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Antibióticos (antibacterianos) São substâncias capazes de inibir o crescimento ou destruir bactérias, em baixas concentrações, e com relativa toxicidade seletiva em relação ao hospedeiro. A penicilina G (Benzilpenicilina) foi descrita em 1929, porém somente foi introduzida como agente terapêutico nos anos 1940. Em 1928, Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital de Londres saiu de férias e esqueceu placas com culturas de bactérias em seu laboratório. Quando voltou, percebeu que uma das culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor que havia matado as bactérias em sua volta. Fleming e seu colega Dr. Pryce analisaram o bolor e descobriram que o fungo pertencia ao gênero Penicillium e a partir disso batizaram a substância que provavelmente estaria sendo liberada no meio de cultura como penicilina. A descoberta de Fleming não despertou maior interesse até o início da Segunda Guerra Mundial (1939). 11 anos depois da descoberta da penicilina, em 1940, os pesquisadores Sir Howard Florey e Ernst Chain da Universidade de Oxford, a purificaram e a testaram e demonstrando sucesso terapêutico nos testes em animais infectados. No ano seguinte a substância foi testada em um homem com septicemia e demonstrou eficácia nessas condições também. Entretanto, o paciente morreu quando a penicilina disponível acabou antes dele estar completamente curado. Entre a descoberta da penicilina e sua produção em escala industrial, pesquisadores da Bayer descobriram um corante vermelho com propriedades antibióticas: em 1932, Wuppertal-Elberfeld Fritz Mietzsch e Josef Klarer, descobriram a sulfonamina (ou Prontosil Rubrum®). Entre 1940 e 1960 a maioria dos antibióticos foram descobertos através de experimentos com microrganismos produzindo substâncias naturais, como cefalosporina, estreptomicina, clortetraciclina, eritromicina, vancomicina, cloranfenicol, rifampicina, clindamicina e polimixina B, e três derivados sintéticos: isoniazida, trimetropima e metronidazol. Entre os 1960 e 1980 foram criados antibióticos semi-sintéticos a partir dos antibióticos naturais já existentes, como outras penicilinas, cefalosporinas e tetraciclinas , ácido clavulânico, aztreonam, gentamicina, tobramicina e amicacina. Entre 1980 e 2000 houve uma redução dramática na identificação de novos antibióticos, ao mesmo tempo em que houve aumento no surgimento de cepas resistentes aos antibióticos utilizados. Foram descobertas as fluoroquinolonas sintéticas (floxacinos), o imipenem a quinupristina, e a dalfopristina. De 2000 para cá poucos antibióticos novos foram descobertos, a maioria com mecanismos de ação e perfil farmacológicos idênticos aos anteriores, e somente a linezolida e a daptomicina apresentaram mecanismos de ação relativamente novos. Com relação à ação farmacológica os antibióticos podem ser: Bactericidas: Agem na membrana plasmática ou na parede celular bacteriana, provocando sua morte. Como exemplo temos a penicilina, a cefalosporina, o imipenem e a vancomicina. Bacteriostáticos: Atuam sobre estruturas da replicação bacteriana, paralisando a divisão celular. A bactéria morre naturalmente sem deixar “descendentes viáveis” para continuar a infecção. Por exemplo: metronidazol, quinolonas, tetraciclina e clorafenicol. Obs. Muitos antibióticos bacteriostáticos também podem matar bactérias sensíveis, sobretudo quando estão em concentrações elevadas, podendo, portanto, em determinadas situações, apresentar ação bactericida, além de bacteriostáticas. Com relação ao espectro de ação: Pequeno espectro: Agem em apenas determinados tipos de bactéria, por exemplo, a Penicilina G é eficaz apenas contra bactérias Gram+. Amplo espectro: Agem em vários grupos de bactérias, por exemplo, a amoxicilina age contra Gram+ e Gram-. Com relação aos locais/mecanismos de ação dos antibióticos: • Inibem a síntese da parede celular bacteriana: (ex. bacitracina, cicloserina, penicilinas, cefalosporinas, imipenem e vancomicina). • Perfuram a membrana celular: (ex. polimixina B). • Inibem os Ribossomos: (ex. tetraciclina, eritromicina, cloranfenicol, clindamicina, tobramicina, canamicina, espectinomicina, gentamicina, eritromicina, dalfopristina e lionezolida). • Inibem a síntese de proteína (mupirocina), • Inibem a síntese de DNA e/ou RNA: (norfloxacina e rifampicina). • Inibem enzimas que produzem metabólitos essenciais à bactéria: (Ex. sulfametoxazol e trimetoprima). • Inibem proteínas e ribossomos bacterianos: (Ex. nitrofurantoína) Reações adversas e interações comuns a vários antibióticos: Cada antibiótico apresenta particularidades no que se refere às interações medicamentosas, interações com alimentos e reações adversas, por isso, antes de administrar ou consumir um deles, é importante pesquisar sobre esses fatores, mas algumas condições são comuns a muitos deles e vale a pena serem citadas, por exemplo: • Alergias: