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Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II POP – TIPAGEM SANGUÍNEA Código: 08 HEMATOLOGIA Folha: 1 Situação: 1. Introdução: A tipagem sanguínea é um teste realizado para determinar o tipo sanguíneo e o Fator Rh do paciente. Conhecer o tipo sanguíneo é extremamente importante, sendo indispensável em condições transfusionais e rotinas pré-natais, já que a interação entre o sangue do paciente com um sangue considerado incompatível com o dele pode trazer problemas graves (SCHORNER, 2012). As hemácias podem apresentar antígenos em sua superfície, e a partir da presença ou ausência desses antígenos, é possível classificar o tipo sanguíneo do paciente de acordo com o Sistema ABO e o Sistema Rh. Aqueles que possuem o antígeno A em suas hemácias são do grupo A, os que possuem o antígeno B são do grupo B, os que possuem as duas são do grupo AB e aqueles que não apresentam nenhum desses antígenos são do grupo O. Além disso, existe o antígeno D, que determina o sistema Rh, sendo aqueles que possuem o antígeno são considerados Rh positivo, e os que não possuem Rh negativo (LABTESTS, 2019). Pessoas do grupo A, B e O produzem anticorpos contra os antígenos que estão ausentes em suas hemácias, por isso, uma transfusão incompatível acaba causando reações graves. Além disso, um indivíduo Rh negativo não pode receber um sangue Rh positivo, pois isso provocaria a produção de anticorpos anti-Rh (LABTESTS, 2019). A tipagem sanguínea determina os grupos sanguíneos a partir do teste direto, que percebe a presença ou ausência desses antígenos na membrana eritrocitária do paciente, e do teste indireto, que percebe a presença ou ausência dos anticorpos do paciente contra os antígenos eritrocitários. Para a determinação mais precisa do fator Rh, é necessário realizar o teste D fraco, que detecta os antígenos do Rh em menores quantidades (LIU, 2012). Elaboração Bruna Birbeire Machado Aprovação e Liberação Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II POP – TIPAGEM SANGUÍNEA Código: 08 HEMATOLOGIA Folha: 2 Situação: 2. Princípio do teste: Observa-se a aglutinação ou não do sangue na adição de antígeno ou anticorpo do sistema ABO e do antígeno D do sistema Rh. No teste direto detecta-se o antígeno presente no sangue do paciente a partir da adição do anticorpo daquele aglutinogênio. No teste indireto pesquisa-se o anticorpo presente no sangue do paciente, a partir da adição do antígeno correspondente (SCHORNER, 2012). 3. Aplicação clínica: O exame é realizado antes de transfusões e doações de sangue e derivados de sangue. Grávidas e recém-nascidos também realizam o exame para determinar a incompatibilidade ou não entre os dois (SANTOS, 2014). 4. Amostra: 4.1.Amostra: Amostra de sangue periférico em tubo com EDTA. 4.2.Interferentes: Pacientes que apresentam o antígeno RhD em menor quantidade podem apresentar resultados negativos na tipagem direta tradicional. 5. Equipamento de proteção individual: Jaleco, calça comprida e sem rasgos, sapato fechado, óculos de proteção e luvas. 6. Padrões, controles, reagentes e outros insumos: Solução salina a 0,85% ou 0,9%, soro anti-A, soro anti-B, soro anti-AB, soro anti-D, reagente A1 e reagente B1. 7. Equipamentos: Tubos de ensaio, pipeta, ponteira, banho-maria e centrífuga. Elaboração Bruna Birbeire Machado Aprovação e Liberação Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II POP – TIPAGEM SANGUÍNEA Código: 08 HEMATOLOGIA Folha: 3 Situação: 8. Procedimento detalhado: 8.1. Preparar uma suspensão de hemácias do paciente entre 2 a 5% 8.1.1. Adicionar 1900uL de salina 0,85 ou 0,9% e 100uL do sangue do paciente com EDTA, ou adicionar uma quantidade correspondente a 2 - 5% 8.1.2. Homogeneizar o tubo até a suspensão ficar na coloração vermelha 8.2.Tipagem direta 8.2.1. Colocar 100uL da suspensão em 4 tubos de ensaios identificados como: A, B, AB e RhD 8.2.2. Adicionar 1 gota do soro anti-A no tubo identificado como A 8.2.3. Adicionar 1 gota do soro anti-B no tubo identificado como B 8.2.4. Adicionar 1 gota do soro anti- AB no tubo identificado como AB 8.2.5. Adicionar 1 gota do soro anti-D no tubo identificado como RhD 8.2.6. Homogeneizar e centrifugar os tubos por 1 minuto a 1.000 rpm 8.2.7. Realizar a leitura de cada tubo utilizando o aglutinoscópio 8.2.8. Se o Rh tiver resultado negativo, é necessário colocar o tubo no banho-maria a 