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Malformações Congênitas e Dismorfologia

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1 Louyse Jeronimo de Morais 
Dismorfismo 
Referência: aula do prof. HGNM 
Questões 
• O que são malformações congênitas? 
• Como são classificadas as malformações 
congênitas? 
• O que fazer diante de um RN malformado? 
• O que e como investigar um RN malformado? 
• Como caracterizar uma malformação congênita? 
• Qual a conduta diante da família com criança 
malformada? 
O que são malformações congênitas? 
• Sinonímia: malformações congênitas, anomalias 
do desenvolvimento, defeitos morfogênicos, 
defeitos congênitos, dismorfismos. 
Malformações congênitas [MC] se referem a uma 
anomalia estrutural. Defeitos enzimáticos também podem 
acarretar malformações congênitas, mas não 
obrigatoriamente. Quando se fala de MC, fala-se de 
defeito estrutural. 
Desenvolvimento humano – programação genética 
Quando uma criança nascia malformada 
antigamente, era natural que o médico ou a família 
procurasse uma explicação para aquilo, seja alimento, seja 
atitude religiosa ou étnica. Isso persiste até hoje. Com o 
conhecimento da genética molecular, sabemos que as 
malformações são alterações do desenvolvimento 
humano. 
Essas anomalias resultam de uma alteração do 
programa genético. Então, toda malformação é uma 
alteração de um programa, que está gravado no genoma 
humano, no DNA. Essa alteração do programa pode 
ocorrer em diferentes fases, pode ser herdada, pode ser 
durante a gestação – principalmente no primeiro 
trimestre, mas sempre é uma alteração do programa. Esse 
programa pode mudar, resultando na famosa mutação. 
Perturbação da programação genética 
A anomalia do desenvolvimento é sempre uma 
perturbação da programação genética do indivíduo. 
A primeira delas é pré-transcricional, em que a 
alteração é herdada de um dos pais ou dos dois. Também 
pode ser transcricional, que ocorre durante a transcrição. 
Geralmente o próprio DNA tem gravado informações para 
que as enzimas possam corrigir, o que é chamado de 
mecanismo de reparo, os quais atuam principalmente na 
fase de transcrição. Existem, ainda, alterações pós-
transcricionais, seja de RNA mensageiro, transportador ou 
a própria proteína. 
Repercussão das anomalias do desenvolvimento 
• 1ª semana: proteção da totipotência 
• 2ª semana: letalidade 
• 3ª-8ª semana: máxima ação 
• 9ª-12ª semana: ação atenuada 
Existe uma tentativa de classificar o período 
gestacional, em que as alterações genéticas ocorrem com 
maior frequência ou grande potencialidade de ser 
corrigida. Existe um período em que não é corrigido, 
ocorrendo perda de células ou o organismo inteiro, o que 
chamamos de mutação letal. Se morrer após o 
nascimento, chamamos de mutação semiletal. A ação 
dessa repercussão vai da 9ª até a 12ª semana, que é uma 
ação atenuada da seleção natural. 
Toda essa interação – mutação e eliminação, é 
resultado da seleção natural. Então, nós estamos 
constantemente sobre a ação desse fenômeno. 
A expressão “defeitos congênitos” abrange 
malformações e erros inatos [defeitos funcionais]. Essa 
distinção é importante, sabendo que malformação está 
relacionada com anomalia morfológica, a qual geralmente 
é evidenciável ao nascimento [daí a expressão 
“congênito”], mas pode haver uma anomalia morfológica, 
principalmente de órgãos internos, que pode passar 
despercebido no termo. 
Teratologia 
O primeiro estudo registrado foi durante a idade 
média, que foi quando surgiu a teratologia, a qual se 
refere ao “estudo dos monstros”. É um termo totalmente 
inadequado, embora ainda hoje se use os adjetivos 
[agentes teratogênicos etc.]. Na idade média, semelhante 
ao que está ocorrendo agora nessa pandemia, a 
mortalidade era muito grande, e as condições sanitárias e 
de saúde eram precárias. Então, muita gente morria e 
muitos estudantes levavam os corpos para estudar 
anatomia e etc. Foi nesse período, pela abundância de 
grupos que estavam dissecando, que foram descobertas 
várias anomalias congênitas, daí o nome teratologia. 
Dismorfologia 
 