um reduzido número de pessoas pode apresentar reações de hipersensibilidade, sendo o choque anafilático uma reação extrema, que pode ser deflagrada pelo próprio antibiótico ou por excipientes que o acompanham. Antibióticos com características semelhantes, mesmo sendo de famílias químicas diferentes podem deflagrar respostas imunológicas semelhantes (reações cruzadas). • Disbacteriose: Ao eliminar bacterias "boas", cuja presença é desejável no TGI, os antibióticos podem produzir dor abdominal e diarréia. Por isso é comum prescrever o uso concomitante de antibióticos e probióticos (cultura de microrganismos normalmente encontrados na flora intestinal). • Crescimento de cepas indesejáveis: Ao eliminar bactérias da flora normal do TGI, sistema genitourinário, pele, ouvidos, etc., os antibióticos podem permitir o crescimento de bactérias e fungos oportunistas patogênicos não suscetíveis àquela classe de medicamentos, o que pode deflagrar uma infecção secundária até mais iimportante que a infecção original. • Resistências: As bactérias podem produzir resistência aos antibióticos, principalmente sob utilização contínua, repetida ou inadequada. • Toxicidade: Antibióticos podem danificar rins, fígado, sistema nervoso e medula óssea, por isso, a monitoração desses sistemas é importante. • Interação com álcool (etanol): O etanol interage com diversos fármacos das mais variadas maneiras, por exemplo, o etanol aumenta a diurese, o que pode acelerar a excreção renal de alguns antibióticos. O etanol pode diminuir o metabolismo de alguns antibióticos como a tetraciclina, ou acelerar o metabolismo da maioria dos antibióticos, por indução das enzimas hepáticas, diminuindo sua biodisponibilidade e por consequência seu efeito. Alguns antibióticos inibem a enzima aldeído desidrogenase, aumentando a chance de intoxicação alcoólica e síndrome do acetaldeído (intensa vasodilatação, cefaléia, dificuldade respiratória, náusea, vômito e taquicardia). • Interação com alimentos: Alguns antibióticos são famosos pela interação com alimentos, por exemplo, a tetraciclina e diversas penicilinas, como a ampicilina, não devem ser consumidas com leite porque o alimento diminui sua absorção, por outro lado, a fármacos como a griseofulvina tem sua absorção aumentada por alimentos gordurosos. Alimentos ácidos favorecem a absorção de alguns fármacos, mas diminuem a de outros, o mesmo ocorre com o uso de antiácidos. • Gestação e lactação: Muitos antibióticos ultrapassam a barreira placentária, podendo causar má formações e intoxicação fetal, além de serem excretados no leite materno, por isso, o uso deve ser feito com especial cautela nessas condições. A escolha de um agente antimicrobiano requer a análise de diversos fatores, tais como: identidade do patógeno (espécie bacteriana, coloração segundo método de Gram, anaeróbio ou aeróbio, entre outros),sensibilidade ou resistência aos fármacos disponíveis, local da infecção, segurança do fármaco, fatores individuais (hipersensibilidade, gestação, lactação, idade, doenças concomitantes, etc.), disponibilidade e custo do tratamento. RESISTÊNCIA BACTERIANA: Um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade é o surgimento de cepas resistentes a múltiplos antibióticos, o que reduz as opções terapêuticas e chances de tratamento. Pacientes infectados com microrganismos resistentes a antimicrobianos apresentam maior permanência hospitalar e requerem tratamento com fármacos geralmente de segunda ou terceira escolha, muitas vezes menos efetivos, mais tóxicos e mais caros. Atualmente, mais de 70% das bactérias que causam infecções hospitalares são resistentes a pelo menos um dos antimicrobianos de primeira escolha usados normalmente para combatê-las. Praticamente não existe uma única bactéria conhecida que não seja resistente a pelo menos um antibiótico e algumas bactérias, encontradas geralmente em ambientes hospitalares, já são resistentes a todas as drogas antimicrobianas de primeira escolha. A causa primária de resistência bacteriana é a mutação espontânea e a recombinação de genes que fornecem vantagens competitivas ao microrganismo modificado. Quando antibióticos são utilizados exerce-se uma pressão seletiva e apenas algumas bactérias sobrevivem, as cepas mais resistentes, mais aptas a se manter naquele ambiente, e o uso indiscriminado de antibióticos aumenta a chance do surgimento dessas bactérias. Além das mutações espontâneas, pode haver transferência de plasmídeos com genes de resistência a outras bactérias, conferindo, deste modo, a outros indivíduos da mesma colônia ou até a outras espécies bacterianas, a resistência aos mesmos antibióticos. As transferências de genoma bacteriano podem se dar por conjugação (pilus F), transferência por meio de bacteriófago ou pela incorporação de material genético livre no ambiente, proveniente da morte de uma outra bactéria. Em laboratório já se produziram bactérias