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Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Antimicobacterianos MYCOBACTERIUM Bacilos de crescimento lento – tempo de geração em torno de 15 a 20 horas Aeróbios obrigatórios Acidorresistentes – coram mal com a coloração de gram e tem capacidade de reter o corante fucsina (coloração de Ziehl-Neesen) O bacilo de Kock (BK) se refere ao M. tuberculosis Características importantes Parede celular formada por vários lipídeos com- plexos (ácidos micólicos) que contêm grandes ca- deias de carbono, o que confere acidorresistência e o impedimento da entrada de agentes farma- cológicos Tem abundância de bombas de efluxo na mem- brana celular Alguns bacilos se escondem no interior das células do paciente, na maioria das vezes nos macrófa- gos TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE Através das gotículas da tosse ou espirro da pes- soa infectada Quando a partícula chega nos alvéolos distais é fagocitada pelos macrófagos alveolares -> com- plexo primério (contenção da infecção ou doença progressiva primária Os macrófagos levam as micobactérias para as cadeias de linfonodos locais e assim elas podem ser disseminados pela via hematogênico Alguns tecidos favorecem a retenção e multipli- cação das micobactérias Rins Linfonodos Epífises distais de ossos longos Corpos vertebrais Meninges Pulmão (zonas posteriores dos lobos superio- res dos pulmões, área mais bem oxigenada) A imunidade celular se desenvolve de 2 a 8 se- manas após a infecção Linfócitos T e macrófagos retem as micobac- térias em granulomas -> teste tuberculínico positivo Se a contenção não ocorre a doença tende a se tornar ativa (mais comum em crianças e imunocomprometidos) A tuberculose pulmonar crônica em adultos se caracteriza pela retenção de micobactérias (oxi- gênio e deficiência de fluxo linfático) Clinicamente o paciente apresenta tosse pro- longada, possível hemoptise, emagrecimento, sudorese, dispneia e dor torácica, além da ex- pressão nos exames radiológicos Após a infecção primária a doença pode reapa- recer principalmente mediante a quadros de imu- nossupressão ANTITUBERCULOSOS APROVADOS PELO FDA Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA MECANISMOS DE RESISTÊNCIA DAS MICOBACTÉRIAS Dificuldade de os fármacos atravessarem a pa- rede celular Acidificação da região da bactéria Existência de bombas de efluxo Mutações nos genes de reparo do DNA Alteração da estrutura das proteínas alvos Alteração da enzima que converte o pró-fár- maco em fármaco ativo Alguns fármacos só atuam em bactérias que es- tão em plena atividade, ou seja, se elas entrarem em estado de dormência não é possível a ativação farmacológica TRATAMENTO ANTI-TB Garantir a cura sem recidivas Prevenir a mortalidade Parar a cadeia de transmissão das micobactérias Prevenir o desenvolvimento de resistência A maioria dos tratamentos se desenvolve em duas fases Fase de ataque – diminuir o número de bacilos em multiplicação e estágio semidormente Fase de manutenção – eliminação dos bacilos latentes FÁRMACOS DE PRIMEIRA LINHA PARA TB Rifamicinas (rifampicina, rifapentina, rifabutina) São antibióticos macrocíclicos Possuem um amplo espectro de ação (micobacté- ria, M. leprae, maioria das bactéria gram+ e Gram-) Mecanismo de ação – penetra nos bacilos (con- centração dependente), liga-se à subunidade beta da RNA polimerase do DNA bacteriano (rpoB) formando um complexo fármaco enzima estável e assim inibe a síntese do RNA consequente- mente inibe a síntese de proteínas Rifampicina Absorção por VO variada – concentração plasmática reduzida na presença de alimentos (deve ser utilizada com o estômago vazio) Conferem uma tonalidade laranja à saliva, ex- pectoração, lágrimas e suor Metabolizada por esterases e colinesterases microssomais Boa distribuição em diversos tecidos e fluidos corporais exceto no LCR (a glicoproteína