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ANATOMIA
HUMANA APLICADA
À EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORA
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Quando identi� car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
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2 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BARBOSA, Carmem Patrícia.
 Anatomia Humana Aplicada à Educação Física. Carmem Patrícia Barbosa.
 Maringá - PR.:Unicesumar, 2019.
 204 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Anatomia . 2. Educação Física . 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1754-0 CDD - 22ª Ed. 613.7
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor 
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio 
Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção 
de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, 
Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência 
de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, 
Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo.
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráico José Jhonny Coelho, Editoração 
Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Rossana Costa Giani, Revisão Textual Silvia Caroline 
Gonçalves, Ariane Andrade Fabreti, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e proissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando proissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualiicado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modiicou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), signiica possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desaiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desaios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autora
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Possui graduação em Fisioterapia pela UniversidadeEstadual de Londrina (1997). 
Especialização em Morfoi siologia Aplicada à Educação Corporal e à Reabilitação 
pela Universidade Estadual de Maringá (2000). Mestrado (2003) e doutorado 
(2013) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá - Área de 
Concentração em Biologia Celular. Foi professora das disciplinas de Anatomia 
Humana, Fisiologia Humana, Cinesiologia e Biomecânica e Bases Neurofuncionais 
do Movimento no Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá) de 2002 
a 2013. Professora Adjunto A de Anatomia Humana na Universidade Estadual 
de Maringá desde 2012. Tem experiência com os cursos de Medicina, Educação 
Física, Odontologia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Nutrição, Biomedicina e 
Estética. Foi membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Unicesumar e 
faz parte do corpo editorial da Revista Saúde e Pesquisa, Revista de Iniciação 
Cientíi ca do Unicesumar e da Revista Arquivos do MUDI-UEM.
Link: <http://lattes.cnpq.br/9374304100882579>.
apresentação do material
Anatomia Humana Aplicada à Educação Física
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
A Anatomia Humana (que do grego signiica “cortar 
em partes”) estuda a constituição e o desenvolvimento 
do ser humano. O seu desenvolvimento esteve dire-
tamente relacionado ao ato de dissecar, por meio do 
qual o corpo é metodicamente exposto por incisões 
cirúrgicas, mantendo a sua organização natural e pos-
sibilitando a associação entre forma e função. O surgi-
mento do microscópio favoreceu estudos especíicos 
e desenvolveu a embriologia, a citologia e a histologia 
(ramos da Anatomia).
Embora o estudo anatômico fosse, inicialmente, feito 
por comparação com animais (Anatomia Compa-
rativa), na atualidade, ele é realizado em cadáveres 
humanos considerados “normais”, uma vez que as 
doenças são estudadas pela patologia e outras ciências. 
O conceito de normalidade em Anatomia deve con-
siderar variações anatômicas individuais e diferenças 
morfológicas em decorrência da passagem do estado 
vivo ao cadavérico. Assim, é necessário considerar os 
conceitos idealístico e estatístico. Enquanto o primeiro 
considera normal aquilo que é melhor para o desem-
penho da função da estrutura anatômica, o segundo 
airma ser normal aquilo que ocorre com a maioria das 
pessoas (WATANABE, 2000). Por exemplo, conside-
ra-se normal ter cinco dedos em cada mão para que a 
função de pinça ina seja possível (conceito idealístico) 
e porque quase todos têm esta quantidade de dedos 
na mão (conceito estatístico).
Ao se comparar diferentes pessoas, no entanto, po-
de-se observar que existem várias diferenças entre 
elas. Quando estas não prejudicam a função da es-
trutura, diz-se que são apenas “variações anatômi-
cas”. No entanto quando atrapalham a função, são 
ditas “anomalias” e, inclusive, podem ser chamadas 
de “monstruosidades” se impedirem que o indivíduo 
permaneça vivo (WATANABE, 2000). Os diferentes 
tons de pele são variações anatômicas, um olho míope 
é uma anomalia e gêmeos siameses (xifópagos) repre-
sentam uma monstruosidade. Fatores como idade, 
sexo, grupo étnico e biótipo podem gerar variações 
corpóreas. É normal, por exemplo, que um japonês 
tenha cabelos lisos e pele clara, mas não são normais 
tais características em uma pessoa negra; é normal que 
um bebê não tenha dentes, mas não é normal que isto 
ocorra em um adulto.
Uma das maiores diiculdades encontradas no estudo 
da Anatomia Humana é a nomenclatura anatômica. 
Isto porque cientistas e proissionais da área da saúde 
usam uma linguagem própria ao se referirem às estru-
turas do corpo humano e à forma como a dissecção 
é feita. Essa nomenclatura engloba termos normal-
mente originados do grego, do latim e de outras lín-
guas e, em conjunto, recebe o nome de Terminologia 
Anatômica. O seu objetivo é padronizar os nomes 
dados às estruturas do corpo nos diversos centros 
de estudos e pesquisas no mundo (DI DIO, 2002). 
Ela consta de mais de 6 mil termos esporadicamente revistos e atualizados, os 
quais podem ser abreviados para facilitar o seu uso prático e que são traduzidos 
pelas sociedades de Anatomia de cada país. No Brasil, a terminologia é traduzida 
pela Comissão de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia 
(SBA) (CFTA, 2001). Os termos relacionam-se à forma da estrutura (músculo 
deltoide, por exemplo), à sua situação (artéria vertebral), à sua função (glândula 
lacrimal) e outras peculiaridades (FREITAS, 2004; TORTORA et al., 2010).
A im de evitar erros em relação à nomenclatura e ao posicionamento do corpo, 
a posição anatômica de descrição, ou posição de referência, foi instituída. Nela, 
supõe-se que o cadáver está em posição ortostática (em pé), com a cabeça em 
nível horizontal, olhos para frente, pés apoiados no chão e voltados à frente, 
membros superiores ao lado do corpo com as palmas voltadas para frente (MO-
ORE et al., 2014).
As várias regiões do corpo são denominadas como cabeça, pescoço, tronco, mem-
bros superiores e inferiores. A cabeça apresenta o crânio facial (viscerocrânio) e 
o crânio neural (neurocrânio). Enquanto o facial é anterior, menor, constituído 
por 14 ossos e cujas funções incluem abrigar e proteger os órgãos dos sentidos e 
possibilitar a fonação e a mastigação, o crânio neural é posterior, maior, constituído 
por oito ossos, os quais se relacionam à proteção do sistema nervoso (TORTORA 
et al., 2010). A parte posterior do pescoço é chamada de nuca, e o tronco é subdi-
vidido em tórax (superiormente ao músculo diafragma), abdome (entre o músculo 
diafragma e a abertura superior da pelve) e pelve (entre os ossos do quadril). Os 
membros superiores e inferiores subdividem-se em cíngulo (região conectada 
ao tronco) e parte livre. O cíngulo do membro superior é a cintura escapular e a 
sua parte livre inclui braço, antebraço e mão (sendo palma a sua parte anterior, 
e dorso, a posterior). O cíngulo do membro inferior é a cintura pélvica e a sua 
parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo o dorso a sua parte superior, e planta, a 
inferior) (FREITAS, 2004).
A partir da posição anatômica de descrição, supõe-se a existência de planos imagi-
nários que tocam externamente o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Os 
planos superior (cranial), inferior (podálico), laterais (direito e esquerdo), anterior 
(ventral) e posterior (dorsal) auxiliam a denominar estruturas. Por exemplo, as 
clavículas são estruturas superiores ao joelho, pois se localizam mais próximas ao 
plano superior; o osso occipital é posterior em relação ao osso frontal, uma vez 
que está mais próximo ao plano posterior. Complementarmente, planos de secção 
(sagital, transversal e coronal) foram adotados (FREITAS, 2004). Enquanto o pla-
no sagital divide estruturas em porções direita e esquerda (antímeros), o coronal 
divide em porção anterior e posterior (paquímeros), e o transversal divide em 
porção superior e inferior (metâmeros).
Termos anatômicos como lexão, extensão, abdução, adução, rotação medial 
e lateral, supinação e pronação descrevem movimentos (MOORE et al., 2014; 
TORTORA et al., 2010). Tais movimentos ocorrem em um plano (sagital, coronal 
ou transversal) e por meio de linhas imaginárias denominadas eixos, as quais são 
perpendiculares aos planos. A lexão e a extensão, por exemplo, ocorrem no plano 
sagital e no eixo coronal; a abdução e a adução ocorrem no plano coronal e no 
eixo sagital; as rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal e no eixo 
longitudinal (GRABINER et al., 1991).
Embora a Anatomia possa ser estudada do ponto de vista radiológico, antropo-
lógico, de imagem, artístico, regional, clínico e outros, neste livro, estudaremos a 
Anatomia sistêmica (de cada sistema do corpo) e a Anatomia voltada ao movimento. 
Em cada unidade, será apresentada uma introdução (apresentando inicialmente 
o tema), um desenvolvimento (em que o conteúdo programático será abordado), 
considerações inais (que resumirãoos estudos teóricos e práticos do tema) e ati-
vidades de estudo (para reforço e memorização do conteúdo apresentado).
Desejo que você se apaixone pela Anatomia Humana e que tenha a consciência 
de que é impossível ser um bom proissional de Educação Física sem conhecê-la 
profundamente. Esta ciência está diretamente relacionada à constituição e ao fun-
cionamento do corpo humano. De igual modo, desejo que você descubra que é 
possível gerar modiicações benéicas no corpo e minimizar as maléicas a partir dele.
Bom estudo!
UNIDADE I
APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO
16 Sistema Circulatório
28 Sistema Circulatório Linfático
36 Sistema Respiratório
45 Considerações i nais
51 Referências
52 Gabarito
UNIDADE II
SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO
58 Sistema Digestório
70 Sistema Endócrino
78 Considerações i nais
83 Referências
84 Gabarito
UNIDADE III
APARELHO UROGENITAL
90 Sistema Urinário
96 Sistema Genital Masculino
104 Sistema Genital Feminino
111 Considerações i nais
116 Referências
116 Gabarito
UNIDADE IV
APARELHO LOCOMOTOR
122 Sistema Esquelético
134 Sistema Articular
140 Sistema Muscular
157 Considerações i nais
162 Referências
163 Gabarito
UNIDADE V
NEUROANATOMIA APLICADA AO MOVIMENTO
168 Tecido Nervoso
172 Sistema Nervoso Central
182 Sistema Nervoso Periférico
190 Sistema Nervoso Autônomo
195 Considerações i nais
200 Referências
201 Gabarito
202 Conclusão geral
sumário
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Sistema circulatório
• Sistema linfático 
• Sistema respiratório
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema circulatório: sangue, coração 
e vasos sanguíneos. 
• Entender os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema linfático: linfa, capilares, 
vasos, ductos e troncos linfáticos, linfonodos, baço, timo, 
tonsilas.
• Descrever os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema respiratório: nariz, faringe, 
laringe, traqueia, brônquios/árvore brônquica, pulmões/
alvéolos pulmonares, pleuras, divisões do sistema 
respiratório, cavidade torácica e mediastino.
APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO
 unidade 
I
INTRODUÇÃO
A 
vida, de fato, é um milagre, e a sua continuidade depende da manutenção 
das células em perfeito equilíbrio. Assim, para que a homeostasia corpó-
rea seja possível, todos os sistemas do corpo agem em conjunto, desem-
penhando funções especíicas e coordenadas. Neste contexto, o aparelho 
cardiorrespiratório e o sistema nervoso se destacam, pois permitem que nutrientes e 
oxigênio sejam encaminhados às células ao mesmo tempo em que delas são retirados 
materiais residuais produzidos pelo metabolismo normal (como metabólitos e gás 
carbônico), mantendo o meio intracelular constante.
Para tanto, o sistema nervoso controla as condições intracelulares e possibilita 
adaptações no aparelho cardiorrespiratório. Coração, vasos sanguíneos e pulmões 
agem em conjunto, enviando sangue oxigenado ao corpo e reoxigenando o sangue 
vindo do corpo por meio da hematose que ocorre no pulmão.
O objetivo desta unidade é estudar detalhadamente as estruturas anatômicas 
que compõem o aparelho cardiorrespiratório, pormenorizando as suas funções. 
Este conhecimento preparará você para compreender as alterações desencadea-
das pela prática de exercícios físicos, ou seja, entender conceitos especíicos que 
você verá posteriormente na Fisiologia do Exercício.
De maneira geral, o aparelho cardiorrespiratório é composto pelos sistemas 
circulatório e respiratório. No entanto o sistema circulatório é subdividido em 
sistema circulatório sanguífero (destinado à circulação do sangue e composto 
pelo sangue, pelo coração e pelos vasos sanguíneos) e sistema vascular lin-
fático (destinado à circulação da linfa e composto pela linfa, pelos órgãos 
linfoides e vasos linfáticos).
Nosso objetivo é que você se conscientize de que o(a) professor(a) de 
Educação Física precisa ter amplo conhecimento sobre esses sistemas, 
uma vez que a contração muscular efetiva e, consequentemente, a rea-
lização de movimentos harmônicos e precisos necessários à prática do 
exercício físico dependem integralmente da atuação de tais sistemas. 
Portanto, aproveite bem os conhecimentos aqui oferecidos, dedique-se 
e tenha um ótimo estudo.
16 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Caro(a) aluno(a), o sistema circulatório possibilita a 
circulação dos líquidos, também chamados humo-
res corpóreos. Assim, quando o líquido é represen-
tado pelo sangue, denomina-se sistema circulatório 
sanguíneo; quando o líquido é representado pela 
linfa, denomina-se sistema circulatório linfático.
FUNÇÕES
O sistema circulatório sanguíneo está relacionado a 
diversas funções, como nutrição, oxigenação e dre-
nagem de substâncias tóxicas produzidas pelas célu-
las. Além disso, o sangue contribui para o controle da 
temperatura corpórea, relaciona-se à defesa imunoló-
gica (por meio das células brancas), à coagulação san-
guínea (pelas plaquetas), à distribuição de hormônios 
pelo corpo e à administração de medicações endove-
nosas (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
COMPONENTES
Sangue
O sangue apresenta uma coloração avermelhada 
devido, principalmente, à hemoglobina presente 
em uma de suas células, as hemácias. Assim, ele é 
Sistema Circulatório
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 17
constituído por uma parte líquida chamada plasma 
sanguíneo e uma parte celular formada pelas hemá-
cias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos), leucócitos 
(glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos).
Enquanto as hemácias realizam o transporte de 
gases pela corrente sanguínea, os leucócitos possibi-
litam a defesa imunológica, pois realizam fagocito-
se ou produzem substâncias capazes de inviabilizar 
células invasoras ( por exemplo, vírus, bactérias ou 
mesmo células anômalas). Por sua vez, as plaquetas 
atuam na coagulação do sangue (FREITAS, 2004). 
Coração
Embora saibamos que a função de controle geral 
do corpo é de responsabilidade do cérebro, mui-
tas pessoas ainda cometem o equívoco de atribuir 
ao coração funções relacionadas às emoções (como 
amor, ódio e perdão). Na verdade, este órgão estu-
dado pela cardiologia desempenha apenas a função 
de atuar como uma “bolsa” ou um “saco” capaz de se 
dilatar para se encher de sangue e de se contrair para 
mandar o sangue contido em seu interior a regiões 
especíi cas.
É um órgão ímpar, localizado no centro da cavi-
dade torácica, entre os dois pulmões (em uma região 
chamada mediastino). Ele i ca posterior ao osso es-
terno e às cartilagens costais, anterior às vértebras 
torácicas e superior ao músculo diafragma.
A sua constituição é predominantemente mus-
cular e ele é oco. Apresenta 12 cm de comprimento, 
9 de largura e 6 de espessura, e pesa 250 gramas nas 
mulheres e 300 gramas nos homens. Tem forma de 
uma pirâmide, com o ápice apontando para baixo 
e para a esquerda, e a base apontando para cima e 
para a direita. Os principais vasos sanguíneos que 
chegam e saem do coração o fazem pela base do ór-
gão (DI DIO, 2002).
O coração apresenta três camadas: endocárdio (in-
ternamente), pericárdio (externamente) e mio-
cárdio (entre as anteriores). O endocárdio forra as 
cavidades e as válvulas do coração. O pericárdio, 
constituído por tecido conjuntivo i broso e subdivi-
dido em pericárdio i broso e seroso, tem por função 
i xar e proteger o coração. O miocárdio é o tecido 
muscular estriado cardíaco e a sua espessura varia 
de acordo com a câmara cardíaca avaliada. Assim, é 
mais i no nos átrios e mais espesso nos ventrículos. 
Dele emergem os septos cardíacos, os músculos pec-
tíneos e os músculos papilares pelos quais as cordas 
tendíneas se prendem (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Figura 1 - Posição e forma do coração
18 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃOFÍSICA 
Os septos cardíacos dividem o coração em qua-
tro câmaras cardíacas. Os átrios são superiores e 
menores; os ventrículos são inferiores e maiores. Na 
face anterior dos átrios estão localizadas as aurícu-
las, cuja função é aumentar ligeiramente a capacida-
de de armazenamento de sangue do órgão.
O septo atrioventricular é horizontal e divide o 
coração em parte superior e inferior. Os septos in-
teratrial e interventricular são verticais e dividem, 
respectivamente, os átrios e os ventrículos direitos e 
esquerdos. A face externa do coração apresenta uma 
quantidade variável de gordura e de sulcos que mar-
cam o limite externo entre estas câmaras cardíacas.
É importante destacar que o treinamento físi-
co pode modii car a espessura do miocárdio, assim 
como as doenças podem alterar a sua estrutura exi-
gindo, inclusive, transplante cardíaco (DÂNGELO; 
FATTINI, 2011).
O sangue circula entre as câmaras cardíacas, passan-
do por orifícios chamados óstios, os quais apresen-
tam dispositivos orientadores da corrente sanguínea, 
chamados valvas cardíacas. As principais são as val-
vas atrioventricular direita, atrioventricular esquer-
da, valva do tronco pulmonar e valva da aorta. Tais 
estruturas, por sua vez, são constituídas por lâminas 
de tecido conjuntivo chamadas válvulas, folhetos ou 
cúspides. Elas impedem o rel uxo de sangue e se não 
estiverem em perfeito funcionamento, podem de-
sencadear sopro cardíaco (WATANABE, 2000).
Figura 2 – Coração em corte coronal
Figura 3 – Valvas cardíacas, músculos papilares e cordas tendíneas
Valva átrioventricular
esquerda
Valva átrioventricular
direita
Cordas tendíneas
Septo interventricular
Músculos papilares
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
A circulação do sangue (ou seja, sua passagem 
pelo coração e vasos sanguíneos) se faz por meio 
de duas correntes que partem ao mesmo tempo do 
coração. A primeira é chamada de pequena circu-
lação, ou circulação pulmonar, e tem por objeti-
vo oxigenar o sangue. Para tanto, o sangue sai do 
ventrículo direito pelo tronco pulmonar e se diri-
ge aos pulmões, onde ocorre a hematose. O san-
gue oxigenado volta ao átrio esquerdo pelas veias 
pulmonares e é lançado no ventrículo esquerdo. A 
segunda é chamada de grande circulação, ou cir-
culação sistêmica, e tem por objetivo distribuir o 
sangue oxigenado e rico em nutrientes ao corpo e 
dele remover o CO
2
 e os produtos residuais. Para 
tanto, o sangue sai do ventrículo esquerdo pela ar-
téria aorta, se dirige aos tecidos do corpo e retorna 
ao coração pelas veias cavas que desembocam no 
átrio direito do coração, de onde o sangue é dirigido 
ao ventrículo direito (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010). 
Bulhas cardíacas e sopro
O barulho característico do coração (“tum-tá, 
tum-tá, tum-tá”...) ocorre devido aos fecha-
mentos consecutivos das valvas do coração. 
Durante a sístole, os ventrículos se contraem 
comprimindo o sangue que, devido à pressão 
no ventrículo, tende a reluir do ventrículo 
para o átrio. Assim, o sangue turbilhona-se 
contra as valvas atrioventriculares, as quais se 
fecham fortemente para impedir tal reluxo. O 
fechamento dessas valvas gera uma vibração, 
que é convertida em som pela caixa torácica. 
Este som é chamado de primeira bulha car-
díaca (é o “tum”). No entanto os ventrículos 
continuam a se contrair até que a pressão 
em seu interior seja maior do que a pressão 
dentro do tronco pulmonar e da artéria aorta. 
Isto faz com que as valvas semilunares pul-
monares e aórticas se abram. À medida que 
o sangue vai saindo dos ventrículos para as 
artérias, elas se distendem para acomodar 
o sangue, e isto aumenta a pressão dentro 
delas ao mesmo tempo em que diminui a 
pressão no ventrículo. Então, para impedir 
que o sangue relua das artérias para o ven-
trículo, ocorre o forte fechamento das valvas 
semilunares. Este fechamento gera a segunda 
bulha cardíaca (é o som do “tá”).
Fonte: Pazin-Filho, Schmidt e Maciel (2004).
SAIBA MAIS
Figura 4 – Tipos de circulação
Em azul, notar a circulação de sangue venoso
na pequena circulação ou circulação pulmonar
Em rosa, notar a circulação de sangue arterial
na grande circulação ou circulação sistêmica
20 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
A inervação do coração é diferente daquela em ou-
tros órgãos do corpo, uma vez que ela se dá por duas 
maneiras: pela inervação extrínseca e pela inervação 
intrínseca. A inervação extrínseca é realizada pelo 
sistema nervoso autônomo (SNA) por meio de seus 
componentes simpáticos (que lhe causam taquicar-
dia) e parassimpáticos (que lhe causam bradicardia). 
Essa inervação é necessária às demandas do dia a 
dia, pois, por ela, o SNA possibilita ao coração adap-
tações e reações conforme ocorrem modiicações do 
ambiente (WATANABE, 2000).
A inervação intrínseca (sistema de condução do 
coração ou complexo estimulante do coração) não é 
feita por elementos nervosos, e sim, por ibras mus-
culares cardíacas especiais que formam o tecido no-
dal capaz de gerar impulsos eletroquímicos que, por 
sua vez, se propagam pelo coração, causando a con-
tração deste. Esta inervação é considerada o marca-
-passo do coração.
É interessante salientar que a atividade elétrica do 
coração gera uma corrente elétrica que pode ser de-
tectada na superfície do corpo e registrada pelo ele-
trocardiograma (ECG). Alterações neste exame po-
dem diagnosticar doenças cardíacas. Estas doenças 
também podem ser previamente identiicadas por 
meio da aplicação de um teste de esforço, avaliando, 
assim, a resposta do coração ao exercício físico.
Vasos sanguíneos
As artérias, as veias e os capilares possibilitam o 
transporte de sangue pelo corpo e, por isto, cons-
tituem os vasos sanguíneos. Artérias e veias têm 
suas paredes formadas por três camadas sobrepos-
tas. A mais externa, chamada de túnica adventícia, 
dá resistência ao vaso; a média apresenta músculo 
liso, possibilitando vasoconstrição e vasodilatação; 
a túnica íntima (ou endotélio) é formada por uma 
camada de células que possibilitam o deslizamento 
do sangue (FREITAS, 2004). 
Os vasos sanguíneos apresentam particularidades 
estruturais diretamente relacionadas às funções que 
desempenham na mecânica circulatória. Grande par-
te destas diferenças se devem ao fato de que o sangue 
que circula pelas artérias transita com maior pressão 
do que o sangue que circula no sistema venoso. As 
veias, por exemplo, têm paredes mais inas e maior luz 
(ou seja, o espaço para o sangue circular é maior) por 
que por elas deve retornar ao coração o mesmo volu-
me de sangue que saiu pelas artérias. Na circulação 
venosa, todavia, a pressão é praticamente irrelevante, 
e o retorno venoso ocorre de modo passivo, ou seja, 
sem um órgão análogo ao coração para mandá-lo de 
volta para bombeá-lo contra a ação da gravidade.
As artérias são tubos cilíndricos, elásticos, de 
direção centrífuga (pois levam sangue para fora do 
coração) e responsáveis por transportar sangue rico 
em O
2
 e nutrientes para as células. Todavia as artérias 
pulmonares representam uma exceção, pois condu-
zem sangue venoso aos pulmões (DI DIO, 2002).
São menos numerosas do que as veias, têm pul-
sação, normalmente são mais profundas para ica-
rem protegidas e evitar que uma ruptura cause um 
luxo ininterrupto de sangue ou uma hemorragia. 
No entanto podem apresentar parte do seu trajeto 
supericialmente (como a artéria radial).
Podem ser acompanhadas por veias satélites, se 
comunicar entre si por anastomoses e se ramiicar 
emitindo ramos terminais (quando a artéria deixa 
de existir) ou ramos colaterais (quando a artéria 
continua a existir, mas emite um ramo com direção 
oblíqua ou a 90º; quando o ramo forma um ângulo 
obtuso, é chamado de ramo recorrente). Assim, as 
artérias, geralmente, começam de grande calibre e 
diminuem de diâmetro à medida que se ramiicam.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 21
Os capilares sanguíneos têm diâmetro microscó-pico e ligam as arteríolas às vênulas. As suas paredes 
são muito delgadas e, por isso, permitem a passagem 
de substâncias através de suas paredes, ou seja, per-
mitem trocas entre sangue e tecido por meio do lí-
quido intersticial (microcirculação), sendo, por isso, 
conhecidos como vasos de troca.
Os capilares apresentam vasomotricidade, ou 
seja, fazem vasodilatação e vasoconstrição de ma-
neira inl uenciada por substâncias químicas libe-
radas pelas células endoteliais (óxido nítrico, por 
exemplo). São considerados os vasos mais numero-
sos do corpo, mas dependendo da atividade meta-
bólica do tecido, pode haver mais deles ou menos. 
Assim, nos músculos, no fígado, nos rins e no SNC, 
os quais têm alta atividade metabólica, há mais ca-
pilares do que nos tendões e ligamentos. Ademais, 
eles podem apresentar poros (sendo chamados de 
fenestrados), podem ter interrupções em suas pare-
des (sendo chamados de sinusoides) ou podem ter 
parede sem poros ou interrupções (sendo chamados 
de contínuos) (TORTORA; DERRICKSON; WER-
NECK, 2010).
As veias conduzem o sangue em direção centrí-
peta, ou seja, por elas o sangue chega ao coração. Ex-
ceto pelas veias pulmonares, que conduzem sangue 
arterial para o coração, as demais fazem a drenagem 
(ou retorno venoso) coletando sangue rico em CO
2
e metabólitos dos tecidos.
Estes vasos não têm pulsação, normalmente são 
menos espessos do que as artérias e, por isso, não re-
sistem a pressões muito altas e tendem a colaborar (as 
suas i nas paredes i cam aderidas). As veias podem 
ser superi ciais ou profundas, as quais se comunicam 
por meio das veias comunicantes ou perfurantes. O 
calibre das veias pode aumentar gradativamente, 
elas podem apresentar válvulas para impedir o rel u-
xo do sangue e o leito venoso é praticamente o do-
bro do leito arterial. Vale lembrar que veias, artérias 
e nervos se unem formando feixes vásculo-nervosos 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 5 – Diferenças entre artérias e veias
O sangue não se distribui igualmente a todos 
os órgãos do corpo, pois o l uxo sanguíneo 
depende da demanda funcional. Desta for-
ma, em repouso, a maior parte do volume de 
sangue (64%) permanece nas veias e vênulas 
sistêmicas. As artérias sistêmicas têm 13%, os 
capilares sanguíneos têm 7%, os vasos pulmo-
nares, 9% e o coração, 7%. Todavia este estado 
pode ser totalmente alterado em condições 
especíi cas, como exercício físico e estresse.
Como visto, veias e vênulas sistêmicas atuam 
como reservatório de sangue a partir do qual 
este sangue pode ser rapidamente redirecio-
nado em casos, por exemplo, de hemorragia 
ou de atividade muscular intensa. Para tanto, 
ocorre venoconstrição para ajudar a contraba-
lancear a queda na pressão arterial. As prin-
cipais veias e vênulas do corpo que realizam 
tal função são as do fígado, do baço e da pele.
Fonte: Moore et al. (2014).
SAIBA MAIS
22 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Principais vasos sanguíneos do corpo
Coração
De maneira geral, o coração é irrigado pelas artérias 
coronárias, ramos da parte ascendente da artéria 
aorta. Geralmente, a coronária esquerda é mais ca-
librosa e tem maior área de distribuição de sangue.
A drenagem do coração é feita por várias veias 
cardíacas que se abrem no seio coronário (a prin-
cipal veia do coração), o qual desemboca no átrio 
direito (WATANABE, 2000).
Cabeça e pescoço
A vascularização da cabeça e do pescoço depende 
das artérias carótidas comuns e subclávias, as quais 
se originam do arco da aorta. O tronco braquio-
cefálico (localizado à direita desse arco) emite a 
artéria carótida comum direita e a artéria subclá-
via direita. As artérias carótida comum esquerda 
e subclávia esquerda surgem do próprio arco da 
aorta. As artérias carótidas comuns se bifurcam em 
artéria carótida interna (que entra no crânio irri-
gando estruturas como a retina e o encéfalo) e arté-
ria carótida externa (que irriga estruturas da face e 
do couro cabeludo). A região posterior do encéfalo 
é irrigada pelas artérias vertebrais (ramos das arté-
rias subclávias).
O retorno venoso da cabeça e do pescoço depen-
de dos seios venosos da dura-máter e de veias su-
peri ciais que desembocam na veia jugular interna. 
Esta veia se une à veia subclávia, formando a veia 
braquiocefálica. As veias braquiocefálicas direita e 
esquerda se anastomosam formando a veia cava su-
perior que, por sua vez, desemboca no átrio direito 
do coração (DANGELO; FATTINI, 2011).
Figura 6 – Vascularização venosa da cabeça e do pescoço.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 23
Tórax
A irrigação do tórax é feita pela parte torácica da ar-
téria aorta por meio de ramos viscerais e parietais, 
como as artérias esofágicas, pericárdicas, medias-
tinais, bronquiais, frênicas superiores, subcostais e 
intercostais posteriores. As artérias subclávia e axilar 
também participam da irrigação da parede torácica.
A drenagem do tórax é feita por várias veias que 
drenam para a veia ázigo, a qual conduz sangue ve-
noso até a veia cava superior (MOORE et al., 2014).
Figura 7 – Vascularização arterial da cabeça e do pescoço
Abdome
A irrigação do abdome é feita pela parte abdominal 
da artéria aorta que emite ramos viscerais e parietais, 
como as artérias epigástrica superi cial, epigástrica in-
ferior, musculofrênica, 10ª e 11ª artérias intercostais 
posteriores, subcostal, circunl exa ilíaca profunda, cir-
cunl exa ilíaca superi cial, frênicas inferiores, tronco 
celíaco, mesentérica superior, mesentérica inferior, su-
prarrenais médias, renais, gonadais e ilíacas comuns. 
Estas últimas se ramii cam em artérias ilíacas externas 
(que vão aos membros inferiores) e ilíacas internas 
(que irrigam bexiga urinária, útero e próstata).
A drenagem venosa das vísceras abdominais é 
feita, principalmente, pela veia porta e pela veia cava 
inferior (DI DIO, 2002).
24 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Pelve
A parede e vísceras da pelve são irrigadas pela arté-
ria ilíaca interna. As principais artérias da pelve são 
umbilical, obturatória, sacral mediana, retal supe-
rior, gonadal, do ducto deferente, ramos prostáticos, 
vesical superior e inferior e uterina.
Os plexos venosos pélvicos são formados por 
veias que circundam as vísceras pélvicas (plexo re-
tal, vesical, prostático, uterino, vaginal). As veias 
iliolombares, sacral mediana e sacrais laterais tam-
bém são importantes nesta drenagem. Em última 
instância, as veias ilíacas interna e externa se unem 
na pelve para formar a veia ilíaca comum. As veias 
ilíacas comuns direita e esquerda se anastomosam 
formando a veia cava inferior, que recebe outras 
tributárias e desemboca no átrio direito do coração 
(FREITAS, 2004).
Membro superior
Os membros superiores são irrigados pelas arté-
rias subclávias, as quais, na região axilar, passam a 
ser chamadas de artérias axilares, e no braço, são 
chamadas de artérias braquiais. As braquiais se 
ramiicam em artérias ulnar e radial (na altura da 
fossa cubital).
Veias profundas e supericiais drenam o membro 
superior. Por exemplo, as veias cefálica, basílica, ra-
dial e ulnar. Por im, e como já visto anteriormente, 
as veias subclávias se unem às jugulares formando as 
veias braquiocefálicas, as quais se unem formando 
a veia cava superior (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Membro inferior
Os membros inferiores são irrigados pelas artérias 
ilíacas externas, as quais atravessam o ligamento 
inguinal e passam a ser chamadas de artérias femo-
rais. Estas passam à região poplítea (posterior ao 
joelho) e recebem o nome de artérias poplíteas, as 
quais se bifurcam em artérias tibial anterior, tibial 
posterior e ibular.
Veias profundas e supericiais drenam o membro 
inferior, como as veias tibial anterior, tibial poste-
rior, ibular, safena magna e safena parva. Em última 
instância, drenam para a veia femoral, atravessam o 
ligamento inguinal e passam a ser chamadas de veias 
ilíacasexternas. Estas se unem às veias ilíacas inter-
nas formando as veias ilíacas comuns, as quais se 
unem formando a veia cava inferior (DI DIO, 2002).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Figura 8 – Ilustração esquemática das principais veias
26 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 9 – Vascularização arterial do corpo humano
Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 164-165).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
CURIOSIDADES
O retorno venoso dos membros inferiores ocorre 
contra a ação da gravidade. É possibilitado por fato-
res como o gradiente de pressão entre a cavidade to-
rácica e a abdominal durante a respiração, a ação de 
“esponja venosa” das plantas dos pés, a ação massa-
geadora dos músculos do membro inferior sobre os 
vasos e a pulsação das artérias adjacentes, transmi-
tindo o pulso para a parede da veia acompanhante 
(veia satélite). Além disso, as veias dos membros in-
feriores têm válvulas que ajudam no direcionamento 
do sangue. No entanto permanecer em pé por muito 
tempo pode fazer com que o sangue se acumule nas 
veias, causando dilatação, insuiciência valvular e 
varizes. Tal fato faz com que haja reluxo do sangue, 
estase sanguínea e edema.
A ressuscitação cardiopulmonar (compressão 
cardíaca associada à ventilação artiicial dos pul-
mões) é útil para manter o sangue oxigenado até que 
o coração volte a bater. Isto porque o coração ica 
posicionado entre a coluna vertebral e o osso ester-
no, ou seja, duas estruturas rígidas que podem ser 
comprimidas, ajudando o coração a bombear san-
gue para a circulação sistêmica (FREITAS, 2004).
O envelhecimento altera progressivamente o sis-
tema circulatório gerando, por exemplo, a diminui-
ção no tamanho das ibras musculares cardíacas, a 
perda de força muscular do coração, a redução da 
frequência cardíaca máxima, o aumento da pressão 
sistólica e a diminuição da complacência arterial. O 
exercício físico tem sido apontado como capaz de 
minimizar tais ocorrências e, por isto, ele é mun-
dialmente visto como uma das melhoras formas de 
prevenção às doenças cardiocirculatórias.
28 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Circulatório
Linfático
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 29
Como visto anteriormente, o sistema linfático per-
tence ao sistema circulatório. O que o diferencia do 
sistema circulatório sanguíneo é o fato de que a linfa 
é o líquido circulante no sistema linfático enquanto 
o sangue é o líquido circulante no sistema sanguí-
neo. Como o sistema sanguíneo foi estudado na aula 
anterior, a presente aula enfatizará os componentes, 
as funções e os principais detalhes do sistema circu-
latório linfático.
DEFINIÇÃO
O sistema linfático auxilia o sistema venoso a dre-
nar a linfa dos tecidos para a circulação sanguínea. 
É constituído por uma vasta rede de vasos (capila-
res, vasos e ductos linfáticos) que se distribuem por 
todo o corpo captando líquido tecidual que não re-
tornou aos capilares sanguíneos. Assim, além da 
linfa, esse sistema apresenta tecidos e órgãos lin-
foides, como baço, timo, linfonodos e tonsilas, os 
quais estão distribuídos por praticamente todo o 
corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014; MO-
ORE et al., 2014).
FUNÇÕES
A principal função do sistema linfático é drenar o 
excesso de líquido intersticial para os vasos linfá-
ticos mantendo, assim, a homeostasia dos l uidos 
do corpo, e também participar ativamente da imu-
nidade corpórea, uma vez que esse sistema está 
relacionado à produção e à maturação de células 
imunológicas. Figura 10 – Visão geral do sistema linfático
30 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Adicionalmente, o sistema linfático se relaciona 
à absorção e ao transporte das gorduras dos alimen-
tos por meio dos capilares lácteos, os quais recebem 
todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvi-
dos pelo intestino. Após essa absorção, o quilo (linfa 
drenada do intestino delgado com aparência leitosa) 
é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o 
ducto torácico e o sistema venoso. Em outros teci-
dos, a linfa é um líquido amarelo-claro translúcido 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
COMPONENTES
Linfa
A linfa é um líquido incolor presente no espaço in-
tersticial, resultante das trocas entre o sangue dos 
capilares e o tecido. Em termos de composição, ela 
se parece com o plasma sanguíneo, porém é mais 
rica em água, tem menos proteínas e não tem hemá-
cias ou plaquetas.
Como o sistema linfático não dispõe de um ór-
gão central bombeador de linfa (como o coração), 
a sua circulação depende dos mesmos mecanismos 
que auxiliam o retorno venoso e, por isto, o seu luxo 
é lento nos períodos de inatividade física, mas au-
menta com o exercício, o peristaltismo e os movi-
mentos respiratórios (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Capilares, vasos e ductos linfáticos
Quando a linfa intersticial é recolhida pelos ca-
pilares linfáticos, ela passa a ser chamada de lin-
fa circulante. Embora estes capilares sejam os de 
menor calibre do sistema linfático, eles são muito 
importantes, pois recolhem também diversas mo-
léculas do líquido intersticial que não retornam aos 
capilares sanguíneos (como proteínas, por exem-
plo). Para tanto, são mais calibrosos e têm maior 
permeabilidade do que os capilares sanguíneos 
(são fenestrados, pois apresentam espaço entre as 
suas células; não têm membrana basal e as bordas 
de suas células endoteliais icam em posição dife-
renciada como uma porta vaivém unidirecional). 
Além disso, para garantir um luxo unidirecional 
da linfa em direção ao capilar sanguíneo, eles ter-
minam em fundo cego e dispõem de válvulas que 
os estreitam, dando-lhes o aspecto de “rosário” ou 
“colar de conta”.
Os capilares linfáticos são abundantes na pele e 
nas mucosas, mas não existem nos dentes, nos ossos, 
na medula óssea vermelha, no sistema nervoso cen-
tral, nos tecidos avasculares (cartilagem, epiderme e 
córnea do bulbo) e no músculo estriado esquelético 
(mas existem no tecido conjuntivo que os envolve). 
Eles se unem para formar os vasos linfáticos.
Os vasos linfáticos podem ser supericiais ou pro-
fundos. Os supericiais anastomosam-se livremente e 
drenam para os profundos, que também recebem a 
drenagem dos órgãos internos. Eles tornam-se pro-
gressivamente maiores e atravessam os linfonodos 
antes de desembocar nos troncos linfáticos.
Os principais troncos linfáticos são: intestinal 
(recebe linfa dos órgãos abdominais), lombar (drena 
membros inferiores e alguns órgãos pélvicos), subclá-
vio (drena membros superiores, parte do tórax e do 
dorso), jugular (drena cabeça e pescoço) e broncome-
diastinal (drena tórax). Estes troncos drenam para o 
ducto linfático direito ou para o ducto torácico.
O ducto linfático direito é um pequeno vaso (1,0 
cm de comprimento) formado pela união dos tron-
cos subclávio, jugular e broncomediastinal direito. 
Ele desemboca na junção da veias subclávia direita 
e jugular interna direita. Já o ducto torácico é maior 
(45 cm de comprimento) e recebe a linfa dos troncos 
lombares e intestinal, atravessa o músculo diafragma 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
e recebe vasos linfáticos que drenam a metade es-
querda do tórax. Também recebe o tronco subclávio 
esquerdo e o tronco jugular esquerdo e desemboca 
na veia subclávia esquerda. Assim, o ducto torácico 
recolhe a linfa de todo o corpo, menos do membro 
superior direito e da metade direita da cabeça, do 
pescoço e do tórax (que é recolhida pelo ducto lin-
fático direito). Por im, a linfa é direcionada às veias 
e passa a circular junto com o plasma, retornando à 
corrente sanguínea (FREITAS, 2004).
Baço
Figura 11 – Capilares, vasos e ductos linfáticos
Figura 12 - Localização in situ dos órgãos do sistema digestório
O baço é o maior órgão linfoide (10 cm), com forma 
elíptica e cor vermelho-escura. Localizado à esquer-
da da cavidade abdominal, ica quase completamen-
te recoberto pelo estômago e é envolto pelo peritô-
nio viscerale por uma cápsula de tecido conjuntivo 
ibroso. Internamente, apresenta polpa vermelha 
(mais abundante) e branca (por dentro da vermelha, 
com grande quantidade de linfócitos e macrófagos).
Ele atua produzindo linfócitos e plasmócitos, 
maturando linfócitos B, armazenando plaquetas, 
destruindo células sanguíneas velhas (hemocatere-
se), produzindo células sanguíneas (hemopoiese) 
e como reservatório de sangue (é capaz de liberar 
cerca de 200 ml para a circulação sistêmica em si-
tuações de emergência, como uma hemorragia, por 
exemplo). Normalmente, esse sangue ica na polpa 
vermelha e é liberado pela contração das células 
musculares lisas presentes em sua cápsula.
Este órgão pode aumentar de tamanho em de-
Linfonodos
Os linfonodos são pequenas porções de tecido linfoi-
de localizadas ao longo dos vasos linfáticos de todo o 
corpo. Eles são envoltos por uma cápsula ibrosa, se 
apresentam em grupos supericial e profundo e atuam 
como órgãos iltradores da linfa antes de esta adentrar 
o sistema venoso. Isto porque dentro deles existem 
células imunológicas (como macrófagos e linfócitos) 
hábeis em destruir microrganismos, toxinas, células 
anômalas e partículas estranhas (WATANABE, 2000).
32 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
corrência de algumas doenças infecciosas (esple-
nomegalia), pode ser rompido devido a traumas 
abdominais, obrigando a realização de sua remo-
ção cirúrgica (esplenectomia) a im de evitar san-
gramento intraperitoneal e morte por hemorragia. 