2 Louyse Jeronimo de Morais 
Atualmente, o termo dismorfologia [morfologia 
anômala] estuda conceitos da genética, da embriologia 
clínica, da epidemiologia, da neonatologia e da pediatria. 
De um modo geral, é multidisciplinar. 
Epidemiologia das malformações congênitas 
• Aumento relativo progressivo 
• Observação: 
o Recém-nascidos [3%] 
o Crianças até 10 anos [6%] 
o Adolescentes [8%] 
Em relação à dismorfologia, há uma discussão de 
que há um aumento progressivo das malformações. 
Muitos querem argumentar que esse aumento seja devido 
ao grande número de substâncias teratogênicas e 
carcinogênicas atuais, as quais estão nos alimentos, na 
poluição do ar etc. Esse é um forte argumento, mas existe 
outro de que as novas tecnologias diagnósticas estão 
diagnosticando cada vez mais cedo e com mais precisão 
essas malformações, coisa que não acontecia no passado, 
em que os indivíduos iam à óbito por outras patologias 
mais frequentes. 
Do ponto de vista epidemiológico, é um 
percentual considerável de malformações. Uma boa 
parte, se não a maioria, é de malformações com pouca 
repercussão clínica, com impacto estético e não funcional. 
A morbidade e mortalidade devido aos defeitos 
congênitos aumenta proporcionalmente ao aumento do 
desenvolvimento socioeconômico de uma população. 
Contradição? 
Depende não só do desenvolvimento econômico, 
mas também das políticas de prevenção. Essa contradição 
diz respeito não só ao aspecto econômico, mas também à 
assistência social. O Brasil tem tido exemplos 
espasmódicos de excelência nessa área, com uma época 
em que a prevenção de doença era no período neonatal, 
na pediatria, na adolescência... então houve um período 
em que as políticas públicas do Brasil foram bastante 
resolutivas. Atualmente, é ao contrário. [seria Gil 
#ForaBolsonaro?] 
Como são classificadas as malformações congênitas? 
Classificação quanto a: 
1. Natureza etiológica 
• Dismorfismo monogênico: apenas um gene, seja 
dominante ou recessivo. Um exemplo seria a 
acondroplasia. 
• Dismorfismo cromossômico: síndromes 
malformativas com comprometimento 
neurológico variável. 
• Dismorfismo multifatorial: implica na interação 
genética-ambiental. É necessário que, quando 
ocorre a mutação, haja uma interação com um 
agente teratogênico do meio ambiente. 
• Dismorfismo de etiologia desconhecida 
Sempre lembrar que malformação é resultado de 
alteração do programa genético. 
2. Tipo histopatológico 
• Aplasia 
• Hipoplasia 
• Hiperplasia 
• Displasia 
• Agenesia 
• Hipertrofia 
• Atrofia 
• Hipotrofia 
• Distrofia 
Uma mesma doença pode apresentar mais de um 
padrão histopatológico. Ela não classifica um indivíduo, 
apenas um tipo específico de malformação. 
3. Estágio de desenvolvimento 
• Malformação: toda anomalia estrutural do 
desenvolvimento, podendo ser única ou múltipla, 
unisistêmica ou multisistêmica. 
o Ex.: fissura maxilopalatina é um exemplo 
de malformação do tipo espectro, porque 
vai desde sinais frustros, como uma 
cicatriz congênita no sulco nasolabial até 
uma úvula bífida ou uma guela de lobo 
[abertura completa na linha média facial]. 
• Disrupção: defeito congênito causado por 
destruição de estruturas normais. Pode ser 
causada por compressão, isquemia, hemorragia 
ou adesão de estruturas. Nem sempre descobre o 
defeito primário que causou. 
o Ex.: fendas faciais por bridas amnióticas. 
• Deformação: anomalia congênita causada por 
distorção mecânica de estruturas anatômicas do 
feto [osso, cartilagem e articulação]. A maioria das 
deformações tem regressão espontânea. 
o Ex.: curvamento tibial e micrognatia. 
4. Gravidade clínica 
• Anomalias Minor [menores]: normalmente não 
têm repercussão funcional, apenas estética. 
 