resistentes a todos os antibióticos conhecidos, simplesmente por misturar culturas de bactérias resistentes a drogas individuais. Bactérias podem produzir resistência usando algumas das seguintes estratégias: • Sintetizando enzimas que degradam as moléculas do antibiótico, • Sintetizando enzimas alternativas que executam a mesma função que a original, mas que não sofre inibição pelo antibiótico, • Aumentando a velocidade da síntese e a quantidade da estrutura afetada pelo antibiótico, por exemplo, uma enzima, • Diminuindo a permeabilidade da membrana plasmática bacteriana ao antibiótico, • Promovendo a expulsão dos antibióticos para fora da célula (bombas de efluxo) ou • Sintetizando moléculas que impedem a ligação do antibiótico ao seu sítio de ação (inibição competitiva). A chance de sobrevivência de bactérias patogênicas e da microbiota natural, que favorece a troca de material genético entre elas, e eleva as chances de resistência é aumentada pelo uso de: • antibiótico INADEQUADO para a região anatômica ou para o patógeno, • dose abaixo da CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA, • uso por PERÍODO INFERIOR ao recomendado para a morte de todas as bactérias, • uso INDISCRIMINADO e IRRACIONAL, mesmo quando não é necessário. Para minimizar o risco de resistência, o custo do tratamento e a presença de efeitos adversos, a escolha dos medicamentos só deveria ser feita após a análise dos resultados da cultura bacteriana (antibiograma), teste que indica o tipo de bactéria e sua sensibilidade aos antibióticos disponíveis, permitindo assim a escolha de uma TERAPIA ESPECÍFICA e eficaz contra o infectante. Em algumas situações o paciente necessita de uma intervenção imediata com TERAPIA EMPÍRICA, isto é, levando em conta sinais e sintomas, localização da infecção, protocolos de conduta e a experiência do profissional, até que o antibiograma fique pronto. Normalmente, na terapia empírica utilizam-se antimicrobianos de AMPLO ESPECTRO, ou seja, eficazes contra uma grande diversidade de patógenos. Normalmente, na terapia empírica utilizam-se antimicrobianos de AMPLO ESPECTRO, ou seja, eficazes contra uma grande diversidade de patógenos. Por exemplo, o imipenem, a amoxicilina, a ciprofloxacina, ou a associação clindamicina/gentamicina, que são eficazes contra vários tipos de patógenos, incluindo Gram+ e Gram-. O local de ação do fármaco também deve ser considerado para a escolha do melhor princípio ativo e da melhor via de administração. Por exemplo, alguns fármacos não ultrapassam a barreira hematoencefálica, outros não alcançam órgãos como bexiga e próstata, portanto, mesmo quando as bactérias são sensíveis, na prática esses fármacos não produzem efeito nesses locais. Obs. Comprometimento imunológico, idade, gestação, lactação, disfunção renal e hepática ou baixa irrigação sanguínea em determinadas áreas do organismo também devem ser levadas em conta na escolha do fármaco ideal. Uso racional de antibióticos: • Usar antibióticos apenas quando absolutamente necessário, assegurando-se de que se trata realmente de infecção bacteriana. • Efetuar antibiogramas sempre que for possível para determinar a melhor opção terapêutica, com maior segurança e menor custo. • Usar o fármaco nas dosagens recomendadas e pelo período de tratamento preconizado para cada antibiótico, sem interromper o tratamento precocemente. • Evitar uso de antibióticos de última geração, resguardando-os para pacientes de maior risco ou para cepas mais resistentes. • Evitar o uso continuado ou com repetição frequente do mesmo antibiótico, para eliminar as bactérias resistentes que porventura tenham se formado no organismo. Atenção: Algumas toxinas bacterianas são liberadas quando as bactérias morrem e em alguns casos pode haver piora no quadro clínico do paciente, o que pode parecer insucesso no tratamento e motivo para abandono dele. Em alguns casos, esse fenômeno pode exigir a administração do antibiótico com extrema cautela e o uso concomitante de antitoxinas (anticorpos contra as toxinas), ou até mesmo contraindicar o uso dos antibióticos. Antibioticoterapia na odontologia: Artigo: Antimicrobianos de uso odontológico: informação para uma boa prática (Autores: Isabelle Lins Macêdo de Oliveira; Ana Cláudia de Araújo Ferreira; Dayane Franco Barros Mangueira; Liane Franco Barros Mangueira; Isabela Albuquerque Passos Farias) Alguns temas abordados no artigo: - Tipos de antibióticos - Mecanismo de ação dos antibióticos - Formas farmacêuticas - Histórico do uso da antibioticoterapia preventiva - Prevenção de infecção pós-cirúrgica - Indicação de antibióticos nas infecções periodontais - Prevenção de endocardite bacteriana - Farmacocinética dos contraceptivos orais e interação destes com antibióticos - Horário de administração dos antibióticos - Efeitos colaterais I – Inibidores da síntese da parede celular: 1 - BETA-LACTÂMICOS: • Penicilinas – penicilina G, penicilina