Nesta situação em especíico, fígado, medula óssea 
vermelha, linfonodos e tonsilas podem assumir as 
suas funções, embora as funções imunes possam 
permanecer debilitadas por algum tempo.
Quando se faz exercício físico extenuante sem 
um bom preparo físico, o baço pode causar dor 
na região lateral esquerda do abdome. Isto porque 
durante o exercício, ele necessita cumprir várias 
de suas funções ao mesmo tempo, ou seja, realizar 
hemocaterese, hemopoiese e liberar sangue extra à 
circulação periférica para suprir a necessidade dos 
músculos em exercício. Todavia a continuidade do 
exercício muda a constituição do sangue (aumen-
tando, por exemplo, a quantidade de eritrócitos e 
otimizando o transporte de O
2
 para os músculos). 
Respirar intensamente e diminuir a intensidade do 
exercício podem ajudar a melhorar o desconforto 
(DI DIO, 2002).
Timo
O timo é uma massa linfoide envolta por uma cáp-
sula de tecido conjuntivo, localizada, em parte, na 
região inferior do pescoço (anterior e lateralmente à 
traqueia) e em parte na cavidade torácica (posterior-
mente ao osso esterno, no mediastino). Linfócitos T 
necessitam dele para amadurecer e, quando madu-
ros, o deixam e são transportados aos linfonodos, 
ao baço e aos outros tecidos linfáticos. Este órgão 
também produz o hormônio timosina, que estimula 
o crescimento de linfócitos nos tecidos linfáticos do 
corpo, atuando, assim, como glândula endócrina.
Embora algumas de suas células continuem a 
se proliferar durante toda a vida, o timo é maior na 
infância, pois, gradativamente, é substituído por 
tecido conjuntivo e gordura, de forma que as suas 
funções são assumidas por outros órgãos. Este 
fato justiica o pouco conhecimento que a maioria 
das pessoas tem a respeito deste órgão (FREITAS, 
2004). 
Figura 13 – Baço Figura 14 – Timo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 33
Nódulos linfáticos
Nódulos linfáticos são massas de tecido linfático 
não revestidas por tecido conjuntivo. Enquanto al-
guns deles são pequenos e solitários, outros formam 
grandes agregações (tonsilas, nódulos linfáticos do 
íleo e do apêndice vermiforme).
Nos segmentos gastrointestinais, eles são conhe-
cidos como placas de Peyer e podem estar espalhados 
pela mucosa que reveste os sistemas genital, digestó-
rio, urinário e respiratório. Neste caso, são chama-
dos de tecido linfático associado à mucosa (MALT) 
(TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Tonsilas
Tonsilas são pequenas massas de tecido linfoide lo-
calizadas em várias regiões do corpo, por exemplo, 
na parte nasal da faringe (tonsila faríngea), próximo 
ao óstio faríngeo da tuba auditiva (tonsila tubária), 
na raiz da língua (tonsila lingual), na fossa tonsilar 
(tonsila palatina) e na laringe (tonsila laríngea). O 
conjunto destas é conhecido como anel linfático, o 
qual se relaciona à imunidade, representando a pri-
meira defesa do organismo.
Quando as tonsilas são ativadas, elas intensi-
icam a produção de anticorpos, icam dolorosas 
e hipertroiadas. A hipertroia da tonsila tubária e 
faríngea, por exemplo, recebe o nome de adenoi-
de e pode diicultar o funcionamento da tuba au-
ditiva, da qualidade da voz e da respiração nasal. 
Assim, o indivíduo desenvolve respiração bucal e 
passa a roncar enquanto dorme. A hipertroia da 
tonsila palatina (popularmente chamada de ami-
dalite) também diiculta a deglutição (WATANA-
BE, 2000).
Figura 15 – Tonsilas
Tonsila
faríngea
Tonsila
palatina
Tonsila
lingual
34 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
PRINCIPAIS LINFONODOS DO CORPO
Cabeça
Incluem os linfonodos occipital, mastoideos, pré-auriculares, parotídeos e linfo-
nodos da face (infra-orbitais, mandibulares e bucinatórios) (MOORE et al., 2014).
Figura 16 – Principais linfonodos do corpo humano
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 35
Pescoço
Incluem os linfonodos submandibulares, submen-
tuais, cervicais supericiais, cervicais profundos su-
periores, cervicais inferiores e cervicais superiores 
(FREITAS, 2004).
Tórax
Os linfonodos do tórax podem ser parietais ou vis-
cerais. Os parietais incluem os linfonodos paraester-
nais, estercostais e frênicos. Os viscerais incluem os 
mediastinais anteriores e posteriores e os traqueo-
bronquiais (MOORE et al., 2014)
Abdome e pelve
Os linfonodos do abdome e da pelve também 
podem ser parietais ou viscerais. Os parietais in-
cluem os linfonodos ilíacos comuns, ilíacos ex-
ternos e internos, sacrais e lombares. Os viscerais 
incluem os celíacos, mesentéricos e inferiores 
(FREITAS, 2004).
Membros superiores
Os principais linfonodos dos membros superiores 
são os supratrocleares, deltopeitorais e axilares) (DI 
DIO, 2002).
Membros inferiores
Os principais linfonodos dos membros inferiores 
são os poplíteos, os inguinais supericiais e profun-
dos (DANGELO; FATTINI, 2011).
DISSEMINAÇÃO DO CÂNCER
Células cancerígenas podem se disseminar pelo cor-
po por proximidade ou por metástase (neste caso, 
por meio do sangue ou da circulação linfática). A 
disseminação pelo sangue (hematogênica) é a via 
mais comum de propagação de sarcomas (tumores 
mais malignos que ocorrem predominantemente no 
fígado e nos pulmões). A disseminação linfática é 
a via mais comum de disseminação de carcinomas 
(tumores menos malignos).
Quando a metástase ocorre por via linfática, 
os linfonodos cancerosos icam aumentados, mais 
irmes, são insensíveis (pouco dolorosos) e ixos às 
estruturas próximas. É importante diferenciar tais 
alterações daquelas que ocorrem em decorrência de 
quadros infecciosos, em que os linfonodos tornam-
-se aumentados, no entanto, moles, móveis e muito 
dolorosos (MOORE et al., 2014).
LINFANGITE, LINFADENITE E LINFEDEMA
Linfangite é caracterizada como a inlamação secun-
dária dos vasos linfáticos. Linfadenite é a inlamação 
secundária dos linfonodos (conhecida popularmen-
te como íngua). Linfedema é um tipo de edema que 
ocorre quando a linfa não é drenada adequadamen-
te (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Você sabia que o envelhecimento pode al-
terar o funcionamento do sistema linfático? 
É comum, por exemplo, que a produção de 
células imunológicas diminua e que a produ-
ção de anticorpos contra o próprio organismo 
aumente, fazendo com que haja, respectiva-
mente, debilidade imunológica e maior índice 
de doenças autoimunes.
REFLITA
36 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Respiratório
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 37
Nesta última aula da unidade, o sistemarespiratório 
será abordado de maneira correlacionada aos siste-
mas sanguíneo e linfático. Assim, será realizada uma 
abordagem bem direcionada referente à sua deini-
ção, função e divisão, aos seus componentes e às suas 
relações com o exercício físico. Também serão citadas 
algumas de suas aplicabilidades práticas. Será muito 
bom se você puder realizar a leitura do material com-
plementar a im de enriquecer o seu aprendizado. 
DEFINIÇÃO E FUNÇÃO
O sistema respiratório é um conjunto de estruturas 
anatômicas as quais, em conjunto, captam o ar do 
meio ambiente e o transportam ao órgão respirató-
rio para que a hematose ocorra (o O
2
 do ar inspirado 
difunde-se dos alvéolos pulmonares para as células, 
e o CO
2 
resultante do metabolismo celular é trazido 
das células aos pulmões para ser eliminado com o ar 
expirado) (DANGELO; FATTINI, 2011).
DIVISÃO
As estruturas anatômicas que compõem o sistema 
respiratório podem ser dividas em porção de 
condução e porção respiratória. A porção de 
condução é formada por órgãos tubulares que levam 
o ar inspirado até a porção respiratória e o trazem 
de volta para ser expirado. Ela é composta por nariz, 
faringe, laringe, traqueia, brônquios e todas as suas 
ramiicações. Já a porção respiratória é representada 
exclusivamente pelos pulmões, pois é onde ocorrem 
as trocas gasosas ou hematose.
Adicionalmente, as estruturas anatômicas do siste-
ma respiratório podem ser agrupadas em via aérea 
superior (do nariz à laringe) e via aérea inferior (da 
traqueia aos pulmões) (FREITAS, 2004).
COMPONENTES
Nariz
Como a primeira estrutura do sistema respiratório, a 
sua função é captar o ar do meio ambiente, iltrá-lo, 
aquecê-lo e umidiicá-lo. Além disso, o nariz permi-
te o olfato, recebe e elimina as secreções dos seios 
paranasais e do ducto lacrimonasal.
Está localizado no plano mediano da face, aci-
ma do palato duro, e é composto por uma parte 
externa e pela cavidade nasal. Apresenta estrutura 
ósteo-cartilagínea, sendo que os seus ossos exter-
nos incluem os nasais e as maxilas, e os seus ossos 
internos incluem o etmóide, o vômer e as conchas 
nasais inferiores.
Figura 17 - Sistema respiratório
38 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Externamente, o nariz é subdividido em raiz 
(superiormente), base (inferiormente), ápice (ponto 
projetado mais anteriormente), dorso (entre a raiz e 
o ápice), asa (lateralmente) e narinas (aberturas se-
paradas por um septo que fazem a comunicação da 
cavidade nasal com o meio externo).
A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbu-
lo (anteriormente e com pelos chamados vibrissas), 
região respiratória (inferiormente) e região olfató-
ria (concha nasal superior e terço superior do septo 
nasal). A cavidade nasal é dividida pelo septo nasal 
em porções direita e esquerda. Este septo apresenta 
uma parte cartilagínea (cartilagem do septo nasal) 
e uma parte óssea (formada pelos ossos etmóide 
e vômer). O termo cavidade nasal pode ser usado 
para toda a cavidade ou para cada parte.
Figura 18 – Cavidade nasal
Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 172).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 39
Dentro da cavidade nasal existem as conchas nasais, 
que delimitam espaços chamados meatos. Toda esta 
região é muito vascularizada e nela, a ruptura de va-
sos pode causar sangramento nasal, também conhe-
cido como epistaxe.
Os seios paranasais, ou seios da face, desem-
bocam nos meatos, lançando neles as suas secre-
ções. Esses seios são cavidades que alguns ossos do 
crânio (frontal, maxila, esfenoide, etmoide) apre-
sentam e, por isto, são chamados de pneumáticos. 
Cada osso pneumático apresenta o seu próprio 
seio (seio frontal, seio maxilar, seio esfenoidal e 
seio ou células etmoidais). Eles tornam a cabeça 
mais leve, estão relacionados à ampliação da voz 
e ajudam a aquecer e a umidiicar o ar. Os seios 
contêm ar e são recobertos por mucosa respirató-
ria (DI DIO, 2002).
Faringe
É uma estrutura músculo-membranácea que se 
inicia na base do crânio e termina ao nível da 6ª 
vértebra cervical, onde continua com o esôfago e 
mantém contato com a coluna vertebral. Como a 
faringe ica localizada posteriormente à cavidade 
nasal, à cavidade oral e à laringe, ela apresenta três 
partes sem limites precisos entre elas: a parte nasal 
(que se comunica com a cavidade nasal), a parte 
oral (que se comunica com a cavidade oral) e a par-
te laríngea (que se comunica com a laringe). Assim, 
a faringe se associa aos sistemas respiratório e di-
gestório, sendo um canal comum à passagem de ar 
e alimento. Inclusive, os músculos da faringe apre-
sentam movimentos peristálticos, possibilitando a 
deglutição dos alimentos.
Na porção nasal da faringe existe uma aber-
tura chamada óstio faríngeo da tuba auditiva, que 
comunica a parte nasal da faringe com a cavida-
de timpânica da orelha média. Esta comunicação 
serve para igualar a pressão do ar atmosférico à 
pressão do ar de dentro da cavidade timpânica. 
Também serve para drenar muco e perilinfa dos ca-
nais semicirculares (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Figura 19 – Faringe e seus principais acidentes anatômicos
40 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Laringe
A laringe é um órgão que se localiza no plano me-
diano e anterior do pescoço, à frente da faringe, en-
tre a 3ª e a 6ª vértebras cervicais. Ela dá continuidade 
à traqueia e serve como via aerífera, permitindo a 
passagem do ar da faringe para a traqueia. Além dis-
so, é considerada o órgão da fonação, uma vez que 
dentro dela estão as pregas vocais.
Ela é constituída por cartilagens, ligamentos, 
membranas e músculos estriados esqueléticos que 
atuam sobre as pregas vocais ou na movimentação 
da laringe durante a deglutição. As suas nove cartila-
gens são ímpares (como a cartilagem tireoidea, a cri-
coidea e a epiglótica) ou pares (como a aritenóidea, a 
corniculada e a cuneiforme). A cartilagem tireoidea 
é a maior delas. Ela é constituída por duas lâminas 
que se unem, formando, assim, a proeminência la-
ríngea (popularmente conhecida como “gogó” ou 
“pomo-de-Adão”). A cartilagem epiglótica lembra 
uma folha e protege a entrada da laringe contra a 
entrada de alimentos durante a deglutição (WATA-
NABE, 2000). 
Figura 20 – Sistema Respiratório Humano
SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 41
Traqueia
A traqueia é uma estrutura mediana no pescoço 
que representa a continuação direta da laringe. A 
sua função é servir como via aerífera, conduzindo 
ar da laringe até os brônquios principais. Ela inicia 
na região cervical, mas segue em direção ao tórax, 
passando anteriormente ao esôfago.
A sua estrutura cilíndrica é ibrocartilagínea 
(anéis incompletos de cartilagem em forma de “C” 
se sobrepõem e se ligam por meio dos ligamentos 
anulares). Enquanto tais anéis lhe dão rigidez e im-
pedem que as suas paredes colabam, o seu tecido 
elástico lhe possibilita a mobilidade e a lexibilidade 
necessárias à respiração e à deglutição. A sua pare-
de posterior (parede membranácea) é formada por 
músculo liso (músculo traqueal) e tecido conjuntivo.
Antes de se dividir nos brônquios principais 
direito e esquerdo, a traqueia sofre um leve des-
vio à direita, fazendo com que o brônquio prin-
cipal esquerdo seja mais longo do que o direito. 
No ponto de sua bifurcação, a traqueia apresenta 
uma crista interna chamada carina. Internamen-
te, este órgão é revestido por mucosa e apresenta 
células ciliadas que auxiliam na limpeza das vias 
aéreas. O cigarro faz com que as células ciliadas 
percam a mobilidade de seus cílios e que as glân-
dulas traqueais se tornem hiperativas e passem 
a secretar muco em excesso. Por isso, fumantes 
crônicos têm muita secreção e diiculdade em fa-
zer a boa higiene traqueobrônquica (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
Figura 21 – Traqueia e brônquios
42 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Brônquios
Os brônquios possuem estruturas e funcionamen-to semelhantes à traqueia, porém ao invés de anéis 
cartilagíneos, eles apresentam placas irregulares 
de cartilagem.
Após a sua origem, são chamados de brônquios 
principais. As suas primeiras ramiicações são os 
brônquios lobares (os quais ventilam os lobos pul-
monares) e depois os brônquios segmentares (que 
vão até os segmentos broncopulmonares, sofrem 
várias divisões e terminam nos alvéolos, formando 
a árvore brônquica). O brônquio principal direito é 
mais vertical, mais calibroso e mais curto do que o 
esquerdo, de forma que ele é mais facilmente obstru-
ído por corpos estranhos que passam pela traqueia 
(MOORE et al., 2014).
Pulmão
Os pulmões são os principais órgãos da respiração, 
pois é dentro deles que ocorre a hematose. In vivo, 
são esponjosos, macios, leves e elásticos. Ao nasci-
mento, são rosados, embora se tornem acinzentados 
e com manchas devido à inalação de diversas partí-
culas durante a vida.
Eles icam alojados na cavidade torácica e en-
tre eles há uma região central chamada mediastino, 
onde se localizam importantes estruturas anatômi-
cas, como o coração e os seus grandes vasos, a tra-
quéia,o esôfago, o timo, os brônquios principais etc.
Este órgão tem forma cônica, com uma região 
superior chamada ápice e uma região inferior cha-
mada base (como esta se apoia sobre o múscu-
lo diafragma, pode também ser chamada de face 
diafragmática). Além dessa, o pulmão tem a face 
costal (em contato com as costelas) e a medial ou 
mediastinal (voltada ao mediastino e com uma 
abertura chamada hilo pulmonar, por onde entram 
e saem estruturas como brônquios, artérias, veias e 
vasos linfáticos).
O direito pulmão é maior, mais pesado, mais 
curto e mais largo do que o esquerdo devido à po-
sição do coração (o pulmão esquerdo chega a ser 
10% menor do que o direito). Além disso, o pulmão 
direito apresenta três subdivisões chamadas lobos 
(superior, médio e inferior) enquanto o esquerdo 
apresenta apenas duas (lobo superior e inferior). A 
separação dos lobos pulmonares ocorre por fendas 
profundas chamadas issuras (no pulmão direito 
existem as issuras oblíqua e horizontal, e no pulmão 
esquerdo existe apenas a issura oblíqua). Por im, o 
pulmão esquerdo apresenta uma projeção chamada 
língula do pulmão (DI DIO, 2002).
Figura 22 – Pulmão direito e esquerdo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 43
Pleura e cavidade pleural
Pleura é um saco seroso que reveste os pulmões. 
É constituída por dois folhetos, a pleura pulmonar 
ou visceral e a pleura parietal. A primeira reveste 
a superfície do pulmão, penetrando, inclusive, as 
suas issuras. A segunda recobre a face interna do 
tórax e o músculo diafragma. Ambas são contínuas 
entre si por meio de um espaço chamado cavida-
de pleural, onde existe uma pequena quantidade 
de líquido que permite o deslizamento entre elas 
durante os movimentos respiratórios (MOORE et 
al., 2014).
Figura 23 – Pleuras e cavidade pleural
44 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA
Para que a respiração normal em repouso ocorra, a 
contração do músculo diafragma é a única necessá-
ria. Ele se contrai, se projeta em direção à cavidade 
abdominal comprimindo as vísceras ali localizadas e 
aumentando a pressão nesta região. Por outro lado, a 
pressão no tórax diminui, fazendo com que o ar en-
tre, a favor do gradiente de pressão, do meio externo 
(onde é maior a pressão) para a cavidade torácica 
(onde a pressão é menor). Assim ocorre a inspira-
ção. A expiração normal ocorre na sequência e não 
necessita da contração de nenhum músculo respira-
tório, pois a própria elasticidade do tecido pulmonar 
faz com que o ar saia quando a pressão interna e ex-
terna se igualarem.
Se a inspiração ou a expiração forem forçadas 
(por exemplo, em exercício físico intenso ou em 
caso de doença respiratória), vários outros músculos 
passam a agir, como os intercostais externos e alguns 
músculos do pescoço, a exemplo do esternocleido-
mastoideo e dos escalenos (ajudando na inspiração) 
e dos músculos intercostais internos e dos abdomi-
nais (ajudando na expiração).
O sistema nervoso (controle nervoso) e os es-
tímulos químicos (controle químico) controlam 
a mecânica respiratória. O controle nervoso de-
pende da medula espinal e do tronco encefálico; 
o controle químico se baseia na concentração dos 
gases O
2
 e CO
2
. Assim, modiicações sobre a fre-
quência e o volume respiratório são responsáveis 
por ajustes essenciais da mecânica respiratória 
que, por sua vez, depende das condições do in-
divíduo (como temperatura ambiental, esforço 
físico e doenças) (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Assim inalizamos o nosso estudo sobre o sistema 
respiratório em termos anatômicos e funcionais. 
Lembre-se de que sua atuação é essencial ao fun-
cionamento do corpo como um todo e determina a 
efetividade da prática do exercício físico.
Figura 24 – Principais músculos da respiração
Os problemas respiratórios são responsáveis 
pela má qualidade de vida de muitas pessoas 
no mundo (no Brasil, estima-se que um em 
cada cinco brasileiros possui alguma doença 
respiratória). Dentre as mais comuns estão 
a asma alérgica, a bronquite crônica, a rinite 
e o enisema pulmonar. Embora a maioria 
das pessoas com disfunção respiratória pen-
se que não pode fazer exercícios físicos, o 
exercício supervisionado e bem orientado 
ajuda a diminuir o cansaço, a indisposição e 
a fadiga. Desta forma, a adoção de um estilo 
de vida mais ativo é importante para evitar o 
agravamento dessas doenças.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 45
considerações inais
A manutenção das adequadas oxigenação e nutrição tecidual, e a drenagem efe-
tiva das células dependem do funcionamento do sistema circulatório em atuação 
conjunta com o sistema respiratório e sob o rigoroso controle do sistema nervoso.
Embora tais sistemas possam ser acometidos por diversas doenças, pesquisas 
têm comprovado que a prática de exercícios físicos especíicos e supervisiona-
dos têm minimizado os danos morfofuncionais que esses sistemas podem sofrer 
em decorrência da inatividade física. Todavia é essencial que os proissionais di-
retamente ligados ao condicionamento físico desses sistemas ( por exemplo, o 
proissional de Educação Física e o isioterapeuta) tenham pleno conhecimento 
histológico, anatômico e isiológico a im de prevenir e tratar disfunções incapa-
citantes desses sistemas.
Ademais, faz-se necessário que tais proissionais tenham total conhecimento 
acerca das modiicações que o exercício físico é capaz de gerar sobre tais estrutu-
ras. O coração é um bom exemplo de órgão que pode ser modiicado pelo treina-
mento. Ele se fortalece, aumenta a sua força de contração, ejeta maior quantidade 
de sangue a cada batimento cardíaco (aumenta o volume de ejeção), podendo, in-
clusive, bater menos vezes por minuto mantendo a mesma quantidade de sangue 
ejetado (atletas, por exemplo, têm menor frequência cardíaca e maior volume de 
ejeção). Ao contrário, pessoas sedentárias têm elevada frequência cardíaca para 
manter o volume de ejeção, pois o miocárdio é menos forte.
O exercício físico também está relacionado às modiicações que ocorrem no 
funcionamento do sistema linfático. Os movimentos e as contrações musculares 
estimulam a circulação da linfa, ao passo que esta é lentiicada pelo imobilismo. 
Por isso, as contrações musculares são ditas auxiliares da drenagem linfática e 
favorecedoras da homeostasia corpórea.
O sistema respiratório é grandemente otimizado pela prática regular do exer-
cício. Tal fato pode ser visto ao se comparar atletas e indivíduos sedentários no 
que se refere aos volumes e às capacidades pulmonares, os quais são avaliados 
por um exame chamado espirometria. Neste exame, é possível mensurar as quan-
tidades de ar que entram e saem dos pulmões a cada inspiração e/ou expiração 
normais ou forçadas. Além disso, todos os músculos respiratórios são fortaleci-
dos peloexercício físico. Portanto, um(a) bom(a) professor(a) de Educação Física 
deve conhecer em profundidade o aparelho cardiorrespiratório.
46 
atividades de estudo
1. Em relação ao sistema circulatório, leia as airma-
ções a seguir: 
I) A irrigação do membro superior depen-
de das artérias carótidas comuns direita 
e esquerda.
II) A irrigação do membro inferior depende 
da artéria aorta (parte descendente abdo-
minal), a qual se bifurca originando a arté-
ria ilíaca comum (direita e esquerda). As 
artérias ilíacas comuns se ramiicam origi-
nando as artérias ilíacas externa e interna. 
A externa passa o ligamento inguinal e, na 
coxa, passa a ser chamada de femoral. Na 
altura da fossa poplítea, recebe o nome de 
artéria poplítea, a qual se bifurca em tibial 
anterior, tibial posterior e ibular. Tais arté-
rias irrigam todo o membro inferior (inclu-
sive os pés).
III) Na grande circulação, o sangue sai do ven-
trículo esquerdo pela artéria aorta e transi-
ta pelo corpo oxigenando todas as células. 
Em contrapartida, capilares teciduais cap-
tam o CO2 produzido pelo metabolismo 
das células, se anastomosam, originam 
vênulas e veias de calibre cada vez maior 
até retornarem ao átrio direito do coração 
pelas veias cavas superior e inferior.
IV) O vaso que mantém relação com o ventrí-
culo esquerdo do coração é o tronco pul-
monar. Já o vaso que mantém relação com 
o ventrículo direito do coração é a artéria 
aorta.
V) A irrigação da cabeça depende das artérias 
subclávias direita e esquerda. 
É correto o que se airma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e IV, apenas.
2. O sistema respiratório é essencial à manutenção 
da vida e, por isso, conta com estruturas especia-
lizadas responsáveis pelas funções de condução 
do ar e de trocas gasosas. Com base nesta air-
mação, leia as airmações a seguir:
I - É prática relativamente comum a nível 
hospitalar a realização de traqueostomia 
em pacientes que apresentem importante 
condição clínica impossibilitadora da res-
piração (o edema de glote é um exemplo). 
Em caso de traqueostomizar o paciente, 
um dos problemas que este apresenta é a 
impossibilidade de fonação em decorrên-
cia das pregas vocais serem seccionadas 
durante o procedimento cirúrgico.
II - As tonsilas linguais, faríngeas, palatinas, 
tubárias e laríngeas têm por função pro-
duzir anticorpos para proteger o corpo 
contra microrganismos que possam cau-
sar malefícios. Juntas, elas formam o anel 
linfático, uma importante estrutura do 
sistema linfático, que se posiciona próxi-
mo às cavidades nasal e oral, e à farínge 
e à laringe.
III - Em ordem, as estruturas anatômicas que 
o ar percorre dentro do sistema respira-
tório são: vestíbulo do nariz, cavidade na-
sal, laringe, faringe, traqueia, brônquios 
principais, brônquios segmentares, brô-
nquios lobares, bronquíolos e alvéolos 
pulmonares.
IV - As pleuras revestem e protegem os pul-
mões. Enquanto a pleura pulmonar é mais 
externa e mantém contato com a parede 
do tórax, a pleura parietal ica bastante 
aderida ao parênquima pulmonar, pene-
trando, inclusive, as issuras do pulmão. 
V - O pulmão direito é maior do que o pulmão 
esquerdo.
 47
atividades de estudo
É correto o que se airma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) IV e V, apenas.
3. O sistema circulatório depende da ação de bom-
ba do coração e da capacidade dos vasos em 
conduzir sangue arterial e venoso pelo corpo. 
Assim, artérias e veias participam da grande e da 
pequena circulação. Com base nesta airmação, 
leia as airmações a seguir:
I - A pequena circulação manda sangue aos 
pulmões a im de possibilitar a hematose.
II - As principais artérias que irrigam o cora-
ção são as coronárias (direita e esquerda).
III - A principal veia que drena a cabeça e o 
pescoço é a veia subclávia.
IV - Os átrios são as maiores câmaras cardí-
acas. A sua função é ejetar sangue para 
fora do coração e, por isso, são chamados 
de câmaras de ejeção. 
V - A pequena circulação tem por objetivo 
oxigenar e nutrir as células do corpo e 
delas remover todo o gás carbônico e as 
impurezas. 
É correto o que se airma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e IV, apenas.
4. O sistema linfático é auxiliar do sistema venoso, 
uma vez que ambos realizam a drenagem celu-
lar. Com base nesta airmação, leia as airmações 
a seguir:
I - O pulmão direito apresenta apenas dois 
lobos e uma única issura.
II - Ao contrário do proposto anteriormente, 
o pulmão esquerdo apresenta apenas 
dois lobos e uma única issura.
III - Os linfonodos são estruturas de iltragem 
da linfa. Eles dispõem de células imuno-
lógicas (como os linfócitos), as quais são 
capazes de destruir microrganismos, 
células anômalas ou mesmo moléculas 
grandes e inúteis.
IV - Apesar de existir poucos vasos linfáti-
cos dispersos pelo corpo, eles são muito 
abundantes nos ossos e nas cartilagens.
V - O ducto linfático direito e o ducto torácico 
drenam a linfa para as principais artérias 
que chegam ao coração. Assim, o sistema 
linfático auxilia a irrigação que o sistema 
arterial realiza.
É correto o que se airma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e V, apenas.
48 
atividades de estudo
5. Observe a imagem a seguir, leia as airmações e 
assinale a alternativa que contém as proposições 
corretas:
a) O região representada pelo número 1 é 
responsável pelo olfato.
b) O número 2 representa a parte laríngea da 
faringe.
c) O número 3 representa a faringe.
d) O número 4 representa o brônquio princi-
pal esquerdo.
e) O número 5 representa o brônquio princi-
pal direito.
49
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o artigo a seguir que trata da inl uência do exercício físico sobre os parâmetros respi-
ratórios de pacientes submetidos à hemodiálise. 
RESUMO
Modelo do estudo: Estudo experimental. Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) refere-se 
a um diagnóstico sindrômico de perda progressiva e irreversível da função renal. O paciente 
submetido à hemodiálise pode apresentar limitações na capacidade funcional, função pulmo-
nar e força muscular respiratória, com consequentes prejuízos na qualidade de vida. 
Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de exercício físico sobre a função pulmonar, 
capacidade funcional, qualidade de vida e dor, em pacientes que realizam hemodiálise. 
Metodologia: Participaram do estudo 28 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 40 
e 60 anos, em programa de hemodiálise no Instituto do Rim da Santa Casa de Misericórdia 
de Presidente Prudente-SP. A força muscular respiratória foi avaliada pela manovacuometria, 
a capacidade funcional, pelo TC6’, a qualidade de vida, pelo questionário KDQOLSF, a função 
pulmonar, pela espirometria e a dor, pela EVA. Após as avaliações, os pacientes iniciaram o 
programa de exercícios, que foi desenvolvido três vezes por semana, durante 40 minutos 
em hemodiálise, por oito semanas. Ao i nal do programa, os pacientes foram reavaliados. 
Resultados: Não houve diferença signii cativa dos valores da CVF e VEF1 pré e pós-programa 
de exercícios, assim como do Índice de Tiff enau. O valor da PImax pós-programa foi signii -
cativamente maior que o obtido na avaliação pré-programa. Para a variável PEmax, não foi 
encontrada diferença signii cativa. As avaliações da capacidade funcional inicial e i nal não 
apresentaram diferenças signii cativas (p>0,05). A avaliação da qualidade de vida, quanto aos 
domínios das áreas especíi cas da DRC, mostrou que houve signii cância estatística, ao com-
parar a lista de sintomas e problemas com a sobrecarga da DRC e papel proi ssional. Os indi-
cadores relativos à dor foram reduzidos, após o programa (p<0,05). 
Discussão: O DRC enfrenta situações complexas de dependência física, social e i nanceira. 
Apesar de não apresentar resultados estatisticamente signii cativos em todas asvariáveis 
avaliadas, este estudo, corroborando outros encontrados na literatura, sugere um programa 
de exercício físico, com aspectos positivos para essa população. 
Conclusão: Embora a capacidade pulmonar e a capacidade funcional (TC6’) não tenham apre-
sentado alterações ao i nal do experimento, os níveis reduzidos de dor, cansaço e dispneia 
sugerem melhora do desempenho funcional, após programas de exercício físico para DRC.
Palavras-chave: Hemodiálise. Atividade Física. Espirometria. Qualidade de Vida.
Boa leitura! 
Fonte: Lima et al. (2013). 
50 
material complementar
A Vida Por Um Fio
Ano: 2008
Sinopse: Clayton Beresford (Hayden Christensen) tem tudo o que poderia sonhar. 
Está noivo da bela Sam Lockwood (Jessica Alba), tem um trabalho bem-sucedido, 
não enfrenta problemas i nanceiros e se relaciona muito bem com sua mãe, Lili-
th (Lena Olin). Porém a vida de Clayton muda quando ele descobre que precisa 
passar por um transplante de coração. Jack Harper (Terrence Howard) é o médico 
encarregado de sua cirurgia, tendo acompanhado o caso de Clayton desde que os 
seus primeiros sintomas surgiram. Enquanto eles não encontram um doador que 
seja compatível com o raro tipo sanguíneo de Clayton, Jack o aconselha a aprovei-
tar a vida ao máximo. Sam passa então a pressioná-lo para que se case logo com 
ela, o que faz com que Lilith lhe ofereça dinheiro para que i que longe de sua famí-
lia. Clayton e Sam decidem se casar às escondidas, mas neste mesmo dia, o pager 
de Clayton dispara: foi encontrado um doador compatível e a sua cirurgia precisa 
ser realizada o quanto antes.
Comentário: é um i lme emocionante que mostra como a sobrevivência do ser 
humano depende totalmente do adequado funcionamento do sistema circulató-
rio. Muito bom!
Indicação para Assistir
 51
referências
COLICIGNO, P. R. C.; SACCHETTI, J. C. L.; MORAES, C. A.; ARAÚJO, A. B. 
Atlas Fotográico de Anatomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. 
ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de anatomia sistêmica aplicada - princípios básicos e 
sistêmicos: esquelético, articular e muscular. 2. ed. v. 1. São Paulo: Atheneu, 2002.
FREITAS, V. Anatomia conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LIMA, F. F.; MIRANDA, R. C. V.; SILVA, R. C. R.; MONTEIRO, H. L.; YEN, L. 
S.; FAHUR, B. S.; PADULLA, S. A. T. Avaliação funcional pré e pós-programa 
de exercício físico de pacientes em hemodiálise. Medicina, Ribeirão Preto, n. 46, 
v. 1, p. 24-35, 2013. Disponível em: <http://www.periodicos.usp.br/rmrp/article/
view/62380/65181>. Acesso em: 19 nov. 2018. 
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem 
dinâmica. Maringá: Clichetec, 2014.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia 
orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
PAZIN-FILHO, A.; SCHMIDT, A.; MACIEL, B. C. Ausculta cardíaca: Bases i-
siológicas - isiopatológicas. Medicina, Ribeirão Preto, n. 37, p. 208-226, jul./dez. 
2004.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, A. L. Princípios de anatomia 
e isiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WATANABE, L. Erhart: elementos de anatomia humana. 9. ed. São Paulo: Athe-
neu, 2000.
52 
gabarito
1. C.
2. D.
3. A.
4. C.
5. A.
gabarito
UNIDADEUNIDADE II
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Sistema digestório
• Sistema endócrino
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema digestório: boca/cavidade 
oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, 
intestino grosso, órgãos anexos do sistema digestório, 
divisões do sistema digestório, cavidade abdominal e 
peritônio.
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema endócrino: glândula hipói se, 
glândula tireoide, glândulas paratireoides, glândula pineal, 
glândula suprarrenal, pâncreas, função endócrina do 
testículo e do ovário, controle do sistema endócrino.
SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO
 unidade 
II
INTRODUÇÃO
C
ertamente você já se perguntou sobre os detalhes de como ocorrem os pro-
cessos de digestão e de liberação hormonal. Isto porque tanto a metaboliza-
ção do que comemos quanto a forma como o nosso corpo se comunica por 
meio dos hormônios são assuntos relevantes que inluenciam diretamente 
a nossa qualidade de vida.
Como o ser humano não é capaz de produzir os seus próprios alimentos (é he-
terótrofo), para se manter vivo, ele necessita receber constante suprimento de ma-
terial nutritivo. Para que tais nutrientes se tornem utilizáveis pelo corpo, deve haver 
um adequado processo digestivo, ou seja, ocorrem inúmeras modiicações químicas 
realizadas por enzimas especíicas. Assim, os alimentos ingeridos devem percorrer 
as estruturas do canal alimentar, permanecendo nelas o tempo suiciente para se-
rem submetidos às secreções que tais estruturas produzem. Várias transformações 
físicas e químicas transformam os alimentos em pequenas porções, que são ab-
sorvidas (caem na corrente sanguínea) e levadas às células para serem utilizadas 
durante o metabolismo celular normal. Este complexo mecanismo dependente 
do controle feito pelos sistemas endócrino e nervoso, os quais regulam glândulas 
localizadas em diversos locais do corpo e cujas secreções são lançadas na cor-
rente sanguínea (sendo, por isso, chamadas de hormônios). 
Por isso, esta unidade tem por objetivo realizar um estudo especíico dos 
sistemas digestório e endócrino, direcionando a sua atenção para as modii-
cações relacionadas aos exercícios físicos e a disfunções como anorexia, bu-
limia, hiper ou hipossecreção hormonal. Assim, serão descritos os aspectos 
mais relevantes dos sistemas digestório e endócrino, bem como as suas inte-
rações com os outros sistemas do corpo, principalmente o muscular. 
Neste contexto, é importante que você não se esqueça de que o(a) pro-
fessor(a) de Educação Física precisa ter amplo conhecimento sobre esses 
sistemas, uma vez que sem o perfeito funcionamento desses, nem mesmo 
a contração muscular é possível. Portanto, aproveite bem os conheci-
mentos transmitidos e tenha um ótimo período de estudo! 
58 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Digestório
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 59
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, o estudo do siste-
ma digestório será feito apresentando a função geral 
dele, as suas subdivisões, os seus componentes e os 
principais aspectos funcionais de cada estrutura que 
o compõe.
FUNÇÃO
O sistema digestório realiza a digestão (suprindo de 
nutrientes os seres vivos) e a eliminação de substân-
cias inúteis ao organismo (como restos do metabo-
lismo celular).
Para tanto, apresenta estruturas anatômicas 
que realizam a apreensão do alimento (colocan-
do-o em contato com a boca), a mastigação (por 
meio dos dentes), a deglutição (da qual a língua 
participa), a digestão (que se dá na boca, no es-
tômago e no duodeno), a absorção dos nutrien-
tes e da água dos alimentos (com a atuação dos 
intestinos) e a expulsão dos resíduos sob a forma 
de fezes (ação do intestino grosso) (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
DIVISÕES
O sistema digestório divide-se em canal alimentar 
e em órgãos anexos. O canal alimentar é um con-
junto de órgãos situados na cabeça, no pescoço, no 
tórax, no abdome e na pelve, pelos quais o alimento 
transita enquanto sofre o processo de digestão. In-
clui órgãos como boca, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado e intestino grosso.
Órgãos anexos são estruturas pelas quais o ali-
mento não passa, mas que são essenciais ao processo 
de digestão, pois sintetizam secreções com enzimas 
digestivas. São eles: as glândulas salivares, o fígado e 
o pâncreas (DANGELO; FATTINI, 2011).
COMPONENTES
Boca
O canal alimentar tem iníciona boca, cujas funções 
incluem apreensão do alimento, mastigação, deglu-
tição, percepção dos sabores, digestão e fonação. A 
apreensão é realizada pelos lábios. A mastigação de-
pende dos dentes, os quais exercem ação mecânica 
sobre o bolo alimentar, modii cando-o i sicamente 
para aumentar a sua superfície de contato a i m de 
expô-lo às enzimas. Enquanto a deglutição e a per-
cepção dos sabores dependem da língua, a digestão 
depende da enzima amilase salivar (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
A boca comunica-se anteriormente com o meio 
externo e, posteriormente, com a parte oral da farin-
ge. As bochechas representam o seu limite lateral, o 
palato duro e mole representam o seu limite supe-
rior, e os músculos do assoalho da boca representam 
o seu limite inferior.
Figura 1 – Órgãos do sistema digestório (canal alimentar e órgãos anexos)
60 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
A boca é dividida em vestíbulo e cavidade oral. 
O vestíbulo é o espaço anterior que i ca entre os lá-
bios, as bochechas e os dentes. A cavidade oral é re-
presentada pelo restante da boca, ou seja, é o espaço 
onde a língua se aloja e onde as glândulas salivares 
lançam a saliva.
Bochechas
As bochechas são estruturalmente semelhantes aos 
lábios, pois são compostas por pele, músculo (buci-
nador) e mucosa, sendo, por isto, consideradas cutâ-
neo-músculo-mucosa. Entre o músculo bucinador e 
a mucosa existem várias pequenas glândulas bucais 
e acima dele existe tecido adiposo (corpo adiposo da 
bochecha), o qual é maior em crianças, recebendo o 
nome de bola de “Bichat” (FREITAS, 2004).
Figura 2 – Boca (vestíbulo e cavidade oral)
Lábios
Os lábios são compostos por músculo (orbicular da 
boca) e cobertos por pele (i na e sensível), sendo, por 
isto, considerados pregas músculo i brosas. São mui-
to irrigados, apresentam glândulas salivares labiais e 
embora os seus frênulos limitem parcialmente a sua 
mobilidade, são muito móveis a i m de permitir a 
mastigação e a fonação.
A junção dos lábios superior e inferior forma an-
teriormente uma fenda chamada rima da boca e, la-
teralmente, as comissuras labiais ou ângulos da boca 
(WATANABE, 2009).
Figura 3 – Bochecha
Palato
O palato se posiciona entre a cavidade nasal e a ca-
vidade oral (a sua face superior é voltada ao nariz 
e a sua face inferior é voltada à boca, onde apre-
senta várias glândulas palatinas). Anteriormente, 
a sua constituição é predominantemente óssea e 
imóvel, sendo chamada de palato duro. Posterior-
mente, a sua constituição é predominantemente 
muscular e com relativo movimento, sendo cha-
mada de palato mole.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 61
O palato duro é formado pelas maxilas e pelos 
ossos palatinos, os quais se unem por meio das su-
turas palatina mediana e palatina transversa. A sua 
coloração é rósea devido à vascularização menos ex-
pressiva do que a do palato mole (que é vermelho). 
A sua mucosa é intimamente aderida ao periósteo, 
podendo ser chamada de mucoperiósteo e apresen-
ta processos alveolares (onde os dentes da maxila se 
i xam) e importantes forames (pelos quais vasos e 
nervos passam).
O palato mole é constituído por músculos que 
atuam na deglutição elevando o palato para que 
o alimento não rel ua em direção à cavidade na-
sal. Em sua região mediana e posterior, se localiza 
a úvula palatina (conhecida como “campainha” ou 
“sininho”), lateralmente a qual se encontra a tonsila 
palatina (conhecida como “amídala” ou “amígdala”) 
(MADEIRA, 2001).
Istmo das fauces
O istmo das fauces é o espaço entre a úvula palatina, 
os arcos palatoglossos, o dorso da língua e a carti-
lagem epiglótica da laringe. Ele representa o limite 
posterior da boca (ou seja, onde esta acaba e onde 
começa a faringe) (MADEIRA, 2001).
