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Semiologia geral e introdução à clínica de grandes animais

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Letícia Beatriz Mazo Pinho |Proibida comercialização deste resumo | UAM | 2022
Classe mammalia
A classe mammalia possui várias ordens com diversos animais a compondo, são alguns dos animais mamíferos: 
· Morcego; raposa; foca; lobo; baleia
· Orca: é maior golfinho do planeta. Diferente da baleia, não possui barbatana dorsal -junto aos tubarões-, e é um animal carnívoro. Possui a habilidade em seu sistema nervoso de dormir somente com uma parte do hemisfério cerebral, podendo caçar, dormir, fugir e brincar somente com um lado do hemisfério cerebral, o alternando ao longo da vida.
· Coala (marsupiais que realizam gestação extrauterina, como os cangurus)
· Elefantes (possuem duas glândulas mamárias torácicas), os elefantes vivem em grupos matriarcais onde a líder normalmente é a fêmea maior e mais velha
· Humanos: nossa memória é fugaz (perfaz entre 8 a 10 anos), já os elefantes possuem memória centenária/longínquas. 
Todos os mamíferos possuem 98% do seu DNA igual, isso significa que o dimorfismo se dá em 2% do DNA. Além disso, dividem algumas características em comum como a presença de glândula mamária, pelos e /ou glândulas sudoríparas para termorregulação, uma vez que dependem da sudorese para manutenção da sua homeostase (execução dos mecanismos fisiológicos)
Ordem Artiodáctilos
Animais com cascos com número par de dedos, como por exemplo, a família bovidae. Os suínos e hipopótamos também são animais da ordem Artiodáctilos (4 dedos).
Ordem Perissodáctilos
Animais com cascos com número ímpar de dedos, como por exemplo, a família equidae com um dedo. A zebra e o rinoceronte se juntam aos animais da ordem Perissodáctilos.
 ____ Equinos e asininos ____
Asinino (jumento) + égua = burro ou mula (espécie híbrida). O asinino é uma espécie distinta dos equinos.
· Altura: pequena
· Orelha: grande
Equino (garanhão) + jumenta (fêmea do azinino) = muar. Híbrido = devido o número de cromossomos ser diferente.
· Altura: grande
· Orelha pequena
Muar (espécie híbrida inventada pelos humanos), quando macho é chamado de burro e quando fêmea, chamada de mula. A mula apesar de possuir todo o aparelho reprodutivo não se reproduz, pois não produz oócito (gameta), e o burro, apesar de ser inteiro, não produz espermatozóide (infértil). De maneira hormonal é possível induzir o ciclo em uma mula para que ela seja uma receptora. 
· Altura: mediana 
· Orelha: mediana 
· Pelagem: escura com lista de burro
____ Ovinos: ____ 
· Deve possuir a fossa lacrimal (afundamento do crânio na região infraorbitária, por onde escorrem as lágrimas e fica normalmente mais marcado).
· Glândula interdigital: orifício
· Algumas espécies possuem chifres e outras não possuem (moxa), fêmeas e machos podem ter chifres e barbinha (marcação de território molhando com urina essa barbinha) 
___ Definição e terminologia ___ 
· Expor com clareza e exatidão os caracteres genéricos diferenciais de algo 
· Estudo do vocabulário de uma ciência ou arte; nomenclatura peculiar de uma ciência 
· Exemplo: resposta protetora localizada provocada por lesão ou destruição tecidual, que serve para destruir, diluir ou bloquear o agente lesivo e o tecido lesado; caracterizado agudamente por dor, calor, rubor e tumor = inflamação.
Exemplos
· Síndrome: é o conjunto de sintomas clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas e que, quando reconhecidos e considerados em conjunto, caracterizam determinadas enfermidades ou lesão. A síndrome, por vezes, não revela a origem das condições, mas pode auxiliar e ser de fundamental importância na identificação da doença pois reduz possibilidades de diagnóstico e orienta investigações futuras, além de ser útil na não propagação (Feitosa, 2014).
· Síndrome febre: desidratação, ressecamento de mucosa e alteração na coloração de mucosa, aumento de FR e FC, perda de apetite, oligúria e hipertermia como sintoma preponderante. A febre é um conjunto de sintomas.
· AIDs: Síndrome da imunodeficiência adquirida; Covid-19 
· Claudicação: deficiência de apoio ou locomoção de um ou mais membros (de origem tendínea, muscular, ossea, neurológica) 
· Profilaxia: ações que previnem uma doença (vacina, vermifugação, manter o ambiente limpo) 
· Conduta terapêutica: uso de fármaco ou medida de conduta de tratamento da doença;
· Pato (doença) genia (Genesis; início): a patogenia é aquilo que faz a doença aparecer, é o agente etiológico junto ao desenvolvimento da doença
· Pato (doença) logia (estudo): a patologia é o estudo de uma doença, um animal tem uma afecção, mas não uma patologia.
Introdução à Clínica de Grandes Animais I
Historicamente, anterior a Hipócrates (460 a 377 a.C), temos relatos de cura por grandes sacerdotes em templos sagrados, como em triblos, clãs e em civilizações antigas, fazendo algumas indicações baseados em seus conhecimentos. Hipócrates interpretou que essa tentativa de cura a distância não é benéfica, e por isso fundou os ensinamentos da medicina pelo processo de observação do paciente. Leito em grego significa kline), dando origem ao termo klinike (clínico).
