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INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA INDIVÍDUO x REBANHO 1. Fatores de riscos - Animais que saem na rua 2. Zoonoses - Passam para os seres humanos 3. Sinais clínicos - Anemia e imunodeficiência - Alguns parasitas ficam em latência 4. Prevenção e controle - Aplicar vermífugos - Fazer EPF (exame parasitológico de fezes) 5. Diagnóstico precoce - OPG ovos por grama de fezes (10% do rebanho) 6. Patogenia 7. Tratamento - Resistência parasitária (remédios - vermífugos) 8. Legislação - Zoonoses e inspeção de alimentos OS PARASITAS SÃO CONSIDERADOS METAZOÁRIOS ● Se alimentam de restos de produtos (alimento) dos animais - Sangue ● São seres multicelulares DIVIDIDOS EM: ENDOPARASITAS: Vivem dentro do ser ● Helmintos = Vermes ECTOPARASITAS: Vivem fora do ser ● Piolhos ● Pulgas ● Carrapatos OBS: Pode ser considerado tanto endoparasita como ectoparasitas ácaros (sarnas) ou moscas (fase larval) DEFINIÇÃO DE PARASITOLOGIA ● Estudo das relações parasito-hospedeiro ● Área multidisciplinar que contempla bioquímica, fisiologia, biologia celular e molecular imunologia, farmacologia e outros disciplinas RELAÇÕES SIMBIÓTICAS - Vivendo em conjunto Simbiose do grego: Sim- ‘’com’’ e biose ‘’vivendo’’ UM MEMBRO PODE SE BENEFICIAR DA RELAÇÃO DO OUTRO INTERAÇÕES DE SIMBIONTES COMENSALISMO: Não é afetado ‘’Comendo na mesma mesa’’ ● Uma espécie (comensal) se beneficia nutricionalmente enquanto a outra NÃO sofre qualquer alteração ● Pode ser facultativo - Conseguem sobreviver sozinha EX: Rêmoras x peixes grandes MUTUALISMO: Se beneficia ambos ● Associação permanente mutuamente benéfica e de dependência estrita ● Geralmente representa uma relação obrigatória EX: Líquens (algas e fungos) EX: Microbiota ruminal e os bovinos EX: Cupins e flora microbiana PROTOCOOPERAÇÃO - MUTUALISMO FACULTATIVO: ● Ambas espécies se beneficiam da associação, embora possam viver independentes dela EX: Garça carrapateira ou vaqueira e bovino - As aves se alimentam de carrapatos e outros ectoparasitas EX: Búfalos, antílopes e aves - As aves se alimentam de ectoparasitas dos animais e esse se beneficia OBS: Búfalos possuem menos carrapatos por causa da espessura da pele OBS: Se existir 5 ou 10 carrapatos em um animal, no meio ambiente terá 90 a 95% de carrapatos. PARASITISMO: Sofre dano Uma espécie se beneficia da relação enquanto a outra sofre danos PARASITA: Organismo que, com finalidade de alimentar-se, reproduzir-se ou complementar o seu ciclo vital, se beneficia de um outro organismo, animal ou vegetal, de modo PERMANENTE ou TEMPORÁRIO, produzindo efeitos deletérios (prejudicam) esse hospedeiro. ● Helmintos gastrintestinais causam dificuldade de digestão ou absorção dos alimentos, danificando a luz do intestino, causando a anemia (avaliar hemograma - eritrócitos e hematócritos) PARASITOSE: Condição na qual o parasita é patogênico causando danos ao hospedeiro. EX: Parasitas gastrointestinais - Se alimentam de sangue PARASITÍASE: Condição na qual o parasita é potencialmente patogênico, mas NÃO causa danos aparentes ao hospedeiro - Estado de portador CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS SEGUNDO O TEMPO DE DURAÇÃO DO PARASITISMO PERIÓDICOS OU PROVISÓRIOS: ● Somente são parasitas em UMA FASE do desenvolvimento, na qual espoliam (causando danos) continuamente o hospedeiro. EX: Pulgas EX: Dermatobia hominis - Mosca do berne PERMANENTES: ● PASSAM A VIDA TODA , em todos os seus estágios, espoliando (causando danos) o hospedeiro EX: Ácaro do gênero demodex - Sarna demodécica e sarcóptica EX: Piolhos TEMPORÁRIOS OU INTERMITENTES: Realizam somente parte do seu desenvolvimento no hospedeiro ou se utilizam dele