Figura 4 – Palato duro e mole
Língua
A língua é um órgão importante para a mastigação e 
a deglutição, e atua como órgão gustativo e fonador. 
Localiza-se parcialmente na cavidade oral e parcial-
mente na faringe, mantendo-se presa à cartilagem 
epiglótica.
É muscular e revestida por mucosa. Os seus mús-
culos podem ser intrínsecos (os quais lhe dão forma) 
ou extrínsecos (os quais lhe permitem movimento). 
A sua mucosa apresenta receptores gustativos cha-
mados de papilas linguais (circunvaladas, folhadas, 
i liformes e fungiformes), as quais lhe dão um aspec-
to rugoso, além de serem relacionadas à percepção 
sensitiva da língua (inclusive dos sabores).
A extremidade anterior da língua é chamada de 
ápice, as suas regiões laterais são as margens laterais, 
a sua região inferior é a face inferior, e a sua face 
superior é chamada de dorso da língua. O dorso é 
Figura 5 – Istmo das fauces
62 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
marcado pelo sulco mediano, que a divide em me-
tades direita e esquerda. Além desse sulco, a língua 
apresenta o sulco terminal, que a divide em corpo 
da língua (anterior ao sulco) e raiz da língua (poste-
rior ao sulco). Ela apresenta um septo visível quando 
cortada transversalmente.
Embora apresente o frênulo da língua, a língua 
tem importante mobilidade necessária à mastigação 
e à fonação, e é bastante inervada (em relação a tato, 
dor, temperatura, pressão, propriocepção, gustação 
e em relação à sua capacidade contrátil) (MADEI-
RA, 2001).
Gengiva
A gengiva é constituída por tecido i broso e é cober-
ta por mucosa. A gengiva livre é vermelha e a aderi-
da é rósea (MADEIRA, 2001).
Figura 6 – Língua
Figura 7 – Gengiva
Dentes
Os dentes i cam implantados em cavidades (cha-
madas alvéolos dentais) da maxila e da mandíbula. 
São rígidos, esbranquiçados, muito vascularizados e 
inervados. Apresentam três partes: raiz (implantada 
no alvéolo), coroa (parte mais evidente) e colo (re-
gião entre a raiz e a coroa, circundada pela gengiva).
Enquanto a criança apresenta 20 dentes (oito 
incisivos, quatro caninos e oito molares), o adulto 
apresenta 32 (oito incisivos, quatro caninos, oito 
pré-molares e 12 molares). A substituição da denti-
ção primária (da criança) pela dentição permanente 
(do adulto) começa a partir dos seis ou sete anos e 
pode durar até os 25 anos de idade.
Eles servem para triturar os alimentos, dei-
xando-os acessíveis às enzimas digestivas. Para 
tanto, cada dente tem uma função especíi ca na 
mecânica da mastigação. Enquanto os incisi-
vos cortam o alimento e os caninos o rasgam, os 
pré-molares e os molares fazem a sua trituração 
(MADEIRA et al., 2014).
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 63
Assoalho da boca
O assoalho da boca é constituído, principalmente, 
por músculos como o platisma e os supra-hióideos 
e representa o limite inferior da boca (MADEIRA, 
2001).
Anel linfático
É um conjunto de tonsilas (palatinas, linguais, fa-
ríngeas e tubárias) localizado na parte posterior 
da cavidade oral e na parte oral da faringe. Ele di-
minui a contaminação dos alimentos ingeridos a 
partir da produção de células imunológicas (MA-
DEIRA, 2001).
Figura 8 – Dentes
FARINGE
A faringe é uma estrutura músculo-membranácea lo-
calizada posteriormente à cavidade nasal, à cavidade 
oral e à laringe. Ela se inicia na base do crânio e termi-
na ao nível da sexta vértebra cervical. Apresenta, em 
sua constituição, músculos estriados esqueléticos (re-
lacionados aos movimentos peristálticos) e mucosa.
Ela se associa tanto ao sistema respiratório quanto 
ao digestório, atuando como um canal comum à pas-
sagem do ar e do alimento. Assim, apresenta três par-
tes sem limites precisos entre si: parte nasal, oral e la-
ríngea da faringe. Enquanto a parte nasal tem função 
respiratória, a oral tem função digestória, e a laríngea, 
função respiratória e dá continuidade ao esôfago.
Na parte nasal da faringe existe um importante 
acidente anatômico chamado óstio faríngeo da tuba 
auditiva, o qual marca a desembocadura desta(ou 
seja, a tuba auditiva comunica a parte nasal da faringe 
com a cavidade timpânica da orelha média). Esta co-
municação permite quea pressão dentro da cavidade 
timpânica e a do ar externo se igualem, permite que 
muco e perilinfa dos canais semicirculares sejam dre-
nados, mas possibilita também que uma infecção da 
faringe se propague à orelha média (DI DIO, 2002).
Figura 9 – Anel linfático Figura 10 – Faringe
64 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESTÔMAGO
O estômago é uma dilatação do canal alimentar que 
segue o esôfago e dá continuidade ao intestino. Lo-
calizado abaixo do músculo diafragma, com a sua 
maior porção à esquerda do plano mediano, a sua 
principal função é realizar a digestão química (por 
meio de enzimas) e mecânica (por meio de movi-
mentos circulares e peristálticos) dos alimentos. 
Além disso, ele pode atuar como um reservatório 
para até três litros de alimento e é capaz de absorver 
algumas substâncias.
Internamente, o estômago apresenta pregas gás-
tricas que se distendem ao receber o alimento. A sua 
forma e posição podem variar com a idade, com o 
tipo constitucional e a posição do indivíduo, com a 
alimentação e o estado isiológico do órgão.
ESÔFAGO
O esôfago é um tubo ibromuscular que dá continu-
ação à faringe e desemboca no estômago. Assim, ele 
atravessa o músculo diafragma (pelo hiato esofági-
co) e apresenta uma parte cervical, uma parte torá-
cica e uma parte abdominal.
Com 25 cm de comprimento e 2 cm de diâme-
tro, ele não apresenta função digestiva, produzin-
do apenas muco para garantir que o bolo alimentar 
passe por meio de suas contrações (movimentos 
peristálticos, peristaltismo ou peristalse), inde-
pendentemente da ação da gravidade (MOORE et 
al., 2014).
Você já ouviu falar de reluxo gastroesofágico?
O texto que segue é parte do artigo intitu-
lado “Doença do reluxo gastroesofágico: 
uma afecção crônica”, do autor Ethel Zim-
berg Chehter, disponível na revista Arquivos 
Médicos do ABC, de 2004. 
“A doença do reluxo gastroesofágico 
(DRGE) pode ser deinida como uma afecção 
crônica decorrente do reluxo retrógrado de 
parte do conteúdo gastroduodenal para o 
esôfago ou órgãos adjacentes a ele, acar-
retando um espectro variável de sintomas 
e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofa-
gianos, associados ou não a lesões teci-
duais”. Para saber mais, acesse: <https://
www.portalnepas.org.br/amabc/article/
view/313/294>. 
Fonte: adaptado de Chehter (2004, p. 12).
SAIBA MAIS
Figura 11 – Esôfago
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 65
A sua comunicação com o esôfago se dá por 
meio da parte cárdia. O seu fundo é superior e 
acima da junção com o esôfago. O seu corpo é a 
maior parte do órgão. A parte pilórica é a sua por-
ção terminal que, por sua vez, se comunica com o 
duodeno. Apresenta face anterior e posterior, uni-
das pelas curvatura gástrica maior (à esquerda) e 
menor (à direita).
Tanto na parte cárdica quanto no piloro existem 
orifícios chamados óstio cárdico e óstio pilórico, 
onde feixes musculares se condensam, permitindo 
um mecanismo de abertura e fechamento que regula 
o trânsito do bolo alimentar. Normalmente, o piloro 
só se abre para o quimo passar quando o duodeno 
está vazio e pronto para digerir mais conteúdo gás-
trico (DI DIO, 2002).
INTESTINOS
Intestino delgado
Em relação ao intestino grosso, o intestino delgado 
tem menor calibre e é mais longo (mede de 4 a 6 me-
tros de comprimento). Ele se estende do piloro ao 
ceco, e é subdividido em três segmentos: duodeno, 
jejuno e íleo.
Ele age sobre o alimento de maneira mecânica 
(misturando e propulsionando o quimo por meio 
de movimentos peristálticos) e de maneira química 
(por meio de enzimas). Assim, embora represente o 
principal local de absorção dos alimentos, ele tam-
bém participa da digestão.
No intestino, agem secreções do próprio intesti-
no (suco entérico), do pâncreas (suco pancreático) 
e do fígado (bile) sobre o quimo, formando o quilo 
na fase inal da digestão (quando substâncias podem 
ser absorvidas). Para tanto, desembocam no duode-
no os ductos do fígado e do pâncreas.
O duodeno mede 25 cm de comprimento e é a 
primeira porção do intestino delgado. Ele começa 
no óstio pilórico, termina na lexura duodeno-je-
junal e mantém íntimo contato com a cabeça do Figura 12 – Estômago
Você sabia que o estômago pode dilatar se 
a quantidade de alimentos ingeridos for ex-
cessiva? Você sabia que o estômago pode 
regredir de tamanho se uma reeducação ali-
mentar for feita?
A melhor maneira de evitar uma dilatação 
gástrica é estar sempre atento à quantidade 
de alimentos ingeridos e manter uma dieta 
balanceada e na quantidade ideal para o seu 
nível de atividade física e biótipo.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
66 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
É subdividido em ceco, colo ascendente, colo 
transverso, colo descendente, colo sigmoide, reto e 
canal anal. Do ceco destaca-se o apêndice vermifor-
me, um prolongamento cilindroide alongado com 
cerca de 6 a 10 cm de comprimento, formado no 
ponto de encontro das tênias. O apêndice é rico em 
folículos linfáticos.
O reto tem 15 cm de comprimento e possui uma 
parte dilatada (ampola do reto) que armazena tem-
porariamente as fezes. O canal anal é uma parte es-
treita que se abre para o meio externo por meio do 
ânus (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
pâncreas. O jejuno mede 2,5 metros, e o íleo, 3,5 
metros. Não há nítida divisão anatômica entre 
estas duas porções, podendo, assim, serem cha-
madas, em conjunto, de jejuno-íleo (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
Intestino grosso
O intestino grosso mede 1,5 metros de comprimen-
to e difere-se do intestino delgado por apresentar 
faixas de músculo liso longitudinal (tênias do colo), 
gordura na serosa (apêndices omentais do colo) e 
dilatações limitadas por sulcos transversais (sacula-
ções do colo).
Ele ica ao redor do intestino delgado e repre-
senta a porção terminal do canal alimentar, respon-
sável pela absorção de água e eletrólitos do quilo, 
determinando, assim, a consistência do bolo fecal. 
Ademais, atua na formação, transporte e expulsão 
das fezes.
Figura 13 – Intestino delgado e grosso
Você sabia que apendicite é grave e trata-se 
da inlamação do apêndice vermiforme? Os 
sintomas associados a esta condição clíni-
ca são vários e, se ela não for prontamente 
tratada, pode ocasionar a morte. Para saber 
mais, acesse: <https://www.tuasaude.com/
apendicite/acesso>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL
As cavidades abdominal e pélvica, bem como as 
vísceras nelas localizadas são revestidas por uma 
membrana serosa transparente e brilhante chamada 
peritônio. Ele é formado por duas lâminas contínu-
as, o peritônio visceral (que envolve as vísceras) e 
o peritônio parietal (que reveste as paredes dessas 
cavidades). Entre essas lâminas existe a cavidade pe-
ritoneal, a qual contém uma pequena quantidade de 
líquido peritoneal.
Alguns órgãos (como rins e pâncreas) se posi-
cionam atrás do peritônio (são retroperitoneais) e, 
por isto, icam aderidos à parede posterior do abdo-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 67
me (são ixos). Outros se destacam da parede abdo-
minal e são acompanhados pelo peritônio de modo 
que, entre eles e a parede do abdome, se forma uma 
lâmina peritoneal chamada mesentério, meso ou li-
gamento. Às vezes, essas pregas se estendem entre 
dois órgãos por uma lâmina do peritônio chamada 
omento (o omento maior sai do estômago, recobre 
os intestinos e se ixa ao colo transverso do intestino 
grosso; o omento menor vai do estômago ao fígado). 
Alguns órgãos podem ser intraperitoneais (TOR-
TORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
ÓRGÃOS ANEXOS
Fígado
O fígado se localiza abaixo do diafragma e ica uni-
do à parede abdominal anterior, ao estômago e ao 
duodeno. Ele é considerado a maior glândula do 
corpo e, depois da pele, é considerado o maior ór-
gão, pesando 1,5 kg.
Este órgão atua no metabolismo de carboidrato, 
de gordura e de proteína. Além disso, armazena gli-
cogênio, sintetiza vários compostos orgânicos, meta-
boliza e excretasubstâncias tóxicas (medicamentos e 
alimentos, por exemplo), participa dos mecanismos 
de defesa do corpo e secreta a bile.
A bile é um líquido produzido pelo fígado e ar-
mazenado na vesícula biliar. De cor esverdeada e 
de gosto amargo, tem ação detergente sobre gor-
duras e favorece a absorção de ácidos e vitaminas 
lipossolúveis (sem bile, cerca de 40% da gordura se-
ria excretada pelas fezes, assim como as vitaminas 
A, D, E e K).
O fígado apresenta uma face diafragmática (que 
mantém contato com o músculo diafragma) e uma 
face visceral (que mantém contato com as vísceras Figura 14 – Peritônio e cavidade peritoneal
Você sabia que os alimentos que ingerimos 
podem melhorar ou atrapalhar os nossos mo-
vimentos peristálticos? Além disso, você sabia 
que os exercícios físicos estimulam muito a 
nossa peristalse? Pois é! Vale a pena estar in-
formado(a) para garantir uma dieta adequada 
e um bom padrão de funcionamento intes-
tinal. Para saber mais, acesse: <http://www.
revistapenseleve.com.br/nutricao-destaque/
alimentos-estimulam-o-intestino>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
68 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Glândulas salivares
As glândulas salivares produzem e liberam saliva na 
cavidade oral. A saliva é um líquido viscoso, transpa-
rente, insípido e inodoro que desempenha diversas 
funções como prevenção de cáries, lubriicação do 
bolo alimentar, facilitação de seu transporte e digestão 
do amido. Além disso, mantém a cavidade oral limpa 
e com pH adequado, permite a percepção dos sabores 
e possibilita a excreção de algumas substâncias. 
Glândulas salivares menores localizam-se nas 
bochechas, nos lábios, no palato e na mucosa da 
língua. Glândulas salivares maiores incluem as pa-
rótidas, as submandibulares e as sublinguais. A pa-
rótida ica na porção lateral da face e apresenta o 
ducto parotídeo, que perfura a bochecha e se abre 
na boca. Ela pode ser infectada por vírus, causando 
parotidite (caxumba). A submandibular ica abaixo 
da mandíbula e o seu ducto submandibular se abre 
na boca abaixo da língua. A sublingual é a menor e a 
mais profunda delas, apresentando vários pequenos 
ductos, os quais se abrem no assoalho da boca (MA-
DEIRA, 2001).
Pâncreas
O pâncreas localiza-se atrás do estômago e se divide 
em cabeça (extremidade dilatada à direita), colo (en-
tre a cabeça e o corpo), corpo (em posição transver-
sal) e cauda (extremidade ailada à esquerda).
Este órgão é considerado uma glândula mista, pois 
secreta insulina e glucagon de maneira endócrina (no 
sangue) e suco pancreático de maneira exócrina (no 
duodeno para auxiliar a digestão) (FREITAS, 2004).
Figura 16 – Pâncreas Figura 17 – Glândulas salivares
Figura 15 – Fígado
abdominais). Ele divide-se em dois lobos anatômi-
cos (direito e esquerdo) e dois lobos acessórios (qua-
drado e caudado) (WATANABE, 2009).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 69
70 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
O sistema endócrino será abordado nesta unidade 
apresentando as suas generalidades, as principais 
glândulas e os seus hormônios, assim como as prin-
cipais disfunções advindas de seu mau funciona-
mento. Também será realizada uma correlação entre 
o seu funcionamento e a prática de exercícios físicos.
GENERALIDADES
Os hormônios são essenciais ao funcionamento do 
corpo, e se as suas concentrações estiverem altera-
das, disfunções severas podem aparecer. Para que 
isto seja evitado, o sistema endócrino apresenta vá-
rias glândulas macroscópicas, as quais não possuem 
Sistema Endócrino
canais excretores, mas lançam os seus produtos 
(hormônios) na corrente sanguínea, fazendo com 
que eles sejam distribuídos ao corpo todo para agir 
em células-alvo de vários órgãos. Estas glândulas 
de secreção interna diferem das glândulas exócri-
nas, uma vez que estas últimas secretam para fora 
da corrente sanguínea (como as glândulas lacrimais, 
salivares, sudoríparas, sebáceas e mamárias).
O sistema endócrino apresenta como principais 
glândulas a hipói se, a tireoide, as paratireoides, as 
suprarrenais, a pineal e as porções endócrinas do 
pâncreas e das gônadas. Todavia alguns órgãos po-
dem apresentar função endócrina, como é o caso da 
placenta, do timo, do coração, dos rins, do duodeno 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 71
etc. Ademais, existem várias glândulas endócrinas 
microscópicas representadas por células secretoras 
de hormônios que icam isoladas ou organizadas 
em pequenos agregados, os quais se distribuem pelo 
corpo, como na mucosa do trato gastrointestinal.
Alguns hormônios são esteroides derivados do 
colesterol, alguns são proteicos e outros são derivados 
de aminoácidos. Eles podem agir na célula de várias 
maneiras. Por exemplo, modiicando a permeabilida-
de da membrana, agindo sobre segundos mensagei-
ros, inluenciando o material genético, agindo sobre 
enzimas etc. (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
PRINCIPAIS GLÂNDULAS E OS SEUS HOR-
MÔNIOS
Glândula hipóise
A glândula hipóise ica alojada na fossa hipoisial 
do osso esfenoide e está ligada ao hipotálamo, de 
forma que existe uma íntima relação entre o sistema 
endócrino e o sistema nervoso.
Esta pequena glândula (com cerca de 1 cm de di-
âmetro e 1 g de peso) pode ser dividida em lobo an-
terior (adeno-hipóise) e lobo posterior (neuro-hi-
póise). Os hormônios da adeno-hipóise incluem 
o hormônio de crescimento (popularmente conhe-
cido como GH), a corticotropina, a tireotropina, a 
prolactina, o hormônio folículo estimulante e o hor-
mônio luteinizante. Os hormônios da neuro-hipói-
se incluem o hormônio antidiurético e a ocitocina.
O hormônio de crescimento inluencia a sínte-
se de proteína e causa multiplicação e diferenciação 
celular. A corticotropina e a tireotropina controlam, 
respectivamente, a secreção de hormônios do cór-
tex da glândula suprarrenal e da glândula tireoide. 
A prolactina desenvolve as glândulas mamárias e es-
timula a produção do leite, e os hormônios folículo 
estimulante e luteinizante controlam o crescimento 
das gônadas e as suas atividades reprodutivas. Por 
im, enquanto a ocitocina ajuda na liberação de leite 
pelas glândulas mamárias e no trabalho de parto, o 
hormônio antidiurético (ou vasopressina) regula a 
excreção de água pelo corpo.
Devido à atuação abrangente de seus hormô-
nios, a disfunção da glândula hipóise pode causar 
severos prejuízos (como no caso de hiper ou hipo-
tireoidismo) e ser tão severa a ponto de ocasionar 
óbito. Além disso, os seus hormônios são determi-
nantes para a boa prática de exercícios físicos, pois 
estão relacionados ao metabolismo e à homeostasia 
corpórea (MOORE et al., 2014).Figura 18 - Visão geral do sistema endócrino
72 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 19 - Glândula hipóise
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 73
Glândula tireoide
A glândula tireoide está localizada na região ante-
rior do pescoço, próximo à traqueia. Ela sintetiza os 
hormônios calcitonina, tiroxina (T
4
) e triiodotironi-
na (T
3
) usando o iodo como substrato. A calcitonina 
reduz os níveis de cálcio e fosfato no sangue, e os 
hormônios T
3
 e T
4
 aceleram o metabolismo de car-
boidratos, estimulam a síntese de proteínas e a de-
gradação de gorduras, aumentam o metabolismo da 
água, de sais minerais e de vitaminas.
Quando T
3
 e T
4
 são secretados de modo ex-
cessivo, ocorre uma doença chamada hipertireoi-
dismo. Neste caso, há perda de nitrogênio pela 
urina, redução do colesterol circulante, agitação 
psicomotora, perda de peso corporal, insônia, 
instabilidade afetiva, tremor nas mãos, taquilalia 
(fala rápida), taquicardia, palpitação, hipertensão 
arterial, dispneia, hiperfagia, fraqueza muscular e 
osteoporose.
Ao contrário, a falta desses hormônios causa 
hipotireoidismo. Neste caso, ocorre aumento do co-
lesterol circulante, desaceleração do metabolismo 
corpóreo, cansaço, alterações menstruais e deici-
ência cardíaca. Adicionalmente, crianças com hipo-
tireoidismo têm atraso na maturaçãodo esqueleto, 
podem desenvolver nanismo, hipotonia muscular 
e deiciência mental, uma vez que os hormônios 
tireoidianos são fundamentais para o crescimento 
e o desenvolvimento físico e mental. Em conjunto, 
estes sinais caracterizam uma doença conhecida 
como cretinismo, a qual pode se dar por ausência 
congênita da glândula, por defeito genético em sua 
função ou por falta de iodo na dieta. Por isto, Mi-
randa Neto e Chopard (2014) airmam que gestan-
tes devem ingerir iodo diariamente na quantidade 
mínima necessária (em torno de 100 microgramas 
de iodo/dia).
Glândula pineal
A pequena glândula pineal (com cerca de 150 mg de 
peso) está localizada no epitálamo. Seu nome se deve 
ao seu formato de uma pequena pinha, e o hormônio 
que ela produz é a melatonina. Este hormônio está 
relacionado ao ciclo de sono e vigília, atuando nos 
relógios circadianos (que ocorrem durante o dia). 
Por isto, a sua disfunção pode causar, por exemplo, 
alteração do ciclo sono-vigília. Adicionalmente, vale 
destacar que a melatonina tem relação direta com o 
exercício físico e com o repouso após a sua prática.
A sincronização do ciclo sono-vigília depende da 
intensidade da luz do ambiente. Variações nos níveis 
de luz são detectadas por receptores localizados na 
retina dos quais partem neurônios que chegam ao 
hipotálamo. De maneira geral, a ativação dos fotor-
receptores da retina reduz a produção de melatonina 
e causa o despertar. Ao contrário, a ausência de luz 
e a consequente redução de ativação desses fotorre-
ceptores fazem com que a glândula pineal aumente a 
síntese e a liberação de melatonina na corrente san-
guínea, causando sono (a sua síntese atinge o nível 
máximo entre 2 e 4 horas da manhã) (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 20 - Glândula pineal
74 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Outro fato que merece destaque é que a ausência 
de iodo faz com que a glândula tireoide ique ede-
maciada (inchada), formando um “papo” na região 
anterior do pescoço (esta condição é chamada de 
bócio). Tal fato ocorre com maior incidência em lo-
cais onde o solo é pobre em iodo (em locais longe do 
mar, por exemplo).
Desde 1955 iniciaram-se programas de adição 
de iodo no sal de cozinha no Brasil por recomenda-
ção da Organização Mundial de Saúde (OMS). No 
entanto iodo em excesso pode causar hipertireoidis-
mo induzido por iodo (principalmente em idosos) e 
a elevação do número de pessoas com doenças au-
toimunes da glândula tireoide (WATANABE, 2000).
Figura 21 - Glândula tireoide
Glândulas paratireoides
As glândulas paratireoides localizam-se na face pos-
terior da glândula tireoide e têm a função de produzir 
o hormônio paratireoidiano (PTH) ou paratormô-
nio. Desta forma, estas quatro pequenas glândulas 
atuam no controle dos níveis dos íons cálcio e fósforo 
do corpo. A glândula hipóise controla tal secreção 
conforme a concentração de cálcio nos luidos cor-
porais (a diminuição dessa concentração aumenta a 
secreção de PTH, e o contrário é verdadeiro).
Quando o PTH é liberado, ele ativa os osteoclas-
tos, os quais retiram cálcio dos ossos aumentando a 
sua concentração no plasma sanguíneo e diminuin-
do a sua excreção na urina. Além disso, a síntese de 
vitamina D pelos rins é aumentada, melhorando a 
absorção de cálcio no trato gastrointestinal.
Enquanto o PTH retira cálcio dos ossos aumen-
tando a sua concentração no plasma, a calcitonia age 
antagonicamente levando cálcio do plasma para os 
ossos. Assim, o hiperparatireoidismo faz com que 
haja excesso de PTH no sangue, causando descalci-
icação óssea, fraturas, deformidades, osteroporose e 
calciicação de tecidos moles. Ao contrário, a deici-
ência de PTH diminui o cálcio do sangue e aumenta 
a excitabilidade do sistema nervoso, causando câim-
bras e espasmos (MOORE et al., 2014).
Figura 22 - Glândulas paratireoides
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 75
Glândulas suprarrenais
As glândulas suprarrenais recebem este nome por-
que se localizam acima dos rins. São revestidas por 
uma cápsula de tecido conjuntivo e gordura, e pas-
sam posteriormente ao peritônio.
Têm forma piramidal e enquanto a sua parte 
central é chamada de medula, a sua parte periférica 
é chamada de córtex. A medula (20% da glândula) 
secreta epinefrina e noraepinefrina para ajudar o or-
ganismo a regular funções que lhe permitam adap-
tação a situações de emergência (como em casos de 
hemorragia, hipoglicemia, hipóxia, dor, exercícios 
intensos, medo e raiva).
O córtex, por sua vez, secreta mineralocorti-
coides, androgênios e glicocorticoides. Os mine-
ralocorticoides (como a aldosterona) controlam 
os eletrólitos (como sódio e potássio) dos líquidos 
extracelulares. Os androgênios são hormônios se-
xuais secretados em pequenas quantidades e que 
causam os mesmos efeitos da testosterona. Os 
glicocorticoides (como o cortisol e a cortisona) 
podem agir com ação anti-inlamatória e anties-
tressante. Todavia o estresse crônico eleva demais 
o nível de cortisol, predispondo disfunções como 
acúmulo de gordura na face e no pescoço, depres-
são imunológica e debilidade mental. Adicional-
mente, o aumento nos níveis de adrenalina e de 
cortisol pode gerar sobrecarga cardíaca e inibir o 
crescimento e a renovação dos tecidos (WATA-
NABE, 2000).
Figura 23 - Glândulas suprarrenais
76 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Gônadas
Os testículos e os ovários são, respectivamente, as 
gônadas dos sistemas genitais masculino e feminino. 
Tais órgãos, além de produzirem gametas, são tam-
bém responsáveis pela síntese de hormônios sexuais 
testosterona, estrógenos e progestinas (o estrógeno 
mais importante é o estradiol, e a progestina mais 
importante é a progesterona).
A testosterona é responsável pelas características 
sexuais secundárias masculinas, como a formação 
de pelos dispersos pelo corpo, o aumento da laringe, 
a espessura da pele e os desenvolvimentos ósseo e 
muscular. De igual modo, ela atua na formação do 
pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das glândulas 
seminais, dos ductos genitais masculinos e participa 
da descida dos testículos para a bolsa escrotal. A sua 
atuação é bastante importante na puberdade, pois 
aumenta o tamanho do pênis, da bolsa escrotal e dos 
testículos.
Os estrógenos (ou também conhecidos como 
estrogênios) são responsáveis pelo crescimento dos 
órgãos sexuais. Estimulam a síntese de colágeno e a 
renovação da pele, das mucosas e dos tecidos con-
juntivos de suporte. Têm a sua produção reduzida 
após a menopausa, fazendo com que a renovação 
dos tecidos e a síntese de colágeno sejam diminuí-
das. Assim, sinais de envelhecimento (como perda 
do vigor da pele, da massa muscular e óssea etc.) 
passam a ser facilmente identiicáveis. Ademais, fu-
mar diminui a produção estrogênica e, desta forma, 
antecipa, prolonga e agrava os sinais característicos 
da menopausa.
A progesterona prepara o útero para a implanta-
ção do blastocisto, estimula o desenvolvimento das 
mamas e aumenta a secreção mucosa das tubas ute-
rinas, ajudando na nutrição do ovo em desenvolvi-
mento (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Pâncreas
O pâncreas atua como uma glândula mista, uma vez 
que ele é responsável pela secreção de hormônios (in-
sulina e glucagon) e do suco pancreático (lançado como 
secreção exócrina no duodeno). Este órgão se localiza 
atrás do estômago, interposto ao baço e ao duodeno.
Enquanto as suas células alfa produzem gluca-
gon e as células beta produzem insulina, as células 
delta produzem uma substância chamada somatos-
tatina, que atua como um neurotransmissor inibitó-
rio da liberação dos dois hormônios anteriores.
A insulina é liberada em estado alimentado e a sua 
função é estimular o transporte de glicose do sangue 
para as células a im de que esta seja utilizada e arma-
zenada em forma de glicogênio. A glicose exceden-
te é convertida em gordura e armazenada no tecido 
adiposo. Adicionalmente, a insulinareduz o uso de 
gorduras e de proteínas e estimula a síntese proteica.
O glucagon age antagonicamente à insulina, 
uma vez que diminui a quebra da glicose, promove 
a hiperglicemia, estimula a degradação do glicogê-
nio hepático e a liberação de glicose para a corrente 
sanguínea (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 24 - Pâncreas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 77
Ao término desta unidade, você deverá ser capaz de 
associar as diversas glândulas do corpo aos hormô-
nios por elas produzidos. Lembre-se sempre de que 
o exercício físico é capaz de causar efeitos benéicos 
na produção hormonal.
Figura 25 - Ovários e testículos
Você quer saber como o cigarro pode modi-
icar a sua produção hormonal e antecipar a 
menopausa? Pois bem! Todos os proissionais 
da saúde deveriam saber disto em detalhes 
para ins de orientação e prevenção. Para 
tanto, sugiro que você leia o artigo intitulado 
“Tabagismo e antecipação da idade da me-
nopausa” dos autores José Mendes Aldrighi, 
Israel Nunes Alecrin, Paulo Rogério de Olivei 
e Henrique O. Shinomata, de em 2005. Para 
saber mais, acesse: <http://www.scielo.br/
pdf/ramb/v51n1/a20v51n1.pdf>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
78 
considerações inais
O sistema digestório está diretamente relacionado à manutenção da vida, pois 
dele depende a obtenção de energia para o metabolismo celular e, consequen-
temente, para todas as atividades do corpo (como crescimento, locomoção e re-
produção). Tal fato pode ser dito, pois, sem o adequado suprimento energético, 
atividades diárias como contração muscular, pensamento, aprendizado e diversas 
outras funções cognitivas não seriam possíveis.
Complementarmente, o sistema endócrino se encarrega de manter a home-
ostasia corpórea, uma vez que ele é responsável pela produção e liberação hor-
monal. Assim, o controle necessário à manutenção da vida é feito pelos sistemas 
nervoso e endócrino, os quais apresentam atuação conjunta e sincrônica, inluen-
ciando, desta forma, os outros sistemas.
Muitas doenças, no entanto, podem acometer esses sistemas e desregular o 
equilíbrio interno do corpo. Como exemplo podem ser citadas gastrite, esofagite, 
acalasia, doença de Crohn, colite ulcerativa, hiper e hipotireoidismo e muitas 
outras. A prevenção e o tratamento para tais males depende do pleno conheci-
mento morfológico e funcional desses. Por isso, o estudo anatômico é essencial 
aos proissionais da área da saúde.
Como várias dessas doenças podem ser evitadas por meio de uma vida isi-
camente ativa e pelo desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis (como a 
ingestão diária e adequada de líquidos e de alimentos pré e probióticos), o pro-
issional de Educação Física deve ter o conhecimento pleno desses sistemas. Por 
isso, o estudo pormenorizado deles e a sua integração com o restante do corpo 
é essencial. Além disso, o proissional de Educação Física comumente necessita 
responder a questionamentos referentes ao corpo humano e ao seu funciona-
mento, e, enquanto educador, pode contribuir para minimizar muitos distúrbios 
alimentares (como anorexia e bulimia) e realizar a detecção precoce de disfun-
ções endócrinas. Sendo assim, ótimo estudo para você!
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 79
1. O sistema digestório consta de um tubo de 10 a 
12 metros de comprimento, localizado adiante 
da coluna vertebral e aberto em suas duas ex-
tremidades. Em relação a este sistema, leia as 
airmações a seguir: 
I - O fígado produz a bile e a vesícula biliar a 
armazena.
II - A bile é produzida pela vesícula biliar e é 
armazenada no fígado.
III - São órgãos supradiafragmáticos do siste-
ma digestório: boca, faringe, laringe, esô-
fago e glândulas salivares.
IV - São órgãos anexos do sistema digestório: 
baço, fígado e glândulas salivares.
V - São órgãos anexos do sistema digestório: 
pâncreas, fígado e glândulas salivares.
É correto o que se airma em: 
a) I e IV, apenas.
b) I e V, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II e V, apenas.
2. Considerando que existem órgãos do sistema 
digestório acima e abaixo do músculo diafragma, 
assinale a alternativa que corresponde apenas 
aos órgãos infradiafragmáticos desse sistema:
a) Esôfago (parte cervical, torácica e abdomi-
nal), estômago, intestino delgado, intesti-
no grosso, fígado e pâncreas. 
b) Esôfago (parte torácica e abdominal), estô-
mago, intestino delgado, intestino grosso, 
fígado e pâncreas.
c) Esôfago (parte abdominal), estômago, in-
testino delgado, intestino grosso, fígado e 
pâncreas.
d) Esôfago (parte abdominal), estômago, in-
testino delgado, intestino grosso, fígado, 
pâncreas e glândulas salivares.
e) Os órgãos infradiafragmáticos incluem to-
dos os órgãos do tubo digestório.
3. Imagine uma refeição contendo pão francês, 
hambúrguer de carne bovina e fatias de bacon. 
Analise as airmações a seguir e assinale aquela 
que contém a descrição dos locais onde ocorre-
rá a digestão de cada um destes alimentos:
a) A digestão do pão ocorrerá na faringe e no 
esôfago. A carne será digerida no estôma-
go. O bacon será digerido no duodeno.
b) O pão (constituído principalmente por 
proteína) será digerido no duodeno; a car-
ne bovina (constituída principalmente por 
carboidrato) será digerida no estômago; o 
bacon (constituído principalmente de gor-
dura) será digerido no duodeno.
c) O pão (constituído principalmente por 
carboidrato) será digerido na boca e no 
duodeno; a carne bovina (constituída prin-
cipalmente por proteína) será digerida no 
estômago; o bacon (constituído principal-
mente de gordura) será digerido na boca.
d) O pão (constituído principalmente por 
carboidrato) será digerido na boca e no 
duodeno; a carne bovina (constituída 
principalmente por proteína) será dige-
rida no estômago; o bacon (constituído 
principalmente de gordura) será digerido 
no duodeno.
e) A digestão da carne ocorrerá no esôfago. 
O pão será digerido no estômago. O ba-
con será digerido na faringe.
4. Imagine a seguinte situação hipotética: você re-
cebe em sua academia uma senhora de 65 anos 
de idade que, embora sempre tenha sido seden-
tária, te procurou porque está interessada em 
iniciar um programa de treinamento físico dire-
cionado. Em sua avaliação inicial, você constatou 
que ela encontra-se em menopausa desde os 45 
anos, que nunca fez terapia de reposição hor-
monal e apresenta várias alterações endócrinas. 
80 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
vez que ela já apresenta idade avançada, 
está na menopausa há 20 anos e nun-
ca fez reposição hormonal. Dentre tais 
hormônios, pode-se citar o hormônio de 
crescimento (GH), o luteinizante (LH), o fo-
lículo estimulante (FSH) e os androgênios 
(produzidos pela glândula suprarrenal). 
Tal diminuição se relaciona a disfunções, 
como aumento na pressão arterial, insô-
nia, diiculdade na coagulação sanguínea 
e instabilidade emocional. 
É correto o que se airma em: 
a) I e IV, apenas.
b) II e V, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) III e V, apenas.
e) IV e V, apenas.
5. As glândulas endócrinas são glândulas especia-
lizadas na secreção dos hormônios na corrente 
sanguínea, sendo as principais: pineal, hipóise, 
tireoide, paratireoide e suprarrenais. Há glându-
las mistas que possuem uma parte endócrina e 
outra exócrina, como o pâncreas e as gônadas, 
ou seja, os ovários e os testículos. Sobre esse sis-
tema, assinale a alternativa correta:
a) São hormônios da adeno-hipóise o hor-
mônio antidiurético (ADH) e a ocitocina.
b) São hormônios da glândula tireoide o pa-
ratormônio e a melatonina.
c) São hormônios da glândula suprarrenal o 
hormônio do crescimento e a prolactina.
d) A melatonina é produzida pela glândula 
pineal.
e) O hormônio do crescimento é produzido 
pela glândula tireoide.
Considere os seus estudos sobre o tema e anali-
se as proposições a seguir:
I - Se a senhora apresentar hipertireoidismo, 
a concentração de hormônio tireoidiano 
calcitonina poderá estar alta, predispon-
do a descalciicação óssea. Isto podeser 
dito considerando o fato de que esse hor-
mônio ativa os osteoclastos e aumenta a 
calcemia a im de manter a concentração 
isiológica de cálcio para os neurônios, o 
miocárdio e o diafragma. Consequente-
mente, é bastante provável que essa se-
nhora apresente ou venha a apresentar 
severa osteoporose.
II - Se essa senhora apresentasse disfunção 
das glândulas suprarrenais, seria possível 
que esta tivesse um aumento na dosagem 
do cortisol e da adrenalina. Neste caso, é 
certo que haveria contínua reabsorção 
óssea, uma vez que o hormônio cortico-
tróico (ACTH) produzido pela glândula 
hipóise estaria aumentado.
III - Se de fato essa senhora apresentasse dis-
função das glândulas suprarrenais, seria 
possível que esta tivesse sinais e sintomas 
relacionados ao sistema circulatório, uma 
vez que o excesso dos hormônios produ-
zidos por essas glândulas (como o cortisol 
e a adrenalina) poderiam causar sobrecar-
ga cardíaca e hipertensão arterial. Tal fato 
é preocupante se você prescrever para 
a senhora exercícios aeróbios, os quais 
tendem a aumentar o funcionamento do 
aparelho cardiorrespiratório.
IV - Se o paratormônio ou hormônio parati-
reoidiano (PTH) estiver aumentado, pode-
rá haver aumento da calcemia, da reab-
sorção óssea e dentária. Isto porque, em 
casos de hiperparatireoidismo, os osteo-
clastos são ativados.
V - É bem provável que alguns hormônios 
dessa senhora estejam em concentra-
ções abaixo dos níveis isiológicos, uma 
81
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o artigo indicado a seguir que trata da inl uência do 
exercício físico sobre o sistema endócrino.
INTRODUÇÃO
Todas as funções do corpo humano e dos vertebrados 
de uma maneira geral são permanentemente controla-
das em estado i siológico por dois grandes sistemas que 
atuam de forma integrada: o sistema nervoso e o siste-
ma hormonal (Guyton & Hall, 1997).
O sistema nervoso é responsável basicamente pela ob-
tenção de informações a partir do meio externo e pelo 
controle das atividades corporais, além de realizar a 
integração entre essas funções e o armazenamento de 
informações de memória. A resposta aos estímulos (ou 
informações provenientes do meio externo ou mesmo 
do meio interno) é controlada de três maneiras, a sa-
ber: 1) contração dos músculos esqueléticos de todo 
o corpo; 2) contração da musculatura lisa dos órgãos 
internos e 3) secreção de hormônios pelas glândulas 
exócrinas e endócrinas em todo o corpo (Berne & Levy, 
1996; Guyton & Hall, 1997).
Diferentemente dos músculos, que são os efetores i nais 
de cada ação determinada pelo sistema nervoso, os hor-
mônios funcionam como intermediários entre a elabo-
ração da resposta pelo sistema nervoso e a efetuação 
desta resposta pelo órgão-alvo. Por isso, considera-se o 
sistema hormonal o outro controlador das funções cor-
porais (Guyton & Hall, 1997; Wilson & Foster, 1988).
Para entendermos melhor o funcionamento desse sis-
tema e o conceito de órgão-alvo, torna-se importante 
o conhecimento do que é um hormônio. Um hormônio 
é uma substância química secretada por células espe-
cializadas ou glândulas endócrinas para o sangue, para 
o próprio órgão ou para a linfa em quantidades nor-
malmente pequenas e que provocam uma resposta 
i siológica típica em outras células especíi cas. Os hor-
mônios são reguladores i siológicos - eles aceleram ou 
diminuem a velocidade de reações e funções biológicas 
que acontecem mesmo na sua ausência, mas em ritmos 
diferentes, e essas mudanças de velocidades são funda-
mentais no funcionamento do corpo humano (Schotte-
lius & Schottelius, 1978).
Fonte: Canali e Kruel (2001).
82 
material complementar
To the Bone
Ano: 2017
Sinopse: uma jovem está lidando com um problema que afeta muitos outros no 
mundo, ou seja, a anorexia. Sem perspectivas de se livrar da doença e ter uma 
vida feliz e saudável, a moça passa os dias sem esperança. Porém, quando ela 
encontra um médico não convencional que a desai a a enfrentar a sua condição e 
a abraçar a vida, tudo pode mudar.
Comentário: é um i lme que todo proi ssional de Educação Física deveria assistir. 
Ele trata de uma das desordens mais agressivas que têm acometido muitos ado-
lescentes e jovens atualmente, os quais, inclusive, optam pela prática desenfreada 
e abusiva de exercícios físicos. Você deve assistir!
Indicação para Ler
 83
referências
ALDRIGHI, J. M.; ALECRIN, I. N.; OLIVEI, P. R.; SHINOMATA, H. O. Tabagis-
mo e antecipação da idade da menopausa. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 
51, n.1, p. 51-53, jan./fev. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/
v51n1/a20v51n1.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2018.
CANALI, E. S.; KRUEL, L. F. M. Respostas hormonais ao exercício. Rev. Paul. 
