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Lesões com potencial de malignização | Oncologia Oral

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Lesões potencialmente malignas 
Oncologia Oral – UFPE 
 
 
Larissa Albuquerque 
*As lesões com potencial de malignização têm chance 
de sofrer uma transformação maligna, o que não 
determina a obrigatoriedade de formar um câncer, 
apenas possui maior probabilidade para isso. Ou seja, 
essas lesões são alterações morfológicas teciduais 
em que o câncer tem maior chance de se desenvolver 
em comparação com tecidos saudáveis. 
*A lesão maligna mais comum em mucosa oral é o 
carcinoma epidermóide e, por isso, as lesões 
consideradas com potencial de malignização terá 
como base a possibilidade de se tornar um carcinoma 
epidermóide. 
*As lesões com maior potencial maligno são as 
leucoplasias, eritroplasias, disceratose congênita, 
queratose pelo fumo do tabaco, candidíase crônica, 
lúpus eritematoso discoide, queratose actínica (lábio), 
queilite actínica, líquen plano, fibrose submucosa 
oral, glossite sifilítica e fibrose submucosa. 
Epitélio da mucosa oral normal 
*A mucosa oral é formada por epitélio de 
revestimento estratificado pavimentoso, podendo 
ser queratinizado ou não. Esse epitélio apresenta 
rápida proliferação e constante renovação da mucosa 
oral. 
*O estrato basal é a região 
mais profunda do epitélio oral, 
adjacente à lâmina própria. É 
formado por uma a três 
camadas de células, podendo 
ser chamado também de 
estrato germinativo, pois é 
onde ocorre a proliferação celular normal. 
*Após o estrato basal, tem-se 
o estrato espinhoso, 
formado por queratinócitos 
poliédricos ou arredondados 
de citoplasma mais amplo. É 
chamado de espinhoso devido 
à aparência de pequenas 
espinhas ou pontes saindo dos queratinócitos devido 
à preparação da lâmina. As suas células estão em 
constante amadurecimento e proliferação. 
*Em seguida, tem-se o estrato granular, com 
queratinócitos maiores e achatados, citoplasma com 
mais grânulos de querato-hialina e cerca de 3 a 6 
células de espessura. 
*Os queratinócitos acima do estrato granular, 
formando o estrato córneo, são mais achatados e o 
citoplasma não apresenta grânulos ou estruturas 
intracelulares. É neste epitélio em que ocorre a 
maturação dos queratinócitos e também a morte 
celular programada. 
*Quando o epitélio oral é completamente 
queratinizado, chama-se ortoqueratinizado e 
quando a queratinização não é completa, 
paraqueratinizado. 
 
Região de um epitélio queratinizado. 
*O epitélio oral não queratinizado possui 
queratinócitos menores no estrato basal, o estrato 
espinhoso não tem as pontes/espinhas tão evidentes 
e não possui estrato granular e estrato córneo, já que 
não há queratina. Acima do estrato espinhoso, as 
células são gradualmente mais achatadas a medida 
que se aproximam da superfície, podendo ser dividido 
em região intermediária e superficial. 
 
Estratos de um epitélio oral não queratinizado. 
Condicões cancerizáveis 
*Essas lesões geralmente apresentam como fatores 
etiológicos o tabagismo, etilismo, avitaminoses e 
síndrome de Plummer Vinson. 
Leucoplasia ou eritroleucoplasia 
*É a lesão mais comum em relação ao potencial de 
malignização (85%) e é definida como uma placa ou 
mancha branca não destacável que não pode ser 
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caracterizada como outra doença. O termo 
leucoplasia é exclusivamente clínico e não causa 
nenhuma alteração histopatológica específica. 
*O seu diagnóstico é por exclusão em relação a 
outras alterações que surgem como placas orais 
brancas. 
*A leucoplasia tem predileção pelo sexo masculino 
(70%), visto que os homens são os maiores 
consumidores de tabaco, e aumenta 
consideravelmente a partir da 4ª década de vida. 
 
*A etiologia ainda não é conhecida, mas acredita-se 
que o habito de fumar tabaco esteja relacionado com 
o seu desenvolvimento, já que 80% dos pacientes 
com essa lesão são tabagistas, além disso, o álcool, 
erva sanguinária presente em dentifrícios ou 
enxaguantes bucais com extrato de erva sanguinária, 
radiação ultravioleta, microrganismos (como a 
Candida albicans, HPV 16 e 18), mutações e traumas 
(como a ceratose friccional, causada por irritação 
mecânica crônica) parecem ter correlação com o 
surgimento desse tipo de lesão. 
*70% das leucoplasias orais ocorrem no vermelhão 
do lábio, mucosa jugal e gengiva. As lesões em 
língua, vermelhão do lábio e soalho de boca totalizam 
90% das que mais exibem displasia ou carcinoma. 
*As lesões iniciais e brandas têm aparência de 
placas levemente elevadas, de cor branco-
acinzentado, que podem ser translúcidas, fissuradas 
ou enrugadas, e são planas e macias. Ainda 
apresentam bordas bem demarcadas e que podem se 
misturar à mucosa normal gradualmente. 
 
