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Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Farmacologia da asma brônquica REGULAÇÃO DA MUSCULATURA LISA Parassimpática (prevalece) – acetilcolina em re- ceptores M1 (gânglios e células pós-sinápticas), M2 (pós-ganglionares, feedback negativo), M3 (músculo liso e glândulas, sendo os mais prevalen- tes) Simpática – noradrenalina, que atuam em recep- tores alfa 1 (vasos sanguíneos), beta 1 e beta 2 (alvéolos, mastócitos e músculo siso) Adrenalina circulante Extensa quantidade de receptores beta 2 adre- nérgicos Regulação por NANC (não adrenérgicos e não co- linérgicos) – óxido nítrico, VIP e outros neuro- transmissores Receptores de estiramento, fibra C e receptores de irritação (rápida) são vias aferentes da mus- culatura brônquica Vias aferentes – desencadeiam tosse, bronco- constrição e produção de muco DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS Asma brônquica (crônica) Asma aguda grave DPOC Bronquite Tosse ASMA BRÔNQUICA Doença crônica não transmissível Caraterizada por episódios recorrentes e tipica- mente reversíveis de estreitamento do lúmen brônquico (obstrui o fluxo aéreo) Os aspectos clínicos são: sibilância, tosse e dis- pneia Os sinais e sintomas são predominantes a noite, ao acordar e ao esforço físico A DPOC não é reversível ou parcialmente rever- sível por broncodilatadores Na epidemiologia é recorrente em crianças Fatores que desencadeiam as crises Bronquite Poluição Temperatura Alérgenos em geral 25% dos pacientes adultos é hipersensível à AAS e a outros AINES ORIGEM DA RESPOSTA IMUNE DA ASMA Resposta imunológica – o alérgeno é apresentado pelas células apresentadoras de antígeno para os linfócitos T virgens, em um indivíduo não asmático o linfócito libera IL 12 produzindo uma resposta Th1, já indivíduos asmáticos liberam IL4 produ- zindo uma resposta Th2 (edema, hipertrofia mus- cular, hiperprodução de muco, deposição de mais colágeno, lúmen brônquico mais estreito) Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA BRONCODILATADORES AGONISTAS BETA-2-ADRENÉRGICOS Agentes de alívio Principais na fase aguda (imediato) A maioria dos fármacos são beta-2-adrenérgicos (ligado a proteína Gs que ativa a PKA) Ativação de canais de potássio por cálcio Bloqueio dos canais de cálcio Inibe a PLC Ativação do trocador sódio cálcio Diminuição da atividade da cadeia leve de mio- sina Diminui o broncoespasmo, mas também atua em células do sistema imune diminuindo a ação infla- matória e aumenta a atividade ciliar eliminando muco Quanto maior o grupo ligado a amina da substância mais afim do receptor beta é ela Apresentam poucos efeitos colaterais Curta duração – permanece no organismo por um curto tempo EXEMPLOS Salbutamol (aerolin) Fenoterol (berotec) Terbutalina (brycanil) Bambuterol (bambec) – pró-fármaco que se con- verte em terbutalina UTILIZAÇÃO Fármaco de escolha para a reversão rápida de broncoespasmo em adultos e crianças Induzem uma broncodilatação de início rápido e efeito terapêutico curto (2 a 6 h) Longa duração – permanece no organismo por um longo tempo EXEMPLOS Formoterol (foraseq) Salmeterol (seravent) UTILIZAÇÃO Tratamento de manutenção da asma, terapêutica de adição a pacientes ambulatoriais clinicamente estáveis e não controlados com corticoterapia inalatória Efeito broncodilatador um pouco mais lenta que dura mais tempo (8 a 12 h) Não deve ser utilizada sem a associação da cor- ticoterapia Agonistas beta-2-adrenégico de ação ul- tralonga – permanece no organismo por muito mais tempo EXEMPLO Indicaterol (onbrize) UTILIZAÇÃO Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Pacientes com DPOC (dificuldade de respirar per- manente devido ao enfisema pulmonar) Persiste por até 24 horas após uma única dose Efeitos colaterais dos agonistas beta-2- adrenérgicos Tremor muscular Taquicardia Hipopotassemia Inquietude Hipoxemia Aumento do metabolismo Esquema de administração dos beta-2 agonistas BRONCODILATADORES PARASSIMPATICOLÍTICOS Diminui o cálcio citosólico e consequentemente a contração muscular (antagonismo dos receptores M3) Administração por via inalatória Ipratrópio (atrovent) Tratamento de asma aguda grave associado a um beta-2-adrenérgico de ação curta (não responde ao beta 2 isolado, efeito sinérgico) O início da ação ocorre de 15 a 20 min Pode causar um sabor amargo Tiotrópio (spiriva) Longa duração com meia vida de 5 a 6 dias Utilizado no tratamento da DPOC Efeitos colaterais gerais Cefaleia Náusea Secura na boca Precipitação de glaucoma (nebulização em contato com os olhos) Retenção urinária BRONCODILATADORES QUE BLOQUEIAM A AÇÃO DA FOSFODIESTERASE (METILXANTINAS) A fosfodiesterase é importante na degradação dos nucleotídeos cíclicos, o