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DIREITO DO TRABALHO II 1. Interval�� intrajornad� � interjornad� É um exemplo de normas que se preocupam com a saúde e segurança do trabalhador, sendo assim, o empregado não pode dispor desse tipo de direito. ● Classificação quanto aos intervalos: I - Intrajornada: aquele que acontece dentro da jornada de trabalho; podendo ter a previsão na lei/norma regulamentadora/ contrato, enfim... II - Interjornada: ocorre entre uma jornada e outra, ou seja, é o intervalo entre duas jornadas. A finalidade desses intervalos é o descanso, a reposição de energia. Se o empregado não descansar, ele tende a não produzir, a adoecer. Por isso, o intervalo tem natureza jurídica de um direito do trabalhador e está relacionado à medicina e segurança do trabalho. Por esse motivo, a jurisprudência se mostra refratária à supressão ou diminuição dos intervalos, até porque esse intervalo tenha a ver também com a alimentação do trabalhador (no caso de intrajornada) e também de contato com a família (no caso de interjornada). 1.1. Intervalo interjornada A lei estabelece um mínimo de 11h consecutivas entre uma jornada e outra, conforme art. 66 da CLT e art. 15 da LC 150. Podem haver exceções a depender do trabalho exercido, como no caso de jornalistas (308), operadores cinematográficos (235, § 2), cabineiros (245), telefonistas (229) e aeronautas. Porém, o importante é fixar o intervalo de 11h como regra geral. No caso de supressão de intervalo intrajornada a CLT determina o pagamento de horas extras. Porém, não há qualquer previsão em relação à supressão, por isso, o TST usa da analogia (Súm. 110, TST). Ex¹. um trabalhador sai do trabalho às 22h de uma segunda. Sendo assim, ele poderia retornar ao trabalho às 9h da terça Porém, ele inicia sua jornada terça às 7h. Ou seja, ele teve apenas 9h de descanso, consequentemente, haverá o pagamento de 2 horas extras (11h menos 9h). Ex². Um sujeito trabalhou no sábado até 22h. Não trabalhou domingo. Retornou na segunda. O TST entende que é preciso somar as 24h do repouso semanal remunerado com as 11h de intervalo intrajornada, totalizando 35h. Ou seja, toda vez que se tiver o RSR “no caminho”, o intervalo não será de 11h, mas de 35h. Essas 35h devem ser respeitadas. 1.2. Intervalo intrajornada Esse é o intervalo que se dá dentro de uma jornada. Existem alguns estabelecidos em lei, tratado, contrato, convenção, normas regulamentadoras, sendo de forma expressa ou tácita, podendo ser remunerados ou não. E como na interjornada, a supressão do tempo será convertido em horas extras. 1.2.1. Intervalo para repouso e alimentação Esse intervalo não é computado na jornada como tempo de serviço (art. 71, § 2º). Se não há remuneração por ele, caracteriza-se como hipótese de suspensão do horário de trabalho. Art. 71, § 1º - estabelece o tempo de intervalo: Para até 4h de jornada, a CLT não prevê intervalo para alimentação e repouso. Na jornada de 4h a 6h, prevê o intervalo de 15 minutos. Nas jornadas acima de 6h, intervalo de 1h a 2h. O mínimo de 1h não pode sofrer redução. O intervalo máximo de 2h, de acordo com a doutrina, pode ser prorrogado até mesmo por acordo individual, já que a CLT estabelece que por acordo escrito ou negociação coletiva de trabalho. O Judiciário tem se posicionado no sentido de que deve haver a necessidade de negociação coletiva para o elastecimento deste período, sob possibilidade de reconhecimento de “dupla pegada”: Regime de dupla pegada é aquele em que a jornada de trabalho é dividida, com intervalo superior a 2h entre uma pegada e outra. Mas esse intervalo só será válido se amparado em acordo ou norma coletiva de trabalho. A ausência de norma coletiva autorizando este regime, caracteriza tempo à disposição do empregador. No caso do trabalhador rural, a lei prevê que o intervalo será fixado de acordo com os usos e costumes. A súmula 437, ao impedir a redutibilidade do intervalo mínimo de 1h, também assegura esse direito ao trabalhador rural. Quando o trabalhador rural trabalha menos de 6h, entra-se em uma controvérsia, pois a CLT não prevê o intervalo de 15 minutos. A maioria da doutrina afirma que se pode aplicar o intervalo de 15 minutos por analogia, mas, na lei do trabalhador rural, não há essa previsão. A lei do trabalhador rural também não prevê a limitação a 2h diárias, como a CLT, por isso, não haveria esse limite máximo no caso do empregado rural. O intervalo intrajornada deve ser concedido durante o expediente, pois de nada adianta que seja concedido após o expediente. O TST decidiu que norma coletiva com tal previsão seria inválida, pois configuraria fraude. Imaginemos que o trabalhador permanece em jornada das 8h às 15h sem qualquer intervalo, e fruiria do intervalo das 15h às 16h. Na verdade, ele estaria trabalhando durante 7h consecutivas sem intervalo. Então, a fruição do intervalo não pode ser nem no início nem no final do expediente, pois frustraria a sua finalidade. Sendo assim, o momento do deferimento do intervalo, ele deve ser concedido no meio da jornada de trabalho. Sob pena de implicar o pagamento do período suprimido, com acréscimo de 50% (art. 71, § 4º). Art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. 1.2.2 Repouso semanal remunerado Direito previsto na constituição em seu artigo 7º, XV, ou seja, não pode ser negociado. O estabelecimento deste tipo de repouso é periódico e remunerado. Art. 611-B, CLT - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: IX - repouso semanal remunerado; As pessoas que podem gozar do RSR estão elencadas no art. 67 da CLT. “Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte”. A aquisição deste direito deve ser observada dentro do intervalo semanal. Ou seja, dentro desses 7 dias deve ter 1 de descanso, porém, isso não é para todos os empregados. Caso não haja o deferimento da folga dentro dos 7 dias, o empregador deverá pagar o valor da folga em dobro para o empregado. Os requisitos para ter direito ao RSR são: - Não ocorrência de falta injustificada ao longo daquela semana; - Pontualidade; Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; XI- por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica. XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada. OBS: ROL TAXATIVO. Para os mensalistas, geralmente o DSR já está embutido no salário. Sendo assim, para descobrir o valor do DSR, nos casos de mensalistas, quinzenalistas e semanalistas basta dividir por 30, 15 ou 7, respectivamente. O empregado que trabalha de segunda a sexta sob comissão, deve-se somar tudo que produziu e dividir por 6. Art. 386 - Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical (p/ a trabalhadora). É comum a verificação da ocorrência de um intervalo mínimo entre a última hora do último dia trabalhado de uma semana, e a primeira hora trabalhada da semana seguinte (intervalo mínimo de 35h). A supressão dessas horas serão transformadas em indenizações. ● As pessoas que trabalham sobre o regime de 12x36 Súmula nº 444 do TST - É válida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Porém, a partir da lei 3467 o seguinte art. foi inserido: Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. § ú - A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação. Até então o regime 12x36 não era regulamentado por lei, apenas reconhecido judicialmente, sendo assim, a lei 3467 trás esse modelo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4375.htm#art65c http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4375.htm#art65c 1.3. Outros intervalos A maioria desses intervalos, previstos em dispositivos específicos, são computados na jornada como tempo de serviço, caracterizando interrupção do horário de trabalho.
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