Educ. Fis., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 141-153, jul./dez. 2001. Disponível em: <ht-
tps://www.revistas.usp.br/rpef/article/viewFile/139895/135145>. Acesso em: 19 
nov. 2018.
CHEHTER, E. Z. Doença do reluxo gastroesofágico: uma afecção crônica. Ar-
quivos Médicos do ABC, Santo André, v. 29, n. 1, p. 12-18, 2004. Disponível 
em: <https://www.portalnepas.org.br/amabc/article/view/313/294>. Acesso em: 
19 nov. 2018. 
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. 
ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de anatomia sistêmica aplicada - princípios básicos e 
sistêmicos: esquelético, articular e muscular. 2. ed. v. 1. São Paulo: Atheneu, 2002.
FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MADEIRA, M. C. Anatomia da face: bases anátomo-funcionais para a prática 
odontológica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2001.
MADEIRA, M. C.; RIZZOLO, R. J. C.; CARIA, P. H. F.; CRUZ, R. S. M.; LEI-
TE, H. F.; OLIVEIRA, J. A. Anatomia do dente. 7. ed. rev. e ampl. São Paulo: 
Sarvier, 2014.
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem 
dinâmica. Maringá: Clichetec, 2014.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia 
orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, A. L. Princípios de anatomia 
e isiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WATANABE, L. Erhart: elementos de anatomia humana. 9. ed. São Paulo: 
Atheneu, 2000.
84 
gabarito
1. B.
2. C.
3. D.
4. C.
5. D.
UNIDADEUNIDADEIII
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Sistema urinário 
• Sistema genital masculino
• Sistema genital feminino
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes dos sistema urinário: rim, ureter, bexiga 
urinária e uretra. 
• Entender os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema genital masculino: testículos, 
epidídimos, ductos deferentes, glândulas seminais, 
ducto ejaculatório, próstata, pênis, uretra, glândulas 
bulbouretrais e bolsa escrotal.
• Abordar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema genital feminino: ovário, tuba 
uterina, útero, vagina, estruturas do pudendo feminino: 
monte do púbis, lábio maior do pudendo, lábio menor do 
pudendo, vestíbulo da vagina, bulbo do vestíbulo, óstio da 
vagina, glândula vestibular maior e glândulas vestibulares 
menores. Cavidade pélvica e peritônio, períneo e mamas.
APARELHO UROGENITAL
 unidade 
III
INTRODUÇÃO
O 
aparelho urogenital é constituído pelos sistemas urinário, genital mascu-
lino e genital feminino. Enquanto os sistemas genitais agem em conjunto 
para possibilitar a continuidade da vida humana, o sistema urinário ga-
rante a manutenção da homeostasia dos líquidos corpóreos.
O sistema urinário, por exemplo, garante que produtos residuais gerados pelo 
metabolismo corpóreo sejam eliminados para o meio externo evitando danos ce-
lulares como alterações de pH e mesmo morte celular. Ele é constituído pelos rins, 
ureteres, bexiga urinária euretra. Os rins são considerados órgãos uropoiéticos, pois 
produzem a urina a partir da iltragem do plasma. Os ureteres e a uretra são chama-
dos de órgãos urocondutores pelo fato de conduzirem a urina. Já a bexiga urinária é 
um órgão uroarmazenador, pois dela depende a estocagem da urina até o momento 
da micção ou diurese (ou seja, o ato de urinar).
Os sistemas genitais possuem estruturas anatômicas especíicas que podem ser 
agrupadas em órgãos gametógenos ou gônadas (os quais produzem gametas e hor-
mônios sexuais), órgãos gametóforos ou vias espermáticas (os quais permitem o 
deslocamento dos gametas), órgãos de cópula (os quais entram em contato duran-
te a cópula ou coito, ou seja, o ato sexual propriamente dito), estruturas eréteis (as 
quais aumentam de volume em decorrência da retenção de sangue e melhoram, 
assim, o acoplamento entre eles durante a cópula), glândulas anexas (as quais 
produzem secreções que facilitam o coito ou a progressão dos gametas nas vias 
genitais) e órgãos externos (os quais são visíveis à superfície do corpo). Além 
disso, apenas no sistema genital feminino há um órgão que abriga o novo ser 
em formação até que o período gestacional seja cumprido (o útero) .
O objetivo desta unidade é descrever os aspectos mais relevantes dos 
sistemas urinário e genitais, bem como apresentar as suas inter-relações 
e dependência com os outros sistemas do corpo. Não se esqueça que o 
proissional de Educação Física precisa ter conhecimento sobre esses sis-
temas, pois ele será solicitado a responder questões sobre o corpo hu-
mano. Assim, aproveite a oportunidade de entendê-los e bom estudo!
90 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Urinário
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 91
Caro(a) aluno(a), o sistema urinário será abordado 
nesta unidade de forma a oferecer a você uma vi-
são geral das funções desse tão importante sistema 
em relação ao corpo humano como um todo. Além 
disso, serão apresentados todos os seus componen-
tes anatômico e serão pontuados os seus principais 
aspectos funcionais.
FUNÇÕES
O aparelho urogenital é composto pelos sistemas 
urinário, genital masculino e genital feminino, os 
quais, apesar de apresentarem algumas semelhanças 
entre si, diferem bastante em relação às suas estru-
turas e funções.
O sistema urinário, ao contrário do que muitas 
pessoas pensam, não serve apenas para sintetizar 
urina. Ele é vital, pois a sua atuação está diretamente 
relacionada à manutenção da homeostasia corpórea 
(o que justii ca o grande número de pessoas em he-
modiálise e as intermináveis i las de transplante por 
conta de graves doenças renais).
O sistema urinário é considerado um sistema 
osmorregulador que controla a composição do 
sangue e dos líquidos intra e extracelular, moni-
torando não só a quantidade de água, mas tam-
bém de sais minerais, toxinas, excretas nitrogena-
das (ureia e ácido úrico, por exemplo), produtos 
da degradação da hemoglobina, ácido carbônico, 
metabólitos de hormônios etc. Para tanto, o sis-
tema urinário possibilita a excreção de algumas 
substâncias e a reabsorção de outras. Ademais, 
inl uencia o volume de sangue do corpo e, con-
sequentemente, a pressão arterial (TORTORA; 
DERRICKSON; WERNECK, 2010). Figura 1 – Órgãos do sistema urinário
92 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Em corte, o rim apresenta uma porção central es-
cura chamada medula renal e outra periférica mais 
clara chamada córtex renal. O córtex se projeta em 
direção à medula formando as colunas renais que, 
por sua vez, separam porções da medula chamadas 
pirâmides renais. As pirâmides se estreitam inferior-
mente originando as papilas renais, as quais apre-
sentam forames para lançar a urina nos cálices re-
nais menores (tais cálices se encaixam nas papilas à 
semelhança de uma taça, justiicando o seu nome). 
Os cálices renais menores se unem formando cálices 
renais maiores e estes se abrem na pelve renal.
Dentro de cada rim há cerca de 1 milhão de né-
frons, os quais servem para iltrar o sangue e formar a 
urina. Eles atuam como iltros, separando o que deve 
ser excretado ou reaproveitado pelo corpo. Esta es-
trutura microscópica tem a forma de um tubo sinuo-
so e é formada por diversas porções (glomérulo renal, 
cápsula glomerular, túbulo contorcido proximal, tú-
bulo reto, túbulo contorcido distal e ducto coletor). O 
ducto coletor recebe a urina formada e a encaminha 
ao ureter, possibilitando que os cerca de 1.500 ml de 
urina produzidos ao dia cheguem à bexiga urinária 
(TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Figura 2 – Rim
COMPONENTES
Rim
O rim é o principal órgão do sistema urinário, pois 
é ele que iltra o plasma sanguíneo e forma a urina 
(realiza a uropoiese). Além disso, é responsável pela 
síntese da forma ativa da vitamina D, de glicose em 
casos de jejum prolongado, de eritropoetina (gli-
coproteína que atua na medula óssea estimulando 
a produção de hemácias) e de renina (uma enzima 
produzida por ibras musculares das artérias quan-
do a pressão arterial cai).
De cor avermelhada, o rim é um órgão par que 
apresenta a forma de um grande feijão e se localiza 
na cavidade abdominal. Ele pesa de 125 a 170 g e 
apresenta cerca de 10 cm de comprimento, 2 de es-
pessura e 5 de largura. Todavia o rim esquerdo ten-
de a ser um pouco mais comprido e estreito do que 
o direito, que ica ligeiramente mais baixo devido à 
posição do fígado.
Por fora, ele é revestido por uma cápsula ibrosa 
de tecido conjuntivo e uma cápsula adiposa. Ambas 
auxiliam na proteção e na ixação do rim à cavidade 
abdominal. Todavia os rins podem se deslocar du-
rante os movimentos respiratórios e ao mudarmos a 
posição corpórea.
Apresentam uma face anterior e outra poste-
rior, uma margem medial e outra lateral e um polo 
superior e outro inferior. O polo superior é mais 
espesso, arredondado e próximo da linha media-
na. Na margem medial existe um issura chamada 
hilo renal por onde passam os vasos, os nervos e 
a pelve renal.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 93
Ureter
O ureter é um tubo muscular estreito e longo (de 
25 a 30 cm de comprimento) que apresenta ca-
pacidade contrátil (movimentos peristálticos). 
Como a sua função é conduzir a urina produzida 
no rim até a bexiga urinária, ele tem origem no 
hilo renal e deixa de existir ao desembocar na be-
xiga urinária.
Em seu trajeto do rim à bexiga, ele se justapõe 
às paredes abdominal e pélvica, passando atrás do 
peritônio. Assim, apresenta uma parte abdominal, 
uma parte pélvica e uma parte intramural (quando 
adentra a parede da bexiga urinária).
Os ureteres atravessam a parede muscular da 
bexiga urinária de maneira oblíqua, formando 
uma válvula unidirecional que impede o rel uxo da 
urina em direção ao ureter. Além disso, a pressão 
interna que o enchimento da bexiga causa e as suas 
contrações atuam como um esfíncter, impedindo, 
assim, tal rel uxo (WATANABE, 2000).
Os cálculos renais (“pedras nos rins”) podem se for-
mar nos cálices, na pelve, no ureter e até na bexiga 
urinária, obstruindo o l uxo de urina, provocando a 
contração dos músculos do ureter e desencadeando 
fortes dores e sangramento ao urinar (hematúria). 
Isto ocorre principalmente em pessoas que tenham 
predisposição genética e que ingerem pouca água, 
mas muita carne, leite, queijo, vitaminas C e D ou que 
tenham alteração na reabsorção de cálcio. Além dis-
so, podem desenvolver doenças como o hiperparati-
reoidismo, que obriga o repouso prolongado. O uso 
excessivo de antiácidos que tenham cálcio pode au-
mentar a incidência (DANGELO; FATTINI, 2011). Figura 4 – Ureter (suas partes)
Figura 3 – Néfron
94 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
URETRA
A uretra é um tubo muscular ímpar e mediano 
que conduz a urina até o meio externo. Este ór-
gão difere em relação aos sexos. Assim, enquanto 
a uretra feminina é curta (cerca de 4 cm) e desti-
na-se apenas à passagem de urina, a masculina é 
longa (cerca de20 cm) e destina-se à passagem de 
urina e de sêmen durante a ejaculação. Desta for-
ma, a uretra masculina pertence tanto ao sistema 
urinário quanto ao sistema genital masculino.
A uretra se abre para o meio externo por meio 
do óstio externo da uretra, um pequeno orifício 
que, na mulher, se localiza entre os lábios meno-
res do pudendo (próximo ao clitóris e ao óstio da 
vagina), e no homem, se localiza na região central 
da glande.
No homem, ela é sinuosa e dividida em quatro 
partes: uretra pré-prostática ou intramural, uretra 
prostática, uretra membranácea e uretra esponjosa. 
A uretra prostática é completamente circundada 
pela próstata, a qual nela lança a sua secreção. A 
uretra membranácea penetra a membrana do pe-
ríneo e termina ao entrar no pênis. As glândulas 
bulbouretrais pertencentes ao sistema genital mas-
culino se localizam próximas a esta parte da uretra. 
A uretra esponjosa é longa, envolta pelo corpo es-
ponjoso do pênis e nela as glândulas bulbouretrais 
se abrem (DI DIO, 2002).Figura 5 – Bexiga urinária
BEXIGA URINÁRIA
A bexiga urinária é um órgão ímpar que se loca-
liza na cavidade abdominal (no feto e no recém-
-nascido) ou na cavidade pélvica (após a puberda-
de). Ela é constituída por músculo liso capaz de se 
distender e possibilitar a sua função de armazena-
mento de urina (pode armazenar de 350 a 1.500 
ml de urina). Por isto é um órgão oco (MOORE 
et al., 2014).
A idade, o sexo e as fases de vacuidade (se está 
cheia ou vazia) podem inluenciar a sua forma, o seu 
tamanho e a sua relação com órgãos vizinhos. No adul-
to, por exemplo, quando vazia, ela ica achatada contra 
a sínise púbica e, quando cheia, ica ovóide e se salien-
ta na cavidade abdominal. No homem, ela localiza-se 
à frente do reto, e na mulher, o útero ica interposto 
entre essa bexiga urinária e o reto (FREITAS, 2004).
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 95
Você certamente já ouviu falar e se preocupou com o câncer de próstata. Mas você sabia que, no Brasil, 
esse câncer é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melano-
ma)? Para saber mais, acesse: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/
prostata/defi nicao>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
96 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Genital Masculino
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 97
do escroto. Esta migração obrigatoriamente deve se 
completar antes da puberdade para que a sua fun-
ção na produção de gametas possa ser viável. Isto 
porque a temperatura intra-abdominal (36 a 37 °C) 
é maior do que a ideal para a espermatogênese (que 
deve icar em torno de 35 °C). Inclusive, quando o 
testículo não migra para a bolsa escrotal (criptor-
quidia) é necessária uma intervenção cirúrgica. Vale 
lembrar que, além da função de produção contínua 
de gametas a partir da maturidade sexual, os testí-
culos também produzem hormônios sexuais como 
a testosterona.
Os testículos esquerdo e direito são separados 
por um septo de tecido conjuntivo (septo do es-
croto) visível externamente como uma espécie de 
“costura” mais escura no escroto (rafe do escroto). 
Esta região é extremamente inervada e, portanto, 
muito sensível.
Internamente, a superfície do testículo é re-
vestida por uma cápsula muito resistente de tecido 
conjuntivo (túnica albugínea) e por um saco seroso 
(túnica vaginal) que emite septos para o seu interior, 
dividindo-o em lóbulos. Nos lóbulos, os espermato-
zoides são formados e deles tais gametas saem em 
direção à cabeça do epidídimo.
Como o testículo ica externo à parede da pelve 
e os outros órgãos do sistema genital masculino es-
tão em seu interior, várias estruturas entram e saem 
da bolsa escrotal, formando o funículo espermático. 
Este funículo percorre o canal inguinal, uma espé-
cie de túnel através da parede do abdome, o qual 
pode apresentar hérnias inguinais. Dentre as estru-
turas que percorrem o canal inguinal, destacam-se 
as veias testiculares, as quais podem apresentar va-
rizes (varicocele), levando ao acúmulo de sangue no 
testículo e diminuindo a espermatogênese. Assim, 
Neste tópico, serão apresentadas as funções, a divi-
são e os componentes anatômicos do sistema genital 
masculino. Para cada componente, serão destacados 
a localização, as principais características morfoló-
gicas e os aspectos funcionais mais relevantes.
FUNÇÕES
O sistema genital masculino atua junto com o femi-
nino, possibilitando a manutenção do número de 
indivíduos da espécie humana. O masculino é res-
ponsável pela formação de gametas, pela passagem 
destes pelos genitais, pelo encontro deles (por meio 
da cópula) e pela produção de hormônios (especial-
mente a testosterona) que garantem as característi-
cas sexuais secundárias.
DIVISÃO
O sistema genital masculino apresenta órgãos ge-
nitais externos e internos. Os externos são visíveis 
à superfície do corpo e incluem pênis e escroto. Os 
internos não são visíveis à superfície do corpo e, na 
maioria da vezes, icam dentro da cavidade pélvica e 
incluem testículo, epidídimo, ducto deferente, glân-
dula seminal, ducto ejaculatório, próstata, uretra e 
glândula bulbouretral (MIRANDA NETO; CHO-
PARD, 2014).
COMPONENTES
Testículo
Os testículos são órgãos pares, de forma oval e acha-
tados no sentido látero-lateral. Eles se desenvolvem 
dentro do abdome (perto aos rins), mas à medida 
que a gestação da mãe avança, os testículos do bebê 
de sexo masculino descem e se posicionam dentro 
98 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ducto deferente
O ducto deferente é um órgão par, em forma de um 
longo tubo (tem cerca de 30 cm de comprimento), 
constituído de músculo liso e, portanto, capaz de se 
contrair, facilitando a expulsão dos espermatozoides 
no momento da ejaculação.
A sua função é permitir que os espermatozoi-
des amadurecidos passem da cauda do epidídimo 
à próstata, sendo considerado o canal excretor do 
testículo. Assim, ele se une aos ductos das glândulas 
seminais e penetra a próstata, originando o ducto 
ejaculatório (DANGELO; FATTINI, 2011).
dentro da bolsa escrotal não ica apenas o testículo, 
mas também o epidídimo, parte do ducto deferente 
e do funículo espermático (MOORE et al., 2014).
Figura 7 – Testículo
Epidídimo
O epidídimo é um órgão par que se estende da borda 
posterior do testículo até o ducto deferente. Apresen-
ta a forma de tubo enovelado e se divide em cabeça 
(região dilatada que ica na extremidade superior do 
testículo), cauda (parte inferior, contínua ao ducto 
deferente) e corpo (entre as outras duas partes). A 
sua função é armazenar temporariamente os esper-
matozoides e permitir a sua maturação (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 8 – Epidídimo
Figura 9 – Ducto deferente
A vasectomia é um procedimento cirúrgico 
que impede que os espermatozoides subam 
pelo ducto deferente e cheguem até o ducto 
ejaculatório. Desta forma, ocorre a esterili-
zação do homem, assim como a laqueadura 
na mulher.
É importante pontuar que após a realização 
da vasectomia, o homem ainda ejacula nor-
malmente, porém eliminando apenas líquido 
seminal, sendo os espermatozoides reabsor-
vidos. Para saber mais, acesse: <https://www.
tuasaude.com/vasectomia>.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 99
Glândula seminal
A glândula seminal tem por função (como o próprio 
nome sugere) secretar líquido seminal. Este líquido 
é espesso, alcalino, rico em nutrientes (frutose, prin-
cipalmente) e serve para nutrir os espermatozoides e 
ativar o movimento destes. Em termos de quantida-
de, ele equivale a cerca de 60% do conteúdo líquido 
eliminado durante a ejaculação.
Esta glândula par tem cerca de 5 cm de com-
primento e se localiza atrás da bexiga urinária, 
acima da próstata, sendo constituída por músculo 
liso e tecido conjuntivo i broso. Ela apresenta uma 
extremidade inferior estreita (ducto da glândula 
seminal), que se une ao ducto deferente forman-
do, assim, o ducto ejaculatóriodentro da próstata 
(WATANABE, 2000).
Por exemplo, ao nascimento, ela é pouco desenvolvi-
da; na puberdade, ela aumenta de tamanho e cresce 
até em torno dos 30 anos; após os 40 anos, ela dimi-
nui gradativamente.
A sua função é secretar líquido prostático para 
ativar o movimento dos espermatozoides e neutra-
lizar a acidez do líquido proveniente do ducto de-
ferente e da vagina. Este líquido representa cerca de 
30% do volume ejaculado e dá o odor característico 
do sêmen.
Este órgão é envolto por uma cápsula i brosa 
neurovascular e é constituído por músculo liso, teci-
do conjuntivo i broso e glândulas (apresenta de 30 a 
50 glândulas). Assim, o músculo liso e a cápsula que 
o reveste se contraem, forçando o líquido prostático 
em direção à parte prostática da uretra. Vale desta-
car que, como a uretra atravessa a próstata, a secre-
ção das glândulas prostáticas é lançada diretamente 
na porção prostática da uretra.
A próstata se localiza na pelve, abaixo da bexiga 
urinária, em posição mediana. Como ela i ca pró-
xima ao reto, pode ser apalpada por meio do toque 
retal a i m de diagnosticar hiperplasia de próstata 
(DI DIO, 2002).
Figura 10 – Glândula seminal
Próstata
A próstata é a maior glândula acessória do sistema 
genital masculino (tem aproximadamente 3 cm de 
comprimento, 4 de largura e 2 de profundidade). 
Todavia o seu tamanho varia de acordo com a idade. Figura 11 – Próstata
100 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Glândula bulbouretral
A glândula bulbouretral é um órgão par que se lo-
caliza à direita e à esquerda da uretra membranosa, 
junto ao bulbo do pênis. Embora seja bastante pe-
quena, essa glândula desempenha uma importante 
função, pois produz uma secreção mucosa e alca-
lina durante o período de excitação sexual (antes 
da ejaculação). Esta secreção, além de lubriicante, 
ajuda a neutralizar o pH da uretra e a eliminar resí-
duos de urina (TORTORA; DERRICKSON; WER-
NECK, 2010).
Ducto ejaculatório
O ducto ejaculatório tem aproximadamente 2 cm de 
comprimento (é o menor segmento das vias esper-
máticas). Este órgão ímpar se forma pela união do 
ducto da glândula seminal com o ducto deferente, 
atravessa a próstata e desemboca na parte prostática 
da uretra (FREITAS, 2004). 
Quando o homem é diagnosticado com câncer 
de próstata e necessita ser submetido a uma 
prostatectomia (tratamento convencional da 
doença que consiste na retirada do órgão), as 
chances de haver impotência sexual realmen-
te existem. Todavia quando o diagnóstico é 
precoce e a cirurgia é bem-sucedida, os riscos 
de disfunção erétil são bem menores. Desta 
forma, a prevenção é o melhor recurso. Para 
saber mais, acesse: <https://www.andrologia.
com.br/cancer-de-prostata-causa-impoten-
cia-sexual>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Figura 12 – Ducto ejaculatório
Figura 13 – Glândula bulbouretral
Uretra
A uretra masculina é um tubo sinuoso, mediano e 
longo (cerca de 20 cm de comprimento), constitu-
ído por tecido conjuntivo, músculo liso e mucosa. 
Apresenta uma parte pré-prostática (ou intramu-
ral), uma parte prostática, uma parte membranácea 
e uma parte esponjosa. No homem, esta estrutura 
anatômica é comum tanto ao sistema urinário quan-
to ao sistema genital masculino.
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 101
A uretra prostática se localiza na próstata e dela 
recebe secreção prostática e sêmen. A uretra mem-
branácea penetra a membrana do períneo e termina 
ao entrar no pênis. A uretra esponjosa começa na 
extremidade distal da uretra membranácea, termina 
no óstio externo da uretra, é longa e se localiza den-
tro do corpo esponjoso do pênis. Nela se abrem as 
glândulas bulbouretrais (MOORE et al., 2014).
O pênis apresenta três regiões principais. A raiz 
é a sua porção i xa, que representa onde esse órgão 
se origina. O corpo é a sua parte livre e móvel onde 
os corpos cavernosos e o corpo esponjoso estão. A 
glande é a sua extremidade distal dilatada onde o ós-
tio externo da uretra se abre.
A glande é coberta por uma pele i na (chama-
da prepúcio) que forma uma prega retrátil e cuja 
mobilidade é limitada pelo frênulo do prepúcio 
(localizado inferiormente). Nela existem glândulas 
prepuciais produtoras de esmegma (uma secreção 
sebácea de odor característico que lubrii ca a glan-
de). Se a abertura do prepúcio for estreita a ponto de 
impedir a exposição da glande (i mose), ocorre des-
conforto durante o coito e a higienização do pênis 
i ca comprometida. Tal fato é maléi co, pois devido 
à glande apresentar inúmeras glândulas sebáceas e 
prepuciais, as secreções podem se acumular, fazen-
do com que haja proliferação de microrganismos e, 
provavelmente, infecção (aparece odor desagradável 
e prurido/coceira) (WATANABE, 2000).
Figura 14 – Comparação entre as uretras masculina e feminina
Pênis
O pênis é um órgão ímpar cuja principal função é 
penetrar o sistema genital feminino (por meio da 
vagina) e assim permitir o coito para que os esper-
matozoides possam ter contato com os gametas fe-
mininos.
É constituído por três longas massas cilíndricas 
de tecido erétil (dois corpos cavernosos e um corpo 
esponjoso), os quais apresentam pequenos espaços 
onde o sangue i ca retido, possibilitando a ereção. 
Além desses corpos, o pênis também apresenta mui-
tos vasos sanguíneos e linfáticos, e é revestido por 
uma pele i na, sensível, elástica e lisa. Figura 15 – Pênis
102 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
EREÇÃO E EJACULAÇÃO
A ereção é caracterizada pelo enrijecimento do pê-
nis, o qual passa do estado de lacidez para o de ri-
gidez a im de possibilitar o coito. A ejaculação é a 
eliminação do sêmen (espermatozoides e líquido 
seminal) pelo óstio externo da uretra, o que ocorre 
habitualmente no momento do orgasmo ou durante 
o sono (polução noturna).
A ereção é desencadeada por estímulos físicos 
(com o toque, por exemplo) e estímulos psíquicos 
(por meio de um pensamento relacionado à sexu-
alidade). Isto porque tais estímulos geram uma res-
posta do sistema nervoso autônomo parassimpático 
que desencadeia a secreção de óxido nítrico (NO), 
o qual causa relaxamento dos músculos das artérias 
do pênis e, consequentemente, a vasodilatação. Tal 
fato faz com que o sangue lua rapidamente para o 
pênis, ocupando o tecido erétil de seus corpos caver-
nosos e esponjoso.
A ejaculação é desencadeada pelo sistema ner-
voso autônomo simpático, o qual causa a vasocons-
trição arterial e a redução do luxo de sangue para os 
corpos cavernosos, fazendo com que o pênis volte 
ao estado de lacidez.
O desempenho sexual pode ser afetado por pro-
blemas psicológicos, tensões emocionais e insuici-
ências vasculares (comum em idosos, diabéticos, 
hipertensos, sedentários e fumantes). O fumo se 
destaca por afetar diretamente a função erétil, uma 
vez que apresenta poderoso efeito vasoconstritor. 
Além disso, quando associado à predisposição ge-
nética, o fumo pode estar envolvido em várias do-
enças degenerativas da parede arterial (MOORE et 
al., 2014).
Escroto ou bolsa escrotal
O escroto é um órgão ímpar que se localiza inferior-
mente à sínise púbica, atrás do pênis, icando pen-
dente na região urogenital. Esta bolsa ibromuscular 
cutânea tem por função principal conter o testículo 
fora da cavidade pélvica, o que mantém a tempera-
tura ideal para a espermatogênese (35 ºC).
A pele do escroto é muito pigmentada, com pou-
cos pelos e muitas glândulas sebáceas e sudoríferas, 
cuja sudorese ajuda a eliminar o calor. Ela é marca-
da externamente por uma “costura” chamada rafe do 
escroto. Internamente, o septo do escroto o divide 
em dois compartimentos onde o testículo, o epidídi-
mo e a parte inferior do funículo espermático, bem 
como seus envoltórios, icam contidos.
Aderida à pele do escroto está a túnica dartos, 
formada por ibras musculares lisas fundamentais à 
termorregulação. A contração dessas ibras gera um 
aspecto enrugado na pele, ajudando os músculos 
cremásteresa manterem os testículos mais próxi-
mos do corpo a im de reduzir a perda de calor. Isto 
ocorre com o frio, por exemplo (MIRANDA NETO; 
CHOPARD, 2014).
Figura 16 – Bolsa escrotal
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 103
104 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Genital Feminino
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 105
De igual modo ao sistema genital masculino, o sis-
tema genital feminino será apresentado nesta aula 
com destaque para as suas funções gerais, a sua di-
visão e os seus componentes. Para cada estrutura 
anatômica que o forma, serão pontuados localização 
anatômica, principais características morfológicas e 
aspectos funcionais mais relevantes.
FUNÇÕES
O sistema genital feminino atua junto ao masculino, 
possibilitando a manutenção do número de indiví-
duos da espécie humana. O feminino é responsável 
pela formação de gametas, pela passagem destes 
pelos genitais, pelo encontro deles (por meio da có-
pula) e pela produção de hormônios (especialmente 
estrógeno e progesterona) que garantem as caracte-
rísticas sexuais secundárias. Complementarmente, o 
sistema genital feminino possibilita o período gesta-
cional e o trabalho de parto.
DIVISÃO
O sistema genital feminino apresenta órgãos genitais 
externos e internos. Os externos são visíveis à super-
fície do corpo e incluem as estruturas da vulva ou pu-
dendo feminino. Os internos não são visíveis à super-
fície do corpo, na maioria da vezes, icam dentro da 
cavidade pélvica e incluem ovário, tuba uterina, útero 
e vagina (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
COMPONENTES
Órgãos internos
Ovário
O ovário é um órgão alojado na fossa ovárica que 
mede cerca de 4 cm na vida adulta, embora tenda a 
diminuir de tamanho com o envelhecimento. Este 
órgão par e de forma oval apresenta consistência 
irme (inclusive, esta aumenta com a idade) e a sua 
função é produzir gametas femininos (ovócitos) e 
hormônios (estrógeno e progesterona) a partir da 
puberdade.
O ovário é envolto por uma cápsula de tecido 
conjuntivo chamada túnica albugínea. Nas mulheres 
pré-púberes, a sua superfície externa é lisa e rosada, 
porém as sucessivas ovulações lhe causam ibrose e 
distorções por cicatrizes, além de lhe conferir um 
aspecto branco/acinzentado e rugoso (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
Figura 17 – Ovário
Tuba uterina
A tuba uterina é um órgão tubular com cerca de 10 
cm de comprimento e uma luz bastante estreita. A 
sua extremidade medial se comunica com o útero e a 
sua extremidade lateral se comunica com a cavidade 
peritoneal.
Ela apresenta quatro partes principais: infundí-
bulo, ampola, istmo e parte uterina. O infundíbulo 
é a sua extremidade distal, alongada, justaposta ao 
ovário, móvel e com franjas (fímbrias). A ampola é 
a sua parte mais longa e larga, móvel e onde nor-
malmente a fecundação ocorre. Istmo é uma porção 
106 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
com a idade, com o estado gestacional e a vacuidade 
da bexiga e do reto.
Este órgão cavitário é eminentemente muscular 
e apresenta aproximadamente 7 cm de comprimen-
to, 5 de largura e 90 g de peso. Embora de dimen-
sões pequenas, ele pode aumentar o seu tamanho 
para abrigar o feto, inclusive gêmeos, trigêmeos etc. 
Assim, as suas principais funções são alojar o em-
brião para que este se desenvolva durante o período 
gestacional e, por meio de fortes contrações de suas 
paredes musculares, possibilite o parto natural ou 
normal (via vaginal).
O útero apresenta corpo (a sua parte principal, 
em cujo interior está a cavidade uterina) e colo (que 
inferiormente se projeta para a vagina). Estas partes 
são separadas pelo istmo do útero.
Perimétrio, miométrio e endométrio são as três 
camadas da parede do corpo do útero. Enquanto o 
perimétrio é externo, o miométrio forma a maior 
parte de sua parede (constituído de músculo liso), 
e o endométrio é sua camada mucosa interna que 
participa do ciclo menstrual. Mensalmente, o endo-
métrio se prepara para receber o zigoto, tornando-
-se espesso e rico em capilares. Se a fecundação não 
ocorrer, este espessamento se descama, fazendo com 
que o sangue seja eliminado pelo óstio da vagina 
(menstruação).
O útero e a vagina formam entre si um ângulo de 
cerca 90º, e ele se l ete anteriormente em relação ao 
seu próprio colo. Este posicionamento é importante 
para possibilitar o período gestacional sem inter-
corrências, e é mantido por ligamentos. Todavia o 
envelhecimento e a menopausa podem tornar esses 
ligamentos menos resistentes e mais l ácidos (devi-
do a menor produção de estrógeno e à redução na 
síntese de colágeno), fazendo com que haja prolapso 
uterino e/ou vesical (ou seja, útero e bexiga urinária 
estreita, de parede espessa e que penetra o útero. A 
parte uterina atravessa a parede do útero e se abre na 
cavidade uterina.
Internamente, a tuba apresenta pregas longitudi-
nais (pregas tubárias) que lhe dão um aspecto labi-
ríntico útil para a captação e o transporte do ovócito 
e do espermatozoide por meio de seu comprimento. 
Assim, a sua principal função é transportar os ovóci-
tos e os espermatozoides (FREITAS, 2004).
Figura 18 – Tuba uterina (externa e internamente)
A laqueadura é um procedimento voluntário 
de esterilização defi nitiva da mulher. Esta téc-
nica promove a obstrução das tubas uterinas, 
impedindo o processo de fecundação. Para 
saber mais, acesse: <https://minutosaudavel.
com.br/laqueadura-o-que-e-como-funciona-
-vantagens-e-desvantagens>. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Útero
O útero tem a forma de uma pera invertida, se lo-
caliza na pequena pelve (entre a bexiga urinária e o 
reto), onde é envolto pelo ligamento largo do útero. 
A sua forma, o seu tamanho e a sua posição variam 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 107
podem sair de suas posições e migrarem a favor da 
gravidade). Em alguns casos, cirurgias corretivas são 
necessárias (DI DIO, 2002).
Vagina
A vagina (cujo signiicado é “bainha”) é o órgão de 
cópula, pois a sua função é abrigar o pênis durante 
o coito. Adicionalmente, a vagina é um tubo muscu-
lomembranáceo que forma um canal de passagem 
para os produtos menstruais e representa a parte in-
ferior do canal de parto.
A vagina é um órgão interno, ímpar, mediano, 
que mede aproximadamente 8 cm de comprimento 
e cujas paredes normalmente icam colabadas (ade-
ridas). Localizada à frente do reto e atrás da bexiga 
urinária e da uretra, ela tem direção oblíqua para 
baixo e para frente e, por isto, a sua parede anterior 
é mais curta do que a posterior.
A sua comunicação com o meio externo ocorre 
por meio do óstio da vagina, e nas mulheres virgens, 
ele é parcialmente fechado pelo hímen. O hímen é 
uma ina membrana de tecido conjuntivo pouco vas-
cularizado, cuja ruptura não é dolorosa e nem provo-
ca hemorragia. Após a sua ruptura, permanecem pe-
quenos fragmentos chamados carúnculas himenais. 
Figura 19 – Útero e vagina
A vagina é constituída por uma túnica externa 
de tecido conjuntivo, uma média de músculo liso e, 
internamente, por uma mucosa. A camada mucosa 
é resistente, elástica, apresenta glândulas produto-
ras de muco e nela existem células que, sob a ação 
do estrógeno, sintetizam glicogênio e partículas de 
gorduras que são utilizados por lactobacilos da lora 
vaginal para a produção de ácido lático. Este ácido 
baixa o pH da vagina protegendo-a contra microrga-
nismos e paralisando os espermatozoides. Além dis-
so, na mucosa existem rugas vaginais que melhoram 
a adesão ao pênis durante o coito. Todavia tais rugas 
tendem a desaparecer com o envelhecimento e com 
a fraqueza do músculo liso que forma a sua camada 
média (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
ÓRGÃOS EXTERNOS
As estruturas anatômicas externas do sistema genital 
feminino recebem o nome de vulva ou pudendo femi-
nino. São elas: o monte do púbis, os lábios maiores e 
menores do pudendo, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e 
as glândulas vestibulares maiores e menores. Essas es-
truturas orientam o luxo da urina,evitam a entrada de 
material estranho no aparelho urogenital e atuam como 
tecido sensitivo e erétil para a excitação e a relação se-
xual (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Figura 20 – Vulva
108 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Clitóris e bulbo do vestíbulo
O clitóris e o bulbo do vestíbulo são formados por 
tecido especial capaz de se ingurgitar de sangue (ou 
seja, estas estruturas podem se dilatar, tornando-se 
eréteis) e, por isto, são considerados análogos aos 
corpos cavernosos do pênis. Tal ingurgitamento con-
fere à mulher uma sensação de edema ou peso na re-
gião pudenda durante o período de excitação sexual.
Em termos funcionais, o clitóris é uma estrutura 
sensível e ligada à excitabilidade sexual. Em termos 
constitucionais, ele apresenta duas extremidades 
(ramos do clitóris) que se unem formando o corpo 
do clitóris. Este, por sua vez, termina em uma dila-
tação conhecida como glande do clitóris (visível à 
frente dos lábios menores). 
O bulbo do vestíbulo, em termos funcionais, está 
relacionado à melhora do contato entre o pênis e a va-
gina durante o coito devido ao seu ingurgitamento de 
sangue e à sua consequente dilatação. Em termos cons-
titucionais, ele é formado por duas massas de tecido 
erétil, alongadas e dispostas como uma ferradura ao re-
dor do óstio da vagina (não é visível à superfície externa 
do corpo, pois é profundo e recoberto por músculos).
 Glândulas vestibulares maiores e menores
As glândulas vestibulares maiores são duas glându-
las profundas cujos ductos se abrem entre os lábios 
menores do pudendo. Elas produzem uma secreção 
mucosa que lubriica esta região e a parte inferior 
da vagina durante o período de excitação sexual e o 
coito (devido à sua compressão). 
As glândulas vestibulares menores apresentam-
-se em número variável, e os seus minúsculos ductos 
se abrem entre o óstio da uretra e o óstio da vagina. 
É importante enfatizar que as secreções das glându-
las vestibulares maiores e menores tornam as estru-
turas da vulva úmidas e propícias à penetração.
Monte do púbis
O monte do púbis é uma região anterior à sínise 
púbica, contínua à parede abdominal, constituída 
principalmente de tecido adiposo e de pelos es-
pessos. Os pelos se formam após a puberdade e a 
quantidade de tecido adiposo apresentada é signi-
icativamente maior na puberdade, tendendo a di-
minuir após a menopausa.
Lábio maior do pudendo
O lábio maior do pudendo é um prega cutânea alon-
gada no sentido ântero-posterior, cuja principal 
função é dar proteção indireta ao clitóris, ao óstio 
da uretra e ao óstio da vagina. Ele é constituído de 
tecido conjuntivo frouxo e músculo liso, e após a pu-
berdade, apresenta-se hiperpigmentado, com glân-
dulas sebáceas e pelos (exceto em sua face interna, 
que permanece sempre lisa e rosada).
Lábio menor do pudendo
O lábio menor do pudendo também é uma prega 
cutânea alongada no sentido ântero-posterior e 
que se posiciona medialmente aos lábios maiores 
do pudendo. Entre os lábios menores do pudendo 
direito e esquerdo (região chamada de vestíbulo da 
vagina) se localizam o óstio externo da uretra, o ós-
tio da vagina e os orifícios dos ductos das glândulas 
vestibulares.
Esses lábios são constituídos de tecido con-
juntivo esponjoso contendo tecido erétil, diversos 
vasos sanguíneos pequenos, glândulas sebáceas e 
terminações nervosas sensitivas. A sua pele é lisa, 
úmida e vermelha, e em crianças e idosas, tendem 
a ser mais volumosos do que os lábios maiores de-
vido a uma grande quantidade de tecido adiposo 
em sua estrutura.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 109
MAMAS
As mamas não pertencem ao sistema genital femi-
nino, e sim, ao sistema tegumentar (que estuda es-
truturas como pele e unha). Todavia as mamas se 
desenvolvem junto com os órgãos do sistema genital 
feminino, inluenciadas pelos hormônios sexuais 
femininos e tendo o seu desenvolvimento mais ex-
pressivo durante a puberdade.
Assim, as mamas são anexos de pele situados à 
frente dos músculos da região peitoral. São consti-
tuídas por glândulas mamárias, tecido conjuntivo 
(inclusive tecido adiposo) e pele. As suas glândulas 
são especializadas na produção de leite após a ges-
tação. O tecido conjuntivo dá sustentação à mama 
e o tecido adiposo está diretamente relacionado ao 
tamanho e à forma dela. A sua pele é ina e apre-
senta glândulas sebáceas e sudoríparas (TORTORA; 
DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Anatomicamente, elas apresentam dois aci-
dentes anatômicos principais, a papila e a aréola. 
A papila mamária é uma projeção composta prin-
cipalmente de ibras musculares lisas onde desem-
bocam os ductos lactíferos. Ela é muito inervada 
e pode se tornar rija em decorrência da contração 
de seus músculos. A aréola da mama é uma região 
bastante pigmentada que ica ao redor da papila e 
contém grande número de glândulas sudoríparas e 
sebáceas. Nela existem pequenas saliências visíveis 
e palpáveis (chamadas tubérculos) que marcam 
o ponto onde os ductos lactíferos desembocam 
(MOORE et al., 2014). 
Durante a gravidez, é comum que a aréola ique 
mais escura e que o volume da mama triplique em 
função dos hormônios liberados neste período (pro-
lactina e ocitocina, por exemplo). Sucessivas gesta-
ções e amamentações e o envelhecimento fazem 
com que as aréolas se tornem pedunculadas devido 
à perda de elasticidade das estruturas de sustenta-
ção, causando ptose mamária. 
Embora os homens apresentem mamas, elas ten-
dem a ser pouco desenvolvidas em condições nor-
mais. Todavia, em caso patológico, a ginecomastia 
faz com que as mamas se desenvolvam, o que neces-
sita, por vezes, de cirurgia reparadora. É importante 
pontuar que o termo “seios” não deve ser usado para 
se referir às mamas. 
Figura 21 – Mama (vista anterior e lateral)
110 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ao término desta aula, você deve estar apto(a) para 
listar todas as estruturas anatômicas que compõem 
o sistema genital feminino, as suas localizações, in-
ter-relações e funcionalidades. Além disso, é impor-
tante que você tenha em mente que, para a manuten-
ção do número de indivíduos da espécie, o sistema 
genital masculino deve agir em conjunto.
PERÍNEO
Períneo é o conjunto de partes moles (de forma lo-
sângica) que fecha inferiormente a pelve óssea, auxi-
liando na sustentação das vísceras pélvicas. Na mu-
lher, ele é atravessado pela uretra, pela vagina e pelo 
reto; no homem, ele é atravessado apenas pela uretra 
e pelo reto (DI DIO, 2002).
Considerando que o períneo está relacionado à 
sustentação das vísceras, é importante que ele seja 
fortalecido a i m de evitar prolapso visceral. Portan-
to, contrair o períneo ao caminhar, ao fazer exercí-
cios físicos ou ao levantar é essencial.