V, amoxicilina, ampicilina, oxacilina, cloxacilina, meticilina, carbenicilina, ticarcilina, piperacilina, mezlocilina e azlocilina. • Cefalosporinas – cefalotina, cefazolina, cefalexina, cefoxitina, cefotetan, cefmetazol, cefuroxima sódica, cefamandol, cefaclor, cefuroxima acetil, cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima, cefixima, cefpodoxima e cefepima. • Carbapenêmicos - imipenem, meropenem e ertapenem • Monobactamicos – aztreonam Mecanismo de ação: Se ligam a Proteínas de Ligação de Penicilinas (PBP), inibindo as enzimas transpeptidase, carboxipeptidase e endopeptidase, que participam da formação da parede celular (peptoglicano). A bactéria, para replicar, duplica suas estruturas, seu material genético, suas proteínas, seus eletrólitos e sua reservaenergética, aumentando a pressão osmótica interna. Entretanto, por não conseguir sintetizar a parede celular, a bactéria rompe no momento de replicar. Fatores de resistência: algumas bactérias desenvolveram mecanismos que tornam as PBP menos suscetíveis a ação dos fármacos. Outras desenvolveram beta-lactamases (penicilinases), que hidrolisam o anel beta-lactâmico (anel azetidinona), tornando a bactéria resistente a muitos desses antibióticos. Entretanto, fármacos como oxacilina, imipenem e meropenem, têm estruturas moleculares que protegem o anel e conseguem permanecer intactos na presença das betalactamases. Há diversos tipos de beta-lactamases. Inibidores das beta-lactamases: o ácido clavulânico (clavulanato), o sulbactan e o tazobactan possuem grande afinidade pelas beta- lactamases. Quando são administrados em associação com um fármaco beta- lactâmico, inibem as beta-lactamases que degradaria o anel beta-lactâmico, tornando o antibiótico eficaz mesmo em bactérias resistentes. Espectro de ação: A maioria dos beta- lactâmicos, sobretudo os das primeiras gerações, age melhor sobre Gram+. O motivo para isso é que as Gram- possuem membrana externa que dificulta a passagem do antibiótico para a região onde se encontram as transpeptidases, mas alguns beta- lactâmicos apresentam amplo espectro de ação, agindo inclusive ou até preferencialmente sobre as Gram-. Isso ocorre quando as moléculas do antibiótico apresentam maior hidrofilia (polaridade), o que permite sua passagem por porinas das membranas externas. Reações de hipersensibilidade: O anel beta-lactâmico pode induzir reação de hipersensibilidade cruzada, por isso, quem é alérgico a uma penicilina, por exemplo, deve evitar usar outros beta-lactâmicos, principalmente aqueles com estruturas semelhantes. 2 - GLICOPEPTÍDEOS (vancomicina e teicoplanina): Mecanismo de ação: Inibem a síntese da parede celular, ligando-se ao substrato da enzima transpeptidase; também agem alterando a permeabilidade da membrana celular e inibindo a síntese de RNA. Espectro de Ação amplo: Gram+ (cocos e bacilos, aeróbios e anaeróbios): estreptococos; estafilococos; enterococos, difterioides; Listeria monocytomgenes; Bacillus spp; Actinomyces spp; Clostridium difficile. Gram- (Neisseria. gonorrhoeae). São bastante usados em associação às penicilinas, por seu efeito sinérgico com elas. São especialmente úteis em infecções causadas por Stafilococcus resistentes à meticinina e oxacilina; Nas infecções graves causadas por Stafilococcus e Streptococos (incluindo enterococos); Na endocardite causada por Stafilococcus epidermidis ou Corynebacterium, Na profilaxia de infecção bacteriana nas cirurgias cardíacas, neurológicas e ortopédicas, Na meningite por flavobactérias, Na enterocolite por Clostridium difficile. Principais Reações adversas: Dor e flebite, rash, síndrme do homem vermelho, náuseas, nefrotoxicidade, ototoxicidade, erupções cutâneas, leucopenia, eosinofilia, febre, calafrio e formigamento pelo corpo. Síndrome do Homem Vermelho: Caracterizada pelo surgimento de prurido, eritema, congestão e angioedema do pescoço e tórax e raramente choque. É uma reação relacionada com a liberação dose-dependente de histamina no plasma. Nesse caso, deve-se suspender imediatamente a infusão do medicamento e aplicar um anti- histamínico. Eventualmente, pode ser necessário o uso de um vasoconstritor, se houver hipotensão grave e choque. Em comparação com a vancomicina, a teicoplanina possui meia-vida mais longa, o que permite sua administração uma vez ao dia e apresenta mesmo espectro de ação, mesmas reações adversas, mas em um número menor de pacientes. Interações medicamentosas: A administração com drogas anestésicas tem sido associada com eritrema e rubor do tipo mediado pela histamina e reações anafilactoides. O uso concorrente ou sequencial, sistêmico ou tópico, de outras drogas ototóxicas ou nefrotóxicas deve ser evitado, e quando usado requer monitoração. 