Lesão inicial em ventre de língua, com superfície lisa, branca e 
bem delimitada. 
*Com a evolução das lesões, elas podem: 
• Aumentar de forma lenta, tornar mais 
espessa e com aparência branca marcante, 
com consistência de couro à palpação e as 
fissuras podem ser mais profundas e 
numerosas. Esse estágio é chamado de 
leucoplasia espessa ou homogênea. 
 
Mancha branca, difusa e corrugada na superfície ventral 
direita da língua e soalho de boca. 
• Caso a evolução prossiga, pode ocorrer mais 
irregularidades nas superfícies, sendo 
chamadas agora de leucoplasia nodular ou 
granular. 
 
Lesão focal com superfície áspera e granular na 
margem lateral posterior da língua. 
• Se apresentar projeções agudas, a lesão é 
chamada de leucoplasia verruciforme ou 
verrucosa. 
 
Lesão papilar exofítica na crista alveolar superior 
anterior. 
• Uma leucoplasia de alto risco é a leucoplasia 
verrucosa proliferativa (LVP), caracterizada 
pelo desenvolvimento de varias placas 
ceratóticas com projeções de superfície 
ásperas, que tendem a se disseminar pela 
mucosa oral lentamente. Com a progressão 
da lesão, pode se transformar em carcinoma 
de células escamosas. 
 
Lesões brancas, difusas e corrugadas na mucosa jugal 
e língua. 
Oncologia Oral Larissa Albuquerque 
*A leucoplasia pode se tornar displásica e até 
invasiva, sem alteração clínica, podendo causar 
eritroleucoplasia, em caso de manchas brancas e 
avermelhadas. 
 
Lesão mista, branca e vermelha, de margem lateral de língua. 
*Como as lesões leucoplásicas podem ter mistura de 
fases, é importante para o diagnóstico a biópsia no 
sítio com o maior potencial de conter células 
displásica. 
 
Lesão extensa apresentando várias fases clínicas. 
*É importante ressaltar que as leucoplasias fazem 
diagnóstico diferencial com candidíase pseudo-
membranosa, líquen plano, queratose friccional, nevo 
branco esponjoso, lesão branca por trauma e 
leucoplasia pilosa. 
Características histopatológicas 
*Apresenta espessamento da camada de queratina 
do epitélio de superfície (hiperceratose), com ou sem 
espessamento da camada espinhosa (acantose). 
Também pode ocorrer atrofia no epitélio subjacente e 
presença de células inflamatórias crônicas. 
*A camada de queratina pode ser paraqueratina, 
ortoqueratina ou uma combinação de ambas. No caso 
da paraqueratina, não existe a camada de células 
granulares e os núcleos epiteliais estão retidos na 
cada de queratina, e com a ortoqueratina, o epitélio 
tem camada de células granulares e os núcleos estão 
ausentes na camada de queratina. 
 
Caso de hiperortoceratose no lado esquerdo, com camada de 
células granulares bem definidas. O lado esquerdo tem epitélio 
paraqueratinizado normal, sem células granulares. 
*A maioria das lesões leucoplásicas não apresentam 
displasia na biópsia. Quando presentes, quanto mais 
displásico se torna o epitélio, mais as alterações se 
estendem pela espessura total. Geralmente, 
apresentam alterações similares aos do carcinoma de 
células escamosas, incluindo: células e núcleos 
aumentados, nucléolos grandes, relação núcleo-
citoplasma aumentada, núcleos hipercromáticos, 
células e núcleos com formato anormal, número 
excessivo de mitosese mitoses anormais. 
*Em relação às alterações histomorfológicas do 
epitélio, é comum apresentar cristas epiteliais em 
formato bulbar ou de gota, perda da polarização, 
agrupamentos focais de queratina e perda da coesão 
normal entre as células epiteliais. 
*A displasia pode ser denominada leve, quando as 
alterações ocorrem apenas nas camadas basal e 
parabasal, moderada, quando envolve da porção 
basal à porção média da camada espinhosa e severa, 
quando as alterações acima da porção média do 
epitélio. Ainda pode ocorrer a expansão para dentro 
de uma glândula salivar menor. 
 
Displasia epitelial leve, com núcleos hipercromáticos e com forma 
alterada na camada basal. 
 