PERIODICAMENTE para alimentação ou abrigo. EX: Insetos hematófagos - São chamados de micro predadores - Mosquitos do gênero Culex, Anopheles, Aedes. Fazem REPASTO SANGUÍNEO (se alimenta de um indivíduo para o outro podendo passar algum parasita) QUANTO AO REQUERIMENTO DE UMA VIDA PARASITÁRIA: OBRIGATÓRIOS: Parasitos cujo ciclo de vida SEMPRE requer UM hospedeiro a ser espoliado (prejudicado) EX: Helmintos - Dirofilaria immitis (parasita do coração), pulgas e carrapatos EX: Ácaro - Sarcoptes scabiei - Sarna humana ou escabiose FACULTATIVOS: Parasitas que PODEM ALTERNAR ciclos de vida LIVRE ou parasitária EX: Larvas de moscas da família Sarcophagidae, Strongyloides stercoralis. ACIDENTAL: Organismo que pode se tornar um parasita de um hospedeiro (NÃO HABITUAL) em condições especiais EX: Dipylidium caninum - Parasitando crianças PARASITOSES: ● Podem depender de vários fatores - Estágio de maturação no ambiente, climáticos (chuva ou sol), sazonais (carrapatos e pulgas aparecem menos no inverno), presença de vetores, hospedeiros intermediários (peixes, grilos, moluscos, caracóis) que podem estar presentes em determinadas regiões, vegetações ou condições climáticas PARASITOSES PODEM SER: INFECÇÕES AGUDAS: ● Início rápido e curta duração ● Exsudação de fluidos (proliferação de leucócitos) de proteínas plasmáticas e migração de leucócitos INFECÇÕES CRÔNICAS: ● Maior duração ● Proliferação de vasos sanguíneos e formação de tecido fibroso ● CLÍNICAS: ● Poucos animais podem apresentar sinais clínicos - Aumento da papeira em ovelhas ou em bovinos - Edemas submandibular (acúmulo de líquido extracelular) ● SUBCLÍNICAS: O animal está parasitado, mas continua comendo porém animais de produção acabam diminuindo sua produção SEGUNDO O LOCAL DE PARASITISMO ENDOPARASITAS: Permanecem no interior do organismo do hospedeiro EX: Toxocara canis - Intestino delgado de cão (pode causar estenose - diminuição da luz do intestino) ECTOPARASITAS: Permanecem na superfície corpórea do hospedeiro - Pele, pelos e cavidades naturais EX: Haematobia irritans (mosca do chifre) em bovino ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA ESTENOXENOS: ● STENOS (estreito) - Afetam SOMENTE UMA espécie hospedeira ou um GRUPO de espécies muito próxima EX: Taenia saginata - Somente um hospedeiro EX: Plasmodium em primatas EX: Bunostomum (parasita apenas de bovinos ou ruminantes) EURIXENOS: ● EURYS (largo, amplo) - Apresentam AMPLA variedade de hospedeiros (não são hospedeiros próximos) EX: Toxoplasma gondii (gatos, humanos) EX: Fasciola hepatica (humanos, bovinos, equinos) MONOXENOS: ● Parasitas exigem SOMENTE um HOSPEDEIRO, sem necessidade de HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO EX: Toxocara canis - Parasita de canino HETEROXENOS: ● As formas evolutivas são encontradas em MAIS DE UM hospedeiro (Hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo) EX: Trypanossoma cruzi EX: Schistosoma QUANTO AO HABITAT NORMAL: ● O parasita se encontra em determinado segmento, órgão ou tecido de hospedeiro e somente assim, completa seu ciclo biológico EXTRAVIADO: ● Pode ocorrer em outro hospedeiro e fora do seu habitat natural EX: Toxocara canis - Parasita do intestino delgado de cães MAS parasita HUMANOS como larva migrans visceral (vai parar nas vísceras), podendo ser encontrado no fígado, sistema nervoso central e globo ocular (pode causar cegueira nos humanos) CONCEITOS EPIDEMIOLÓGICOS AGENTE INFECCIOSO: ● Parasita capaz de produzir infecção SUSCETÍVEL: ● Hospedeiro passível de sofrer a infecção DOENÇA: ● Qualquer manifestação clínica ou estado mórbido resultante de alteraçoes dos mecanismos reguladores da homeostasia orgânica. PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP): ● Tempo