3 – Cicloserina Mecanismo de ação: A cicloserina é estruturalmente parecida com o aminoácido alanina, e isso faz com que iniba as enzimas L-alanina-racemase, responsável pela formação da D-alanina, e a D-sintetase alanilalanina, responsável pela incorporação da D- alanina no pentapeptídeo que forma o peptoglicano da parede celular bacteriana. Espectro de Ação: Possui amplo espectro, mas é especialmente indicada como fármaco de segunda escolha no tratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, e nas infecções do trato urinário, por bactérias resistentes a outros antibióticos. Principais Reações adversas: Convulsões, dormência ou formigamento nas mãos ou pés, erupção na pele, confusão ou comportamento anormal, tremores (agitação), dor de cabeça, sonolência, tonturas, dificuldade para falar ou irritabilidade. Interações medicamentosas: A piridoxina (vitamina B6) aumenta a excreção da cicloserina e a cicloserina diminui a atividade da piridoxina, portanto, os dois fármacos apresentam diminuição de efeito. A isoniazida é um inibidor enzimático, que diminui o metabolismo hepático, portanto, pode potencializar a toxicidade da cicloserina. 4 – Bacitracina Mecanismo de ação: inibe a incorporação de aminoácidos ao peptoglicano da parede celular, mas como também pode danificar as membranas bacterianas, produzindo lise celular, alguns autores consideram a bacitracina como antibiótico de membrana. Espectro de Ação: Amplo espectro. É ativa frente a um grande número de bactérias gram-positivas como estafilococos, estreptococos, cocos anaeróbios, clostrídios e corinebactéria, além de algumas espécies de gram- negativo, como gonococos, meningococos e fusobactéria. Principais Reações adversas: A reação adversa mais importante é sua nefrotoxicidade que pode aparecer até mesmo após uso tópico, quando aplicada em áreas extensas ou pele descontínua (lesionada). Foram descritos também: urticária, febre, toxicidade hematológica, eosinofilia, prurido e reações anafiláticas, além de anorexia, náuseas e vômitos, diarreia, prurido anogenital e erupção cutânea. Pode ocorrer ainda bloqueio neuromuscular, causando miastenia e paralisia respiratória, especialmente se for associada a antibióticos aminoglicosídeos. O uso pela via oftálmica pode causar visão turva por período curto. A toxicidade da bacitracina é tão alta, que raramente é usada de forma sistêmica. 5 – Mupirocina Mecanismo de ação: Inibe a enzima isoleucil-RNAt-sintetase bacteriana, impedindo a inserção de isoleucina nas cadeias peptídicas do peptoglicano, impedindo a síntese da parede. Espectro de ação: Amplo espectro, a mupirocina é um agente antibacteriano de uso tópico que mostra atividade contra os organismos responsáveis pela maior parte das infecções de pele, como Staphylococcus aureus, outros estafilococos, estreptococos e Haemophilus influenzae. Principais Reações adversas: reações alérgicas sistêmicas incluindo anafilaxia, rash generalizado, urticária e angioedema mesmo com o uso tópico. Bactericidas II – Medicamentos que perfuram a membrana celular (colistinas ou polimixinas, gramicidina e daptomicina). Mecanismo de ação: Possuem uma porção apolar em suas estruturas moleculares, e assim, integram-se à membrana bacteriana alterando sua permeabilidade, permitindo a entrada de eletrólitos e água, causando lise osmótica. Espectro de ação: A colistina age principalmente sobre bactérias gram-. A gramicidina e a daptomicina possuem espectro mais amplo, incluindo algumas bactérias gram+, além de algumas bactérias gram-. Todas são muito tóxicas, por isso, são mais indicadas para uso tópico, entretanto, podem ser usadas no tratamento de infecções do trato urinário, meninges e sangue por bactérias resistentes a outros antibióticos, como Pseudomonas aeruginosa. Indicadatambém para infecções por Haemofilos influenzae, especificamente nas meninges, Escherichia coli no trato urinário e nas bacteremias por Aerobacter aerogenes e Klebsiella pneumoniae, quando outros antibióticos não demonstram eficácia clínica adequada. Principais Reações adversas: Reações neurotóxicas como irritabilidade, fraqueza, sonolência, ataxia, parestesia perioral, formigamento das extremidades, turvação da visão, febre, dor de cabeça, pescoço rígido, aumento na contagem de células e proteínas no fluído cérebro espinhal e paralisia respiratória, especialmente quando é administrada após anestesia ou uso de relaxantes musculares. Reações nefrotóxicas podem ocorrer: albuminúria, cilindrúria, azotemia além do aumento nos níveis plasmáticos da própria droga. Rubor facial, vertigem progredindo a ataxia. Interações Medicamentosas: O uso concomitante com outras drogas neurotóxicas e/ou nefrotóxicas, particularmente bacitracina, estreptomicina, neomicina, canamicina, gentamicina, tobramicina, amicacina, cefaloridina, paromomicina, viomicina, colistina, éter, tubocurarina, succinilcolina, galamina, decametano e citrato de sódio deve ser evitado. Obs. As colistinas foram banidas para uso em humanos (mas ainda eram usadas em animais) desde a década de 1980, porém, por conta do surgimento de cepas resistentes a múltiplos antibióticos, voltaram a ser usadas a neste século, sobretudo para pacientes com infecção hospitalar de bactérias resistentes a múltiplos antibióticos. Bacteriostáticos III – Medicamentos inibidores dos ribossomos (tetraciclinas, macrolídeos, lincosamidas aminoglicosídeos, cloranfenicóis, estreptograminas e oxazolidinonas) Mecanismo de ação: Bloqueiam os ribossomos bacterianos, inibindo a síntese de proteínas essenciais ao metabolismo e à replicação bacteriana. 