Figura 22 – Períneo
 111
considerações inais
A manutenção adequada da composição dos líquidos do corpo é um proces-
so complexo que deve garantir que não haja perdas desnecessárias ou acúmulos 
excessivos de água, eletrólitos e não eletrólitos (como colesterol, glicose, ureia, 
ácido lático, ácido úrico, creatinina, bilirrubina e sais biliares, por exemplo).
Desta forma, a homeostasia depende diretamente da ação do sistema uriná-
rio, o qual realiza sucessivas iltragens do plasma para formar e eliminar a urina 
por meio da micção quando necessário, mantendo, assim, valores normais de 
pressão arterial. Por isto, anormalidades nesse sistema podem causar a morte e 
justiicar a quantidade de pessoas dependentes de hemodiálise ou no aguardo de 
um transplante de rim. Desta forma, o sistema urinário exerce função vital.
Os sistemas genitais masculino e feminino são responsáveis por manter o 
número de indivíduos da espécie. Embora o sistema genital feminino seja mais 
complexo do que o masculino (pois apresenta o útero para abrigar o ser vivo em 
formação), as funções do sistema genital masculino são mais longínquas e apre-
sentam ação sinérgica e interdependente.A integridade das estruturas anatômicas que compõem esses sistemas in-
luencia diretamente na viabilidade da reprodução natural. Por isto, doenças 
vasculares, disfunções hormonais, má formação de órgãos, endometriose, ovário 
policístico, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e etc. podem inviabilizar 
a reprodução.
O pleno conhecimento anatômico e isiológico das estruturas que compõem 
tanto o sistema urinário quanto os sistemas genitais garante não só o tratamento 
adequado para tais males, mas a prevenção destes. Por isto, todo o(a) proissio-
nal/professor(a) de Educação Física deve ser exímio(a) conhecedor(a) dos aspec-
tos de normalidade e anormalidade de tais sistemas a im de garantir orientação 
adequada. Neste contexto, o(a) proissional de Educação Física deve se mostrar 
apto(a) a dar esclarecimentos sobre DSTs, prevenção gestacional e vários outros 
aspectos importantes desses sistemas.
Portanto, bom estudo para você!
112 
atividades de estudo
1. “Vários produtos nocivos para o organismo são 
levados aos rins por meio do sangue. Esses rins 
os retiram da circulação e os expulsam pelas vias 
urinárias. Rins e vias urinárias constituem o siste-
ma urinário, o qual é de grande eicácia na depu-
ração do organismo. Sobre este sistema, assinale 
a alternativa correta:
a) A uretra feminina e a uretra masculina per-
tencem tanto ao sistema urinário quanto 
ao sistema genital feminino e masculino, 
respectivamente.
b) A uretra é considerada uma estrutura 
urocondutora, ou seja, faz parte das vias 
urinárias.
c) O ureter pertence tanto ao sistema uri-
nário quanto ao sistema genital masculi-
no, pois é por ele que passam a urina e o 
sêmen.
d) A bexiga urinária é considerada uma es-
trutura uropoiética, pois apresenta relação 
direta com a produção da urina.
e) O rim é considerado uma estrutura uro-
condutora e, por isto, faz parte das vias 
urinárias.
2. O sistema genital é um conjunto de órgãos res-
ponsáveis pela produção de gametas e hormô-
nios sexuais secundários, cuja inalidade é a 
reprodução da espécie. Sobre esse sistema, as-
sinale a alternativa correta:
a) As glândulas seminais são consideradas 
as principais glândulas do sistema genital 
masculino, pois produzem a maior quanti-
dade de líquido seminal eliminado durante 
a ejaculação.
b) Ao contrário do proposto anteriormente, 
as glândulas bulbouretrais são conside-
radas as principais glândulas do sistema 
genital masculino, pois produzem a maior 
quantidade de líquido seminal eliminado 
durante a ejaculação.
c) Contrariando as alternativas anteriores, a 
principal glândula do sistema genital mas-
culino é a próstata, pois ela produz a maior 
quantidade de líquido seminal eliminado 
durante a ejaculação.
d) A vasectomia é uma cirurgia na qual o duc-
to deferente é seccionado bilateralmente. 
Embora este procedimento seja de fato útil 
para a esterilização do homem, pacientes 
submetidos a tal prática perdem a capaci-
dade de ejaculação, embora a sensação de 
orgasmo seja mantida.
e) A parte esponjosa da uretra percorre o cor-
po esponjoso do pênis. Além deste corpo, 
o pênis apresenta outros dois (os corpos 
cavernosos), os quais estão diretamente 
relacionados à capacidade de percepção 
do orgasmo masculino.
3. O sistema genital engloba os órgãos que produ-
zem, transportam e armazenam as células germi-
nativas, que são as responsáveis por originar os 
gametas. Sobre esse sistema, assinale a alterna-
tiva correta:
a) As secreções das glândulas vestibulares 
maiores e menores são lançadas no mon-
te do púbis.
b) Clitóris, óstio da vagina e óstio externo da 
uretra são estruturas da vulva ou puden-
do feminino. Em ordem, se posicionam se-
quencialmente no sentido ântero-posterior.
 113
atividades de estudo
c) Clitóris, óstio externo da uretra e óstio da 
vagina são estruturas da vulva ou puden-
do feminino. Em ordem, se posicionam 
sequencialmente no sentido ântero-pos-
terior.
d) Estrógeno (ou estrogênio) e a progeste-
rona são os principais hormônios sexuais 
femininos, pois determinam vários acon-
tecimentos dos ciclos femininos, além das 
características sexuais secundárias. A pro-
dução desses hormônios é realizada pelo 
útero.
e) A produção dos hormônios sexuais femini-
nos é realizada pela tuba uterina.
4. Ainda em referência aos sistemas genitais mas-
culino e feminino, assinale a alternativa correta:
a) O monte do púbis, os lábios maiores e os 
lábios menores do pudendo são constituí-
dos principalmente por tecido ósseo.
b) A manutenção do pH vaginal básico é im-
portante, pois evita a proliferação de mi-
crorganismos patogênicos.
c) Durante o parto natural, é necessário que 
o bebê passe pelo ovário, pela tuba uteri-
na, pelo útero e, posteriormente, pela va-
gina.
d) A produção de esmegma é realizada pelas 
glândulas prepuciais. Tal secreção é impor-
tante, pois possibilita a adequada lubriica-
ção da glande.
e) O bulbo do vestíbulo e o clitóris não apre-
sentam ereção.
5. Ainda em referência ao sistema genital masculi-
no, faça a associação correta entre as colunas a 
seguir:
I - Parte prostática da uretra.
II - Ducto deferente.
III - Parte esponjosa da uretra.
IV - Glândula seminal.
V - Glândula bulbouretral.
( ) Produz uma secreção liberada previamente 
à ejaculação a im de limpar a uretra de resíduos 
de urina e ajustar o pH deste canal.
( ) Recebe as secreções prostáticas que consti-
tuirão o sêmen.
( ) Conduz os espermatozoides em direção ao 
ducto ejaculatório.
( ) Recebe as secreções das glândulas bulbou-
retrais.
( ) Produz grande quantidade do líquido elimi-
nado durante a ejaculação.
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) I, II, III, IV e V.
b) V, I, II, III e IV.
c) II, I, IV, V e III.
d) V, II, I, IV e III.
e) IV, I, II, III e V. 
114
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o artigo indicado que aborda como a prática regular e bem orientada de exercícios físi-
cos pode benefi ciar doentes renais submetidos ao tratamento de hemodiálise em relação 
ao controle da hipertensão arterial, da capacidade funcional, da função cardíaca, da força 
muscular e, consequentemente, da qualidade de vida.
Pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) submetidos a tratamento dialítico apre-
sentam alterações físicas e psicológicas que predispõem ao sedentarismo. Nesta população, a 
prescrição rotineira de exercícios físicos não é uma prática frequente, especialmente no nosso 
país. No entanto, alguns autores têm demonstrado que um programa de exercícios para estes 
pacientes contribui para o melhor controle da hipertensão arterial, da capacidade funcional, 
da função cardíaca, da força muscular e, consequentemente, da qualidade de vida. Além dos 
benefícios relacionados ao sistema cardiovascular, a realização do exercício traz benefícios se-
cundários, pois quebra a monotonia do procedimento, melhora aderência e pode aumentar a 
efi cácia da diálise. Na presente revisão, os autores discutem aspectos da realização de exercí-
cios físicos em pacientes portadores de DRC em diálise e apresentam dados iniciais de sua ex-
periência com a aplicação de exercícios supervisionados durante as sessões de hemodiálise.
O número de pacientes com doença renal crônica (DRC) em todo o mundo tem aumenta-
do em proporções alarmantes, ocasionando um importante problema de saúde pública. No 
Brasil, de 1994 a 2005, o número de pacientes em hemodiálise (HD) e diálise peritoneal ele-
vou-se de 24.000 para 65.121. Como conseqüência, do número crescente de doentes renais 
crônicos, os gastos do Ministério da saúde com a terapia renal substitutiva são de aproxima-
damente 1,4 bilhão de reais por ano, quantia esta correspondente a cerca de 10% do orça-
mento global desse ministério.
Nessa população, as doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morbi-
dade e de mortalidade. Além disso, contribuem sobremaneira para a diminuiçãoda capacidade 
funcional, para a baixa tolerância ao exercício e, conseqüentemente, para a difi culdade de rea-
lização das atividades da vida diária. Além das DCV, também contribuem para a diminuição da 
capacidade funcional em pacientes renais crônicos, a uremia, a anemia, a fraqueza muscular, 
o sedentarismo, a desnutrição, entre outros. Utilizando o consumo máximo de oxigênio (VO2 
máx) para avaliação da capacidade funcional, Painter et al. verifi caram que pacientes em HD 
possuem um valor médio de 64% do VO2 máx da média de indivíduos sadios, sedentários e da 
mesma faixa etária. Outros autores demonstraram que o índice de mortalidade nestes pacien-
tes aumenta quando o VO2 máx atinge valores menores do que 17,5mL/kg/min(4).
Fonte: Reboredo et al. (2007). 
 115
material complementar
O link do vídeo apresenta o processo de ovulação, de fecundação e as primeiras divisões mitóticas res-
ponsáveis pela formação do embrião. De igual modo, apresenta o processo de implantação do embrião 
no endométrio uterino. É um ilme curto (tem menos de dois minutos de duração), porém muito didático, 
pois retrata visualmente o milagre da concepção e do início do desenvolvimento da vida. Espero que você 
assista e goste! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xLf02stWC_g>.
Indicação para Acessar
116 
referências
gabarito
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana 
sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de anatomia sistêmica apli-
cada - princípios básicos e sistêmicos: esquelético, arti-
cular e muscular. 2. ed. v. 1. São Paulo: Atheneu, 2002.
FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. 
Porto Alegre: Artmed, 2004.
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Ana-
tomia humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: 
Clichetec, 2014.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; 
ARAÚJO, C. L. C. Anatomia orientada para a clíni-
ca. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
1. B.
2. A.
3. C.
4. D.
5. B
REBOREDO, M. M.; HENRIQUE, D. M. N.; BAS-
TOS, M. G.; PAULA, R. B. Exercício físico em pa-
cientes dialisados. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 13, n. 
6, p. 427-430, nov./dez. 2007. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbme/v13n6/14.pdf>. Acesso em: 
20 nov. 2018.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, 
A. L. Princípios de anatomia e fi siologia. 12. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WATANABE, L. Erhart: elementos de anatomia hu-
mana. 9. ed. São Paulo: Atheneu, 2000.
UNIDADEUNIDADEIV
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Sistema esquelético
• Sistema articular
• Sistema muscular
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes do 
sistema esquelético: generalidades dos ossos, funções do esqueleto, divisões 
do esqueleto, tipos de ossos quanto à forma, à constituição e à arquitetura dos 
ossos, crescimento ósseo, nutrição e inervação óssea, processo de ossii cação, 
fratura e reparo ósseo, acidentes anatômicos dos ossos e principais ossos do 
corpo humano.
• Entender os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes 
do sistema articular: dei nição, funções e classii cação das articulações, tipos 
e movimentos das articulações sinoviais, vascularização e inervação das 
articulações, fatores que afetam o contato e a amplitude de movimento das 
articulações sinoviais e envelhecimento articular. 
• Elucidar os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes 
do sistema muscular: funções musculares, tipos de músculos com ênfase 
no músculo estriado esquelético (MEE), tipos de contração e classii cação 
funcional do MEE, vascularização e inervação muscular, generalidades do 
sistema muscular, órgãos anexos do sistema muscular e principais músculos 
do corpo humano.
APARELHO LOCOMOTOR
 unidade 
IV
INTRODUÇÃO
O
s sistemas esquelético, articular e muscular constituem o cha-
mado aparelho locomotor. Eles agem de maneira coordenada 
e dependente do sistema nervoso para possibilitar os movi-
mentos voluntários e involuntários, as correções posturais e o 
equilíbrio do corpo.
Ossos e cartilagens formam o sistema esquelético, o qual é estudado 
pela osteologia. Por sua vez, o sistema articular é formado pelas articula-
ções (ou junturas), as quais são estruturas que fazem a conexão entre duas 
ou mais partes rígidas do esqueleto (como ossos, cartilagens e dentes), 
sendo este sistema estudado pela artrologia. Por im, o sistema muscular 
é constituído pelos músculos do corpo e os seus órgãos anexos (fáscias de 
revestimento, bolsas sinoviais, bainhas ibrosas e sinoviais que revestem 
os tendões dos músculos) e é estudado pela miologia. Os movimentos do 
corpo humano são estudados pela cinesiologia.
Quando ocorre a adequada atuação desses três sistemas, é possível 
que ossos, articulações e músculos se complementem a im de que o de-
sempenho funcional seja garantido. Adicionalmente, os ossos suportam 
e dão forma ao corpo, protegem os órgãos internos, são movimentados 
pelos músculos que neles se inserem, armazenam íons (como cálcio e fos-
fato), fabricam células do sangue (por meio da medula óssea) e absorvem 
toxinas (evitando danos hepáticos e renais, por exemplo). A maioria das 
articulações relaciona-se aos movimentos. Já os músculos (que consti-
tuem quase metade do peso corporal do indivíduo), além de gerarem ati-
vamente movimentos por meio da tração óssea exercida nas articulações, 
atuam na coordenação motora, no tônus muscular, no peristaltismo e na 
produção de calor pelo corpo. 
Nesta unidade, abordaremos os principais aspectos dos sistemas for-
madores do aparelho locomotor relacionando-os à prática do exercício 
físico. Assim, ique atento(a) ao conteúdo programático e aproveite. Bom 
estudo!
122 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Esquelético
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 123
Os ossos, em conjunto, pesam 12 kg no homem 
adulto, em média. Eles têm formatos variados, e em-
bora rígidos, os ossos são plásticos (se adaptam a es-
truturas vizinhas). A sua quantidade varia conforme 
a idade. Na criança, por exemplo, existem 350 ossos, 
os quais se fundem com o tempo, fazendo com que o 
adulto apresente apenas 206. Exemplo dessa junção 
ocorre no sacro, no osso do quadril e no osso fron-
tal. No entanto pode haver variações se o indivíduo 
tiver dedos ou costelas a mais ou a menos e se os 
critérios de contagem forem diferenciados.
Além dos ossos convencionais existem alguns 
ossos especiais, por exemplo, os suturais, que se po-
sicionam entre as suturas do crânio, e os ossos hete-
rotópicos, que se formam em meio a tecidos moles, 
como os músculos (MOORE et al., 2014).
 FUNÇÕES DO ESQUELETO
Os ossos desempenham funções importantes, in-
clusive algumas vitais. Assim, o esqueleto possibi-
lita movimentos (são tracionados pelos músculos), 
suporta o peso corporal, dá forma aos diferentes 
segmentos do corpo, protege os órgãos internos, 
armazena íons (como cálcio, fosfato e magnésio, os 
quais são essenciais à sinapse e à contração muscu-
lar), sintetiza células sanguíneas (por meio da me-
dula óssea vermelha que se localiza em seu interior) 
e absorve toxinas, diminuindo os efeitos deletérios 
destes compostos em outros tecidos, como fígado e 
rins (DANGELO; FATTINI, 2011).
ESQUELETO AXIAL E ESQUELETO APEN-
DICULAR
O esqueleto axial é formado por ossos localizados 
na região central do corpo como os ossos da cabeça 
(crânio), pescoço (osso hioide e vértebras cervicais) 
e tronco (osso esterno, costelas, vértebras e sacro).
O esqueleto apendicular é formado por ossos 
localizados nas extremidades do corpo (membros 
superiores e inferiores), incluindo os ossos dos cín-
gulos (escápula, clavícula e ossos do quadril) (MO-
ORE et al., 2014).
Figura 1 – Esqueleto axial e esqueleto apendicular
124 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
TIPOS DE OSSOSQUANTO À FORMA
Considerando o comprimento, a largura e a espes-
sura dos ossos, eles podem ser classii cados como 
longos (tubulares), curtos (cuboides), laminares 
(planos), irregulares, sesamoides ou pneumáticos.
Os longos têm o comprimento maior em rela-
ção à largura e à espessura, para abrigar a medula 
óssea, têm uma cavidade central chamada cavidade 
medular e apresentam uma parte central chamada 
diái se e duas extremidades chamadas epíi ses. A 
epíi se proximal i ca próxima ao cíngulo do mem-
bro, e a distal se localiza longe deste. Entre as epíi ses 
e a diái se está a metái se. Fêmur, rádio, ulna, tíbia e 
fíbula são alguns exemplos deste tipo de osso. Vale 
destacar que ossos cujo comprimento predomina, 
mas que não têm cavidade medular, são chamados 
de alongados.
Ossos curtos têm os diâmetros equivalentes. É 
o que ocorre, por exemplo, com os ossos carpais e 
tarsais. Por outro lado, os ossos laminares são largos 
e i nos, e geralmente têm função protetora como al-
guns ossos do crânio (parietal, por exemplo).
Os irregulares têm formatos variados e nenhum 
diâmetro predomina. É o caso das vértebras e de al-
guns ossos da face. Já os sesamoides (também cha-
mados intratendíneos ou periarticulares) são encon-
trados onde os tendões cruzam as extremidades dos 
ossos longos a i m de protegê-los contra desgastes, 
podendo, inclusive, mudar o seu ângulo de inserção 
(a patela é um exemplo característico, mas algumas 
pessoas podem apresentar outros ossos sesamoides 
nas mãos e nos pés como variação anatômica).
Os ossos pneumáticos localizam-se no crânio 
(frontal, maxila, esfenoide e etmoide), apresentam 
cavidades (seios) revestidas por mucosa e contendo 
ar. Esses seios podem ser chamados de seios da face 
ou seios paranasais, pois drenam o seu conteúdo 
mucoso para a cavidade nasal (WATANABE, 2000).
Figura 2 – Comparação entre os tipos de ossos: a) exemplo de osso irre-
gular b) exemplo de osso sesamoide c) exemplo de osso longo
CONSTITUIÇÃO E ARQUITETURA DOS 
OSSOS
Os ossos são vivos, dinâmicos e têm um metabolis-
mo muito ativo. Na verdade, eles se renovam, em 
média, a cada dois anos. Assim, podemos inferir que 
o fêmur que te sustenta hoje não é o mesmo que te 
sustentava há dois anos nem será o mesmo que te 
sustentará daqui a dois anos.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 125
O tecido ósseo é constituído por três componen-
tes principais: água, matriz óssea orgânica e matriz 
óssea inorgânica. A proporção de água é maior em 
recém-nascidos e crianças e diminui à medida que 
ocorre o envelhecimento, de forma que equivale a 
25% no adulto (esta é uma das causas de os ossos 
serem mais frágeis em idosos). A matriz orgânica 
(também 25%) é rica em proteínas (proteoglicanas 
e colágeno). Ela dá resistência à tensão e à tração às 
quais os ossos estão sujeitos, ou seja, é responsável 
pela maleabilidade destes. Se não estiver presente, 
doenças como a dos ossos de vidro podem surgir, 
fazendo com que os ossos sejam frágeis, quebradiços 
e não resistam à tensão e à tração que os músculos 
lhes impõem. A matriz inorgânica (cerca de 50% da 
estrutura óssea) é constituída por minerais como 
fosfato de cálcio e carbonato de cálcio, os quais dão 
resistência à compressão. Assim, a deiciência dessa 
matriz poderá fragilizá-los.
As trabéculas ósseas podem se dispor bem próxi-
mas ou mais distantes umas das outras. No primeiro 
caso, forma-se o tecido ósseo compacto ou cortical, 
que é bem resistente e, por isto, tem alta capacidade 
de sustentação de peso. No segundo caso, forma-se o 
tecido ósseo esponjoso ou trabecular, que é altamen-
te poroso e adaptado à absorção de impacto.
Figura 3 – Osso compacto e esponjoso 
126 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
A distribuição de substância óssea compacta e es-
ponjosa não é uniforme para todos os ossos, pois 
depende das solicitações biomecânicas, ou seja, 
varia com a função do osso, com a tração e com a 
pressão a que está sujeito. Assim, embora os ossos 
tenham uma i na camada externa de tecido compac-
to e uma massa central de tecido esponjoso, ossos 
longos que suportam peso têm maior quantidade de 
tecido compacto próximo à parte média da diái se, 
onde tendem a se curvar (diferentemente do que 
acontece em outros ossos longos que não recebem 
grandes descargas de peso, ou nos ossos carpais e 
tarsais). Tal fato deve ser considerado ao prescrever 
exercícios físicos para pessoas tetraplégicas que per-
deram a capacidade de manter o ortostatismo. Por 
outro lado, atletas têm estrutura óssea diferenciada 
em relação a indivíduos sedentários, pois são cons-
tantemente submetidos à descarga de peso e à tração 
óssea (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Vale destacar que os ossos planos do crânio têm 
a sua arquitetura adaptada à proteção do encéfalo 
alojado em seu interior. Assim, entre as duas lâmi-
nas de substância óssea compacta que esses ossos 
apresentam, existe uma camada de substância óssea 
esponjosa interposta (chamada díploe) para absor-
ver impactos. Na díploe, estão presentes a medula 
óssea vermelha e os vasos sanguíneos (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
As principais células ósseas são os osteoblastos, os 
osteócitos e os osteoclastos. Os osteoblastos são cé-
lulas jovens que sintetizam e secretam i bras colá-
genas e outros componentes orgânicos necessários 
à matriz extracelular. Tais células iniciam a calcii -
cação e, à medida que são recobertas por matriz, i -
cam presas em suas secreções e se transformam em 
osteócitos. Os osteócitos são células maduras que 
mantêm o tecido ósseo. Osteoclastos são células re-
sultantes da fusão de até 50 monócitos, os quais libe-
ram enzimas e dissolvem as matrizes ósseas, estan-
do, por isto, diretamente relacionadas à renovação 
óssea. A sua ação excessiva pode causar osteopenia e 
osteoporose (MOORE et al., 2014). 
Figura 4 – Díploe
Figura 5 – Células ósseas
Fatores como idade, hereditariedade, nutrição, do-
ença, trauma, gravidez, esforço funcional e inl u-
ência hormonal inl uenciam a ação das células ós-
seas. Por exemplo, os ossos são inl uenciados pelo 
hormônio do crescimento (GH), pelos hormônios 
sexuais (testosterona, estrógeno e progesterona), 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 127
pela calcitonina (hormônio tireoidiano) e pelo para-
tormônio (ou hormônio paratireoidiano). Exceto o 
paratormônio, que estimula a degradação óssea por 
ativar os osteoclastos, os outros hormônios citados 
são osteogênicos, pois ativam os osteoblastos.
Os elementos do esqueleto são revestidos por ca-
madas de tecido conjuntivo ibroso nominadas pe-
ricôndrio, periósteo e endósteo. O pericôndrio re-
veste as cartilagens, nutrindo-as; o endósteo reveste 
o interior da cavidade medular e contém células 
formadora de osso; o periósteo reveste externamen-
te os ossos, protegendo e ajudando em sua nutrição 
e inervação, atua na consolidação de fraturas e no 
crescimento ósseo e também ajuda na ixação dos 
tendões e ligamentos (MIRANDA NETO; CHO-
PARD, 2014).
A osteoporose é uma doença que torna os os-
sos progressivamente mais porosos. É comum 
na velhice e em mulheres após a menopausa, 
pois ocorre redução do estrógeno e da reno-
vação da matriz orgânica. A ação excessiva 
dos osteoclastos causa osteólise, aumen-
tando o nível de cálcio no sangue e gerando 
complicações como depósito do cálcio nas 
articulações e nos rins, além de hipercoagula-
ção sanguínea (causando embolia pulmonar, 
acidente vascular encefálico isquêmico etc). 
Para saber mais, acesse: <http://www.scielo.
br/pdf/aob/v9n2/v9n2a07.pdf>.
Fonte: a autora. 
SAIBA MAIS
A medula óssea está presente no interior de prati-
camente todos os ossos do feto e em alguns ossos 
adultos (costelas, esterno, crânio, ossos do qua-
dril e dos membros). Esta medula pode ser ver-
melha ou amarela. Quando vermelha, a medula 
é um órgão hematopoiético, pois produz células 
sanguíneas. Quando amarela, torna-se gorduro-
sa e perde esta função(tal fato está normalmente 
associado ao envelhecimento). Se a medula ós-
sea tornar-se anormal ou cancerosa, ela pode ser 
substituída por meio de um transplante de medula 
óssea a im de restabelecer as contagens normais 
das células sanguíneas (MIRANDA NETO; CHO-
PARD, 2014).
Figura 6 – Tipos de medula óssea
Figura 7 – Pericôndrio, periósteo e endósteo 
128 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
CRESCIMENTO ÓSSEO
O crescimento ósseo depende do periósteo e da lâ-
mina epiisial. Enquanto o periósteo atua no cresci-
mento em largura e espessura dos ossos, a lâmina 
epiisial atua no crescimento em comprimento (esta 
é uma ina camada de cartilagem hialina localizada 
na metáise). Quando o crescimento em compri-
mento cessa (por volta de 18 anos nas mulheres e 21 
anos nos homens), as células da lâmina epiisial pa-
ram de se dividir, permanecendo apenas uma linha 
epiisial (WATANABE, 2000).
ACIDENTES ANATÔMICOS
Acidentes anatômicos são os elementos descritivos 
utilizados no estudo dos ossos. Surgem, por exem-
plo, onde tendões, fáscias e ligamentos se inserem, 
ou onde vasos e nervos penetram os ossos.
Podem ser do tipo saliência, depressão ou aber-
tura. Processos, tubérculos, eminências, cristas e 
espinhas são alguns exemplos de acidentes do tipo 
saliência. Fossas, sulcos e incisuras são alguns exem-
plos de acidentes do tipo depressão. Forames e ca-
nais são alguns exemplos de acidentes do tipo aber-
tura (WATANABE, 2000).
PRINCIPAIS OSSOS DO CORPO HUMANO
Ossos da cabeça
Os ossos da cabeça são chamados de crânio. Ele 
protege o encéfalo, abriga e protege os órgãos dos 
sentidos, os quais icam alojados em cavidades, e 
possibilita a mastigação e a fonação por meio dos 
movimentos da mandíbula. 
Figura 8 – Periósteo e lâmina epiisial
NUTRIÇÃO E INERVAÇÃO ÓSSEA
Os ossos são muito vascularizados e inervados. Por 
isto, em caso de fratura, eles sangram e doem bas-
tante. Tanto os vasos sanguíneos quanto os nervos 
penetram o osso a partir do periósteo.
Os principais vasos dos ossos incluem as artérias 
e as veias periosteais, metaisárias, epiisiárias e nu-
trícias. Os nervos acompanham os vasos sanguíne-
os, destacando-se os nervos periostais sensitivos (al-
guns responsáveis pela dor) e os nervos vasomotores 
que possibilitam a vasoconstrição e a vasodilatação, 
regulando o luxo sanguíneo para a medula óssea 
(MOORE et al., 2014).
Figura 9 – Artérias ósseas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 129
A parte superior do crânio é chamada de calvá-
ria, e o seu assoalho é chamado de base. Ele apresen-
ta 22 ossos, os quais apenas a mandíbula é móvel. 
Dentro dos ossos temporais, localizam-se os três os-
sículos da audição (martelo, bigorna e estribo).
A maioria dos ossos do crânio (14 deles) for-
mam o crânio facial ou visceral: mandíbula, vômer, 
nasais, palatinos, maxilas, zigomáticos, lacrimais e 
conchas nasais inferiores. O restante (oito ossos) 
forma o crânio neural: osso frontal, occipital, esfe-
noide, etmoide, parietais e temporais. De forma ge-
ral, o crânio apresenta muitos forames pelos quais 
vasos e nervos passam. A maxila e a mandíbula se 
destacam por apresentar estruturas (os processos 
alveolares) para a sustentação dos dentes (DANGE-
LO; FATTINI, 2011).
Todos os ossos do crânio se articulam entre si por 
meio de suturas (exceto a mandíbula e o osso tempo-
ral, que formam a articulação temporomandibular). 
Tais suturas não estão presentes desde o nascimento, 
mas surgem com o desenvolvimento, uma vez que 
existe, no crânio fetal, entre os ossos, um tecido con-
juntivo ibroso, o qual forma espaços popularmente 
chamados de “moleiras” e anatomicamente nomi-
nados de fontículos. Os fontículos permitem que o 
crânio fetal cresça sem compressão e, após o cresci-
mento cessar, o tecido conjuntivo sofre ossiicação 
(DI DIO, 2002).
Figura 10 - Crânio Figura 11 – Fontículos
130 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ossos do pescoço
Os ossos do pescoço incluem o osso hioide, as vér-
tebras cervicais, o manúbrio do esterno e as claví-
culas. O manúbrio do osso esterno e as clavículas 
serão descritos, respectivamente, com o esqueleto 
do tronco e do membro superior.
O osso hioide se localiza na parte anterior do 
pescoço. Ele é móvel, pois i ca suspenso por mús-
culos e ligamentos. Assim, i xa músculos da região 
anterior do pescoço e ajuda a manter as vias aéreas 
abertas. O hioide não se articula com nenhum outro 
osso do corpo.
As vértebras cervicais são chamadas, respectiva-
mente, de C
1
 (ou atlas), C
2
 (ou áxis), C
3
, C
4
, C
5
, C
6
 e 
C
7
 (ou vértebra proeminente) (MOORE et al., 2014).
Ossos do tronco
O esqueleto do tronco é formado por osso esterno, cos-
telas, vértebras torácicas, lombares, sacrais e coccígeas.
O osso esterno se localiza na região anterior e 
central do tórax. É um osso ímpar, plano, consti-
tuído por três partes antes da sua ossii cação, que 
ocorre até a meia idade: manúbrio, corpo e proces-
so xifoide. O manúbrio é a sua parte mais larga e 
superior e também onde as incisuras claviculares e 
a incisura jugular podem ser identii cadas. O corpo 
é central, mais longo e estreito, e onde as incisuras 
costais estão presentes. O processo xifoide é a sua 
parte inferior, menor e mais variável.
As costelas são ossos curvos, de alta resiliência e 
que não contêm medula óssea. Os 12 pares de costelas 
se agrupam em costelas verdadeiras, falsas ou l utuan-
tes. As verdadeiras (do primeiro ao sétimo par) conec-
tam-se diretamente ao osso esterno por meio de suas 
próprias cartilagens costais. As falsas (do oitavo ao dé-
cimo par) conectam-se indiretamente ao osso esterno, 
pois as suas cartilagens costais são unidas, formando a 
margem costal. As l utuantes (décimo primeiro e déci-
mo segundo par) não se articulam com o osso esterno.
As vértebras torácicas (T
1
 ,T
2
 , T
3
 ,T
4 
,T
5
 , T
6
 , 
T
7
 , T
8
 , T
9 
, T
10
 , T
11
 a T
12
), as lombares (L
1 
, L
2 
, L
3
 , 
L
4
 a L
5
), as sacrais (S
1 
, S
2 
, S
3
 , S
4 
a S
5
) e as coccígeas 
(Co
1
 , Co
2 
, Co
3
 a Co
4
) formam a parte inferior do 
esqueleto do tronco. As sacrais e as coccígeas têm 
seus discos intervertebrais ossii cados, originando, 
respectivamente, o sacro e o cóccix.
As lombares são grandes e resistentes, apresen-
tam processos espinhosos largos e espessos para a 
i xação dos músculos do dorso. O sacro se articula 
aos ossos do quadril e apresenta morfologia diferen-
ciada em relação ao sexo do indivíduo para favore-
cer o parto natural (DI DIO, 2002).Figura 12 – Ossos do pescoço
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 131
É importante salientar que embora a coluna verte-
bral (CV) deva ser retilínea (ou seja, sem curvaturas 
lateralmente), ela deve apresentar curvaturas i sioló-
gicas ântero-posteriores a i m de melhor distribuir o 
peso corpóreo e dar equilíbrio.
Tais curvaturas começam a se formar desde a 
vida embrionária, o que se segue durante o desen-
volvimento corpóreo. Nas regiões cervical e lombar 
surgem curvaturas côncavas chamadas de lordose 
cervical e lombar, respectivamente. Nas regiões to-
rácica e sacral, as curvaturas são convexas e chama-
das de cifoses torácica e sacral, respectivamente. O 
aumento dessas curvaturas (hipercifoses e hiperlor-
doses) é patológico, assim como o desvio látero-late-
ral da CV (escolioses).
Figura 13 – Ossos do tronco
Entre os corpos das vértebras i cam inter-
postos os discos intervertebrais. Estes discos 
são constituídos pelo anel i broso de i bro-
cartilagem (externamente) e núcleo pulposo 
(internamente). Este é altamente hidratado e, 
por isto, capaz de absorver impactos impostos 
à coluna vertebral e permitir movimentos.
Fonte: Kapandji (2000). 
SAIBA MAIS
Figura 14 – Curvas normal e patológica da CV
132 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ossos do membro inferior
O membro inferior permite postura, suporte de 
peso, mobilidade e equilíbrio do corpo. Os ossos do 
quadrilconstituem o seu cíngulo, e a sua parte livre 
apresenta um osso na coxa (fêmur), dois ossos na 
perna (tíbia e fíbula), um osso no joelho (patela), 12 
ossos no pé (sete ossos tarsais e cinco ossos metatar-
sais) e 14 ossos nos dedos (cinco falanges proximais, 
quatro falanges médias e cinco falanges distais).
O osso do quadril do recém-nascido é formado 
por três ossos: ílio, ísquio e púbis, os quais se unem 
completamente por volta da segunda década de vida. 
O anel ósseo formado pelos dois ossos do quadril e 
pelo sacro compõe a pelve óssea que dá suporte à 
CV e aos órgãos pélvicos.
O fêmur é o maior, mais pesado e mais resistente 
osso do corpo. Articula-se com o osso do quadril e 
com a tíbia e a patela. A patela é um osso triangular 
que se desenvolve no tendão do músculo quadríceps 
Ossos do membro superior
O membro superior tem 32 ossos. O seu cíngulo é 
composto pela clavícula e pela escápula. A sua par-
te livre apresenta um osso no braço (úmero), dois 
no antebraço (rádio e ulna), 13 nas mãos (oito ossos 
carpais e cinco ossos metacarpais) e 14 ossos nos de-
dos (cinco falanges proximais, quatro falanges mé-
dias e cinco falanges distais).
A clavícula se articula com o osso esterno e 
com a escápula, e serve como ponto de ixação 
para alguns ligamentos. A escápula é um osso 
grande localizado posteriormente, de formato 
plano e triangular, que se articula com a clavícula 
e com o úmero.
O úmero se articula com a escápula, o rádio e 
a ulna. Enquanto a ulna se localiza medialmente, 
o rádio se localiza lateralmente no antebraço. O 
rádio e a ulna se articulam entre si pela membra-
na interóssea do antebraço, e o rádio se articula 
com três ossos do carpo (semilunar, escafoide e 
piramidal).
Os oito ossos carpais se dispõem em duas ilei-
ras de quatro ossos cada. Na ileira proximal estão 
os ossos escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; 
na ileira distal estão os ossos trapézio, trapezoide, 
capitato (maior) e hamato.
Os cinco ossos metacarpais são numerados de I 
a V a partir da posição lateral. Consistem em uma 
base (proximal), um corpo (médio) e uma cabeça 
(distal). Os ossos metacarpais articulam-se proxi-
malmente com os ossos do carpo e distalmente com 
as falanges.
As falanges apresentam base, corpo e cabeça e 
são chamadas de proximal, média e distal. O polegar 
tem apenas as falanges proximal e distal (MIRAN-
DA NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 15 – Ossos do membro superior
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 133
femoral, aumentando a sua força de alavanca, man-
tendo a posição de seu tendão na lexão do joelho e 
protegendo a articulação.
A tíbia é o osso medial e sustentador de peso do 
membro inferior que, por sua vez, se articula com o 
fêmur, com o osso tálus e com a fíbula (pela membrana 
interóssea da perna). A fíbula é paralela e lateral à tíbia.
Os ossos tarsais (tálus, calcâneo, navicular, 
cuboide, cuneiforme medial, cuneiforme lateral e 
cuneiforme intermédio) unem-se pelas articulações 
intertarsais. Os metatarsais são numerados de I a V 
a partir da posição medial e apresentam base (proxi-
mal), corpo (média) e cabeça (distal). Articulam-se 
com os ossos tarsais e com as falanges.
As falanges apresentam base, corpo e cabeça, e 
as articulações que formam entre si são chamadas de 
interfalângicas. Vale lembrar que o hálux (popular-
mente chamado de “dedão”) apresenta apenas falan-
ges proximal e distal (DANGELO; FATTINI, 2011).
Figura 16 – Ossos do membro inferior
134 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Articular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 135
O sistema articular será trabalhado nesta unidade de 
forma a contemplar a sua deinição, funções e clas-
siicações, assim como os seus tipos. Também serão 
realizados um detalhamento em relação às articula-
ções sinoviais (pois são estas as mais móveis do cor-
po) e uma abordagem em relação aos movimentos 
do corpo humano.
DEFINIÇÃO
As articulações ou junturas são deinidas como o 
conjunto de estruturas anatômicas que conectam 
duas ou mais peças do esqueleto. Se a articulação 
ocorrer entre apenas dois ossos, ela é chamada de 
simples, e se acontecer entre mais de dois ossos, ela é 
chamada de composta (WATANABE, 2000).
FUNÇÕES
A função da maioria das articulações é possibilitar 
os movimentos, uma vez que os ossos se movem 
tracionados pelos músculos ao redor dos pontos de 
junturas entre eles. Todavia algumas articulações 
dão estabilidade às zonas de união entre os vários 
segmentos do esqueleto, ou seja, estão mais rela-
cionadas à postura e ao equilíbrio (MOORE et al., 
2014).
CLASSIFICAÇÃO
Segundo a classiicação funcional, deve-se conside-
rar o grau e o tipo de movimento que a articulação 
permite. Assim, as articulações podem ser chama-
das de sinartrose (quando a articulação é ixa, sem 
movimento), aniartrose (a articulação permite 
pouco movimento) ou diartrose (a articulação é 
muito móvel).
A classiicação estrutural se baseia nas caracte-
rísticas anatômicas da articulação. Por exemplo, a 
presença ou a ausência de um espaço (cavidade arti-
cular) entre os ossos da articulação e no tipo de te-
cido que une os ossos. Assim, as articulações podem 
ser do tipo ibrosa, cartilagínea ou sinovial (GRABI-
NER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
A articulação ibrosa permite apenas pequenos 
deslocamentos e movimentos vibratórios, não têm 
cavidade articular entre os ossos e alguns destes são 
unidos por tecido conjuntivo ibroso. A articulação 
cartilagínea tem ossos unidos por cartilagem hiali-
na ou ibrocartilagem, também permite apenas pe-
quenos deslocamentos e movimentos vibratórios e 
também não tem cavidade articular entre os ossos. 
Já a articulação sinovial permite vários tipos de mo-
vimentos, tem cavidade articular, os seus ossos são 
unidos por tecido conjuntivo em forma de cápsula 
articular e apresenta elementos característicos e ou-
tros especiais.
As articulações ibrosas podem ser do tipo sutu-
ra, sindesmose ou gonfose. As suturas são funcional-
mente classiicadas como sinartroses, existem entre 
os ossos do crânio e podem ser planas (quando os 
ossos se encaixam de forma retilínea, como no caso 
da sutura internasal), serrilhada (quando os ossos se 
encaixam um no outro, como na sutura sagital) ou 
escamosa (quando os ossos se sobrepõem um ao ou-
tro, como ocorre entre o parietal e temporal). A ossi-
icação das suturas se inicia, geralmente, na segunda 
década de vida e termina após os 80 anos, recebendo 
o nome de sinostose.
A sindesmose é classiicada funcionalmen-
te como aniartrose. Ela apresenta uma distância 
maior entre os ossos, os quais são unidos por mais 
tecido conjuntivo ibroso interposto entre eles. É o 
caso, por exemplo, da membrana interóssea da per-
136 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
na (sindesmose tibioibular) e do antebraço (sindes-
mose radioulnar).
A gonfose é classiicada funcionalmente como 
sinartrose. Ocorre na junção das raízes dos dentes 
com os processos alveolares da maxila e da man-
díbula. Apresenta movimentos discretos de rebai-
xamentos ao sofrer fortes compressões (durante a 
mastigação), suavizando impactos e evitando que os 
dentes se partam.
As articulações cartilagíneas podem ser do tipo 
sincondrose ou sínise. A sincondrose é classiicada 
funcionalmente como sinartrose e tem cartilagem 
hialina entre os ossos. Algumas dessas articulações 
podem ser temporárias, uma vez que sofrem ossii-
cação no decorrer da vida (sincondrose esfenoccip-
tal e lâmina epiisial são exemplos). Outras podem 
ser permanentes (articulações entre o osso esterno e 
as 10 primeiras cartilagens costais).
A sínise é classiicada funcionalmente como an-
iartroses. É uma articulação onde os ossos são uni-
dos por um disco de ibrocartilagem (como ocorre 
nas sínises púbica, manubrioesternal e interverte-
bral).
As articulações sinoviais têm elementos caracte-
rísticos (como superfície articular, cartilagem articu-
lar, cápsula articulare líquido sinovial) e elementos 
especiais (como lábios, discos articulares, meniscos, 
ligamentos acessórios, bolsas e bainhas tendíneas).