antagonismo dela pro- longa o tempo de sinalização desses nucleotídeos, o AMPc, por exemplo prolonga seu efeito de ati- vação da PKA Possui efeitos anti-inflamatórios – causa apop- tose celular, reduz o número de citocinas, au- menta a IL 10 que anti-inflamatória e inibe o NFkB e ativa histona desacetilase (teofilina) Possuem janelas terapêuticas bem estreitas e efeitos colaterais expressivos, além de utilizar o citocromo na degradação (interação medicamen- tosa Teofilina e aminofilina Fármacos muito potente em doses altas com grandes ricos de toxicidade Alternativa no tratamento quando não há res- posta adequada do organismo ou não há possibili- dade de utilização dos medicamentos de primeira linha Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Roflumilaste Utilizado na DPOC BRONCODILATADOR DE SULFATO DE MAGNÉSIO Broncodilatação dose dependente -> inibe o in- fluxo de cálcio para o citosol, diminuindo a libera- ção de histamina e de ACh em terminais nervosos colinérgicos Compete com o cálcio Indicado em casos de asma refratária e deve ser usado com cautela em lactantes, crianças e ido- sos Os efeitos adversos se relacionam com rubor cu- tâneo, fadiga, náuseas, cefaleia e hipotensão É contraindicado para pacientes com comprome- timento cardíaco e renal ANTI-INFLAMATÓRIOS Agentes de controle Reverte o quadro inflamatório Deve ser usado de forma crônica Os principais fármacos são os glicocorticoides (não são medicamentos eficientes no tratamento da DPOC, atualmente não se tem medicamentos que revertem o processo inflamatório, sendo es- ses pacientes somente aliviados com os bronco- dilatadores) Administrados principalmente na forma inalatória (doses menores e menor probabilidade do desen- volvimento de efeitos adversos sistêmicos), pode ser administrado sistemicamente em situações de inflamação exacerbada ou grave Atuam em receptores nucleares (regula a trans- crição gênica) e inibem a expressão de genes pró- inflamatórios Os corticoesteroides alteram a transcrição de muitos genes Apresenta efeitos a curto e a longo prazo Inalatórios Beclometasona, budesonida, fluticasona, cicle- sonida (pró-fármaco), mometasona Sistêmicos Prednisona (pró-fármaco) e prednisolona Efeitos colaterais Inalatório Disfonia Candidíase orofaríngea (redução da resposta imune) Tosse Sistêmico (importante evitar o uso) Supressão e insuficiência da suprarrenal Supressão do crescimento Hematoma (fragilidade na pele) Osteoporose (alterações no metabolismo do cálcio) Cataratas Glaucoma Anormalidades metabólicas Transtornos psiquiátricos Pneumonia (redução da mortalidade) CROMONAS Agente estabilizador de mastócitos Inibe a resposta alérgica imediata a um estímulo antigênico uma vez que inibe a atividade de mas- tócitos e a liberação dos seus mediadores Supõe-se que funciona inibindo o transporte de íons cloreto e assim afetando a regulação do íon cálcioque atua na secreção de mediadores dos grânulos intracelulares São indicadas como terapia profilática de pacien- tes com asma (exposição a fatores desencade- antes) e com asma induzida por exercício Maria Luiza Maia – M3 2021 FARMACOLOGIA Menos efetivo que os corticoesteroides inalató- rios Cromoglicato (intal) e nedocromila (tilade) ANTAGONISTAS DE MEDIADORES Antagonista dos leucotrienos Os leucotrienos são mediadores inflamatórios e potentes brococonstritores, com ação mais lenta, porém mais prolongada que a histamina Zileutona – antagonista da enzima formadora dos leucotrienos (5-lipoxigenase) Montelucaste (singulair) – antagonista direto dos leucotrienos Disponível por via oral Indicados para reações agudas à aspirina, mas ineficaz em casos de asma sensível à aspirina, inibe a asma induzida pelo exercício e diminui res- postas tardias e precoces a alérgenos Pode causar cefaleias, infecções do trato respi- ratório superior e raramente síndrome de Churg- Strauss (vasculite eosinofílica, insuficiência cardí- aca e agranulocitose) ANTICORPOS MONOCLONAIS Quando a asma já está quase que intratável (asma resistente grave) Omalizumabe Anticorpo dirigido contra IgE circulante – impede a ligação a receptores de mastócitos ou basófilos (inibe a resposta inflamatória) Seu custo é muito elevado Disponível na forma de pó e administrado em so- lução subcutânea Indicado para asma muito grave sem controle pe- los anticorpos ASMA AGUDA GRAVE Emergência que exige hospitalização tratada com oxigenioterapia em alta concentração, inalação de um agonista beta 2 de curta duração e corticoide por via intravenosa e por via oral Pode ser a adicionado ao protocolo um anticolinér- gico, metilxantina, antimicrobiana (na presença de bactérias) e monitoramento por espirometria e por gasometria
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