que o ar é expirado, o paciente tem dificuldade devido a uma obstrução brônquica (natureza variável) • Curva de volume-tempo A CVF encontra-se normal, mas a relação VEF1/CVF está reduzida (57/80,8 = 71%) • O VEF1 é igual a 77% (Pred %) e então se trata de uma obstrução leve • O CVF reduziu 0,08L e então não há resposta positiva ao broncodilatador o Pelo outro critério, o VEF1 reduziu 0,02L (0%), ratifica-se que não houve resposta *Vê-se que, após o uso de broncodilatador, o CVF reduziu um pouco (mudança negativa de 0,08L) e o VEF1 também (mudança negativa de 0,02L), mas a fração VEF1/CVF aumentou (mudança positiva de 0,5%) Restritiva Nesse caso, a CVF está reduzida (< 80% do previsto), mas o VEF1/CVF está normal (≥ 80% do previsto), indicando uma espirometria restritiva Se esse paciente fosse fumante e tivesse dispneia, o critério diagnóstico de DPOC se baseia na fração VEF1/CVF pós-BD, que deve estar abaixo de 70% na medição (negrito) Marianna Lopes – 6° semestre FTC • Causas comuns: Doenças pulmonares intersticiais, derrame pleural, IC descompensada e obesidade • Grau de restrição o Leve: CVF de 60% até o normal (Linf) % o Moderado: CVF entre 51 e 59% o Grave: CVF ≤ 50% Exemplo O gráfico de fluxo-volume está bem feito, mas é uma proporção reduzida do normal (velocidade e volume reduzidos) A CVF está reduzida (2,38/3,07 = 77%), mas a relação VEF1/CVF encontra-se normal • O CVF é igual a 77% (Pred %) e então se trata de uma restrição leve *Vê-se que, após o uso de broncodilatador, o CVF reduziu um pouco (mudança negativa de 0,08L) e o VEF1 também (mudança negativa de 0,02L), mas a fração VEF1/CVF aumentou (mudança positiva de 0,5%) Resumo da curva volume-tempo e alterações
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