37° por 15 minutos e centrifuga-lo 8.2.8.1 Caso o resultado ainda seja negativo, realizar o Dfraco 8.3.Tipagem indireta ou reversa 8.3.1. Centrifugar o sangue total do paciente 8.3.2. Adicionar 100uL do soro do paciente em 2 tubos de ensaios identificados como: A1 e B1 8.3.3. Adicionar uma gota do A1 no tubo identificado como A1 8.3.4. Adicionar uma gota do B1 no tubo identificado como B1 8.3.5. Centrifugar os tubos por 1 minuto a 1.000 rpm 8.3.6. Realizar a leitura de cada tubo utilizando o aglutinoscópio 8.4.Teste do Dfraco 8.4.1. São necessários 3 tubos de ensaio, que devem ser identificados como: teste, controle positivo e controle negativo 8.4.2. Adicionar 2 gotas da suspensão do paciente e 2 gotas do soro Anti-D no tubo teste 8.4.3. Adicionar 2 gotas de um sangue O Rh negativo e 2 gotas do soro anti-D no tubo de controle positivo 8.4.4. Adicionar 2 gotas da suspensão do paciente no tubo de controle negativo 8.4.5. Levar os tubos ao banho-maria por 15 minutos a 37°C Elaboração Bruna Birbeire Machado Aprovação e Liberação Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II POP – TIPAGEM SANGUÍNEA Código: 08 HEMATOLOGIA Folha: 4 Situação: 8.4.6. Realizar a lavagem dos tubos pelo menos 3 vezes utilizando solução salina 0,85 ou 0,90% (adicionar a salina no tubo, centrifugar por 5 minutos e retirar o sobrenadante, repetir o procedimento 3x) 8.4.7. Adicionar 2 gotas do soro de Coombs em cada tubo e centrifugar por 1 minuto a 1.000 rpm 8.4.8. Realizar a leitura 9. Valores de Referência: 9.1.Interpretação: Teve aglutinação: resultado positivo para aquele teste Não teve aglutinação: resultado negativo aquele teste 9.1.1 Tipo sanguíneo Sangue A: Tipagem direta: tubo A e AB aglutinam, tubo B não aglutina Tipagem indireta: tubo B aglutina e tubo A não aglutina Sangue B: Tipagem direta: tubo B e AB aglutinam, tubo A não aglutina Tipagem indireta: tubo A aglutina e tubo B não aglutina Sangue AB: Tipagem direta: tubo A, B e AB aglutinam Tipagem indireta: tubo A e B não aglutinam Sangue O: Tipagem direta: tubo A, B e AB não aglutinam Tipagem indireta: tubo A e B aglutinam 9.1.2 Sistema Rh Positivo: o tubo RhD aglutina Negativo: o tubo RhD não aglutina 9.2.Valores críticos: Pacientes Rh negativo podem apresentar a proteína Rh em menor quantidade, por isso, é necessário realizar o teste do Dfraco em pacientes considerados Rh negativos. Dfraco positivo: teste do Dfraco aglutina. É o caso de pacientes que apresentam a proteína Rh porém em menor quantidade, que pode acabar não sendo identificada no teste tradicional. Dfraco negativo: teste do Dfraco não aglutina Elaboração Bruna Birbeire Machado Aprovação e Liberação Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II POP – TIPAGEM SANGUÍNEA Código: 08 HEMATOLOGIA Folha: 5 Situação: 10. Linearidade e Limites de detecção: Alguns pacientes apresentam os antígenos do Rh porém em menor quantidade, fazendo com que esses não sejam identificados na tipagem sanguínea direta, e por isso esses pacientes podem ser classificados erroneamente em relação a ausência do antígeno D. Por isso, para todos os pacientes Rh negativos, é necessário realizar o teste do D fraco, que é capaz de detectar o antígeno mesmo em menores quantidades (SANTOS, 2014). 11. Referências bibliográficas: LABTESTS. Tipagem sanguínea. Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://labtestsonline.org.br/tests/tipagem-sanguínea. Acesso em: 23 nov. 2021. LIU, I.P. Análise de Resultados da Tipagem Sanguínea Antes e Após a Implantação da Técnica de Semiautomação. 2012, 41 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biomedicina). Universidade Federal do RioGrande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Porto Alegre. SANTOS, C. Identificação da presença do antígeno D fraco no laboratório clínico e banco de sangue. 2014. Especialização em Hematologia e Hemoterapia - Curso de Farmacuetica Bioquímica do setor de hematologia da Escola Bahiana de Medicina, Salvador, 2014. Disponível em: http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/HHL/HHL07/SANTOS-crispina-conceicao.pdf. Acesso em: 23 nov. 2021. SCHORNER, E. Tipagem sanguínea ABO/RhD. Santa Catarina, 2012. Disponível em: http://www.hu.ufsc.br/documentos/pop/servico_de_hemoterapia/POP_-_Tipagem_sanguinea.pdf. Acesso em: 23 nov. 2021. Elaboração Bruna Birbeire Machado Aprovação e Liberação
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