Buscar

aula02_inviolabilidade_de_correspondencia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1/2 
 
 
Inviolabilidade de correspondência 
 
Esse inciso nos remete à inviolabilidade do sigilo da correspondência e das 
comunicações telefônicas, salvo, em último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e 
na forma que a lei estabelecer. Embora a autorização expressa para a violação 
excepcional refira-se, tão somente, às circunstâncias telefônicas, a garantia da 
inviolabilidade das correspondências também não é absoluta, visto que não existem 
direitos e garantias fundamentais de caráter absoluto no Estado brasileiro. Nesse 
sentido, o Supremo Tribunal Federal, em julgado, determinou ser possível, 
respeitados certos parâmetros, a interceptação das correspondências e 
comunicações telegráficas e de dados sempre que tais liberdades públicas 
estiverem sendo utilizadas no instrumento de salvaguarda para práticas ilícitas – 
VIDE HC 70.814/SP1, relator ministro Celso de Mello, 01/03/1994. 
Nesses termos, uma “carta confidencial” remetida por um sequestrador à família do 
sequestrado certamente poderá ser violada e utilizada em juízo como prova sem se 
considerar esta atitude um desrespeito ao sigilo das correspondências, pois, neste 
caso, quem desrespeitou primeiro os direitos fundamentais do sequestrado e de sua 
família, foi o sequestrador, não merecendo, assim, a tutela da ordem jurídica. Outro 
exemplo de circunstância excepcional que merece destaque em nosso texto 
constitucional e que, admitem a restrição dessas garantias são os chamados Estado 
de Defesa e Estado de Sítio – CF, artigos 136, §1º e 1392, III. 
 
 
 
 
1
 Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é possível encontrar, com frequência, 
ainda que sem referência a uma teoria sobre o suporte fático dos direitos fundamentais, 
argumentos que se baseiam em uma exclusão, a priori, de alguma ação, estado ou 
posição jurídica do âmbito de proteção de alguns direitos. Em alguns casos, essa 
exclusão parece até mesmo trivial e intuitiva. Mas a intuição não é suficiente. Assim, por 
exemplo, quando o Min. Celso de Mello afirma, no HC 70.814, que "a cláusula tutelar da 
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de 
práticas ilícitas",24 ou quando o Min. Maurício Corrêa sustenta, no HC 82.424, que "um 
direito individual não pode servir de salvaguarda de práticas ilícitas, tal como ocorre, por 
exemplo, com os delitos contra a honra",25 essas são exclusões de condutas a priori do 
âmbito de proteção de alguns direitos fundamentais (sigilo de correspondência - art. 5°, 
XII e liberdade de expressão - art. 5°, IV). 
2
 Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, 
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a 
ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por 
calamidades de grandes proporções na natureza. 
I - restrições aos direitos de: 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
 
 
 
 
 
 
 
2/3 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a 
serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as 
seguintes: 
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas 
contra as pessoas as seguintes medidas: 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de 
informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

Outros materiais