1 - Tetraciclinas (Tetraciclina, clorotetraciclina, oxitetraciclina, demeclocina, doxiciclina, rolitetraciclina, metaciclina e minociclina) Espectro de ação: Amplo espectro: compreende bactérias gram-positivas e gramnegativas, além de ricketsias, micoplasmas, clamídias e alguns protozoários. São especialmente indicadas no tratamento das infecções causadas por ricketsias (febre maculosa, febre das montanhas rochosas, lyme, tifo epidêmico e tifo recrudescente), e no tratamento de infecções do trato urinário, oculares e doenças venéreas, além de serem as drogas de escolhas para a cólera. Principais Reações adversas: Em geral devem ser reservadas para infecções graves, nas quais outros antibióticos menos tóxicos sejam ineficazes ou contraindicados. Seus efeitos incluem: descoloração dos dentes, deformações ósseas, anorexia, náuseas, vômito, diarreia, disfagia, enterocolite, lesões inflamatórias, superinfecção por monília (cândida) na região anogenital, erupções cutâneas, dermatite esfoliativa, fotossensibilidade, urticária, anafilaxia, púrpura anafilactóide, pericardite, exacerbação de lúpus eritematoso sistêmico, anemia hemolítica, trombocitopenia, neutropenia e cocinofilia. Interações medicamentosas: Apresentam diminuição da atividade protrombínica do plasma, portanto, os pacientes podem necessitar de redução da dosagem de anticoagulantes. O uso concomitante com contraceptivos orais pode torná-los menos eficazes. A administração concomitante com antiácidos, drogas anti-diarréicas, preparações com ferro ou contendo outros cátions ou ainda alimentos como leite e laticínios podem resultar em concentrações séricas sub terapêuticas do antibiótico. A administração concomitante com metoxiflurano causa toxicidade renal séria e possivelmente óbito. A administração concomitante com diuréticos deve ser evitada. Podem aumentar os níveis séricos da digoxina e predispor intoxicação digitálica. Podem produzir alterações nos níveis plasmáticos de lítio. 2 - Macrolídeos (eritromicina, azitromicina, claritromicina, diritromicina, espiramicina, canamicina, miocamicina e roxitromicina) e LINCOSAMIDAS (lincomicina e clindamicina) Espectro de ação: Amplo espectro de ação, incluindo bactérias, micobactérias, micoplasmas, clamídias, rickétsias e protozoários. São particularmente ativos contra grande parte dos cocos e bacilos gram positivos e alguns cocos e bacilos gram negativos, incluindo várias espécies de estafilococos, Escherichia coli, Salmonella spp., Shigella spp., Corynebacterium diphtheriae, Listeria monocytogenes, Haemophilus influenzae, Legionella pneumophila, Brucella, Mycoplasma pneumoniae, Clostridium tetani, Bacilus anthracis, Gonococo, várias espécies de leptospiras, treponemas e neisserias, vibrião colérico, Borrelia burgdorferi, entre muitos outros. Os macrolídeos são úteis no tratamento de infecções de estreptococos e enterococos, constituindo alternativa às penicilinas, bem como nas infecções respiratórias por Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila (primeira escolha) e infecções por espiroquetas. A claritromicina e a azitromicina ainda são ativas contra Mycobacterium avium. Principais Reações adversas: Reações adversas graves induzidas pelos macrolideos são raras, sendo os efeitos mais comuns: náuseas, vómitos, epigastralgias, dores abdominais e diarréia, além de toxicidade hepática e erupções cutâneas. Interações Medicamentosas: são antagonizados pelo cloranfenicol, pela clindamicina e pela lincomicina. O fenobarbital pode diminuir seus níveis séricos. Podem diminuir o metabolismo e provocar acúmulo de diversas medicações, como digitálicos, corticóides, antitrombóticos, entre outros. 3 - Aminoglicosídeos (amicacina, gentamicina, netilmicina, neomicina e tobramicina) Espectro de ação: Excelente atividade em aeróbios gram-negativos, incluindo Pseudomonas aeruginosa. Principais Reações adversas: Nefrotoxicidade geralmente reversível, ototoxicidade geralmente irreversível e bloqueio neuromuscular. Interações Medicamentosas: A administração concomitante de outros fármacos nefro e ototóxicos como cisplatina, vancomicina, anfotericina B, ciclosporina e diuréticos de alça aumenta o risco de desenvolvimento de reações adversas. Os aminoglicosídeos podem potencializar o efeito de bloqueadores neuromusculares. 