P pões para fora) Atravessa a placenta sem relato de terato- genicidade Utilizada principalmente contra infecções mi- cobacterianas (deve ser administrada com a isoniazida para se evitar o desenvolvimento de resistência bacteriana), mas também pode ser utilizada para profilaxia de doenças me- ningocócica e da meningite por H. influenzae e combate de infecções estafilocócicas gra- ves (endocardite com prótese valvar e oste- omielite) em associação com beta-lactâmicos ou vancomicina Em geral bem tolerada, mas pode acontecer exantema, febre, náusea e vômito (comuns), hepatite, hemólise, hemoglobinúria, hematúria e insuficiência renal (raros), nefrite intersti- cial, necrose tubular aguda, trombocitopenia, anemia hemolítica, choque (produtores de an- ticorpos contra a rifampicina) Não deve ser administrada em doses inferio- res à duas vezes por semana (tendência ao desenvolvimento de síndrome semelhante a gripe) Induz o CYP450 sendo possível a existência de diversas interações medicamentosas (con- traceptivos orais, inibidores de proteases, propranolol, varfarina...) Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Rifabutina Derivado da rifampicina Utilizada preferencialmente nos pacientes HIV positivos (menor atividade na indução do cito- cromo, reduz a interação com inibidores da proteases utilizados por esses pacientes) O alimento não interfere na absorção Confere uma tonalidade alaranjada nas secre- ções Rifapentina Não deve ser utilizada em HIV positivos (induz consideravelmente o citocromo) Deve ser combinada com a isoniazida Possui um metabólito ativo com meia vida de 13 h Na presença de alimentos gordurosos vê-se o aumento da biodisponibilidade Pirazinamida Eficaz contra microrganismos intracelulares nos macrófagos em pH ácido, sendo tuberculostática (em pH neutro ela é inativa) Sua coadministração com outros fármacos redu- ziu o tempo de tratamento anti-TB e 2/3 de sua recorrência em 2/3 É recomendada no esquema terapêutico de ges- tantes, mas existem poucos relatos da segurança Mecanismo de ação – convertida em ácido pira- zinoico pela pirazinadase micobacteriana (pncA), por ser ativa em pH ácido favorece a ação da pirazinamida (micobactérias acidificam seu meio, os fagolisossomos), a hipótese da ação propria- mente dita é que ela inibe a ácido graxo sintase tipo I levando à interferência na síntese de ácido micótico, redução do pH intracelular e interrupção o transporte de membrana celular micobacteri- ana É bem absorvida por via oral, a dose deve ser ajustada para absorventes rápidos e lentos, se distribui amplamente nos tecidos orgânicos, inclu- sive nas meninges inflamadas, mais concentrada no fluido de revestimento epitelial pulmonar Metabolizada pela desaminidase microssomal Meia vida de 8 a 11 horas Sua excreção é renal As reações adversas se correlacionam com o comprometimento hepático (necessário sempre ser feita a prova da função hepática), hiperuri- cemia, artralgia, náusea, vômito, disúria e mal-es- tar) Isoniazida Uso primário na quimioterapia da tuberculose É estruturalmente semelhante a pirazinamida É um pró-fármaco Utilizada no tratamento de infecções latentes e na tuberculose ativa É segura na gestação Mecanismo de ação – inibe a síntese dos ácidos micólicos, componentes essenciais das paredes celulares micobacterianas (bacteriostática), entra no bacilo, é ativada pela catalase-peroxidase-mul- tifuncional (KatG) no radical nicotinoil que se asso- cia espontaneamente com o NAD+ ou NADP+ ini- bindo a enzima enoil-acil-transferase (InhA) e a diidrofolato redutase impedindo a síntese de ácido micólico e produtos do ácido fólico Para ser excretada sofre a ação da enzima N- acetil-transferase (NAT2) gerando o metabólito principal (N-acetil-isoniazida) excretado por via rena É bem absorvida por VO Boa distribuição inclusive no LCR e em lesões tu- berculosas caseosas É metabolizada