que decorre a PARTIR DA PENETRAÇÃO ou INGESTÃO do estágio infectante do parasita no hospedeiro até o APARECIMENTO de OVOS (ADULTO) LARVAS ou OOCISTO (forma jovens iniciais) da geração seguinte. EX: Ingerir a larva em algum estágio (L3 forma infectante) PERÍODO DE INCUBAÇÃO: ● Tempo que transcorre desde o contágio (ingestão) até a aparição dos primeiros sinais clínicos da doença. QUARENTENA: É o dobro do período de incubação INCIDÊNCIAS: Frequência da doença num DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO (CASOS NOVOS) É calculada a partir do NÚMERO DE CASOS NOVOS em relação a população NÃO INFECTADA PREVALÊNCIA: NÚMERO TOTAL DE CASOS na POPULAÇÃO em dado instantes A prevalência reflete um retrato instantâneo da população. FONTES DE INFECÇÃO(FI): Organismo vertebrado onde o agente pode SOBREVIVER e MULTIPLICAR-SE tendo acesso ao meio EXTERIOR. MODALIDADES DE FONTES DE INFECÇÃO: ● Doentes ● Portadores - Não apresenta sinal clínico ● Reservatórios - Não apresenta sinal clínico PORTA DE ENTRADA (PE): ● Via pela qual o PARASITA PENETRA NO NOVO HOSPEDEIRO Pode ser entrada PASSIVA ou ATIVA (ingerindo) ● Pele ● Mucosas ● Via oral ● Trato genito-urinário VIAS DE ELIMINAÇÃO (VE): ● É o meio ou veículo pelo qual o parasita É ELIMINADO da fonte de infecção ● Secreções ● Excreções ● Sangue ● Exsudatos ou descargas purulentas (pus) ● Descamações epiteliais ● Leite ● Placenta VIAS DE TRANSMISSÃO (VT): É o meio ou veículo pela qual o PARASITA ALCANÇA O NOVO HOSPEDEIRO ● Água ● Ar ● Poeira ● Solo ● Fômites - Objeto que pode transmitir o parasita (botas contaminadas) ● Alimentos ● Hospedeiros intermediários ● Vetores - Moscas, mosquitos e etc CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPEDEIROS FINAL OU DEFINITIVO: ● HOSPEDEIRO no qual ocorre o DESENVOLVIMENTO dos ESTÁGIOS SEXUAIS DO CICLO. ● Se não há registros sexuais, é considerado o HOSPEDEIRO MAIS IMPORTANTE do ciclo do ponto de vista do homem. INTERMEDIÁRIO: ● Essencial para o ciclo, NÃO é requerido para TODOS os estágios do parasita ● Geralmente alberga as FASES MAIS JOVENS do parasita. (desenvolvimento) EX: O animal (hospedeiro intermediário) que acaba ingerindo os ovos (se transformando em L1, L2, L3) e a partir do L3 que irá continuar o ciclo é o hospedeiro definitivo PARATÊNICO OU DE TRANSPORTE: ● Um tipo de HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO na qual o PARASITA IMATURO pode sobreviver por tempo INDEFINIDO, mas o desenvolvimento requer a INFECÇÃO PELO HOSPEDEIRO DEFINITIVO ● Geralmente por predação do hospedeiro paratênico EX: Só transporta L1 ou L2. Não ocorre o desenvolvimento dentro dele (nao tem infecção) SOBREVIVÊNCIA E PERMANÊNCIA DO PARASITA DEPENDEM DOS SEGUINTES FATORES: INFECTIVIDADE: ● Capacidade de INSTALAR-SE no hospedeiro PATOGENICIDADE: ● Capacidade de determinar o APARECIMENTO de SINAIS clínicos da doença VIRULÊNCIA: ● Medida pela INTENSIDADE da manifestação clínica da doença RESISTÊNCIA: ● Capacidade do parasita SOBREVIVER FORA do organismo do hospedeiro ou vermífugos PERSISTÊNCIA: ● Capacidade do parasita de permanecer em uma população de hospedeiros TROPISMO: ● Capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro ou ao órgão EX:Os carrapatos sobem nas pontas de plantas como por exemplo capim, e aguardam o hospedeiro passar, detectam o hospedeiro através de quimiorreceptores e passam para o hospedeiro SOBREVIVÊNCIA E PERMANÊNCIA DO PARASITA FATORES QUE AUXILIAM A PERMANÊNCIA DA PARASITOSE: ● Potencial reprodutivo do parasita - Capacidade de continuar se reproduzindo ● Longevidade do parasita - Se não tratar pode ficar para o resto da vida ● Acometimentos de vários hospedeiros - Vários hospedeiros juntos (bovino e