3 Louyse Jeronimo de Morais 
Podem estar ligadas a grupos raciais, como 
depressão da ponte nasal e epicanto [Down, 
asiáticos etc.]. 
• Anomalias Major [maiores] 
Obs.: nãodeve ser usada os temos “anomalias 
principais” e “anomalias secundárias”, porque uma pode 
ser principal em um indivíduo e secundária em outro. 
5. Vínculo associativo 
• Associação: associação de malformações. 
Ocorrência de duas ou mais anomalias não 
aleatória e não sequencial. Não é uma associação 
que tenha uma racionalidade, uma ligação. 
Apesar de não ter relação uma com a outra, é um 
padrão que aparece entre os indivíduos. 
o Ex.: associação CHARGE [coloboma da íris, 
cardiopatia congênita, atrésia das coanas, 
retardo do crescimento, malformações 
genitais, malformações de palvilhão 
auricular]. 
• Síndrome: conjunto de defeitos congênitos 
[estrutural e/ou funcional] com padrão constante 
e com etiologia específica. 
o Ex.: síndrome de Hurler. 
• Sequência: conjunto de defeitos congênitos 
decorrente de uma única malformação. Defeitos 
sequenciais. 
o Ex.: sequência de oligoidrâmnio e 
sequência de Moebius [relacionado com 
misoprostol]. 
• Anomalias de campo: conjunto de anomalias 
estruturais múltiplas originárias de um único 
campo do desenvolvimento. ACD politópico e ACD 
monotópico. 
o Ex.: síndrome oto-renal [relação entre 
malformação auricular com malformação 
renal], displasia ectodérmica [ectoderma 
dá origem ao sistema nervoso e à pele]. 
• Complexos: não temos grande entendimento. 
Anomalias estruturais localizadas em uma área 
anatômica específica geralmente resultam de 
anomalias vasculares. 
o Ex.: microssomia hemifacial. 
• Espectro: pode ser visto em uma população e em 
uma família, como o defeito de fechamento de 
tubo neural, que vai desde anencefalia até 
espinha bífida. Conjunto variável em gravidade e 
localização de malformações múltiplas de 
determinados sistemas. 
o Ex.: DFTN e FLMP. 
Período de investigação ou detecção 
• Pré-natal 
• Natal 
• Pós-natal: durante a infância e adolescência. 
Período de exuberância clínica é o nascimento, 
mas cada vez mais identificamos ainda no pré-natal. 
Conceitos modernos 
• Janela de dano: é um conceito que foi 
desenvolvido nos últimos anos e está relacionado 
principalmente com um agente teratogênico. 
Muitos genes só são mutados quando eles estão 
“abertos”, durante o desenvolvimento do 
primeiro trimestre. Hoje em dia, conseguimos 
identificar a janela de dano para várias 
substâncias e infecções. A talidomida, por 
exemplo, tem um período específico em que 
causa malformação. 
• Interação genético-ambiental: intimamente 
relacionada com a janela de dano. 
O que fazer quando a criança nasce malformada? 
1. Estabelecer a gravidade clínica do quadro malformativo 
• Malformação gravíssima 
• Malformação grave 
• Malformação de moderada gravidade 
No caso de um RN afetado por malformação 
gravíssima [ex.: anencefalia], deve-se seguir protocolo da 
instituição. Quando não tem o protocolo, a medida 
comum é: medidas de estabilização, medidas de 
manutenção de vida, medidas de avaliação específica 
[cardiorrespiratória, gastrointestinal, geniturinária]. Só 
depois disso é que vai caracterizar a malformação. 
2. RN afetado por malformação minor 
• Caracterização da malformação: variação da 
normalidade, característica étnica ou familiar. 
• Verificar associação 
• Orientar acompanhamento pós-natal 
Quando o geneticista deve ser chamado para examinar o 
RN malformado? 
Só depois de resolvido esses problemas, após sair 
do hospital, ou quando tem dúvida no diagnóstico. 
O que e como investigar um RN malformado? 
• Exposição a agentes teratogênicos 
• Indícios de anomalias cromossômicas 
• Consanguinidade 
 
4 Louyse Jeronimo de Morais 
• Casos semelhantes entre parentes 
• Faixa etária e atividade ocupacional 
Como investigar o diagnóstico do RN malformado? 
• Antecedentes médicos 
o Antecedentes familiares 
o Antecedentes gestacionais 
o Antecedentes perinatais 
• Exame físico 
o Distinguir variações da normalidade 
o Caracterizar a malformação: 
caracterização de todos os aspectos, tais 
como gravidade clínica, extensão, 
associação etc. 
• Exploração complementar 
o Exploração de imagens [RX, USG, TC, PET] 
o Cariótipo 
o Análise bioquímica 
o Análise molecular 
• Interconsulta 
• Exame anatomopatológico [biópsia, autópsia] 
Situações apresentadas pelo RN que devem gerar uma 
investigação de um quadro malformativo amplo 
• Principais entradas de investigação de um quadro 
malformativo amplo: cardiopatia congênita, 
hipotonia, dismorfismo crânio-facial, defeitos de 
extremidades, pé torto congênito, fenda palatina, 
anomalia do desenvolvimento sexual, defeito do 
tubo neural, defeito do aparelho abdominal. 
Isso está relacionado com síndromes 
cromossômicas e gênicas, principalmente defeito 
metabólico. 
Como caracterizar uma malformação congênita? – 
Investigação diagnóstica das malformações congênitas 
• Se a malformação é uma variação da 
normalidade. 
o Exemplo: macrogenitália, epicanto, ponte 
nasal em sela. 
Desistiu de dar o resto dos slides...

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