4 - Cloranfenicóis: (cloranfenicol, tianfenicol, azidamfenicol e florfenicol) Espectro de ação: Amplo espectro, que compreende estreptococos, enterococos, bactérias gram-negativas como Escherichia coli, Haemophilus influenzae e neisseria), além de anaeróbios. São particularmente indicados no tratamento de meningite por Haemophilus influenzae, infecções por Rickettsia, septicemias bacterianas, febre tifóide produzida pela Salmonella typhi. Principais Reações adversas: Apresenta toxicidade hematológica significativa, por isso, deve ser preferencialmente utilizado no tratamento de infecções graves causadas por Haemophilus influenzae e na febre tifóide, quando as alternativas terapêuticas estão contra-indicadas. Os efeitos incluem: intolerância digestiva, hipersensibilidade, discrasias sangüíneas (pele pálida, dor de garganta, febre, hemorragias ou hematomas não habituais, cansaço, debilidade), síndrome cinza do recém- nascido, neurite óptica (dor ocular, visão turva, perda de visão), neurite periférica (intumescimento, formigamento, dor intensa e debilidade de mãos e pés), anemia aplástica (com dependência da dose), anemia aplástica medular idiossincrática Interações Medicamentosas: O uso simultâneo de CLORANFENICÓIS com mielodepressores e radioterapia pode aumentar os efeitos depressores sobre a medula óssea. O uso conjunto com anticonvulsivantes do grupo das hidantoínas pode aumentar os efeitos tóxicos destes. Não se recomenda a associação com eritromicina ou lincomicinas, porque podem antagonizar os efeitos destes antibióticos. A administração com hipoglicemiantes orais pode potencializaro efeito destes, devido a um deslocamento dos mesmos das proteínas séricas. Podem aumentar a meia-vida do dicumarol, da varfarina, das sulfoniluréias e da fenitoína por inibir as enzimas que metabolizam estes fármacos. O fenobarbital e a rifampicina podem reduzir a concentração sérica do cloranfenicol. 5 - Estreptograminas (pristinamicina - quinupristina e dalfopristina) Espectro de ação: bactérias Gram positivas. Tratamento de infecções cutâneas e pneumonia nosocomial complicadas. Infecções por Enterococcus faecium e Staphylococcus aureus vancomicina- resistentes, em pacientes com intolerância ou fracasso a outros tratamentos, incluindo bacteremia concomitante e no tratamento de infecções em pacientes intolerantes ou alérgicos a beta-lactâmicos, quinolonas ou glicopeptídeos. Principais Reações adversas: Exantema, náusea, vômito, prurido, dor abdominal, reação alérgica, celulite, dor torácica, febre, infecção, palpitação, flebite, constipação, dispepsia, candidíase oral, pancreatite, enterocolite pseudomembranosa, estomatite, gota, edema periférico, artralgia, mialgia, miastenia, ansiedade, confusão, vertigem, hipertonia, insônia, cãibras nas pernas, parestesia, vasodilatação, dispneia, derrame pleural, pneumonia, exantema maculopapular, sudorese, urticária, hematúria, infecção do trato urinário, vaginite, hiponatremia, anorexia, hipotensão, lombalgia, taquicardia, icterícia, hepatite, faringite, aumento na bilirrubina total e conjugada. Interações Medicamentosas: aumento da concentração de ciclosporina, lidocaína e nifedipina. Além disso, inibem o citocromo P450, potencializando o efeito da maioria dos fármacos que utilizam esse sistema enzimático. 6 - Oxazolidinonas (linezolida) Espectro de ação: bactérias Gram positivas. Indicada no tratamento de pneumonia adquirida em ambiente hospitalar (incluindo aquelas relacionadas à ventilação mecânica) ou comunitário; infecções de pele e de partes moles complicadas (incluindo pé diabético sem osteomielite concomitante) e não complicadas e infecções enterocócicas, incluindo aquelas causadas por cepas de Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis resistentes à vancomicina. Principais Reações adversas: diarreia, náusea, vômito, dor, cãibras e distensão abdominal, sangramento gastrintestinal, monilíase vaginal e oral, testes hematológicos e hepáticos anormais, hipocalemia, faringite, tosse, apneia, dispneia, pneumonia, alteração do paladar, cefaleia, tontura, febre, anemia reversível, leucopenia, trombocitopenia, pancitopenia, neuropatia óptica, algumas vezes progredindo para perda de visão, anafilaxia; acidose láctica, neuropatia periférica, convulsões, rash, angioedema, alterações cutâneas bolhosas (síndrome de Stevens- Johnson), descoloração da língua e descoloração superficial (removível com limpeza dental profissional). Interações Medicamentosas: É um inibidor fraco, não seletivo e reversível da monoaminoxidase (MAO), portanto, alguns pacientes podem apresentar aumento da atividade de medicamentos como a pseudoefedrina e a fenilpropanolamina. A rifampina diminui a concentração de linezolida em até 21%. IV – Inibidores da síntese de material genético (quinolonas e rifampicina) 1 - Quinolonas (norfloxacina, ciprofloxacina, perfloxacina, ofloxacina, lomefloxacina, levofloxacina e trovafloxacina) Espectro de ação: Amplo espectro. Mecanismo de ação: Sua atividade resulta da inibição da DNA girase, enzima essencial à replicação e