caprinos) ● Menor reação do hospedeiro ao parasita - Se o hospedeiro não possui sintomas, não irá fazer controle parasitário ● Mecanismo de dispersão efetivos - Formas de transmissão e infecção ● Formas de resistência - Resistência ao calor ou frio e etc.. INTERAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO INFECÇÃO - ENDOPARASITAS Invasão e colonização do organismo hospedeiro POR PARASITAS INTERNOS EX: Helmintos e protozoários (vermes) INFESTAÇÃO - ECTOPARASITAS Ataque ao organismo do hospedeiro por PARASITAS EXTERNOS EX: Artrópodes (carrapatos) ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DOS PARASITAS NUTRIÇÃO: Hematófagos (sangue) tem secreção oral anticoagulante (dificulta a contenção das plaquetas) DISPERSÃO: Mecanismos que facilitam a difusão da espécie - Ovos nas fezes PENETRAÇÃO NO HOSPEDEIRO: 1- Oral, cutânea ou percutânea 2- Inalatória ou respiratória 3- Transovariana 4- Transplacentária 5- Inoculativa 6- Contaminativa AÇÕES DESENCADEADAS PELOS PARASITAS SOBRE OS HOSPEDEIROS DIRETAS OU INDIRETAS: DIRETAS: MECÂNICAS: Fasciola hepatica (cresce tanto que muda o tamanho do fígado) ● OBSTRUTIVAS: Ascaris - Obstruir o intestino de tão grande ● COMPRESSIVA: Cisto hidático - Forma de desenvolvimento do estágio larval que produz líquido dentro do cisto comprimindo outros órgãos ● TRAUMÁTICAS: Ácaros, Ancylostoma ● ESPOLIATIVAS: Parasita hematófago ● ANTIGÊNICAS: Secreções e excreções do parasita despertam a resposta imune do hospedeiro ● ANÓXICAS: Babesias (se multiplicam dentro das hemácias) ● INFLAMATÓRIAS: Picadas de mosquitos ● ENZIMÁTICAS: L3 de Ancylostoma braziliense TÓXICAS: ● Endotoxinas - Parasita libera ao morrer ● Exotoxinas: Parasita excreta produtos do seu metabolismo INDIRETAS: ● Irritação, perturbação, ferimentos - Insetos ● Transmissão de patógenos ● Contaminação secundária por outros agentes ● Diminuição dos índices de produtividade - Animais de produção ● Suscetível a demais doenças - Imunodeficiente ANIMAIS DE PRODUÇÃO: ● Importante correto diagnóstico e prevenção ● Menor eficiência reprodutiva ● Prejuízo da conversão alimentar ● Danos a saúde ● Gastos com tratamento FATORES PREDISPONENTES PARA OCORRÊNCIA DE PARASITOSES ● Superlotação de animais ● Manejo inapropriado ● Má nutrição ● Ausência ou má utilização de medidas preventivas ● Tratamento inadequado IMUNIDADE DO ANIMAL CLASSIFICAÇÃO IDENTIFICAR: ● Comparar um determinado indivíduo com outros já conhecidos e classificados ● Se é um ecto ou endo parasita DENOMINAR: ● Consiste em dar nomes adequados aos seres vivos identificados ● É um carrapato, mas de qual espécie CLASSIFICAR: ● Reunir os seres vivos em grupos, baseando-se nos caracteres de semelhança, descendência ou ambos REGRAS INTERNACIONAIS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA GÊNERO: Uninominal, latino e escrito com letra MAIÚSCULA e ITÁLICO EX: Ancylostoma ou Ancylostoma SUBGÊNERO: Letras MAIÚSCULA entre os parênteses e o nome do gênero e da espécie EX: Strongylus (Delafondia) vulgaris ESPÉCIE: Latino binominal e escrito com letra maiúscula. O nome da espécie é formada por duas palavras, a primeira representa o gênero e a segunda a espécie EX: Ancylostoma caninum ou Ancylostoma caninum SUBESPÉCIE: Latino, trinominal, escrito com letra maiúscula e seguindo imediatamente o nome da espécie EX: Felis catus domesticus GÊNERO-TIPO: Algumas categorias têm terminações padronizadas, baseadas no gênero tipo. Acrescentando-se desinência própria. EX: TRIBO: acrescente ini = Anophelini SUBFAMÍLIA: Acrescenta-se acrescenta-se inae Metastrongylidae FAMÍLIA: Acrescenta-se idae Metastrongylidae SUPERFAMÍLIA: Acrescenta-se oidea Strongyloidea
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