A superfície articular é a porção óssea que faz 
parte da articulação. Ela é coberta por uma ina car-
tilagem articular do tipo avascular, lisa e escorrega-
dia. Assim, ela é capaz de reduzir o atrito entre os 
ossos e absorver impactos. Essa cartilagem é nutrida 
pelo líquido sinovial.
A cápsula articular é uma dupla membrana de 
tecido conjuntivo muito vascularizada e inervada 
e que reveste a articulação. A sua membrana exter-
na, ibrosa e bem resistente, tem a função de fazer a 
coaptação articular, ou seja, unir os ossos. Já a sua 
membrana interna é chamada de sinovial, pois faz a 
síntese do líquido sinovial.
Este líquido é constituído principalmente por 
ácido hialurônico, proteoglinas e glicosaminoglica-
nas. A sua consistência é viscosa e de cor amarelo-
-clara. A sua função é reduzir o atrito por meio da 
lubriicação da articulação, absorver os impactos 
mantendo os ossos levemente afastados e eliminar 
o calor produzido nas articulações durante os mo-
vimentos. Além disso, ele nutre e oxigena a carti-
lagem articular e dela remove o CO2 e os resíduos 
metabólicos. É importante destacar que esse líquido 
é produzido quando ocorre movimento articular e, 
por isto, a imobilização torna-o escasso. Se for pro-
duzido em excesso (durante uma inlamação, por 
exemplo), causa dor e deve ser aspirado para que a 
pressão intra-articular diminua (FREITAS, 2004). 
Os lábios são estruturas de ibrocartilagem que 
ampliam a cavidade e conferem maior estabilidade 
à articulação. Os discos articulares e os meniscos 
também são de ibrocartilagem e estão presentes em 
articulações muito requisitadas, como a temporo-
mandibular e o joelho. Os discos e os meniscos dão 
estabilidade, melhoram a coaptação articular, dimi-
nuem o atrito e os danos por impactos e distribuem 
o líquido sinovial.
Os ligamentos acessórios podem ser extracap-
sulares quando presentes fora da cavidade articular 
(ligamentos colaterais do joelho) ou intracapsulares 
quando dentro da cápsula, mas fora da cavidade ar-
ticular (ligamento cruzado anterior do joelho). Eles 
aumentam a coaptação articular.
As bolsas se localizam entre a pele e o osso, entre 
o tendão e o osso, entre o músculo e o osso ou entre 
o ligamento e o osso. Elas reduzem o atrito em arti-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 137
culações muito requisitadas e, quando inlamadas, 
causam bursite (bolsite). São sacos de tecido conjun-
tivo revestidos por membrana sinovial e preenchidos 
por uma pequena quantidade de líquido semelhante 
ao líquido sinovial. Por último, as bainhas tendíneas 
são bolsas que envolvem tendões que sofrem atrito. 
TIPOS DE ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
A forma dos ossos determina quais movimentos a 
articulação realizará e como as articulações sinoviais 
serão nomeadas. Assim, essas articulações podem 
ser: plana, gínglimo, trocoide, elipsoide, selar ou es-
feroide (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 
2010).
Articulações planas, como o nome sugere, têm 
faces planas e permitem movimentos de desliza-
mento de uma superfície sobre a outra. Um exemplo 
ocorre entre os ossos carpais e tarsais, nas articula-
ções sacroilíaca, acromioclavicular, esternoclavicu-
lar, esternocostais e vertebrocostais.
Articulações do tipo gínglimo apresentam faces 
cilíndricas como depressão em carretel em um osso 
e saliência correspondente no outro. Um exemplo 
ocorre nas articulações interfalângicas do cotovelo 
e do joelho.
Articulações trocoides permitem movimento de 
rotação, pois têm faces ósseas semicilíndricas com-
pletadas por ligamentos. Um exemplo ocorre nas ar-
ticulações radioulnar proximal e distal, e na articu-
lação atlantoaxial. Nas articulações elipsoides, uma 
das superfícies ósseas é oval e convexa, e a outra é 
oval e côncava. Um exemplo ocorre nas articulações 
radiocarpal e metatarsofalângica.
As articulações selares têm superfície côncava 
em uma direção e convexa em outra, com encaixe 
recíproco em outra superfície óssea. Um exemplo 
ocorre na articulação carpometacarpal do pole-
gar. Articulações esferoides têm superfície esférica 
articulando-se em uma cavidade correspondente. 
Um exemplo ocorre nas articulações do quadril e 
do ombro.
Figura 17 – Tipos de articulações 
138 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SI-
NOVIAIS
Os movimentos são pares de opostos e apresentam ex-
trema relevância ao proissional de Educação Física. 
Eles ocorrem em um dos planos (sagital, coronal ou 
transversal) e por meio de linhas imaginárias denomi-
nadas eixos, as quais são perpendiculares aos planos 
(GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
Alguns fatores afetam a amplitude de movimen-
to articular. É o que ocorre, por exemplo, com a for-
ma dos ossos, a resistência das estruturas articulares, 
a tensão muscular, o contato de partes moles próxi-
mas, a ação de alguns hormônios e o próprio desuso 
(GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
As articulações sinoviais podem apresentar movi-
mento de deslizamento, dos tipos angular e de rotação, 
ou ainda, movimentos especiais. No deslizamento, as fa-
ces planas dos ossos se movimentam sem alterar signi-
icativamente o ângulo entre eles, sendo a amplitude de 
movimento limitada. Nos movimentos angulares (le-
xão, extensão, lexão lateral, abdução, adução e circun-
dução), o ângulo entre os ossos da articulação é alterado 
(GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
Na lexão, o ângulo entre os ossos é reduzido, e 
na extensão, aumentado. Ambos ocorrem no plano 
sagital por meio do eixo coronal (exceto o do po-
legar). Alguns autores consideram a continuação 
da extensão para além da posição anatômica como 
hiperextensão. Na lexão lateral (que ocorre, por 
exemplo, no tronco), o segmento corpóreo se des-
loca em direção ao plano lateral. Ocorre no plano 
coronal por meio do eixo sagital.
Na abdução, o segmento corpóreo se move para 
longe da linha mediana do corpo enquanto que, na 
adução, ele retorna em direção a esta linha. Ambos 
ocorrem no plano coronal por meio do eixo sagital 
(exceto o do polegar). Na articulação radiocarpal, a 
abdução também recebe o nome de desvio radial, e 
a adução, de desvio ulnar.
Na circundução, ocorre um movimento de cír-
culo quando se observa a extremidade distal do 
segmento corpóreo que se move. Representa o re-
sultado de uma sequência de movimentos: lexão, 
extensão, abdução e adução.
Na rotação, o osso gira em torno do seu próprio 
eixo longitudinal. Na rotação medial, a face anterior 
do segmento é girada em direção à linha mediana 
do corpo. Na rotação lateral, esta face é girada para 
longe da linha mediana.
Alguns movimentos são chamados de especiais. 
Na elevação, por exemplo, uma parte do corpo se 
move para cima, e no abaixamento, para baixo (ocor-
re na mandíbula, nas costelas, nos ombros, no osso 
hioide etc.). Na protração (ou protrusão), há o mo-
vimento anterior de uma parte do corpo no plano 
transversal, e na retração (ou retrusão), ocorre o mo-
vimento de retorno (possível na mandíbula, na claví-
cula etc.). Inversão e eversão ocorrem nas articulações 
intertarsais de forma que, na inversão, as plantas se 
movimentam medialmente, e na eversão, lateralmen-
te. Na lexão dorsal (ou dorsilexão), o dorso do pé se 
move em direção à face anterior da perna, e na lexão 
plantar (ou plantilexão), a planta se move em direção 
à face posterior da perna. A supinação e a pronação 
ocorrem nas articulações radioulnar proximal e dis-
tal. Na supinação, a palma é girada anteriormente, e 
na pronação, a palma gira posteriormente. Oposição 
é o movimento do polegar na articulação carpometa-
carpal para tocar as falanges dos dedos no movimento 
de pinça. Reposição é o movimento oposto.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 139
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO ARTI-
CULAR
As articulações são muito inervadase vasculariza-
das. Recebem sangue dos ramos das artérias que 
passam ao redor da cápsula articular e são drenadas 
por veias que acompanham as artérias. A maioria 
dos nervos articulares deriva de nervos que suprem 
os músculos ao redor das articulações. A cápsula e 
os ligamentos articulares têm vários tipos de sensi-
bilidade, como a dolorosa e a proprioceptiva (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
ENVELHECIMENTO ARTICULAR
O envelhecimento pode afetar as articulações de 
maneira individual e, principalmente, pela heredita-
riedade e pelo uso. É comum, por exemplo, o enve-
lhecimento desencadear menor produção de líquido 
sinovial, fragilidade na cartilagem articular, perda 
de lexibilidade ligamentar, aumento do peso corpo-
ral e tendência a deformidades corpóreas (principal-
mente na coluna vertebral e nos joelhos) (GRABI-
NER; GREGOR; VASCONCELOS, 2001).
É importante, no entanto, enfatizar que os efei-
tos do envelhecimento podem ser atenuados pela 
prática regular e supervisionada de exercícios físicos 
e por meio de cuidados alimentares, como as inges-
tões proteica e hídrica adequadas.
PARTICULARIDADES DE ALGUMAS ARTI-
CULAÇÕES DO CORPO
Algumas articulações apresentam características 
anatômicas diferenciadas, as quais são inluencia-
das pelas demandas funcionais. As articulações do 
joelho e a temporomandibular, por exemplo, apre-
sentam meniscos e discos em decorrência do fato 
de receberem descarga de peso e de serem constan-
temente requisitadas. Por outro lado, embora não 
sejam adaptadas à descarga de peso, as articulações 
do tórax são aptas à realização dos constantes movi-
mentos respiratórios.
Como anteriormente mencionado, todas as 
articulações se movem ao redor de eixos de mo-
vimento, os quais são linhas imaginárias que atra-
vessam as articulações de maneira perpendicular 
ao plano realizado pelo movimento. Assim, quanto 
mais móvel for a articulação, mais eixos de movi-
mento passarão por ela e mais movimentos essa 
articulação realizará em diferentes planos. As arti-
culações do quadril e do ombro, por exemplo, são 
extremamente móveis, pois realizam movimentos 
em três planos e por meio de três eixos, ou seja, 
são triaxiais. As articulações do joelho e do coto-
velo são menos móveis, pois são monoaxiais (ou 
seja, realizam movimento em apenas um plano, e 
por elas passa apenas um eixo de movimento). Já as 
articulações do punho e do tornozelo são biaxiais 
e intermediárias em relação aos movimentos que 
elas realizam quando comparadas às articulações 
tri e monoaxiais.
Normalmente, os movimentos de lexão e exten-
são ocorrem no plano sagital por meio do eixo coro-
nal. Já os movimentos de abdução e adução ocorrem 
no plano coronal por meio do eixo sagital. As rota-
ções ocorrem no plano transversal por meio do eixo 
longitudinal (GRABINER; GREGOR; VASCONCE-
LOS, 2001).
140 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Muscular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 141
Nesta aula, você será direcionado(a) ao estudo da 
miologia no que se refere às funções dos músculos, 
aos seus tipos e aspectos anatômicos (como iner-
vação e vascularização). Um enfoque especial será 
dado aos músculos estriados esqueléticos.
FUNÇÕES
A partir da contração muscular, o músculo pode 
realizar várias funções, como manter a postura 
e o tônus muscular, possibilitar a respiração, os 
movimentos cardíacos e peristálticos. Adicional-
mente, os músculos dão forma ao corpo, produ-
zem calor e permitem movimentos voluntários 
(MOORE et al., 2014).
TIPOS DE MÚSCULOS
Os diferentes tipos de músculos do corpo apresen-
tam variações em relação ao controle voluntário, à 
presença de estrias em suas ibras (quando vistas ao 
microscópio) e à localização. Por exemplo, o mús-
culo pode ser voluntário se a sua contração ocorrer 
conforme a vontade do indivíduo ou involuntário 
se a sua contração ocorrer de maneira indepen-
dente deste controle. O músculo pode apresentar 
estrias transversais e ser classiicado como estria-
do ou não apresentá-las e ser dito liso. Por im, o 
músculo pode se localizar na parede do corpo ou 
nos membros e ser chamado de somático ou pode 
se localizar nos órgãos ocos e nos vasos sanguíneos 
e ser dito visceral.
Assim, de maneira geral, os músculos podem 
ser: estriado esquelético, estriado cardíaco ou liso. 
Enquanto o estriado esquelético move ou estabiliza 
ossos e estruturas como os olhos, o estriado cardíaco 
forma a maior parte das paredes do coração e dos 
grandes vasos, e o liso forma a parede da maioria 
dos vasos sanguíneos e dos órgãos ocos. O primeiro 
é somático e voluntário, e os outros dois são visce-
rais e involuntários.
O músculo diafragma é um caso especial, pois 
embora ele seja involuntário, pode ter a sua con-
tração inluenciada voluntariamente, permitindo, 
assim, alterações na frequência e na intensidade da 
respiração (FREITAS, 2004).
Músculo estriado cardíaco Músculo estriado esquelético Músculo liso
Figura 19 – Tipos de músculos 
142 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO
Os músculos estriados esqueléticos, além de extre-
midades que servem para i xá-los, apresentam uma 
parte central carnosa, avermelhada e contrátil cha-
mada de cabeça ou ventre muscular. Tais extremi-
dades são compostas principalmente por colágeno, 
têm coloração esbranquiçada, não são contráteis e 
são chamadas de tendões ou aponeuroses conforme 
o seu aspecto morfológico (enquanto os tendões são 
i nos e longos, as aponeuroses têm aspecto laminar). 
Tais i xações costumam ser descritas como origem 
e inserção, sendo a origem a extremidade proximal 
que permanece i xa durante a contração muscular, e 
a inserção, a extremidade distal que se move durante 
a contração muscular.
A maioria dos músculos estriados esqueléti-
cos está i xada a ossos, cartilagens, ligamentos ou 
fáscias, mas alguns deles podem se i xar a órgãos 
(como os olhos), à pele (como os músculos da 
face) ou à mucosa (como os músculos intrínsecos 
da língua).
Figura 20 – Ventre, tendão e aponeurose
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 143
O músculo é envolto por uma membrana de tecido 
conjuntivo chamada epimísio. Desta, septos (peri-
mísio) penetram o interior do músculo envolvendo 
pequenos grupos de células musculares. As células 
do músculo são chamadas de ibras musculares e o 
seu conjunto forma os fascículos. Cada ibra mus-
cular é envolta por outra membrana de tecido con-
juntivo chamada endomísio e, por fora, o músculo 
como um todo é revestido por mais uma camada de 
tecido conjuntivo, a fáscia muscular. Todos estes re-
vestimentos se prolongam para além das ibras mus-
culares e formam as extremidades dos músculos.
Figura 21 – Perimísio, Epimísio, Endomísio e Fáscia muscular
A fáscia sustenta o músculo, assim como os seus vasos 
e nervos, também preserva a sua anatomia funcional, 
permite o deslizamento de músculos próximos e for-
ma septos intermusculares que compartimentalizam 
grupos musculares adjacentes. A aderência da fáscia 
pode ocorrer devido a diversos fatores (como pro-
cessos inlamatórios ou traumáticos), fazendo com 
que os músculos tenham o seu poder de contração 
diminuídos. Por isso, atualmente, a liberação miofas-
cial tem sido prescrita em casos de extremo encur-
tamento muscular ou em casos de treinamento de 
hipertroia (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
144 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
TIPOS DE CONTRAÇÃO DO MÚSCULO 
ESTRIADO ESQUELÉTICO
A contração fásica ou ativa dos músculos pode ser 
isométrica ou isotônica (GRABINER; GREGOR; 
VASCONCELOS, 1991). Na contração isométrica, 
embora o músculo se contraia, o comprimento dele 
não é alterado (não há movimento visível), mas é 
importante para a manutenção da postura. Na con-
tração isotônica, o músculo produz movimento e, 
por isto, o seu comprimento é alterado.
A contração isotônica pode ser concêntrica ou 
excêntrica. No primeiro caso, o movimento gera 
encurtamentodo músculo (por exemplo, ao con-
trair os músculos lexores do cotovelo para levar 
até a boca um copo d’água que se encontra apoiado 
em uma mesa); no segundo caso, o movimento está 
associado ao alongado do músculo (por exemplo, 
fazer o caminho inverso do movimento anterior, 
ou seja, levar o copo d’água da boca para a mesa 
pela contração dos mesmos músculos lexores do 
cotovelo).
O tipo de contração que o músculo exercerá de-
pende da inluência da gravidade. Por isto, o prois-
sional de Educação Física precisar analisar biomeca-
nicamente como a gravidade é capaz de inluenciar 
cada músculo durante a execução de um determina-
do movimento.
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO MUS-
CULAR
Tanto a vascularização quanto a inervação dos mús-
culos são abundantes. Por meio dos vasos sanguíne-
os ocorrem as adequadas nutrição e oxigenação do 
tecido muscular, bem como a drenagem do gás car-
bônico e dos produtos residuais produzidos durante 
o próprio metabolismo deste tecido. Ademais, por 
meio dos nervos ocorrem a contração e os estímulos 
sensitivos dos músculos, sendo os estímulos doloro-
sos e proprioceptivos os mais importantes (MOORE 
et al., 2014).
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DO MÚS-
CULO ESTRIADO ESQUELÉTICO
Os músculos podem ser classiicados como ago-
nista, antagonista, sinergista ou ixador. Agonista 
ou motor primário é o mais importante músculo 
na realização de um movimento (como o músculo 
reto femoral na extensão do joelho). Antagonista é 
o músculo que atua de maneira contrária à ação de 
outro músculo (como o músculo bíceps femoral na 
extensão do joelho).
Sinergista é o músculo que ajuda o agonista na 
realização de um determinado movimento (como 
o músculo vasto medial na extensão do joelho). Ele 
também pode estabilizar uma articulação interme-
diária para que o agonista aja de maneira eicaz.
Fixador ou postural é o músculo que estabiliza 
as partes proximais de um membro por meio de 
contrações isométricas enquanto ocorrem movi-
mentos nas partes distais desse membro. O mús-
culo deltoide, por exemplo, ixa a articulação do 
ombro em abdução enquanto o movimento das 
mãos pode ser realizado (GRABINER; GREGOR; 
VASCONCELOS, 1991).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 145
ÓRGÃOS ANEXOS DO SISTEMA MUS-
CULAR
Os órgãos anexos do sistema muscular são estrutu-
ras que mantêm a integridade dos músculos e/ou fa-
cilitam a ação deles. Incluem as bolsas sinoviais, os 
retináculos, as bainhas ibrosas e sinoviais.
As bolsas sinoviais são sacos ibrosos revestidos 
de membrana sinovial que contêm líquido sinovial 
em seu interior. Posicionam-se em regiões de atrito 
(como entre um músculo e um osso, entre dois mús-
culos, entre um músculo e a pele suprajacente etc.). 
Tais bolsas podem inlamar ou lesionar por esforço 
repetitivo, desencadeando um quadro clínico que 
inclui edema e dor, popularmente conhecido como 
bursite (bolsite).
As bainhas ibrosas são constituídas de tecido 
conjuntivo, revestem tendões e fáscias de revesti-
mento e se inserem nos ossos, formando canais que 
mantêm em posição os tendões de músculos longos 
que passam no interior desses canais.
As bainhas sinoviais icam dentro das bainhas 
ibrosas. Elas localizam-se, geralmente, na região 
dos ossos carpais e tarsais e têm por função pro-
duzir um líquido semelhante ao líquido sinovial 
para, desta forma, facilitar o deslizamento dos 
tendões durante os movimentos. Essas bainhas 
são formadas por uma camada interna (aderida 
ao tendão) e por uma camada externa (voltada à 
bainha ibrosa).
Os retináculos são constituídos por tecido con-
juntivo e representam espessamentos das fáscias 
musculares. Eles servem para manter os tendões 
bem posicionados ao cruzarem as articulações 
(FREITAS, 2004).
GENERALIDADES SOBRE O SISTEMA 
MUSCULAR
Segundo Moore et al. (2014), o corpo humano 
apresenta 656 músculos estriados esqueléticos 
nominados, cuja nomenclatura depende de crité-
rios como forma (deltoide e trapézio), localização 
(intercostais e subescapular), forma e localização 
(quadrado da coxa e orbicular da boca), ação (ere-
tor da espinha e extensor dos dedos), ação e forma 
(pronador quadrado e adutor longo), ação e loca-
lização (lexor superior dos dedos e lexor radial 
do carpo), origem e inserção (esternocleidomas-
toideo) etc.
Outras classiicações dos músculos consideram 
a função que eles desempenham, a aparência deles, a 
Figura 23 – Órgãos anexos do sistema muscular 
146 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
direção de suas ibras, a localização que apresentam, 
o número de pontos de origem, de inserção e de ven-
tres musculares que possuem.
Quanto à função, os músculos podem ser le-
xores, extensores, abdutores, rotadores etc. Quan-
to à direção das ibras, eles podem ser de ibras 
paralelas ou oblíquas. Normalmente, músculos 
de ibras paralelas (sartório, por exemplo) têm 
bastante amplitude de movimento articular, mas 
pouca força. Ao contrário, músculos de ibras 
oblíquas (glúteo máximo, por exemplo) têm mui-
ta força, mas pouca amplitude de movimento e 
podem ser do tipo unipenados (extensor longo 
dos dedos), bipenados (reto da coxa) ou multipe-
nados (deltoide).
Alguns músculos (como o peitoral maior) têm 
ibras que convergem de uma larga faixa de origem 
para um estreito e único tendão de inserção, fazendo 
com que o músculo tenha um arranjo em forma de 
leque ou apresente um aspecto triangular.
Figura 24 – Músculos de ibras paralelas e oblíquas, músculos longos, curtos, planos e fusiformes
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 147
Quando a aparência é considerada, os músculos 
podem ser curtos (como os da mão), longos (como o 
sartório, que apresenta forma de ita), planos/chatos 
(localizados, normalmente, no abdome ou no dorso; 
o trapézio é um deles), fusiformes (como o bíceps 
braquial, que tem uma região central de maior di-
âmetro do que as suas extremidades) ou circulares/
esincterianos (como o orbicular do olho, que cir-
cunda uma abertura ou um orifício do corpo).
Se a localização for o critério de classiicação, 
eles podem ser supericiais (se icarem logo abaixo 
da pele e tiverem, pelo menos, uma de suas inserções 
na derme, sendo, desta forma, chamados de múscu-
los dérmicos, como os da expressão facial) ou pro-
fundos (se não tiverem inserções na derme, como é 
o caso dos músculos profundos do antebraço).
Bíceps, tríceps e quadríceps são classiicações 
quando à nomenclatura considera o número de 
pontos de origem. Se o número de pontos de inser-
ção for o critério, os músculos são chamados de bi-
caudado ou policaudado. Por im, se o número de 
ventres musculares for o fator em questão, os mús-
culos são chamados de digástrico (biventre) ou poli-
gástrico (poliventre).
Figura 26 – Músculos bíceps, tríceps, quadríceps, bi e policaudado, digástrico e poligástrico
148 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO HU-
MANO
Principais músculos da cabeça e do pescoço
Músculos da cabeça e do pescoço podem ser da ex-
pressão facial, da língua, do palato mole e da faringe, 
mastigatórios, relacionados ao osso hioide, superi-
ciais do pescoço e relacionados à coluna vertebral.
Os músculos da expressão facial são responsá-
veis por expressar emoções por meio de suas con-
trações. Incluem os músculos occipitofrontal (com 
seus ventres frontal e occipital, os quais se unem pela 
aponeurose epicrânica; a sua função é elevar os su-
percílios e enrugar a pele da fronte em uma expres-
são de atenção), corrugador do supercílio (que en-
ruga a pele entre os supercílios dando a expressão de 
braveza), prócero (sinergista do corrugador do su-
percílio), orbicular do olho (fecha a rima palpebral), 
nasal (abre a asa do nariz, como ocorre, por exem-
plo, em situações de esforço respiratório), levanta-
dor do lábio superior e da asa do nariz, levantador 
do lábio superior (levanta este lábio fazendo eversão 
ou “bico” do lábio superior), levantador do ângulo 
da boca (atua narisada, tracionando o ângulo da 
boca obliquamente para cima), zigomáticos maior e 
menor (tracionam o ângulo da boca obliquamente 
para cima na risada), risório (traciona o ângulo da 
boca horizontalmente no sorriso), orbicular da boca 
(fecha a rima bucal), abaixador do ângulo da boca 
(abaixa este ângulo dando a expressão de tristeza), 
abaixador do lábio inferior (abaixa este lábio fazen-
do a eversão ou “bico” do lábio inferior), mentual 
(protrai o lábio inferior e enruga a pele do mento), 
bucinador (contrai a bochecha no assopro, no asso-
vio e no bocejo, e puxa o ângulo da boca lateralmen-
te) e platisma (abaixa a mandíbula, traciona o ângu-
lo da boca para baixo e enruga a pele do pescoço).
Figura 27 – Músculos da expressão facial
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 149
Os músculos da mastigação movimentam a man-
díbula durante a mastigação e a fala. São o tempo-
ral, o masseter, o pterigóideo lateral e o pterigói-
deo medial.
O músculo esternocleidomastoideo (ECM) tem 
localização supericial no pescoço. Quando ele se 
contrai bilateralmente, possibilita a lexão da cabe-
ça; quando se contrai unilateralmente, faz a lexão 
lateral da cabeça para o mesmo lado do músculo que 
se contraiu, associada a uma rotação da face para o 
lado contrário deste músculo.
Figura 28 – Músculos da mastigação
Os músculos relacionados ao osso hioide podem 
ser supra ou infra-hioideos. Os supra-hioideos ele-
vam este osso durante a primeira fase da deglutição 
e abaixam a mandíbula contra a resistência (são o 
digástrico, o estilo-hioideo, o milo-hioideo e o gê-
nio-hioideo). Os músculos infra-hioideos abaixam 
o hioide durante a segunda fase da deglutição (são 
eles o omo-hioideo, o esterno-hioideo, o esternoti-
reoideo e o tíreo-hioideo).
Figura 29 – Músculos supra e infra-hioideos
Figura 30 – Músculo ECM
150 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
A coluna vertebral apresenta músculos pré, para e 
pós-vertebrais conforme as suas localizações. Os 
pré-vertebrais se posicionam anteriormente à coluna 
e estão relacionados à lexão da cabeça e do pescoço. 
São eles: os músculo longos da cabeça e do pescoço, 
reto anterior da cabeça e reto lateral da cabeça.
Os paravertebrais localizam-se lateralmente à 
coluna e realizam a lexão lateral (inclinação lateral) 
da cabeça e do pescoço. São eles: os escalenos ante-
rior, médio e posterior.
Os pós-vertebrais icam posteriormente à coluna 
e fazem a extensão da cabeça e do pescoço. Incluem 
os músculos esplênio da cabeça, esplênio do pesco-
ço, semiespinal da cabeça, semiespinal do pescoço, 
multíidos e suboccipitais (músculos reto posterior 
maior da cabeça, reto posterior menor da cabeça, 
oblíquo superior da cabeça e oblíquo inferior da ca-
beça). Músculos multíidos também fazem rotação 
da coluna vertebral (FREITAS, 2004).
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO DORSO
O dorso apresenta músculos fortes que se ixam às 
vértebras. Eles podem movimentar os membros su-
periores (trapézio, latíssimo do dorso, levantador da 
escápula e romboides, por exemplo), participar dos 
movimentos respiratórios (serrátil posterior supe-
rior e serrátil posterior inferior), sustentar a postura 
ou mover a coluna (como os esplênios da cabeça e 
do pescoço, o eretor da espinha, o seminespinal, os 
multíidos e os rotadores) (DI DIO, 2002).
Figura 31 – Músculos para e pós-vertebrais
Figura 32 – Músculos do dorso
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TÓRAX
No tórax existem músculos que unem o esqueleto 
axial ao apendicular, músculos da parede anterola-
teral do abdome, do pescoço, do dorso e alguns que 
agem na respiração. Os verdadeiros músculos do 
tórax são os levantadores das costelas (fazem a ins-
piração), o transverso do tórax (fazem expiração), 
os intercostais externos (fazem a inspiração), os in-
tercostais internos (fazem expiração), os intercostais 
íntimos (sinergistas dos intercostais internos) e os 
subcostais (sinergistas dos intercostais internos).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 151
O diafragma separa o tórax do abdome e é o 
principal músculo da inspiração. A sua parte central 
é aponeurótica e chamada de centro tendíneo; a sua 
parte muscular é dividida em parte esternal, costal e 
lombar, de acordo com as suas ixações. O diafrag-
ma é atravessado pela veia cava inferior, pelo esôfago 
e pela artéria aorta, os quais passam, respectivamen-
te, pelo forame da veia cava, pelo hiato esofágico e 
pelo hiato aórtico (WATANABE, 2000).
ma, movem o tronco, ajudam a manter a postura e 
atuam em diversas atividades diárias, como tossir, 
espirrar, vomitar, assoar o nariz, defecar e reali-
zar um parto normal (MIRANDA NETO; CHO-
PARD, 2014).
Na parede abdominal posterior do abdome es-
tão os músculos psoas maior, psoas menor, ilíaco 
e quadrado do lombo. O psoas maior ica lateral 
à coluna vertebral e parte de suas ibras se juntam 
ao tendão do ilíaco, formando o músculo iliopsoas, 
considerado o principal lexor do quadril. Ademais, 
ele é lexor lateral do tronco e ajuda a manter a lor-
dose lombar. 
O psoas menor é uma variação anatômica, pois 
ele pode não existir. O ilíaco estabiliza a articulação 
do quadril, e o quadrado do lombo faz a lexão late-
ral e a extensão do tronco.
Figura 33 – Músculos do tórax
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO ABDOME
Na parede anterolateral do abdome existem cin-
co pares de músculos: reto do abdome, piramidal, 
oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do 
abdome. Pelo fato de apresentarem ibras com 
diferentes direções, tais músculos formam uma 
forte sustentação e, juntos, sustentam e protegem 
as vísceras abdominais e comprimem o conteúdo 
abdominal. Além disso, eles se opõem ao diafrag- Figura 34 – Músculos do abdome
152 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO 
SUPERIOR
Os músculos do membro superior incluem peitoral 
maior, peitoral menor, subclávio, serrátil anterior, 
levantador da escápula, romboide maior, romboide 
menor, deltoide, redondo maior, redondo menor, 
supraespinal, infraespinal, subescapular e vários 
músculos do braço, do antebraço e da mão.
O peitoral maior é um músculo em forma de 
leque que possibilita adução, rotação medial, lexão 
e extensão do braço a partir da lexão. O peitoral 
menor ica abaixo do peitoral maior e age estabili-
zando a escápula e ajudando a elevar as costelas no 
movimento de inspiração profunda. O subclávio 
estabiliza a clavícula nos movimentos do membro 
superior. Enquanto o serrátil anterior é protrusor 
da escápula, o levantador da escápula a eleva, e os 
romboides maior e menor fazem a sua retração e a 
rotação inferior.
O deltoide é um músculo forte que envolve o om-
bro, dando-lhe uma forma arredondada. Ele apre-
senta partes clavicular, acromial e espinal, as quais 
fazem, respectivamente, lexão, abdução e extensão 
do ombro. Além disso, ele estabiliza esta tão impor-
tante articulação. O redondo maior também estabili-
za o ombro e faz a sua adução e rotação medial. O re-
dondo menor faz a rotação lateral desta articulação.
A escápula apresenta muitos músculos cujos 
tendões se fundem, reforçando, assim, a cápsula ar-
ticular do ombro, protegendo-o e estabilizando-o. 
Enquanto o supraespinal começa a abdução do om-
bro e o infraespinal faz a sua rotação lateral, o subes-
capular é o seu rotador medial. Em conjunto, supra-
espinal, infraespinal, redondo menor e subescapular 
formam o “manguito rotador”, pois, exceto pelo su-
praespinal, os outros são rotadores desta articulação.
Os músculos do braço incluem os lexores do coto-
velo (bíceps braquial, braquial e coracobraquial) e 
os seus extensores (tríceps braquial e ancôneo). Os 
lexores são mais fortes e, por isto, é mais fácil puxar 
do que empurrar (MOORE et al., 2014).
O bíceps braquial é um músculo longo que apre-
senta uma cabeça longa e outra curta. É triarticular, 
pois atravessa as articulações do ombro, cotovelo e 
radioulnar proximal. Ele realiza a lexão do ombro, 
a supinação da articulação radioulnare a lexão do 
antebraço em supinação. Profundamente a ele está o 
músculo braquial, que é o principal lexor do ante-
braço. O coracobraquial auxilia na lexão, adução e 
estabilização da articulação do ombro.
O tríceps braquial também ajuda a estabilizar a 
articulação do ombro. Ele é um músculo longo com 
três cabeças (longa, curta e medial). A longa atraves-
sa o ombro, e a medial é a mais importante na ex-
tensão do cotovelo, sendo recrutada principalmente 
em atividades de contrarresistência. O ancôneo ica 
na face póstero lateral do cotovelo e é sinergista do 
tríceps braquial na extensão do antebraço.
Figura 35 – Músculos relacionados à escápula
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 153
No antebraço existem 17 músculos que cruzam a 
articulação do cotovelo e agem nas articulações do 
punho e dos dedos. O pronador redondo faz prona-
ção do antebraço; o lexor radial do carpo faz lexão 
e abdução do punho; o palmar longo faz lexão do 
punho; o lexor ulnar do carpo faz lexão e adução 
do punho; o lexor supericial dos dedos lexiona as 
articulações interfalângicas proximais dos quatro 
dedos mediais; o lexor profundo dos dedos lexio-
na as articulações interfalângicas distais dos dedos 
mediais; o lexor longo do polegar faz a lexão das 
articulações do polegar; o pronador quadrado é o 
agonista da pronação do antebraço e ajuda a mem-
brana interóssea a unir o rádio e a ulna.
Os extensores do antebraço podem fazer exten-
são e abdução ou adução do punho (extensor radial 
longo do carpo, extensor radial curto do carpo e ex-
tensor ulnar do carpo, por exemplo), podem esten-
der os quatro dedos mediais (como o extensor dos 
dedos, extensor do indicador e extensor do dedo 
mínimo) ou podem fazer a extensão ou abdução do 
polegar (extensor longo do polegar, extensor curto 
do polegar e abdutor longo do polegar).
Os músculos da mão incluem abdutor curto do po-
legar, lexor curto do polegar, oponente do polegar, 
abdutor do dedo mínimo, lexor curto do dedo mí-
nimo, oponente do dedo mínimo, lumbricais, in-
terósseos e adutor do polegar (DI DIO, 2002).
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO IN-
FERIOR
Os músculos do membro inferior permitem o equi-
líbrio, a sustentação do peso corpóreo, a manuten-
ção da postura bípede, os movimentos diversos e 
a marcha. Agrupam-se em músculos anteriores e 
posteriores da coxa, mediais da coxa, músculos da 
região glútea, músculos da região anterior da perna, 
músculos da região posterior da perna, músculos da 
região lateral da perna e músculos do pé.
Na região anterior da coxa, localizam-se os mús-
culos lexores do quadril e/ou extensores do joelho 
(pectíneo, sartório, iliopsoas, quadríceps femoral e 
articular do joelho). O pectíneo faz adução, lexão e 
rotação medial do quadril. O sartório é supericial, 
parece uma ita e é o músculo mais longo do corpo. 
Ele é lexor das articulações do quadril e do joelho. 
O iliopsoas é o principal lexor do quadril e, em con-
tração bilateral, é lexor do tronco sobre o quadril, 
podendo aumentar a lordose lombar e agir na cami-
nhada em declive.
O quadríceps femoral é um dos músculos mais 
fortes do corpo. Ele é formado pelos músculos reto 
Figura 36 – Músculos do braço
Figura 37 – Músculos do antebraço e da mão
154 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermé-
dio, os quais se unem formando um tendão único 
(tendão do músculo quadríceps femoral), cuja con-
tinuação é o ligamento da patela que se prende à tu-
berosidade da tíbia.
O reto femoral é biarticular (percorre as articu-
lações do quadril e joelho), sendo mais eiciente em 
movimentos que associam a lexão do quadril e a 
extensão de joelho a partir da hiperextensão do qua-
dril e da lexão do joelho (como ao cobrar um pênal-
ti no futebol). O quadríceps femoral como um todo 
faz a extensão do joelho e, individualmente, ajuda os 
vastos medial e lateral a manterem a patela alinhada. 
O articular do joelho é um músculo pequeno, deri-
vado do vasto intermédio que, por sua vez, traciona 
a membrana sinovial na extensão da perna.
sua vez, extensora desta articulação. O grácil cru-
za as articulações do quadril e joelho e se une aos 
músculos sartório e semitendíneo para formar uma 
inserção tendínea conhecida como “pata de ganso”. 
Ele dá estabilidade ao joelho estendido e é lexor do 
joelho e rotador medial da perna quando o joelho 
está lexionado. Por im, o obturador externo faz a 
rotação lateral do quadril (DI DIO, 2002).
Na região glútea estão os músculos glúteo máxi-
mo, glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia 
lata, piriforme, obturador interno, gêmeo superior 
e inferior e quadrado femoral. O glúteo máximo é 
extensor e rotador lateral do quadril e a sua paralisia 
não afeta a marcha em superfície plana, mas a afeta 
em aclive (principalmente ao subir escadas). Os glú-
teos médio e mínimo estabilizam a pelve, aduzem e 
rodam medialmente o quadril.
O tensor da fáscia lata, além de lexor do quadril, 
tensiona a fáscia lata. Piriforme, obturador interno, 
gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado femoral 
estabilizam a articulação do quadril e a rodam late-
ralmente.
Figura 38 – Músculos anteriores e mediais da coxa
Os músculos adutor longo, adutor curto, adutor 
magno, grácil e pectíneo localizam-se na região 
medial da coxa. Todos eles são adutores do quadril. 
Todavia o adutor magno também tem uma parte le-
xora do quadril e uma parte do jarrete que é, por Figura 39 – Músculos da região glútea
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 155
Na região posterior da coxa localizam-se os mús-
culos semitendíneo, semimembranáceo e bíceps fe-
moral. Todos são extensores do quadril e lexores do 
joelho, exceto a cabeça curta do bíceps femoral, que 
não passa pela articulação do quadril e, por isto, age 
apenas na lexão do joelho.
O gastrocnêmio apresenta cabeça lateral e medial, as 
quais se unem no tendão do calcâneo (o mais forte e 
espesso tendão do corpo). Este músculo é muito for-
te, forma a parte mais proeminente da panturrilha e 
é biarticular. Assim, embora ele faça lexão do joe-
lho e plantilexão do tornozelo, ele não pode exercer 
toda a sua força concomitantemente nas duas arti-
culações, sendo mais eicaz com o joelho estendido 
e, principalmente, quando a extensão do joelho é 
associada à dorsilexão.
O sóleo ica abaixo do gastrocnêmio e é o prin-
cipal músculo da lexão plantar do tornozelo. Isto 
se deve ao fato de ele ser monoarticular, podendo 
atuar intensamente apenas na articulação do tor-
nozelo. Além disso, é um músculo antigravitacio-
nal importante para manter a postura ortostática e 
o equilíbrio, além de possibilitar a marcha. Embora 
ele seja de contração lenta, é forte e capaz de se con-
trair por bastante tempo. O sóleo se une às cabeças 
do gastrocnêmio, formando o tríceps sural. As dife-
renças morfofuncionais entre gastrocnêmio e sóleo 
permitem airmar que “se passeia com o sóleo, mas 
se ganha o salto à distância com o gastrocnêmio” 
(MOORE et al., 2014).
O plantar é um músculo pequeno, de ventre cur-
to e tendão longo, que é ausente em cerca de 10% das 
pessoas. É sinergista do gastrocnêmio e, adicional-
mente, é considerado um órgão de propriocepção, 
devido aos seus muitos fusos neuromusculares. O 
seu tendão pode ser usado em cirurgias de enxertia 
(para reconstrução dos tendões da mão, por exem-
plo) e a sua retirada não causa incapacidade.
Durante a lexão do joelho, o poplíteo ajuda a 
tracionar o menisco lateral posteriormente. Além 
disso, quando em pé e com o joelho parcialmente 
lexionado, ele se contrai para ajudar o ligamento 
cruzado posterior, prevenindo o deslocamento an-
Figura 40 – Músculos da região posterior da coxa
Os músculos tibial anterior, extensor longo dos de-
dos, extensor longo do hálux e ibular terceiro situ-
am-se na região anterior da perna. O tibial anterior 
é dorsilexor do tornozelo e inversor do pé. O exten-
sor longo dos dedos estende os quatrodedos laterais 
e faz dorsilexão do tornozelo. O extensor longo do 
hálux estende esse hálux e faz dorsilexão do torno-
zelo. O ibular terceiro faz dorsilexão do tornozelo e 
auxilia na eversão do pé.
Na região lateral da perna estão os músculos ibu-
lar longo e ibular curto, os quais são eversores do pé. 
Na região posterior da perna estão os músculos 
gastrocnêmio, sóleo, plantar, poplíteo, lexor longo 
dos dedos, lexor longo do hálux e tibial posterior. 
156 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
terior do fêmur. Em pé, com os joelhos estendidos, 
o poplíteo faz a rotação lateral do fêmur, liberando o 
joelho para fazer l exão.
Os l exores longos do hálux e dos dedos são, res-
pectivamente, l exores das articulações do hálux e 
dos dedos. Por i m, o tibial posterior é inversor do 
pé e plantil exor do tornozelo.
O sistema muscular é de fato fascinante, e o mais 
incrível é que ele pode ser modii cado em função de 
seu uso. Assim, o exercício físico tem a capacidade 
de moldá-lo e a ausência dele pode causar atroi a. 
Portanto, o conhecimento especíi co sobre os mús-
culos estriados esqueléticos é essencial ao proi ssio-
nal de Educação Física.
Os vários músculos do pé atuam na fase de suporte 
da marcha, mantendo os arcos do pé em posição ide-
al e produzindo supinação e pronação para permitir 
ajustes ao solo. Incluem abdutor do hálux, adutor do 
hálux, l exor curto do hálux, abdutor do dedo míni-
mo, l exor do dedo mínimo, l exor curto dos dedos, 
quadrado plantar, lumbricais, interósseos dorsais e 
plantares, extensor curto dos dedos e extensor curto 
do hálux (FREITAS, 2004).