Displasia epitelial moderada, com alterações se estendendo até 
metade do epitélio, com hipercromatismo do núcleo, tamanho 
alterado e aumento da densidade de células. 
 
Displasia epitelial severa, com alto pleomorfismo, 
hipercromatismo e figuras de mitose dispersas. 
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Displasia em ducto de glândula salivar. 
*Quando toda a espessura do epitélio é afetada, é 
chamada de carcinoma in situ, pois se estende da 
camada basal até a superfície da mucosa. 
 
Carcinoma in situ. 
Tratamento 
*Como a leucoplasia é apenas um termo clínico, a 
realização de biópsia é essencial para determinar o 
tratamento. 
*Displasias moderadas ou mais graves podem ser 
retiradas completamente por excisão cirúrgica, com 
posterior acompanhamento para verificar recidivas, já 
que são frequentes. 
*Geralmente, 80% das displasias são benignas. 
Eritroplasia 
*A eritroplasia (de Queyrar) é o termo clínico para 
placa vermelha ou branco avermelhada que não pode 
ser diagnosticada como outra condição. 
*Sua etiologia é desconhecida, mas sabe-se que está 
relacionada com o carcinoma epidermóide. 
*Pode ocorrer juntamente com a leucoplasia, apesar 
de ser menos comum que esta. 
*É uma lesão que atinge principalmente adultos de 
meia-idade a idosos, com tendência de predileção 
para homens a partir dos 50 anos. Geralmente ocorre 
no soalho de boca, língua e palato, podendo ocorrer 
múltiplas lesões. 
*Clinicamente, a lesão é caracterizada por uma placa/ 
mácula eritematosa bem delimitada, com textura 
macia e aveludada. Em geral é assintomática, pode 
estar associada a leucoplasia adjacente 
(eritroleucoplasia). 
*Faz diagnóstico diferencial com mucosite não-
específica, candidíase, psoríase e lesões vasculares, 
sendo necessário biópsia para determinar a lesão. 
 
Lesão macular eritematosa na região de soalho de boca direito, 
sem leucoplasia. 
Características histopatológicas 
*90% das eritroplasias são constituídas por displasias 
epiteliais severas, carcinoma in situ ou de células 
escamosas invasivo. 
*O epitélio não tem produção de queratina e 
frequentemente é atrófico, mas também pode ser 
hiperplásico. 
*A coloração avermelhada é proveniente da ausência 
de queratinização e ao adelgaçamento do epitélio, o 
que permite que a microvasculatura subjacente seja 
evidenciada. Muitas vezes o tecido conjuntivo 
subjacente apresenta inflamação crônica. 
Tratamento 
*É preciso realizar a biópsia para definir o tratamento. 
Caso a lesão seja moderada ou mais grave, pode ser 
removida completamente por cirurgia. É preciso fazer 
o acompanhamento a longo prazo para o caso de 
recidiva. 
Queilite actínica 
*É uma alteração comum do vermelhão do lábio 
inferior devido à exposição excessiva aos raios 
ultravioletas. Geralmente ocorre em pessoas de pele 
clara que têm tendência de apresentar queimadura 
solar pela exposição ao sol. 
*Também conhecida como queilose actínica, tem 
predileção pelo sexo masculino e a partir dos 45 anos 
de idade. 
*A lesão tem desenvolvimento lento, dificultando a 
percepção pelo paciente. As características clínicas 
são a atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior 
(com superfície lisa e áreas de mancha pálida), 
apagamento da margem entre a zona do vermelhão e 
a porção cutânea do lábio. 
*Com a progressão da lesão, ocorre o 
desenvolvimento de áreas ásperas e cobertas de 
escamas nas porções mais secas do vermelhão, 
podendo se assemelhar a leucoplasias. 
*Faz diagnóstico diferencial com outros tipos de 
queilite, líquen plano e lúpus eritematoso discoide. 
Características histopatológicas 
*É caracterizada pelo epitélio escamoso estratificado 
atrófico, com alta produção de queratina. Geralmente 
apresenta infiltrado de células inflamatórias crônicas 
Oncologia Oral Larissa Albuquerque 
leve subjacente ao epitélio displásico. Sempre 
apresenta elastose solar (actínica), que é uma 
alteração no tecido conjuntivo subjacente com 
aspecto basófilo amorfo e acelular, com alteração das 
fibras colágenas e elásticas por causa da luz solar. 
 
Hiperqueratose, atrofia epitelial e elastose solar subjacente. 
 