transcrição do DNA bacteriano. Principais Reações adversas: Possuem uma boa difusão tecidual e o seu perfil de reações adversas é muito favorável, sendo raras as reações adversas graves, por isso, são cada vez mais utilizadas na prática clínica. Suas reações incluem: náuseas, vômitos e diarreia, erupções cutâneas e prurido, artralgias, mialgias, tendinites e rupturas de tendão, eosinofilia, leucopenia e trombocitopenia, hematúria, disfunção hepática e efeitos centrais como alterações do sono, confusão mental, convulsões, alucinações e depressão. Interações Medicamentosas: Absorção é reduzida por cátions bi e trivalentes como antiácidos com alumínio, magnésio ou cálcio, suplementos com ferro ou zinco e sucralfato. Podem aumentar meia-vida da teofilina, prolongar tempo de protrombina em pacientes com anticoagulantes orais e reduzir a ação de fenitoína. A probenecida pode aumentar as concentrações das quinolonas e sua co-administração com ciclosporina aumenta o risco de nefrotoxicidade. 2 – Rifampicina Mecanismo de ação: Inibe a RNA polimerase bacteriana, suprimindo a síntese do RNA e, portanto, a síntese de proteínas e a replicação bacteriana. Espectro de ação: Amplo espectro, é efetiva contra a maioria das bactérias gram-negativas e gram-positivas. É particularmente um dos agentes antituberculosos mais utilizados, pois entra em diversas células eucariontes, sendo capaz de agir sobre parasitas intracelulares, como o bacilo de Koch, que é invasor dos macrófagos. Principais Reações adversas: As reações adversas são pouco frequêntes, sendo as mais comuns: eritema, febre, náuseas, vómito, icterícia, alterações nervosas, hipersensibilidade, hemoglobinúria, hematúria, intoxicaçào renal e hepática, sendo que etilismo, idade avançada e doenças hepáticas predispoem a toxicidade hepática da droga. A rifampicina torna amareladas secreções como urina, fezes, lágrimas e suor. Interações Medicamentosas: É um potente indutor enzimático que causa a diminuição do seu tempo de meia-vida após as primeiras semanas de tratamento e diminui a concentração plasmática de diversos fármacos como anticoagulantes orais, corticosteróides, contraceptivos orais, fenitoina e sulfonilureia. A rifampicina aumenta as hepatotoxicidade e nefrotoxicidade do paracetamol. V – Inibidores de enzimas que sintetizam metabólitos essenciais (sulfonamidas e trimetoprima) • Sulfonamidas (sulfadiazina, sulfametoxazol, sulfissoxazol, sulfametoxipiridazina, sulfadoxina e sulfassalazina): Mecanismo de ação: promovem inibição irreversível da enzima diidropteroato sintetase, responsável pela produção dos folatos, que são metabólitos necessários à síntese de RNA e DNA bacteriano, a partir do PABA (ácido para amonibenzóico), a vitamina B10. • Trimetoprima: Mecanismo de ação: inibe a enzima diidrofolato redutase responsável pela síntese de folatos. A associação de sulfonamidas com trimetoprima visa obter um efeito sinérgico minimizando o desenvolvimento de estirpes resistentes e maximizando a eficácia do tratamento. O cotrimoxazol, associação do sulfametoxazol com trimetoprima, é a mais utilizada delas. Espectro de ação: Amplo espectro, são ativos contra a maioria dos cocos gram+ (exceto Enterococos) e gram- (exceto Pseudomona aeruginosa e Bacterioides spp.), micobactérias e alguns protozoários como Pneumocystis carinii, Toxoplasma gondii e Isospora belli. Entretanto, muitos anaeróbios são resistentes às sulfas. Principais Reações adversas: erupções cutâneas, síndrome de Stevens- Johnson (doença respiratória seguida por erosões severas nas mucosas, com necrose dos lábios e boca e conjuntivite ulcerada, queratite, irite, uveíte e até cegueira), discrasias sanguíneas (agranulocitose e depressão medular) e insuficiência renal. Interações Medicamentosas: Inibem o metabolismo de algumas drogas, potencializando o efeito da fenitoína, das sulfoniluréias e do metotrexato e reduzem as concentrações sanguíneas da ciclosporina. VII – Inibidores de proteínas E ribossomos bacterianos (nitrofurantoína) Espectro de ação: Amplo espectro de uso específico para infecções do trato urinário, sendo particularmente eficaz contra Escherichia coli, Enterococcus faecalis e Staphylococcus aureus. Mecanismo de ação: Inativa ribossomos e proteínas bacterianas, inibindo processos vitais comosíntese de proteína, RNA, DNA e parede celular e o metabolismo aeróbio. Principais Reações adversas: cefaleia, náuseas, vômitos, diarreia, dor epigástrica, anorexia e pneumonia intersticial, polineuropatia induzida por drogas, anemia megaloblástica, leucopenia e flatulência. Interações Medicamentosas: Antiácidos contendo trisilicato de magnésio reduzem sua absorção, drogas uricosúricas, como probenecida e a sulfimpirazona podem inibir a excreção da nitrofurantoína. Pode diminuição a eficácia de contraceptivos orais. Pode resultar em reação falso-positiva para glicosúria.
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