Figura 41 – Músculos da perna: a) região anterior b) posterior c) lateral
Figura 42 – Músculos do pé (planta e dorso)
 157
considerações inais
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o sistema esquelético tem um meta-
bolismo bastante ativo. A formação desse sistema tem início a partir do segundo mês 
de vida intrauterina, período no qual os ossos começam a ser formados.
O sistema esquelético (estudado pela osteologia), junto aos sistemas articular 
(estudado pela artrologia) e muscular (estudado pela miologia) constituem o apare-
lho locomotor. Desta forma, a atuação conjunta desses três sistemas, em concordân-
cia com os comandos delagrados pelo sistema nervoso (estudado pela neurologia), 
garante a realização de movimentos voluntários harmônicos e coordenados.
Enquanto o sistema esquelético representa o elemento passivo do movimento, 
pois além de suportar e dar estrutura ao corpo, é tracionado pelos músculos, o sis-
tema muscular representa o elemento ativo do movimento, uma vez que é ele quem 
traciona ossos como alavancas, movendo-os nas regiões onde estes se conectam, ou 
seja, nas articulações. Já o sistema nervoso é considerado o idealizador, o realizador e 
o corretor do movimento, pois a programação motora, a ativação de áreas executoras 
e das áreas de controle estão a seu encargo.
A falha de qualquer um destes sistemas, todavia, poderá implicar em graves dis-
túrbios motores, como hipertonia ou hipotonia muscular, paralisias ou paresias, dis-
cinesias, dentre outros. E isto acontecendo, as atividades fundamentais do ser huma-
no podem ser prejudicadas, levando o indivíduo à perda da independência funcional 
(incapacidade de realizar cuidados pessoais, de se alimentar e até de deambular).
Cuidados diários relativamente simples podem garantir o pleno funcionamento 
dos sistemas esquelético, articular, muscular e nervoso. Uma dieta adequada rica 
em colágeno, cálcio, vitamina B, C e D, por exemplo, é essencial. Adicionalmente, a 
prática regular e supervisionada de exercícios físicos, uma boa qualidade de sono e a 
reposição hormonal (quando necessária) fazem toda a diferença.
Para tanto, é essencial que se tenha pleno conhecimento anatômico e isiológico 
das estruturas que compõem tais sistemas a im de incentivar procedimentos preven-
tivos e curativos adequados. Como o proissional/professor de Educação Física atua 
na área da saúde, ele deve conhecer profundamente esses sistemas, pois a sua ação 
proissional pode estimulá-los. Desta forma, boa capacitação para você!
158 
atividades de estudo
1. Leia atentamente o texto a seguir sobre o siste-
ma esquelético e analise as airmativas. 
O sistema esquelético envolve os ossos e carti-
lagens que compõem o corpo humano. Ele faz a 
sustentação e auxilia na forma do corpo, além de 
proteger os órgãos internos. Permitir que o cor-
po se movimente é a sua principal função e, ainda 
assim, também produz células sanguíneas e atua 
como reserva de minerais (por exemplo, do cálcio). 
O crânio é constituído por 22 ossos. Estes se 
articulam por meio das suturas e da articulação 
temporomandibular. A maioria deles tem grande 
mobilidade e forma o crânio neural.
a) Todos os ossos dos membros superiores 
são classiicados como longos, exceto os 
ossos carpais, que são curtos.
b) Todos os ossos dos membros inferiores 
são classiicados como longos, exceto os 
ossos tarsais, que são curtos.
c) Todos os ossos dos membros superiores 
e inferiores são classiicados como longos, 
exceto ossos carpais, escápula, clavícula, 
ossos tarsais e patela, que são, respecti-
vamente, curtos, plano, alongado, curtos e 
sesamoides.
d) A escápula e a clavícula pertencem ao es-
queleto axial, pois se localizam no tronco.
e) Todos os ossos do crânio são planos.
2. O estudo dos planos de secção e tangenciamen-
to do corpo humano é essencial à Anatomia Hu-
mana, uma vez que auxilia no corte anatômico e 
na nomenclatura das estruturas estudadas. So-
bre este tema, está correta a seguinte alternativa:
a) A estrutura mediana é a que está próxima 
do plano sagital mediano, mas não exata-
mente sob ele.
b) A estrutura mediana é aquela mais próxi-
ma ao plano anterior.
c) A estrutura média é a que se posiciona en-
tre uma estrutura lateral e outra estrutura 
medial.
d) A estrutura intermédia é aquela entre uma 
estrutura lateral e outra estrutura medial.
e) A estrutura intermédia é a que se posicio-
na sob o plano sagital mediano.
3. O estudo anatômico se preocupa em elucidar a 
morfologia (constituição), a localização e as fun-
ções desempenhadas pelas diversas estruturas 
que compõem o corpo humano. Ele considera o 
fato de que cada indivíduo pode apresentar pe-
quenas variações anatômicas, as quais podem 
ser causadas por diversos fatores. Sobre este 
tema, analise as airmativas a seguir: 
I - A sinostose do crânio é exemplo de varia-
ção anatômica causada pela idade.
II - O biótipo e a etnia são fatores causado-
res de variação anatômica. Enquanto in-
divíduos longilíneos apresentam tórax 
arredondado, membros curtos em rela-
ção ao tronco e baixa estatura corpórea, 
indivíduos brevilíneos têm tórax alongado, 
membros longos em relação ao tronco 
e maior estatura corpórea. Em relação à 
etnia, é importante salientar que as dife-
renças anatômicas entre grupos raciais 
são apenas externas (cor de pele, cor de 
olhos, aspecto do cabelo, do nariz etc.), 
nunca internas.
III - A variação anatômica também pode ser 
causada pelas diferenças em relação ao 
sexo. O crânio masculino, por exemplo, 
apresenta a fronte mais inclinada, tem aci-
dentes anatômicos mais salientes (devido 
a maior força muscular) e a pelve desen-
volvida no sentido longitudinal.
 159
atividades de estudo
IV - A anatomia legal se utiliza do fato de o 
sexo ser um fator causador de variação 
para identiicar cadáveres. O crânio fe-
minino, por exemplo, apresenta a fronte 
mais inclinada, acidentes anatômicos mais 
salientes devido aos hormônios femininos 
(estrógeno e a progesterona) e a pelve 
mais desenvolvida no sentido transversal.
V - Uma criança que nasce sem o encéfalo 
(anencefálica) é exemplo de variação ana-
tômica. 
É correto o que se airma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) III e V, apenas.
4. Considerando os seus conhecimentos em miolo-
gia, analise as airmativasa seguir e identiique-as 
como verdadeiras (V) ou falsas (F). 
( ) Músculos digástricos (ou biventres) têm dois ven-
tres musculares separados por um tendão interme-
diário. O estilo-hioideo é um músculo assim.
( ) Músculos bíceps (como o bíceps braquial), tríceps 
(como o tríceps braquial) ou quadríceps (como o qua-
dríceps femoral) apresentam, respectivamente, dois, 
três ou quatro ventres musculares.
( ) Músculos mímicos são voluntários, uma vez que 
são classiicados como estriados esqueléticos. Além 
disso, são dérmicos, pois estão aderidos à camada 
profunda da pele. Assim, a proximidade deles à pele 
faz com que as suas contrações marquem a pele, ori-
ginando rugas de expressão com o passar dos anos.
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) V, V, V.
b) F, F, F.
c) V, F, V.
d) F, V, F.
e) F, F, V.
5. Considerando os seus conhecimentos referentes 
à miologia, analise as proposições a seguir:
I - O miocárdio é classiicado como músculo 
estriado cardíaco. Ele apresenta várias es-
trias transversais e a sua contração é invo-
luntária. Portanto, ele é classiicado como 
músculo somático.
II - O músculo estriado esquelético tem con-
tração do tipo voluntária e não apresenta 
estrias transversais (sendo classiicado 
como músculo liso).
III - Os músculos tríceps braquial e tríceps su-
ral apresentam três ventres musculares e 
se inserem por meio de um único tendão.
IV - Um músculo policaudado tem apenas um 
ventre muscular e vários tendões de inserção.
V - O tendão de origem é a extremidade do 
músculo que permanece mais ixa duran-
te o movimento. O tendão de inserção é a 
extremidade do músculo que se move du-
rante o movimento. 
É correto o que se airma em:
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) IV e V, apenas.
e) II e V, apenas.
160
LEITURA
COMPLEMENTAR
O artigo intitulado “Modelo didático aplicado ao estudo de conceitos introdutórios à Ana-
tomia Humana” de autoria de Itamar Cossina Gomes, Juliana Vanessa Colombo Martins 
Perles e Carmem Patrícia Barbosa Lopes, publicado na revista Arquivos do MUDI, aborda 
a utilização prática dos planos que tangenciam e seccionam o corpo humano, 
bem como os eixos que permitem os diversos movimento do corpo humano. 
Como toda ciência, a Anatomia Humana tem sua linguagem própria a qual, em 
conjunto, recebe o nome de Nômina Anatômica. Instituída a partir de 1955, esta 
terminologia teve por objetivo evitar que estruturas do corpo humano recebes-
sem diferentes denominações em diversos centros de estudos e pesquisas em 
Anatomia Humana do mundo (DANGELO; FATTINI, 2011).
A Nômina Anatômica atualizada, publicada com o nome de Terminologia Ana-
tômica, foi aprovada pelas Associações de Anatomia de todo o mundo e tor-
nou-se oi cial a partir do ano de 1998 e é válida até a próxima edição revisada. 
Considerada um documento oi cial que deve ser obedecido pelos professores 
e alunos da disciplina de anatomia humana, é constituída de cerca de 6.000 
termos que são expressos em latim e traduzidos pelas sociedades de anatomia 
de cada país para a língua vernácula. No Brasil, a terminologia é traduzida pela 
Comissão de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia e o livro 
conta um uma seção de termos gerais e outras organizadas por sistemas. O 
sistema ósseo, por exemplo, apresenta termos anatômicos próprios que são 
empregados na osteologia (DI DIO, 2002; SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATO-
MIA, 2001; FREITAS, 2004).
O estudo anatômico é sempre realizado a partir da padronização dos termos de 
descrição anatômica a i m de se possibilitar uma comunicação sem ambiguida-
des entre os estudiosos desta ciência. Neste contexto, a posição anatômica de 
descrição ou referência foi instituída e tornou-se de grande valia para evitar er-
ros na nomenclatura e no posicionamento do corpo humano a ser estudado. Em tal posição 
(Figura 1), supõe-se que o cadáver está ereto, com a cabeça em nível horizontal, olhos volta-
dos para frente, pés plantados no chão e direcionados para frente, membros superiores ao 
lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para frente (MOORE, 2001; TORTORA, 2010).
Após sua leitura, sugere-se que a atividade prática proposta seja realizada. Você aprenderá 
muito com esta vivência. Boa leitura!
Fonte: Gomes, Perles e Lopes (2014). 
Figura 1 - Representação da boneca em 
posição anatômica de descrição
 161
material complementar
Por meio deste documentário, é possível entender um pouco sobre a realidade das pessoas que nas-
cem com osteogênese imperfeita, a doença dos ossos de vidro, bem como a vida de seus cuidadores. 
Etiologia, tratamentos e vida diária são abordados por especialistas e familiares. De igual modo, são 
valorizados os sonhos e as perspectivas daqueles que precisam sobreviver com esta rara doença. É um 
ilme curto que retrata sobre a realidade de portadores de osteogênese imperfeita e os seus familiares. 
Grande lição de vida! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2YiYMJRNeJM>.
Indicação para Acessar
162 
referências
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. 
ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Lançamento oicial da Terminologia Anatômica em São Paulo: 
um marco histórico para a medicina brasileira. Rev. Ass. Med. Brasil., v. 46, n. 3, 
p. 191-193, 2000.
FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
GALI, J. C. Osteoporose. Acta Ortop. Bras., v. 9, n. 2, p. 3-12, abr./jun. 2001. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aob/v9n2/v9n2a07.pdf>. Acesso em: 
20 nov. 2018.
GOMES, I. C.; PERLES, J. V. C. M.; LOPES, C. P. B. Prática de Laboratório: Mo-
delo Didático Aplicado ao Estudo de Conceitos Introdutórios à Anatomia Hu-
mana. Arquivos do MUDI, Maringá, v. 18, n. 1, p. 5-17, 2014. Disponível em: 
<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/24739/pdf_49>. 
Acesso em: 20 nov. 2018. 
GRABINER, M. D.; GREGOR, R. J.; VASCONCELOS, M. M. Cinesiologia e 
anatomia aplicada. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica huma-
na. v. 3. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem 
dinâmica. Maringá: Clichetec, 2014.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia 
orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
SBA. Sociedade Brasileira de Anatomia. Terminologia anatômica. São Paulo: 
Manole, 2001.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, A. L. Princípios de anatomia 
e isiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
 163
gabarito
1. C.
2. D.
3. B.
4. E. 
5. D. 
gabarito
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Tecido nervoso
• Sistema nervoso central
• Sistema nervoso periférico
• Sistema nervoso autônomo
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a constituição do tecido nervoso.
• Estudar as principais correlações do sistema nervoso 
central com o movimento humano: medula espinal, tronco 
encefálico, cerebelo, diencéfalo, telencéfalo, meninges, 
ventrículos encefálicos e líquido cerebrospinal.
• Descrever as principais correlações do sistema nervoso 
periférico com o movimento humano: nervos espinais, 
nervos cranianos, plexos nervosos, terminações nervosas e 
gânglios nervosos, lesões nervosas.
• Entender as principais correlações do sistema nervoso 
autônomo (SNA) com o movimento humano: apresentar 
a função geral do SNA. Estudar, do ponto de vista 
morfológico e funcional, o SNA simpático e o SNA 
parassimpático em função do movimento.
NEUROANATOMIA APLICADA 
AO MOVIMENTO
 unidade 
V
INTRODUÇÃO
Quando movemos qualquer parte do nosso corpo, devemos ter em mente que este movimento começou bem longe de onde ele de fato ocorreu. Assim, um atleta que executa um arremesso 
ou um chute preciso deve entender queeste ato motor pode ser 
aperfeiçoado ainda mais, pois depende do planejamento, da atuação, da 
correção e do reinamento do sistema nervoso que o desencadeou. Isto 
explica por que os atletas repetem tantas vezes os mesmos movimentos 
que já praticam há tempos .
Uma das áreas estudadas pelas neurociências enfoca detalhes acer-
ca de como o movimento humano é planejado, executado, corrigido e 
aperfeiçoado. Assim, a neuroanatomia que será descrita aqui intencio-
nará aplicar o conhecimento da anatomia e da isiologia do sistema ner-
voso à prática do movimento corpóreo. Para tanto, serão abordadas as 
diversas estruturas formadoras desse tão precioso sistema no sentido de 
relacioná-las ao tema. A medula espinal, o tronco encefálico (composto 
pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo), o cerebelo, o diencéfalo e o 
telencéfalo serão abordados anatômica e isiologicamente, objetivando 
entender em profundidade o desenrolar do movimento.
Temas básicos que substanciam o entendimento desse complexo sis-
tema deverão ser previamente trabalhados a i m de prepará-los para o 
pleno aproveitamento desta temática. Desta forma, serão apresentadas 
as células formadoras do sistema nervoso (os neurônios e as células da 
glia), os mecanismos de comunicação entre o sistema nervoso e o corpo 
(por meio das sinapses) e a constituição estrutural básica desse sistema. 
Considerando que o controle das funções orgânicas, a realização 
de funções voluntárias (como fonação e deambulação) e involuntárias 
(como salivação e respiração) dependem diretamente da atuação do sis-
tema nervoso, o qual controla e coordena as funções dos demais sistemas 
do organismo e permite que o corpo reaja a modii cações do ambiente 
interno e externo a i m de manter a homeostasia, justii ca-se a sua rele-
vância e a importância de seu estudo. No contexto proi ssional de atuação 
do proi ssional de Educação Física, onde o movimento, a coordenação 
motora, o equilíbrio, o tônus muscular, a aprendizagem motora e outras 
aptidões são essenciais, este estudo é fundamental. Portanto, aproveite 
para entendê-lo e dedique-se ao seu estudo!
168 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Tecido Nervoso
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 169
Caro(a) aluno(a), o movimento humano depende 
da atuação precisa e coordenada das estruturas que 
compõem o sistema nervoso (SN). Assim, as estru-
turas formadoras do sistema nervoso central (SNC), 
do sistema nervoso periférico (SNP) e do sistema 
nervoso autônomo (SNA) atuam em conjunto para 
que a mobilidade seja garantida de maneira harmô-
nica. Além disso, todas as células que constituem o 
tecido nervoso devem desempenhar as suas funções 
de modo preciso e coordenado para que nada ocorra 
de maneira indesejada. Neste contexto, esta unidade 
abordará, além das células do tecido nervoso, cada 
porção do SNC, do SNP e do SNA.
Como anteriormente mencionado, as funções 
do SN estão diretamente relacionadas às células que 
constituem o próprio tecido nervoso, ou seja, os 
neurônios e as células gliais.
Os neurônios são as principais células nervosas, 
haja vista serem eles os responsáveis pela comunica-
ção intercelular, conhecida como sinapse (do grego 
synapsis, que signiica conexão). Existem vários ti-
pos morfologicamente diferentes de neurônios.
Os neurônios são constituídos por partes caracte-
rísticas com funções especíicas. Os dendritos, por 
exemplo, são vários pequenos prolongamentos que 
surgem do corpo do neurônio e que servem para re-
ceber o estímulo e enviá-lo a esse corpo.
No corpo está localizado o núcleo do neurônio, 
ou seja, é onde o seu material genético está armaze-
nado. Por isto, o corpo é considerado o “centro me-
tabólico” do neurônio, já que representa uma região 
de grande importância funcional. Inclusive, uma le-
são na região do núcleo normalmente causa a morte 
desse neurônio.
Do corpo (mais especiicamente de uma região 
chamada cone de implantação) emerge um prolon-
gamento maior e único denominado axônio, em cuja 
extremidade inal ocorre uma extensa ramiicação 
chamada terminação axônica. A função do axônio é 
conduzir o impulso nervoso até a terminação axôni-
ca para que este seja passado a outra célula durante 
a sinapse. Nos neurônios mielinizados, o axônio é 
envolto pela bainha de mielina, a qual é constituída 
por gordura, proteínas e vitamina B12. Ela é formada 
por células especiais chamadas células de Schwann 
(no SNP) e oligodendrócitos (no SNC). A bainha de 
mielina é interrompida esporadicamente, deixando 
pequenos espaços denominados nódulos de Ran-
vier, onde essa bainha não existe. Por isso, ela serve 
para aumentar a velocidade de condução dos impul-
sos nervosos, haja vista que a gordura atua como um 
isolante elétrico e obriga o impulso a “saltar” pelos 
nódulos de Ranvier. Assim, ao invés de o impulso 
ter que percorrer toda a extensão do axônio, ele sal-
ta de nódulo em nódulo, acelerando, assim, a trans-
missão elétrica.Figura 1 - Diferentes tipos de neurônios presentes no corpo humano
170 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
As sinapses podem ser entendidas como ordens ou 
comandos que ocorrem entre os neurônios, ou entre 
um neurônio e uma célula efetora (que pode ser, por 
exemplo, um músculo ou uma glândula). Em verte-
brados, esses comandos dependem da liberação de 
uma substância química chamada neurotransmis-
sor, que ica armazenada em vesículas (as vesículas 
sinápticas) localizadas no neurônio pré-sináptico. 
Assim, para que o impulso seja propagado, o neu-
rotransmissor deve ser liberado na fenda sináptica 
(um espaço existente entre as células que realizam a 
sinapse). Para isso, o íon cálcio adentra o neurônio 
pré-sináptico e sinaliza às vesículas sinápticas para 
que ocorra a exocitose do neurotransmisor.
Dependendo de alguns fatores (por exemplo, o 
tipo de neurotransmissor liberado na fenda sináp-
tica), as sinapses podem ser excitatórias ou inibitó-
rias. Vale ressaltar que a sinapse entre um neurônio 
e uma célula muscular é chamada de junção neuro-
muscular (ou placa motora), e o neurotransmissor 
liberado nesta situação é a acetilcolina.
Figura 2 - Dendritos, corpo celular, núcleo, axônio, célula de Schwann, 
terminação axônica, nódulo de Ranvier, bainha de mielina
Figura 3 - Fenda sináptica. Observe os neurônios pré e pós-sinápticos, 
as vesículas sinápticas localizadas no neurônio pré-sináptico e a libera-
ção do neurotransmissor na fenda sináptica
Uma disfunção grave chamada epilepsia pode 
ocorrer quando a sinapse é, de alguma maneira, 
perturbada. Em grande parte das vezes, a pessoa 
em crise de epilepsia apresenta, dentre vários aco-
metimentos, alterações motoras. É comum, por 
exemplo, haver espasticidade (contração muscular 
exacerbada) durante a crise, seguida de hipotonia 
(relaxamento muscular exagerado) após o episó-
dio epilético.
Depois de compreender como são e como atuam 
os neurônios, é de igual importância entender como 
as células da glia agem. Estas células também podem 
ser chamadas de neuroglia, células neurogliais ou 
neurogliócitos. Embora cinco vezes mais abundan-
tes do que os neurônios, as células da glia não são 
excitáveis, ou seja, não fazem sinapses. Todavia elas 
desempenham funções importantes como sustenta-
ção, isolamento e nutrição dos neurônios.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 171
Existem quatro tipos de células da glia no SNC (as-
trócitos, micróglia, células ependimárias e oligoden-
drócitos) e dois tipos no SNP (células de Schwann 
e células satélites ou anfícitos). Os astrócitos con-
trolam a nutrição dos neurônios. A micróglia é res-
ponsável pela defesa imunológica desses neurônios, 
uma vez que ela é um fagócito. As células ependimá-
rias produzem líquido cerebrospinal. Os oligoden-
drócitos produzem a bainha de mielina no SNC, e as 
células de Schwann a produzem no SNP. As células 
satélites protegem os neurônios.
Você pode estar se perguntando qual é a corre-
laçãoentre as células da glia e o movimento. A res-
Figura 4 - Aspectos morfológicos das principais células da glia: oligoden-
drócitos, micróglia, células ependimárias, células de Schwann e astrócitos
posta é total e, se você considerar que as funções dos 
astrócitos, da micróglia e das células satélites são 
essenciais à sobrevivência dos neurônios, ica ainda 
mais fácil concordar com isso. Complementarmente, 
os oligodendrócitos e as células de Schwann garan-
tem a rápida comunicação nas sinapses por meio da 
bainha de mielina. Por isso, doenças desmielinizan-
tes (como a esclerose lateral amiotróica, a adreno-
leucodistroia e tantas outras) são tão incapacitantes 
e maléicas. Além disso, se as células ependimárias 
produzirem líquido cerebrospinal demais ou de me-
nos, a pressão intracraniana pode ser afetada, e os 
movimentos, comprometidos.
172 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Nervoso Central
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 173
É considerado sistema nervoso central (SNC) o tecido 
nervoso localizado na região central do corpo, ou seja, 
na cabeça e no tronco (o próprio termo SNC enfatiza a 
sua localização). Assim, o SNC é constituído pela me-
dula espinal (abrigada no canal medular formado pelas 
vértebras) e encéfalo (abrigado na cavidade craniana).
A maioria das pessoas chama o encéfalo de cére-
bro. Este termo está incorreto, pois o cérebro é ape-
nas uma parte do encéfalo. Isto porque o encéfalo 
apresenta várias partes: tronco encefálico (formado 
pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo), cerebelo, 
diencéfalo e telencéfalo. O cérebro nada mais é do 
que o diencéfalo e o telencéfalo juntos. Desta forma, 
se você disser que o cérebro é o que está localizado na 
cavidade craniana, você está negligenciando a exis-
tência das outras partes do encéfalo, ou seja, o tronco 
encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo) e o cerebelo.
O objetivo desta unidade é abordar a relação en-
tre cada uma destas estruturas formadoras do SNC 
com o ato motor. Adicionalmente, temas como as 
meninges, os ventrículos encefálicos e o líquido ce-
rebrospinal serão abordados devido à importância 
funcional que apresentam.
FUNÇÕES GERAIS DO SISTEMA NERVO-
SO CENTRAL
De maneira geral, o SNC recebe, analisa e integra 
informações advindas do meio ambiente (meio ex-
terno) e do meio interno (o próprio corpo do indiví-
duo). Assim, ele representa o local onde os estímu-
los chegam e são interpretados, bem como o local 
onde as decisões ocorrem, desencadeando ordens à 
periferia do corpo. No entanto é importante ressal-
tar que o SNC age em conjunto e de maneira depen-
dente à ação do SNP (MOORE et al., 2014).
CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL
Tanto o encéfalo quanto a medula espinal apresen-
tam corpos celulares e ibras nervosas (axônios). O 
aglomerado de corpos celulares origina a substân-
cia cinzenta, e a junção das ibras nervosas origina a 
substância branca. As células da glia estão presentes 
tanto na substância cinzenta quanto na branca.
Na medula espinal, a substância cinzenta ica lo-
calizada por dentro da substância branca e se parece 
com uma borboleta ou com a letra H. No encéfalo, 
essa substância ica localizada predominantemente 
por fora da substância branca, constituindo, assim, 
o córtex cerebral. A substância branca do encéfalo é 
chamada de centro branco medular do cérebro. Vale 
ressaltar que parte da substância cinzenta do encé-
falo se localiza em meio à substância branca, cons-
tituindo os núcleos da base (MIRANDA NETO; 
CHOPARD, 2014).
Embora os núcleos da base também tenham 
funções não motoras (cognitiva, emocional, de mo-
tivação e seleção de informações sensitivas para o 
controle motor), eles atuam principalmente no con-Figura 5 - Sistema nervoso central e sistema nervoso periférico
174 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
trole do movimento. Por isto, as suas lesões podem 
causar vários distúrbios motores, como coréia, ate-
tose, balismo, distonia, tiques, síndrome de Tourette 
(tiques motores e vocais) e distúrbios hipocinéticos 
(como o Parkinsonismo).
Dentre tais núcleos, pode-se citar o caudado, o 
lentiforme (putame e glóbulo pálido), o claustro, o 
corpo amigdaloide (parte do sistema límbico, é um 
importante centro regulador do comportamento se-
xual e da agressividade), o núcleo basal de Meynert 
e o núcleo accumbens.
O seu calibre não é uniforme, pois ela é mais ca-
librosa onde as raízes nervosas que formam os ple-
xos braquial e lombossacral fazem conexão. Estes 
plexos são aglomerados de nervos (neurônios) que 
inervam os membros superiores e inferiores.
A ME se comunica superiormente com o bul-
bo (ao nível do forame magno do osso occipital) e, 
inferiormente, ela termina ailando-se para formar 
o cone medular, o qual continua com um delgado 
ilamento meníngeo, o ilamento terminal, ao nível 
da segunda vértebra lombar. Assim, no adulto, a me-
dula não ocupa todo o canal vertebral, tendo 45 cm 
no homem e 42 cm na mulher.
Tal fato tem importância clínica, pois, abaixo 
da segunda vértebra lombar, o canal vertebral não 
tem mais ME, todavia, contém apenas as meninges 
e as raízes nervosas dos últimos nervos espinais que 
formam a cauda equina. Isto porque ME e vértebras 
crescem em ritmos diferentes.
Figura 6 - Núcleos da base do cérebro e centro branco medular do cérebro
MEDULA ESPINAL
Sem dúvida, a medula espinal (ME) é imprescindível 
ao movimento. Por isto, quando ela é lesionada, qua-
dros de paraplegia ou de tetraplegia podem ocorrer.
Segundo Machado e Haertel (2014), a ME é uma 
massa cilíndrica de tecido nervoso que ica localizada 
dentro do canal vertebral. O seu nome (medula) sig-
niica justamente aquilo que ica por dentro, o miolo. Figura 7 - Medula espinal e os seus limites
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 175
A ME apresenta sulcos longitudinais onde se conec-
tam os ilamentos radiculares que formam as raízes 
dos nervos espinais. Estes nervos trazem à medula 
informações sensitivas da periferia do corpo para 
serem conduzidas ao encéfalo, e levam as ordens do 
encéfalo à periferia do corpo. Isto explica porque 
uma lesão na ME pode causar perdas sensitivas e/
ou motoras.
Para dar maior proteção à ME, membranas i-
brosas chamadas meninges fazem o revestimento 
externo. A dura-máter é a mais externa das menin-
ges, a mais espessa e a mais resistente. A pia-máter 
é a mais delicada e interna, e adere intimamente ao 
tecido nervoso. Já a aracnoide-máter se dispõe entre 
as outras duas, formando um emaranhado de trabé-
culas aracnóideas.
ENCÉFALO
Como vimos anteriormente, o encéfalo é composto 
por tronco encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), 
cerebelo, diencéfalo e telencéfalo. Estudaremos a 
partir de agora cada uma destas porções, relacionan-
do-as ao movimento sempre que possível.
Tronco encefálico
O tronco encefálico ica acima da ME, abaixo do 
diencéfalo e à frente do cerebelo. Ele é composto 
pelo bulbo (inferiormente), mesencéfalo (supe-
riormente) e ponte (entre o bulbo e o mesencéfa-
lo). A sua grande importância é, em parte, atribu-
ída ao fato de 10 dos 12 pares de nervos cranianos 
estarem conectados a ele. Por isto, lesões bulbares 
podem ser muito graves e com sintomas bastante 
variados. Todo o texto que segue foi escrito a partir 
das considerações de Aii e Bergman (2007), Ma-
chado e Haertel (2014) e outros autores importan-
tes da área.
Figura 8 - Sulcos da medula espinal e meninges
É importante ressaltar que além das lesões medula-
res de origem traumática (como acidentes automo-
bilísticos, quedas, tiros, facadas etc.), a ME também 
pode ser acometida por doenças neoplásicas (cân-
cer) e degenerativas, as quais são tão incapacitantes 
quanto as traumáticas. Figura 9 - Visão geral do tronco encefálico
176 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Bulbo
O bulbo ica abaixo da ponte e acima da ME (acima 
do forame magno). A sua superfície também apre-
senta sulcos longitudinais como a medulaespinal.
De cada lado do bulbo existe uma eminência 
alongada chamada pirâmide, que é formada por um 
feixe de ibras nervosas, as quais, por sua vez, des-
cem das áreas motoras do cérebro até os neurônios 
motores localizados na ME. Assim, as pirâmides do 
bulbo são essenciais ao movimento e nelas ocorre 
um cruzamento parcial dessas ibras, formando a 
decussação das pirâmides. Isto explica o fato de uma 
lesão do lado direito do encéfalo causar perda mo-
tora do lado esquerdo do corpo (ou seja, o déicit 
motor é contralateral à lesão).
Complementarmente, o bulbo tem diversas ou-
tras funções. Ele é considerado um importante cen-
tro nervoso, pois se relaciona às funções respiratória 
e cardiovascular, à tosse, ao vômito, à deglutição e ao 
bocejo. Além disso, ele ajuda a formar o IV ventrícu-
lo, e em sua área posterior estão os fascículos grácil 
e cuneiforme, os quais são constituídos por ibras 
nervosas ascendentes.
Ponte
A ponte ica entre o mesencéfalo e o bulbo e à frente 
do cerebelo. Em relação às suas funções, ela ajuda a 
formar o IV ventrículo e apresenta amplas conexões 
com o cerebelo, o que é essencial para a execução e o 
reinamento do movimento.
Mesencéfalo
O mesencéfalo ica entre a ponte e o diencéfalo. Ele é 
atravessado em toda a sua extensão por um estreito 
canal chamado aqueduto do mesencéfalo, que une o 
III ao IV ventrículo, permitindo, assim, a drenagem 
do líquido cerebrospinal.
Além disso, o mesencéfalo apresenta uma área 
escura chamada substância negra, onde existem 
neurônios ricos em melanina e diretamente relacio-
nados ao movimento. Ele também participa das vias 
da audição e da visão.
CEREBELO
O cerebelo situa-se atrás do bulbo e da ponte e re-
pousa sobre o osso occipital. Ele se conecta à ME, ao 
bulbo, à ponte e ao mesencéfalo.
A sua porção mediana e ímpar é chamada de 
verme, e as suas massas laterais são os hemisférios 
cerebelares. Tanto o verme quanto os hemisférios 
apresentam sulcos transversais que delimitam inas 
lâminas, estas chamadas de folhas. Os sulcos mais 
profundos são chamados de issuras.
À semelhança do cérebro, o cerebelo é constitu-
ído por um centro de substância branca (corpo me-
dular do cerebelo) e revestido por uma ina camada 
de substância cinzenta (córtex cerebelar). Dentro do 
corpo medular existem quatro pares de núcleos de 
substância cinzenta (os núcleos centrais do cerebe-
lo): denteado, emboliforme, globoso e fastigial.Figura 10 - Bulbo, ponte e mesencéfalo
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 177
O cerebelo deve ser bem conhecido pelos proi s-
sionais de Educação Física devido aos seus aspectos 
funcionais. Isto porque ele está diretamente relacio-
nado ao equilíbrio, à coordenação dos movimentos 
e à aprendizagem motora. Todavia é importante res-
saltar que estudos recentes têm sugerido que o ce-
rebelo também apresenta funções não motoras. Por 
exemplo, função autônoma, de comportamento e de 
cognição, além de ajudar a formar o IV ventrículo. 
Adicionalmente, é descrito que autistas apresentam 
hipoplasia cerebelar e que lesões cerebelares podem 
causar síndromes com diferentes sintomas (GAR-
CIA; MOSQUERA, 2011).
O pequeno volume ocupado pelo diencéfalo não re-
l ete a sua importância funcional, pois ele desempe-
nha inúmeras e importantes funções. O diencéfalo 
se relaciona ao III ventrículo e compreende quatro 
regiões principais: tálamo, hipotálamo, epitálamo e 
subtálamo.
O tálamo é uma grande massa de substância cin-
zenta, disposta uma de cada lado do diencéfalo (es-
tas massas são unidas pela aderência intertalâmica). 
Ele recebe impulsos motores e sensitivos vindos da 
periferia do corpo (exceto o olfato) e os encaminha 
ao córtex cerebral. Relaciona-se intimamente com a 
dor e, por isto, uma lesão talâmica pode causar a sín-
drome talâmica dolorosa, o déi cit de memória e de 
linguagem e vários outros sintomas.
O hipotálamo i ca abaixo do tálamo e as suas 
funções se relacionam principalmente com o con-
trole da atividade visceral. Ele é considerado um 
grande centro autônomo e endócrino, atuando em 
processos como alimentação, ingestão de líquidos, 
comportamento sexual e emocional, regulação da 
temperatura, memória e crescimento.
Figura 11 - Cerebelo inteiro
DIENCÉFALO
Como já mencionado, o diencéfalo, junto com o 
telencéfalo, formam o cérebro, o qual representa a 
porção mais desenvolvida e importante do encéfa-
lo e que ocupa cerca de 80% da cavidade craniana. 
Enquanto o telencéfalo se desenvolveu mais nos 
sentidos lateral e posterior, formando, assim, os he-
misférios cerebrais, o diencéfalo i cou quase comple-
tamente encoberto pelo telencéfalo, permanecendo, 
assim, em situação ímpar e mediana.
Figura 12 - Diencéfalo e cérebro
178 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
O epitálamo ica acima do sulco hipotalâmico. 
A glândula pineal é o seu elemento mais evidente, 
atuando, portanto, no controle do ritmo circadiano 
e na função gonadal. Por isto, uma lesão nesta região 
pode retardar ou adiantar a puberdade, ou mesmo 
alterar o ritmo circadiano.
O subtálamo, que ica abaixo do tálamo, é bem 
importante ao proissional de Educação Física, pois 
o seu elemento mais evidente é o núcleo subtalâmi-
co, cuja função é controlar e modular o movimento 
voluntário. Por isto, quando esse núcleo é lesionado, 
pode haver hemibalismo (uma doença cujos movi-
mentos violentos e involuntários ocorrem na meta-
de do corpo contralateral ao subtálamo lesado).
Telencéfalo
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cere-
brais e uma pequena parte mediana situada na por-
ção anterior do III ventrículo. Tais hemisférios são 
parcialmente separados pela issura longitudinal do 
cérebro, cujo assoalho é formado pelo corpo caloso 
(o principal meio de união entre eles).
Ele possui duas cavidades chamadas ventrícu-
los laterais onde o líquido cerebrospinal se aloja. 
Também apresenta três pontos projetados (polos 
frontal, occipital e temporal), cinco lobos (frontal, 
parietal, temporal, occipital e da ínsula) e três faces 
(superolateral, medial e inferior ou base do cére-
bro). Estudaremos os principais aspectos de cada 
uma destas regiões. 
Figura 13 - Telencéfalo, dois hemisférios e issura longitudinal do cérebro
Figura 14 - Polos, lobos e faces
A superfície do cérebro humano apresenta vários 
sulcos e, assim, delimitando vários giros. Os giros 
aumentam a superfície do cérebro sem aumentar o 
seu volume, pois dois terços da área do córtex cere-
bral estão “escondidos” nos sulcos (o encéfalo hu-
mano é, por isto, chamado de girencéfalo; encéfalos 
sem giros são chamados de lisencéfalos).
Enquanto muitos sulcos são inconstantes e 
não recebem nomes, outros são constantes e rece-
bem nomes especiais. É importante salientar que 
o padrão dos sulcos e dos giros pode ser diferente 
nos dois hemisférios de um mesmo indivíduo, e 
não existe nenhum sulco ou giro que seja carac-
terístico de uma determinada raça, sendo, assim, 
impossível a identiicação da raça pelo estudo do 
cérebro.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 179
Os dois sulcos mais importantes são o lateral e 
o central. O lateral separa os lobos frontal e parietal 
do lobo temporal. O sulco central separa os lobos 
frontal e parietal e é ladeado por dois giros paralelos, 
o giro pré-central (anterior ao sulco) e o pós-central 
(posterior a ele). Estes giros relacionam-se, respecti-
vamente, à motricidade e à sensibilidade do corpo.
Admite-se que o menor encéfalo compatível com a 
inteligência normal deve pesar cerca de 900 g.
Aspectos funcionais das principais áreas en-
cefálicas
Algumas áreas encefálicas têm funções especiais. 
Mencionaremos a seguir as mais importantes.
Os giros frontal superior e frontal médio rela-
cionam-se à cognição, ao raciocínio lógico e mate-
mático, e à memória recente. O giro frontal inferior 
do lado esquerdo do cérebro é chamado de giro de 
Broca e é onde se localiza o centro da palavra falada.
Enquanto nogiro pré-central se localiza a área 
motora primária do cérebro, no giro pós-central se 
localiza a área sensitiva deste.
No giro temporal superior está a área de Werni-
cke, envolvida na compreensão da linguagem fala-
da. O giro temporal inferior está envolvido na per-
cepção visual de cor e de forma. No giro temporal 
transverso anterior se localiza o centro cortical da 
audição (área acústica primária).
O lóbulo parietal superior está envolvido na in-
teração do indivíduo com o seu meio e, por isto, a 
presença de lesões, principalmente no hemisfério 
não dominante, causam negligência em relação a 
partes do corpo. Nele existem os giros supramargi-
nal e angular, os quais estão envolvidos na integração 
de diversas informações sensoriais quanto à fala e à 
percepção. Assim, lesões, principalmente no hemis-
fério dominante, causam distúrbio na compreensão 
da linguagem e no reconhecimento de objetos.
O corpo caloso une áreas simétricas do córtex 
cerebral de cada hemisfério. O giro do cíngulo faz 
parte do sistema límbico e, por isto, afeta o funcio-
namento visceral, as emoções e o comportamento. 
No lobo occipital está localizada a área visual primá-
ria, e o giro reto está relacionado ao olfato.
Figura 15 - Sulco lateral e central, giro pré e pós-central
Dos cinco lobos cerebrais, quatro recebem a sua de-
nominação de acordo com os ossos do crânio com 
os quais se relacionam: frontal, temporal, parietal 
e occipital. Todavia o quinto lobo situa-se profun-
damente, não se relacionando diretamente com os 
ossos do crânio, sendo chamado de lobo da ínsula. 
Este lobo associa-se a funções autônomas.
É importante ressaltar que o peso do encéfalo 
depende do peso corporal do indivíduo, da comple-
xidade do encéfalo (coeiciente de encefalização; K) 
e não tem relação com os estados cultural ou de in-
teligência do indivíduo (o encéfalo de Einstein, por 
exemplo, pesava 1.230 g). O K é quatro vezes maior 
no ser humano do que em um chimpanzé.
No homem adulto brasileiro normal, o encéfalo 
pesa cerca de 1.300 g (1.200 g na mulher). O maior 
encéfalo humano registrado até hoje pesou 2.850 g 
e o seu dono tinha um nível normal de inteligência. 
180 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ventrículos encefálicos e líquido cerebrospinal
Nesta unidade, por várias vezes, os termos “III ven-
trículo”, “IV ventrículo” e “ventrículos laterais” fo-
ram mencionados. Eles são cavidades do encéfalo. 
Os ventrículos laterais (direito e esquerdo) locali-
zam-se nos hemisférios cerebrais; o III ventrículo 
ica no diencéfalo; o IV ventrículo ica entre o bulbo, 
a ponte e o cerebelo.
Eles produzem líquido cerebrospinal e se comu-
nicam entre si, permitindo que este líquido circule. 
Ele é absorvido pelas granulações aracnoideas e é 
drenado para as veias que drenam o encéfalo. Desta 
forma, o líquido se mistura ao sangue e sofre os mes-
mos processos de iltragem que ele.
O líquido cerebrospinal é um luido aquoso e 
incolor que protege o sistema nervoso central, redu-
zindo, desta forma, o risco de traumas. Além disso, 
ele torna o encéfalo mais leve, fazendo com que este 
lutue, e impede que o seu peso comprima as raízes 
dos nervos cranianos e dos vasos sanguíneos contra 
a superfície interna do crânio. O seu volume total é 
de 400 a 500 ml/dia, mas algumas pessoas podem 
apresentá-lo em maior quantidade (hidrocefalia). 
Ele se renova completamente a cada oito horas.
Meninges
Meninges são membranas conjuntivas que envolvem 
o sistema nervoso central, protegendo-o. Todavia elas 
podem ser acometidas por processos patológicos, como 
infecções (meningites) ou tumores (meningiomas).
A dura-máter é a mais externa. Ela é muito vas-
cularizada e inervada (quase toda a sensibilidade in-
tracraniana depende dela, a qual é responsável pela 
maioria das dores de cabeça).
A aracnoide-máter é intermediária e se relacio-
na à absorção do líquido cerebrospinal por meio das 
granulações aracnóideas (como já mencionado).