Lesão crostosa e ulcerada no vermelhão do lábio inferior. 
Tratamento 
*Consiste na fotoproteção dos lábios, biópsia nas 
áreas de endurecimento/ulceração/espessamento 
para excluir a possibilidade de carcinoma. 
*Em casos graves e de não malignidade, pode-se 
realizar a vermelhonectomia, em que a mucosa do 
vermelhão é removida e uma porcao da mucosa labial 
intraoral é puxada em direção à ferida. Também 
podem ser feitos tratamentos alternativos com laser 
de CO2, eletrodissecação, terapia fotodinâmica e uso 
de antibióticos e corticoides. 
Líquen plano 
*É uma doença dermatológica, mucocutânea, crônica 
e mediada por células T. Atinge principalmente 
pessoas após os 30 anos e do sexo feminino (60%). 
*Clinicamente, as lesões podem ser reticulares ou 
erosivas. 
*O líquen plano reticular é mais comum, 
assintomático e envolve a região posterior da mucosa 
jugal bilateralmente, também pode atingir a borda 
lateral e o dorso da língua, a gengiva, palato e 
vermelhão do lábio. Tem um padrão de linhas brancas 
entrelaçadas (estrias de Wickham), mas também a 
lesão pode se apresentar como pápulas. As estrias de 
Wickham nem sempre são visíveis, como na região 
de dorso da língua, em que as lesões se apresentam 
como placas ceratóticas com atrofia das papilas. 
Ainda pode apresentar mucoceles superficiais 
próximo às regiões com líquen plano. 
*O líquen plano erosivo é menos comum, porém 
mais significativo, já que é sintomático, apresentando 
áreas eritematosas, atróficas (circundadas por estrias 
brancas irradiadas) e com variados graus de 
ulceração central. Quando a atrofia e ulceração 
ocorrem na mucosa gengival, pode produzir a 
gengivite descamativa, sendo preciso realizar biópsia. 
*Quando o componente erosivo é grave, pode ocorrer 
a separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo 
subjacente, resultando no líquen plano bolhoso, que 
é mais raro. 
*O líquen plano reticular pode ocorrer juntamente com 
a candidíase, dificultando o diagnóstico, pois altera o 
padrão reticular característico. 
*O líquen plano erosivo pode ser mais difícil de ser 
diagnosticado apenas pelas características clínicas, 
sendo muitas vezes necessária a biópsia para 
confirmar a lesão. 
 
Líquen plano reticular com linhas brancas entrelaçadas na 
mucosa jugal (1) e lesões reticulares papilares também em 
mucosa jugal (2). 
 
Líquen plano reticular no vermelhão do lábio (1) e no dorso da 
língua, com placas brancas lisas substituindo as papilas normais 
da língua (2). 
 
Líquen plano erosivo com ulceração na mucosa jugal com estrias 
queratóticas radiantes (1) e apresentação como gengivite 
descamativa, com eritema gengival e sensibilidade (2). 
 
Líquen plano erosivo no dorso da língua, com ulceração extensa 
e estrias brancas na periferia das ulcerações. 
Características histopatológicas 
*As suas características são típicas, porém não são 
especificas já que faz diagnóstico diferencial com 
reação liquenoide a medicamentos, reação liquenoide 
ao amálgama, displasia epitelial, lúpus eritematoso e 
estomatite ulcerativa crônica,por exemplo. 
Oncologia Oral Larissa Albuquerque 
*Pode ter graus variáveis de ortoqueratose e 
paraqueratose a depender se a lesão foi erosiva ou 
reticular. 
*Geralmente as cristas epiteliais são pontiagudas ou 
com forma de dentes de serra, mas também podem 
ser ausentes. 
*Também se observa a degeneração hidrópica 
(destruição da camada de células basais do epitélio) 
juntamente com infiltrado inflamatório, com 
predomínio de linfócitos T logo abaixo do epitélio 
subjacente. 
 
Líquen plano com hiperqueratose, cristas epiteliais com aspecto 
de dentes de serra e infiltrado inflamatório de linfócitos em faixa 
subjacente ao epitélio. 
Tratamento 
*O líquen plano reticular normalmente não possui 
sintomatologia e não exige tratamento, apenas 
quando ocorre juntamente com candidíase, sendo 
administrada terapia antifúngica caso necessário. 
*Já o líquen plano erosivo possui sintomas e causa 
dor ao paciente. Por ser imunologicamente mediado, 
o tratamento pode ser feito com corticoide tópico 
potente, bochechos com corticoides ou oncilon A em 
orabase. 
*O líquen plano tem potencial de transformação 
maligna e também de recidiva, sendo preciso 
acompanhamento a longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
• Histologia e embriologia oral: texto, atlas, 
correlações clínicas / Eduardo Katchburian, 
Victor Arana. – 4. ed. rev. atual. – Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
• Patologia oral & maxilofacial / Brad Neville... 
[et al.] - [tradução Danielle Resende 
Camisasca Barroso... et al.]. — Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2009.

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