A pia-máter é a mais interna, aderindo intima-
mente à superfície do encéfalo, acompanhando sul-
cos, giros e vasos que penetram o tecido nervoso.
Vascularização da cabeça e do pescoço
Embora o encéfalo represente apenas uma pequena 
parte do corpo, ele recebe muito sangue e muito oxi-
gênio. Isto por que as suas estruturas nobres e espe-
cializadas exigem suprimento constante de glicose e 
oxigênio para o seu metabolismo. Por isto, a parada 
da circulação cerebral por mais de sete segundos 
leva à perda da consciência, e após cinco minutos, 
aparecem lesões irreversíveis.
O luxo de sangue tende a diminuir durante o 
sono e é maior em áreas com mais sinapses. Assim, a 
falta de oxigênio faz com que áreas diferentes sejam 
lesadas em tempos diferentes.
Figura 16 - Meninges encefálicas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 181
A irrigação do encéfalo depende dos ramos das 
artérias carótida interna e subclávia. As suas veias não 
acompanham as artérias, são maiores, mais calibrosas, 
têm paredes muito inas, não têm válvulas e são prati-
camente desprovidas de músculos. Os sistemas venosos 
supericial e profundo se comunicam e desembocam 
na veia jugular interna, a qual desemboca na veia sub-
clávia e, posteriormente, no átrio direito do coração.
Você já ouviu falar de neuroplasticidade? Você sabia que a prática de atividades motoras (exercícios 
físicos especíicos) estimulam o nosso cérebro de maneira fantástica, causando, inclusive, mudanças 
estruturais? Para saber mais, acesse: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%20
17%2002/14.pdf>.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Figura 17 - Artérias do encéfalo
Círculo arterial 
do encéfalo
182 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Nervoso Periférico
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 183
Estudaremos as principais correlações do sistema 
nervoso periférico (SNP) com o movimento huma-
no. Para tanto, abordaremos todas as estruturas que 
o constituem e, adicionalmente, discutiremos o que 
ocorre nas lesões nervosas. Todo o texto a seguir 
será baseado nas considerações de Aii e Bergman 
(2007), Machado e Haertel (2014) e outros autores 
importantes da área.
FUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉ-
RICO
O SNP, de maneira geral, conduz estímulos da pe-
riferia do corpo ao SNC e leva comandos deste aos 
órgãos efetores (que podem ser músculos ou glân-
dulas) (MOORE et al., 2014).
ESTRUTURAS DO SISTEMA NERVOSO PE-
RIFÉRICO
O SNP é formado por neurônios localizados fora 
do SNC. De acordo com Miranda Neto e Chopard 
(2014), ele se organiza em quatro estruturas prin-
cipais: terminações nervosas, gânglios (espinais e 
autônomos), nervos espinais e nervos cranianos. As 
terminações nervosas são estruturas especializadas 
em captar os estímulos da periferia do corpo; os 
gânglios são constituídos por corpos de neurônios; 
os nervos unem a parte central do SN às estruturas 
periféricas do corpo.
Terminações nervosas
As terminações nervosas são ramiicações das ex-
tremidades das ibras nervosas dos nervos. Elas 
podem ser sensitivas ou aferentes (chamadas de 
receptores) e motoras ou eferentes (chamadas de 
junção neuroefetora).
Os receptores são estimulados por uma forma de 
energia (calor, luz, pressão etc.) e então originam um 
impulso nervoso que segue até atingir o SNC para 
ser interpretado em áreas cerebrais próprias (como 
o giro pós-central ou as áreas 3, 2 e 1 de Brodmann). 
As terminações nervosas motoras fazem a contração 
muscular ou a secreção glandular, pois trazem as or-
dens do SNC até os órgãos efetores.
Existem receptores especiais e gerais. Os espe-
ciais são mais complexos, estão ligados a um neu-
roepitélio (como retina e órgão de Corti) e estão 
presentes nos órgãos dos sentidos (visão, audição, 
equilíbrio, olfato, gustação). Os gerais são mais 
simples, espalham-se pelo corpo e podem ser li-
vres ou encapsulados, conforme tenham ou não 
uma cápsula de tecido conjuntivo que os envolva. 
Assim, enquanto os receptoresgerais livres não 
têm essa cápsula, os receptores gerais encapsula-
dos são mais complexos, pois se ramiicam dentro 
de uma cápsula de tecido conjuntivo. Os simples 
são mais abundantes, ramiicam-se na pele e re-
lacionam-se ao tato e às sensibilidades térmica e 
dolorosa.
184 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Dentre os receptores gerais encapsulados destacam-
-se o órgão tendinoso de Golgi (OTG), o fuso neu-
romuscular (FNM) e os corpúsculos sensitivos da 
pele. Os corpúsculos sensitivos incluem o corpúscu-
lo de Meissner (receptor de tato e pressão, localizado 
principalmente na pele espessa das mãos e dos pés), 
de Ruini (receptor de tato e pressão, presente prin-
cipalmente na pele espessa das mãos e dos pés e na 
parte pilosa do corpo) e de Vater-Paccini (receptor 
de sensibilidade vibratória, presente principalmente 
no tecido subcutâneo das mãos e dos pés, nos septos 
intermusculares e no periósteo).
O FNM e o OTG são muito importantes para 
a contração e o alongamento muscular e, por isto, 
devem ser bem compreendidos por você, en-
quanto diretamente relacionados ao movimento. 
O FNM é um receptor proprioceptivo composto 
por feixes de ibras musculares modiicadas cha-
madas ibras intrafusais, uma vez que icam loca-
lizadas dentro de uma cápsula de tecido conjun-
Figura 18 - Tipos de receptores
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 185
tivo ibroso. Ele ica paralelo às ibras musculares 
extrafusais e se liga ao tendão do músculo. É ati-
vado quando o comprimento das ibras muscu-
lares varia (o que ocorre, por exemplo, durante 
a contração e o alongamento muscular). Assim, 
é importante para a manutenção do tônus mus-
cular e para o relexo miotático (por exemplo, o 
relexo patelar).
O OTG também é um receptor proprioceptivo 
que se localiza na junção da ibra muscular com o 
tendão do músculo esquelético. Ele permite ao SNC 
avaliar a força do músculo e é muito sensível à alte-
ração na tensão deste (ao contrário do FNM, que é 
mais sensível à alteração do comprimento muscular).
De maneira geral, os receptores podem ser 
classiicados de acordo com o tipo de estímulo que 
os ativa. Quimiorreceptores, por exemplo, são ati-
vados por estímulos químicos como os do olfato, 
da gustação e da artéria carótida; osmorreceptores 
detectam variações na pressão osmótica; fotor-
receptores são ativados pela luz (bastonetes e co-
nes da retina); termorreceptores são ativados por 
estímulos térmicos (terminações nervosas livres); 
nociceptores são ativados por estímulos nocivos 
(terminações nervosas livres); mecanorreceptores 
são ativados por estímulos mecânicos (audição, 
equilíbrio, tato, pressão, vibração, barorreceptores 
da carótida, OTG e FNM).
Além disso, os receptores também podem ser 
classiicados de acordo com o local onde estão. 
Ínteroceptores ou vísceroceptores estão nas vísce-
ras e vasos, e permitem sensações viscerais pouco 
localizadas, como fome, prazer sexual, sede e dor 
visceral. Exteroceptores estão na superfície exter-
na do corpo e são ativados por calor, frio, tato, 
pressão, luz e som. Proprioceptores estão nos mús-
culos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares, Figura 19 - Gânglios
e os seus impulsos podem ser conscientes ou in-
conscientes.
Por im, a terminação nervosa motora pode ser 
somática ou visceral. A somática estimula o mús-
culo estriado esquelético, formando a placa motora 
onde há liberação do neurotransmissor acetilcolina. 
As viscerais terminam no músculo liso, no estriado 
cardíaco ou nas glândulas, pertencem ao sistema 
nervoso autônomo e o seu neurotransmissor pode 
ser a acetilcolina ou a noradrenalina.
Gânglios
Os gânglios são aglomerados de corpos de neurô-
nios localizados fora do sistema nervoso central, os 
quais são protegidos pelas células satélites. Existem 
gânglios espinais e autônomos.
Os espinais são formados por neurônios sensiti-
vos e estão ligados à raiz dorsal do nervo espinal. Os 
autônomos pertencem ao sistema nervoso autônomo 
e podem ser constituídos por corpos de neurônios 
simpáticos (gânglios simpáticos) ou parassimpáticos 
(gânglios parassimpáticos). Enquanto os gânglios 
simpáticos estão localizados predominantemente 
nas cavidades torácica e abdominal, os gânglios pa-
rassimpáticos estão localizados principalmente no 
interior dos órgãos (gânglios intramurais).
186 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
ao telencéfalo e ao diencéfalo, e o nervo acessório 
que se origina na parte superior da medula espinal).
Os nervos olfatório (I par) e óptico (II par) são 
sensitivos, pois são responsáveis, respectivamente, 
pelo olfato e pela visão. Os nervos oculomotor (III 
par), troclear (IV par) e abducente (VI par) são mo-
tores, pois são responsáveis pelos movimentos dos 
músculos extrínsecos do olho.
O nervo trigêmeo (V par) é misto e recebe este 
nome porque as suas ibras originam três nervos: 
otálmico, maxilar e mandibular. De maneira geral, 
ele dá a sensibilidade exteroceptiva (temperatura, 
dor, tato e pressão) de grande parte da cabeça (face, 
dentes, boca, cavidade nasal e dura-máter craniana), 
a sensibilidade exteroceptiva e proprioceptiva dos 
músculos mastigatórios e da articulação temporo-
mandibular, inerva os músculos mastigatórios, o 
milo-hioideo, o ventre anterior do digástrico, o ten-
sor do véu palatino e o tensor do tímpano. Se este 
nervo for acometido (nevralgia ou neuralgia do tri-
gêmeo), pode haver dor intensa no couro cabeludo, 
na mandíbula, na fronte, nos olhos, nariz e lábios.
O nervo facial (VII par) também é misto. Os 
seus ramos motores incluem o temporal, o zigomá-
tico, o bucal, o marginal da mandíbula e o cervical, 
os quais inervam os músculos da expressão facial, 
da orelha, do ventre posterior do digástrico, do es-
tilo-hioideo e do músculo estapédio. O nervo facial 
inerva as glândulas lacrimais e as glândulas salivares 
sublingual e submandibular. Adicionalmente, ele dá 
sensibilidade gustativa aos dois terços anteriores da 
língua, ao palato mole e a uma pequena área de pele 
da orelha.
O nervo vestibulococlear (VIII par) permite o 
equilíbrio, a orientação espacial e a audição. A sua 
lesão pode causar enjoo, desequilíbrio, nistagmo, 
vertigem e hipoacusia.
Nervos
Nervos são feixes de ibras nervosas envoltas por te-
cido conjuntivo e que se localizam fora do SNC. Os 
nervos unem este sistema aos órgãos periféricos e a 
sua função é conduzir impulsos nervosos eferentes 
do SNC à periferia do corpo, além de fazer o trajeto 
contrário, ou seja, conduzir impulsos nervosos afe-
rentes da periferia do corpo ao SNC.
Alguns nervos têm apenas ibras nervosas sensi-
tivas (nervos sensitivos), outros, ibras nervosas mo-
toras (nervos motores) e outros podem ter ambos os 
tipos (nervos mistos). Geralmente, os motores são 
profundos, e os sensitivos, supericiais.
Em um mesmo nervo podem existir ibras ina-
tivas, já que estas apresentam funcionamento inde-
pendente. Os nervos podem rearranjar as suas ibras 
se anastomosando ou se bifurcando, e próximo à sua 
terminação, se ramiicam muito. São muito vascula-
rizados, mas quase não têm sensibilidade (estímulos 
dolorosos causam dor no trajeto do nervo e não no 
ponto onde o estímulo foi feito).
A velocidade de condução do impulso nervo-
so varia dependendo do calibre das ibras nervosas 
que formam os nervos (em média, de 1 a 120 m/s). 
Os nervos são fortes, pois três membranas de teci-
do conjuntivo sustentam e protegem as suas ibras: 
o endoneuro envolve cada ibra nervosa; o perineu-
ro envolve um fascículo destas ibras; o epineuro 
une os vários fascículos. Eles podem ser espinais 
ou cranianos.
Nervos cranianos
São 12 pares de nervos cranianos ligados ao encéfa-
lo, nominados e enumerados por algarismo romano. 
Eles entram e saem do crânio por forames. A maioria 
deles se conecta ao tronco encefálico (exceto os ner-
vos olfatório e óptico que ligam-se, respectivamente, 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 187
Nervosespinais
São 31 pares de nervos espinais ligados à medu-
la espinal e que inervam o tronco, os membros, o 
pescoço e parte da cabeça. Eles são identiicados 
por uma letra (que identiica a região da medula à 
qual pertencem) e um número (que identiica a sua 
ordem). Por exemplo, o nervo T
4
 é o quarto nervo 
da região torácica. Assim, existem oito nervos cer-
vicais, 12 torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e 
um coccígeo.
Figura 20 - Nervos cranianos Figura 21 - Nervos espinais
O nervo glossofaríngeo (IX par) é misto. Ele dá 
movimento ao músculo estilofaríngeo, permite a 
inervação da glândula parótida e dá sensibilidade ao 
terço posterior da língua e da faringe.
O nervo vago (X par) é o nervo mais longo e o 
de distribuição mais extensa do corpo e, por isto, ele 
recebeu este nome (derivado do latim vagari, que 
signiica “errante”). Inerva palato, faringe, laringe, 
esôfago, brônquios, pulmões, coração, estômago e 
intestinos. Ele é misto.
O nervo acessório (XI par) é formado por uma 
raiz craniana (bulbar) e outra espinal. Ele é motor e 
inerva músculos da laringe e das vísceras torácicas e 
os músculos trapézio e esternocleidomastoideo.
O nervo hipoglosso (XII par) é motor e dá movi-
mento aos músculos da língua. A sua lesão pode cau-
sar desvio lateral da língua quando se faz a protrusão.
188 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os nervos espinais emergem da medula espinal por 
meio de radículas que saem dos sulcos da medula e 
formam as raízes ventral e dorsal. Enquanto a raiz 
ventral tem axônios de neurônios motores e inerva 
órgãos efetores (músculos e glândulas), a raiz dorsal 
tem axônios de neurônios sensitivos vindos das ter-
minações sensitivas da periferia e cujos corpos estão 
nos gânglios espinais.
As raízes ventrais e dorsais unem-se e formam o 
tronco do nervo espinal, que é misto e com com-
ponentes viscerais e somáticos. O tronco se divide 
em ramos dorsal e ventral. O dorsal inerva pele, 
músculos da região occipital, nuca, região dorsal do 
tronco e articulações sinoviais da coluna vertebral. 
São separados uns dos outros e não formam plexos 
nervosos (são unissegmentares).
O ramo ventral inerva pele, músculos, ossos, ar-
ticulações e vasos da região ântero-lateral do pesco-
ço, tronco e membros. Na região torácica, os ramos 
ventrais têm trajeto paralelo às costelas (são unisseg-
mentares), mas em outras regiões, se anastomosam 
e formam plexos plurissegmentares (com ibras de 
mais de um segmento medular).
Os principais plexos são: cervical, braquial, lom-
bar e sacral. No entanto também é descrito o plexo 
coccígeo, que inerva a articulação sacrococcígea, o 
músculo coccígeo e parte do músculo levantador do 
ânus. Dele se originam os nervos anococcígeos, que 
inervam uma pequena área de pele entre o cóccix e 
o ânus.
Resumidamente, o plexo cervical inerva a pele 
e os músculos da cabeça, do pescoço, ombro e tó-
rax, e tem um ramo de cada lado (o nervo frênico), 
que inerva o músculo diafragma. O plexo braquial 
inerva o membro superior. O plexo lombar inerva 
os músculos abdominais, as regiões inguinal e pú-
bica e os membros inferiores. O plexo sacral inerva 
as vísceras pélvicas e o membro inferior. Este ple-
xo emite, além de vários outros nervos, o nervo is-
quiático. Este é popularmente chamado de ciático 
e é considerado o mais calibroso e longo nervo do 
corpo (chega aos dedos dos pés). O isquiático não 
inerva estruturas da região glútea, mas sim, os mús-
culos posteriores da coxa, da perna e do pé, a pele da 
maior parte da perna e do pé e todas as articulações 
do membro inferior.
Figura 22 - Formação dos nervos espinais
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 189
LESÃO NERVOSA
Uma lesão nervosa pode ocorrer por diversas causas 
(trauma, facada, tiro etc.) e pode gerar graves danos, 
principalmente aos movimentos e à sensibilidade, 
pois quando uma lesão ocorre, é comum que o axô-
nio se degenere.
Em casos especíicos, todavia, pode haver a re-
generação dos axônios e a reversão dos sintomas. 
Um fator que pode contribuir para a regeneração do 
neurônio é a presença de uma glicoproteína chama-
da laminina, produzida pelas células de Schwann no 
SNP (no SNC, a laminina não é produzida). Ela atua 
como um fator neurotróico que estimula o cresci-
mento neuronal.
É possível, no entanto, que essa regeneração não 
ocorra espontaneamente, podendo, inclusive, ocor-
rer formação de neuroma (um crescimento desorde-
nado dos axônios, formando uma estrutura sensível, 
comum após amputações). Neste caso, uma inter-
venção cirúrgica pode ser necessária.
Figura 23 - Plexos
190 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Para inalizarmos esta unidade, estudaremos os 
principais aspectos do sistema nervoso autônomo 
(SNA), apresentando as suas características gerais 
do ponto de vista morfológico e funcional, as prin-
cipais diferenças entre SNA simpático e parassimpá-
tico, fazendo, quando possível, a correlação de todo 
este conteúdo com o movimento humano.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SN
Funcionalmente, o SNA pode ser classiicado em SN 
visceral e somático. Enquanto o SN somático (tam-
bém chamado de SN de vida de relação) permite ao 
organismo se relacionar com o meio ambiente que o 
cerca, o SN visceral (ou SN de vida vegetativa) per-
mite ao organismo manter o seu controle interno 
(homeostasia corporal).
Para isto, tanto o SN somático quanto o visce-
ral apresentam vias sensitivas (aferentes) e motoras 
(eferentes). A via sensitiva no SN somático origina-
-se em exteroceptores e, no SN visceral, origina-se 
em ínteroceptores ou vísceroceptores. Exterocep-
tores são receptores sensitivos localizados na parte 
externa do corpo e cuja função é levar informações 
Sistema Nervoso Autônomo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 191
da periferia ao SNC. Já os vísceroceptores são re-
ceptores sensitivos localizados nas vísceras e cuja 
função é levar informações da parte interna do cor-
po ao SNC.
A via motora no SN somático traz comandos do 
SNC ao músculo estriado esquelético e a sua função 
é possibilitar movimentos voluntários. Já a via moto-
ra do SN visceral leva comandos do SNC aos órgãos 
(constituídos de músculo liso ou estriado cardíaco), 
às glândulas e aos adipócitos, possibilitando, assim, 
ações involuntárias como batimentos cardíacos, mo-
vimentos peristálticos e secreção glandular.
Em resumo, se os aspectos funcionais desempe-
nhados pelo SN forem voltados à sobrevivência do in-
divíduo no meio que o cerca, estamos falando do SN 
somático. Mas se os aspectos funcionais desempenha-
dos pelo SN forem voltados ao controle do ambiente 
interno do corpo, estamos falando de SN visceral.
O SNA simpático é considerado toracolombar, 
pois os seus neurônios pré-ganglionares estão locali-
zados nos segmentos torácicos e lombares da medula 
espinal. As suas ibras pré-ganglionares geralmente 
são curtas e fazem sinapse com neurônios pós-gan-
glionares localizados em gânglios simpáticos verte-
brais e pré-vertebrais. As suas ibras pós-ganglionares 
geralmente são longas, indo até os órgãos efetores. 
O simpático é responsável por: constrição dos vasos 
sanguíneos, dilatação da pupila, secreção das glându-
las sudoríparas, ereção dos pelos, aumento do ritmo 
cardíaco, dilatação dos brônquios, diminuição do 
peristaltismo, fechamento dos esfíncteres do tubo 
digestório, estimulação da secreção da glândula su-
prarrenal, aumento da contração da musculatura lisa 
do sistema genital masculino e feminino e ejaculação.
O SNA parassimpático é considerado cranios-
sacral, pois os seus neurônios pré-ganglionares 
localizam-se em núcleos do tronco encefálico, 
anexos aos nervos cranianos (III, VII, IX e X pa-
res) e nos segmentos sacrais da medula espinal. 
As suas ibras pré-ganglionares geralmente são 
muito longas e fazem sinapse com os neurônios 
pós-ganglionares dos gânglios motores viscerais, 
que estão localizados próximos ou dentro das vís-
ceras.Quando estimulados, fazem as glândulas la-
crimais e salivares secretarem e causam constrição 
da pupila e dos brônquios, acomodação visual, 
bradicardia, ativação dos movimentos peristálti-
cos, relaxamento dos esfíncteres do tubo digestó-
rio, estimulação da secreção das glândulas anexas 
dos genitais e ereção.
Fatores como tabagismo e estresse emocional es-
timulam exageradamente o SNA simpático, predis-
pondo à elevação da pressão arterial, à impotência 
Ainal, o que é o SNA? Ele nada mais é do que 
a via motora (eferente) do SN visceral. Desta 
forma, a sua função é levar os comandos do 
SNC às vísceras para manter a homeostasia. 
Ele é subdividido em SNA simpático, paras-
simpático e SN entérico.
REFLITA
SNA SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
As vias eferentes do SNA simpático e parassimpático 
apresentam dois neurônios. Um deles tem o corpo 
no SNC (neurônio pré-ganglionar), e o outro tem o 
corpo em gânglios motores do SNP (neurônio pós-
-ganglionar).
192 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
sexual e aos distúrbios do sistema digestório. Por 
isto, se estes estímulos forem persistentes ou fre-
quentes, pode haver sobrecarga em vários órgãos, in-
clusive no coração. Tal fato é extremamente maléico 
e está associado às alterações comumente presentes 
no estresse, como taquicardia, “frio na barriga”, dor 
no estômago, alterações respiratórias e tantas outras 
relacionadas à ativação do SNA simpático.
Os neurônios centrais do SNA constituem nú-
cleos viscerais na medula espinal e tronco encefáli-
co, e obedecem a centros superiores do diencéfalo, 
cerebelo e córtex cerebral. Os gânglios vertebrais 
localizam-se ao lado da coluna vertebral, são uni-
dos entre si por feixes nervosos e formam o tronco 
simpático (direito e esquerdo), e estes se ligam aos 
nervos espinais por meio dos ramos comunicantes. 
Enquanto os gânglios pré-vertebrais icam à frente 
da coluna vertebral, os gânglios periféricos icam 
muito próximos ou dentro dos órgãos.
SN ENTÉRICO
O SN entérico é constituído por neurônios locali-
zados entre as células da parede do tubo digestório. 
Ele é formado por neurônios sensitivos, motores e 
interneurônios. Os seus principais componentes são 
o plexo submucoso e o mioentérico.
A maior parte dos neurônios motores são neurô-
nios pós-ganglionares do SNA parassimpático. Os 
neurônios sensitivos são estimulados por alterações 
na tensão da parede dos intestinos e por alterações 
químicas na luz intestinal. Assim, pode-se dizer que 
o SN entérico é fundamental para o controle da mo-
tilidade do intestino, da tonicidade dos vasos san-
guíneos intestinais, da velocidade de proliferação 
das células de revestimento epitelial do tubo diges-
tório, da secreção de hormônios e para a absorção de 
nutrientes (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).Figura 24 - Sistema simpático
Figura 25 - Sistema parassimpático
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 193
RELAÇÃO SNA E MOVIMENTO HUMANO
Inicialmente, nesta unidade, abordamos as subdi-
visões do sistema nervoso, as suas funções gerais, 
a sua constituição em termos microscópicos (es-
tudando as células que o formam e as funções que 
desempenham) e a sua constituição em termos ma-
croscópicos (estudando cada estrutura que o forma, 
bem como os seus aspectos funcionais). Além disso, 
foi apresentada uma visão geral de como o sistema 
nervoso é capaz de controlar o funcionamento do 
corpo ao mantê-lo em constante homeostasia.
Em um segundo momento, esta unidade enfa-
tizou que o SN somático dedica-se à interação do 
indivíduo com o meio que o cerca, possibilitando 
movimentos voluntários e sendo, por isto, denomi-
nado sistema nervoso de vida de relação. Por outro 
lado, o SN visceral se encarrega de manter o ade-
quado funcionamento dos nossos órgãos, sendo, por 
isto, chamado de sistema nervoso de vida vegetativa. 
Ademais, é importante lembrar que a parte eferente 
ou motora do SN visceral é o chamado sistema ner-
voso autônomo (SNA).
Agora considerando o seu entendimento sobre 
todos os tópicos descritos anteriormente e a sua 
capacidade de perceber a integração entre eles, é 
importante que façamos uma correlação de como 
o SNA age em situações de realização do exercício 
físico. Em primeiro lugar, é importante pontuar que 
o SNA simpático está mais relacionado ao exercício, 
uma vez que este, de maneira geral, é responsável 
pela estimulação dos nossos órgãos, enquanto que o 
SNA parassimpático tende a diminuir tal estímulo. 
Assim, enquanto o SNA parassimpático tende a agir 
em situações de relaxamento (como quando dormi-
mos, por exemplo), o SNA simpático tende a agir em 
situações em que nosso corpo é exigido com maior 
intensidade (como durante o estresse físico e psico-
lógico e a prática de exercícios físicos).
Isso acontece porque, durante o exercício físico, 
o nosso coração deve se contrair mais rapidamen-
te e com maior força para permitir que um volume 
maior de sangue seja encaminhado ao músculos que 
estão se contraindo. Para tanto, o calibre dos vasos 
sanguíneos deve ser ajustado a im de que o luxo 
sanguíneo seja remanejado das vísceras para o apa-
relho locomotor. Vale pontuar que a taquicardia ini-
cialmente observada na prática do exercício tende 
a diminuir à medida que o indivíduo ganha condi-
cionamento físico. Assim, em alguém sedentário, 
ocorre grande aumento da frequência cardíaca. Já 
em alguém com melhor preparo físico, a taquicardia 
é compensada pelo aumento da força de contração 
do coração. Este passa a se contrair menos vezes, 
porém, com maior volume de ejeção (ou seja, de 
sangue ejetado pelo coração quando este se contrai). 
Isto justiica o fato de um indivíduo com bom nível 
de treinamento aeróbio, por exemplo, não icar tão 
taquicárdico quanto um indivíduo sedentário.
Ademais, os pulmões passam a ter que oxigenar 
uma quantidade maior de sangue a im de deixá-
-lo arterial (já que recebem grande quantidade de 
sangue venoso advindo dos músculos). Para tanto, 
Figura 26 - Sistema nervoso entérico
194 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
ocorre broncodilatação (os brônquios relaxam).
Complementarmente, como o exercício físico é 
considerado um fator que modii ca a homeostasia 
corpórea e causa certo estresse físico (tanto maior 
quanto maiores forem a sua intensidade e duração), 
outras alterações ocorrem. As pupilas dilatam, e a 
salivação, o peristaltismo e a contração da bexiga 
urinária são inibidos. Todavia, a i m de que haja um 
fornecimento rápido de energia para possibilitar a 
contração muscular, o fornecimento de glicose é 
estimulado, assim como a secreção de adrenalina e 
noradrenalina.
Ao término da prática do exercício, no entanto, 
faz-se necessário que haja uma atuação mais acen-
tuada do SNA parassimpático para que o organismo 
retorne às suas condições basais de funcionamento. 
Assim, parte daquela sensação agradável que senti-
mos após um treino deve-se ao relaxamento induzi-
do pelo parassimpático.
A prática de modalidades especíi cas de es-
porte requer um treinamento também es-
pecíi co. Um exemplo pode ser dado ao se 
trabalhar o condicionamento de atletas de 
surfe: o planejamento do treino físico deve ser 
baseado nas exigências cardiorrespiratórias e 
metabólicas impostas ao organismo durante 
as diferentes fases que compõem uma bateria 
competitiva de surfe.
Assim, é essencial ao proi ssional de Educa-
ção Física (por estar diretamente envolvido 
neste planejamento) compreender todas as 
adaptações cardiorrespiratórias e metabóli-
cas ocorridas durante os diferentes eventos 
que compõem uma bateria competitiva desta 
modalidade.
A mediação das adaptações cardiorrespirató-
rias e metabólicas depende diretamente da 
contribuição do sistema nervoso autônomo. 
Portanto, o seu conhecimento em termos 
morfológicos e funcionais é essencial.
Para saber mais, acesse: <http://
books.scielo.org/id/tb94w/pdf/cam-
pos-9788523212209-08.pdf>. 
Fonte: a autora. 
SAIBA MAIS
 195
consideraçõesinais
O estudo desta unidade permitiu a visão geral sobre as divisões didáticas do SN e os 
seus principais aspectos morfológicos e funcionais. No desenvolvimento deste estu-
do, foi enfatizado que as três principais partes do sistema nervoso (sistema nervoso 
central, sistema nervoso periférico e sistema nervoso autônomo) agem em conjunto 
para possibilitar o controle e a integração das atividades sensitivas, motoras, visce-
rais, cognitivas e comportamentais do indivíduo.
Certamente, o estudo especíico das estruturas que o formam, das funções que 
cada uma de suas estruturas desempenham e das formas de organização do sistema 
nervoso como um todo são pré-requisitos essenciais a quem trabalha com o movi-
mento corpóreo, uma vez que este importante sistema está diretamente envolvido 
no planejamento, na execução, na correção e no aprimoramento deste movimento. 
É exatamente por isto que um atleta, mesmo sabendo como se faz um arremesso ou 
um chute e já tendo praticado isso inúmeras vezes, continua fazendo indeinidamen-
te até conseguir a perfeição do ato motor.
Além disso, é essencial entender como ocorre a conectividade do sistema nervo-
so com os outros sistemas do corpo humano para que se tenha uma visão geral dos 
mecanismos que possibilitam a manutenção da vida em condições adequadas. pois 
embora o sistema nervoso de fato seja responsável pelos principais ajustes necessá-
rios à homeostasia, ele não o faz de maneira isolada, mas sim na base da dependência 
e da coparticipação em relação aos outros sistemas.
Por im, este conhecimento aplicado ao sistema nervoso, além de ser apaixo-
nante, é extremamente relevante à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento das 
mais diversas desordens desse sistema. Por isto, o seu estudo histológico, anatômico 
e isiológico é imprescindível a todo proissional da saúde. Portanto, sugiro que você 
se aplique em conhecê-lo e, quem sabe, goste tanto do sistema nervoso a ponto de 
seguir nesta área.
196 
atividades de estudo
1. As diferentes estruturas do sistema nervoso, em-
bora ajam em conjunto, desempenham funções 
especíicas. Considere os seus conhecimentos 
sobre o tema e faça a associação correta entre 
estrutura nervosa e função.
a) Medula espinal
b) Hipotálamo
c) Corpo caloso
d) Bulbo
e) Cerebelo
( ) Une partes semelhantes do telencéfalo.
( ) Contém o segundo neurônio da via motora.
( ) É responsável pelo equilíbrio, pela coordenação e 
aprendizagem motoras e pelo tônus muscular. 
( ) Relaciona-se ao controle endócrino.
( ) Nele se localizam importantes centros nervosos, 
como o da respiração e o vasomotor.
A sequência correta para a resposta da questão 
é: 
a) c, a, e, b, d.
b) a, c, e, b, d.
c) b, d, e, c, a.
d) d, b, e, a, c.
e) e, c, a, b, d.
2. Os nervos cranianos podem ser motores, sensiti-
vos ou mistos e exercem funções especíicas. Es-
tão elencados a seguir os nomes de alguns pares 
de nervos cranianos. Associe tais nomes às suas 
deinições.
I - I. Nervo facial
II - II. Nervo vago
III - III. Nervo trigêmeo
IV - IV. Nervo acessório
( ) Nervo misto cuja função é complementada 
pelo VII par de nervo craniano, uma vez que au-
xilia na inervação sensitiva da face. Além disso, é 
responsável pela inervação motora dos músculos 
mastigatórios.
( ) Nervo motor responsável pela inervação dos 
músculos esternocleidomastoideo e trapézio.
( ) Inerva importantes órgãos do corpo, como o 
coração e os intestinos.
( ) Nervo misto que dá parte da inervação sen-
sitiva à face e a inervação motora dos músculos 
mímicos (da expressão facial).
A sequência correta para a resposta da questão é: 
a) III, I, IV, II.
b) IV, III, II, I.
c) II, III, I, IV.
d) I, II, III, IV.
e) III, IV, II, I.
3. A imagem a seguir mostra um fragmento do te-
cido nervoso com algumas de suas células. Con-
siderando que neurônios e células da glia coe-
xistem tanto no sistema nervoso central (SNC) 
quanto no sistema nervoso periférico (SNP), e 
que desempenham funções especíicas, preen-
cha o quadro com as funções especíicas das cé-
lulas da glia: 
 197
atividades de estudo
Célula Função
Astrócito 
Micróglia 
Células ependimárias 
Células satélites 
Células de Schwann 
4. Anos de pesquisa em neurologia têm mostrado 
que cada área do encéfalo desempenha funções 
especíicas, o que explica o fato de que sintomas 
diferentes podem aparecer em indivíduos que 
sofreram traumatismo crânio encefálico (TCE) 
em diferentes regiões. Alguns importantes pes-
quisadores, como Paul Pierre Broca, Karl Werni-
cke e Brodmann, identiicaram alguns dos vários 
centros nervosos atualmente conhecidos. Preen-
cha a tabela a seguir com os nomes das áreas en-
cefálicas numeradas de 1 a 5 e explique as suas 
principais funções:
Estrutura Nome Função
1 
2 
3 
4 
5 
5. Enquanto o sistema nervoso somático cuida da 
relação do indivíduo com o meio, o sistema ner-
voso visceral é responsável pelo funcionamento 
dos órgãos. Considerando que o sistema nervo-
so autônomo (SNA) representa a parte eferente 
ou motora do sistema nervoso visceral, assinale 
a alternativa correta:
a) O SNA simpático causa a diminuição do di-
âmetro da pupila.
b) O SNA parassimpático causa taquicardia.
c) O SNA simpático e parassimpático agem 
em concordância para possibilitar a home-
ostasia corpórea.
d) Durante o período que antecede e prepara 
o organismo para o sono, o SNA simpático 
age de maneira expressiva.
e) O exercício físico ativa principalmente o 
SNA parassimpático.
198
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o artigo indicado a seguir que trata de como o exer-
cício físico pode modii car o funcionamento do SNA. Nes-
te estudo, os autores apresentam avaliações dos níveis 
de atividade do sistema nervoso autônomo simpático e 
parassimpático em atletas de alta performance pratican-
tes de atletismo. A avaliação dos atletas do estudo foi 
feita considerando a análise de variabilidade da frequ-
ência cardíaca. A leitura vale a pena. Apaixone-se pela 
neurologia!
COMPORTAMENTO DO SISTEMA NERVOSO 
AUTÔNOMO EM ATLETAS DE ALTA 
PERFORMANCE
 O exercício físico regular está associado com uma taxa 
de mortalidade global diminuída. Os efeitos benéi cos do 
exercício físico regular contribuem para a saúde de uma 
forma global e para reduzir a mortalidade cardiovascu-
lar incluindo, por exemplo, inl uências no metabolismo 
lipídico, melhora da resistência à insulina, e tem também 
efeitos na função sistema nervoso autônomo.
A variabilidade da frequência cardíaca signii ca a oscila-
ção no intervalo entre sucessivos batimentos cardíacos 
como também a oscilação entre sucessivos batimentos 
cardíacos instantâneos e intervalos R–R.
A modulação cardíaca autonômica é o principal regula-
dor da Variabilidade da FC (VFC), sendo assim, a variabili-
dade da FC é um indicador indireto, qualitativo e quanti-
tativo da função do sistema nervoso autônomo.
A FC é primariamente controlada pela atividade direta 
do sistema nervoso autônomo na ritmicidade própria 
do nódulo sino-atrial, pelos seus dois ramos (simpático 
e parassimpático).
No repouso prevalece a atividade vagal (parassimpáti-
ca), que é progressivamente inibida com o aumento do 
exercício onde passa a prevalecer a atividade simpática. 
Imediatamente após o exercício o que se encontra ainda 
é uma prevalência de atividade simpática e uma inibição 
parassimpática.
O treinamento esportivo utilizado neste estudo foi o 
treino metabólico, que se caracteriza por um estresse 
ao metabolismo energético de forma geral e/ou sistema 
cardiorespiratório. Exemplo, trabalhos que estimulem a 
geração de energia via sistemas aeróbicos ou anaeróbi-
cos láticos ou aláticos.
Este estudo teve como objetivo analisar o comporta-
mento do sistema nervoso simpático e parassimpático 
em atletas de alta performance praticantes de atletismo 
através da variabilidade da frequência cardíaca por sis-
tema informatizado especíi co, verii cando-se também 
a possibilidade de utilizaçãodeste tipo de análise como 
um teste de screening para a presença de distúrbios au-
tonômicos que possam interferir na i siologia e conse-
quentemente na performance dos atletas.
O estudo se justii ca pelos seguintes motivos: importân-
cia da quantii cação dos níveis de recuperação do atleta 
após treinamento, necessidade de individualização de 
prescrição de treinamento e recuperação após esforço 
e necessidade de praticidade para aferição de condições 
de recuperação.
Fonte: Valio et al. (2005).
 199
material complementar
Diário de uma paixão
Ano: 2004
Sinopse: na década de 40, na Carolina do Sul, o operário Noah Calhoun e a rica 
Allie estão desesperadamente apaixonados, mas os pais da jovem não aprovam 
o namoro. Quando Noah vai para a Segunda Guerra Mundial, parece ser o i m 
do romance. Enquanto isso, Allie se envolve com outro homem. Quando Noah 
retorna, anos mais tarde, perto da data do casamento de Allie, logo se torna claro 
que a paixão ainda não acabou. A história é narrada a partir da atualidade por um 
homem idoso a uma senhora portadora de um tipo de demência senil e residente 
em um lar de idosos. 
Comentário: é um lindo e emocionante i lme que você não pode deixar de assis-
tir. Nele pode-se entender como uma degeneração do sistema nervoso pode de 
fato destruir a memória de uma vida toda. Ao mesmo tempo, é possível ver como 
o amor verdadeiro não abandona o incapaz. É uma valorosa lição de vida!
Indicação para Assistir
: na década de 40, na Carolina do Sul, o operário Noah Calhoun e a rica 
Allie estão desesperadamente apaixonados, mas os pais da jovem não aprovam 
do romance. Enquanto isso, Allie se envolve com outro homem. Quando Noah 
retorna, anos mais tarde, perto da data do casamento de Allie, logo se torna claro 
que a paixão ainda não acabou. A história é narrada a partir da atualidade por um 
homem idoso a uma senhora portadora de um tipo de demência senil e residente 
200 
referências
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referências
 201
gabarito
1. A.
2. E.
3. Astrócitos: controlam a nutrição neuronal e o inluxo de eletrólitos aos 
neurônios.
Micróglia: são células fagocíticas envolvidas na defesa do sistema nervo-
so central e na eliminação de invasores (vírus, bactérias etc.).
Células ependimárias: estão relacionadas à produção do líquido cere-
brospinal.
Células de Schwann: sintetizam a bainha de mielina no sistema nervoso 
periférico.
4. 
1 - Giro pré-central: Nesta área, localiza-se a área primária do movimento. 
Uma lesão pode causar plegia ou paralisia.
2 - Giro pós-central: nesta área, localiza-se a área somestésica responsável 
pela sensibilidade do corpo. Uma lesão pode causar alterações sensitivas.
3 - Giro frontal inferior (área de Broca): nesta área, localiza-se a área mo-
tora da fala (do lado esquerdo do cérebro). Uma lesão pode causar afasia 
motora.
4 - Giro temporal superior (área de Wernicke): nesta região, localiza-se a 
área da compreensão da linguagem. A sua lesão causa afasia sensitiva, 
cujo indivíduo ouve, mas não compreende o signiicado da mensagem.
5 - Lobo occipital: neste lobo, localiza-se a área primária da visão. A sua 
lesão pode causar danos à acuidade visual.
5. C.
gabarito
conclusão geral
Neste momento, eu espero que você esteja feliz e sa-
tisfeito(a) consigo mesmo(a), ainal, você acabou de 
conhecer os principais aspectos anatômicos e fun-
cionais de todos os sistemas que constituem o corpo 
humano. Também acredito que, depois de adquirir 
todo este conhecimento tão especíico, você já esteja 
concordando comigo quando eu airmo que a cons-
tituição e o funcionamento do nosso corpo é perfei-
to. De fato, um milagre!
Hoje você é capaz de entender como os siste-
mas circulatório e respiratório agem em conjun-
to para possibilitar que as nossas células recebam 
sangue oxigenado e rico em nutrientes, ao mesmo 
tempo em que delas retiram os seus produtos re-
siduais. Com o seu conhecimento adquirido, você 
pode compreender como ocorre o processo de di-
gestão e como o sistema endócrino atua em con-
cordância com o sistema nervoso para coordenar 
todas as funções do corpo. De igual modo, você é 
capaz de entender a interação e as particularidades 
entre os sistemas urinário e genital. E o melhor de 
tudo: você pode airmar, sem medo de errar, que 
sabe como o movimento humano é planejado, exe-
cutado, corrigido e otimizado. Parabéns! Sinta-se 
orgulhoso(a)!
Desejo que você bem utilize todas as descobertas 
feitas sobre o corpo humano em sua vida proissio-
nal e, muito mais do que isso, que você as transmita 
àqueles que não puderam desfrutar dos mesmos pri-
vilégios em relação às oportunidades de aprendiza-
do. Isto é, estenda o seu conhecimento!
Ademais, espero sinceramente que você seja pro-
issionalmente muito bem-sucedido(a). A meu ver, 
o segredo para isto é nunca perder de vista que o 
ser humano, embora muito complexo, deve ser vis-
to com base em sua constituição e funcionabilidade. 
Para isto, a sua dedicação e o seu estudo em relação à 
sua “matéria-prima” nunca deve parar. Nunca sabe-
remos tudo. Nunca poderemos parar de estudar e de 
nos dedicarmos integralmente ao que fazemos. As-
sim, certamente exerceremos a nossa proissão com 
excelência e de maneira grandiosa.
Grande abraço!

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