O objetivo final e principal da clínica média é, realizar um diagnóstico e instituir um tratamento através de um indivíduo que possua uma doença ou afecção, promovendo a melhoria da saúde. A partir de um bom exame clínico iremos instituir um bom diagnóstico e tratamento, com objetivo final de se chegar a cura. 
Frente a uma doença fazemos mão da semiologia, que nos permite chegar a um diagnóstico que, frente a um bom exame clínico, nos leva a possibilidade de instituição de tratamento, que este, pode ser conservativo ou cirúrgico. O tratamento conservativo (antibioticoterapia, antiinflamatório e antitérmico) é aquele em que não é feita uma intervenção invasiva, e o tratamento cirúrgico, é aquele onde ocorre a intervenção cirúrgica. 
Diagnóstico 
O diagnóstico não deve ser precipitado e nem tardio, mas pode ser duvidoso. Quais os erros mais comuns de diagnóstico? 
· Anamnese incompleta ou falha
· Exame físico superficial ou feito sem minuciosidade 
· Conhecimento inadequado dos exames disponíveis 
· Impulso em tratar antes de estabelecer um diagnóstico correto 
____ Semiologia geral ____
Semeion = sintomas/sinais + logos = ciência/estudo. É a capacidade de estudar os sintomas que o indivíduo apresenta. São informações obtidas a partir de histórico e exames que conduzem a elaboração de hipóteses diagnosticadas. 
Sintomas
· Locais: São assim denominados quando as manifestaçõies patológicas aparecem claramente circunscritas e em estreita relação com o órgão envolvido (Feitosa, 2014) – tosse (na dependência da espécie pode acometer sistemas diferentes, como por exemplo, quando um cão tosse pensamos em sistema cardiovascular, já quando observamos um eqüino tossindo, nos direcionamos ao sistema respiratório). 
· Gerais: são manifestações patológicas resultantes do comprometimento orgânico como um todo (endotoxemia) ou por envolvimento de um órgão ou de um determinado sistema, levando, consequentemente, a prejuízos de outras funções do organismo (Feitosa, 2014)  – febre, desidratação
· Principais: demonstra o sistema envolvido – diarréia (distúrbio gastrointestinal), emese, convulsão (acometimento de sistema nervoso central de região encefálica (cérebro, cerebelo e tronco encefálico). Esses fornecem subsídios sobre o provável sistema orgânico envolvido
· Patognomônicos ou únicos: pertencem ou se representam em uma determinada enfermidade (protrusão bilateral de 3º pálpebra em equinos - tétano)
Devemos estabelecer um padrão de exame clínico comum para todas as espécies e que auxiliam na clínica médica. O critério individual (conduta própria) deve englobar todos os meios semiotécnicos e procedimentos necessários.
Quanto à evolução dos sintomas: 
· Iniciais: são os primeiros sintomas observados que revelam a doença 
· Tardios: quando aparecem no período de plena estabilização ou declínio da enfermidade
· Residuais: quando se verifica aparente recuperação do animal
Exemplo de caso clínico: 
Animal tossindo: qual idade doanimal? cavalo da raça mangalarga com 15 anos (pneumonia por rhodococcus pois acomete animais jovens de até 5/6 meses de idade); tosse há muito tempo? tosse a mais de anos + animal sem febre (não pode ser uma pneumonia); ele é vacinado? Vacinado e não há corrimento nasal (influenza); não possui linfonodos inchados na cabeça, por exemplo (garrotilho); tosse a qualquer momento? Tosse trabalhando e parado e não há ruído (hemiplegia laringeana/cavalo roncador); já sangrou pela narina? não ocorre epixtase e nem hemorragia (HYPP – hemorragia induzida pelo exercício); sem alteração de percussão de som em exame (sinusite)
- ORVA: obstrução recorrente de vias aéreas, é um processo alérgico comum de animais mais velhos e que vivem em baia.
___ Identificação e anamnese ___ 
· Identificação: ficha técnica que possui nome do animal e proprietário, sexo, idade, peso, espécie e raça do animal, número de registro ou chip, brinca de orelha ou tatuagem feita com marca fogo e resenha.
· Anamnese (queixa principal) e histórico
· Qual a queixa principal?
· Quando começou? 
· O animal defecou? Qual a consistência das fezes, normal/pastosa? Se atentar com a pergunta para diferentes espécies (animais de apartamento/animais de fazenda que vivem no pasto)
· Urinou? Qual a quantidade, frequência e se está normal
· Tem apetite? O que come, quantas vezes, qual a quantidade?
· É vacinado? Contra o que e quando? É vermifugado, quando e qual fármaco? 
· Rotina do animal (se há contactantes)
Pensando em grandes animais de produção, devemos nos atentar na concentração de animais daquela propriedade e realizar algumas perguntas direcionadas para essa questão com intuito de levantar maiores informações do rebanho/plantel: 
· Quantos animais estão acometidos? 
· Já aconteceu outras vezes na propriedade? 
· Manejo da propriedade? Já ocorreu outras vezes? O que come, onde come, onde o animal fica, se há propriedades vizinhas com mesmos casos, existe contato entre animais de diferentes espécies, há carrapato?
· Levantamento epidemiológico?
____ Exame físico ____
São utilizados 5 meios semiotécnicos relacionados aos nossos sentidos, quando não utilizamos nenhum instrumento que melhore o exame, é um meio semiotécnico direto. Se há um instrumento entre o examinador e o examinado, é um meio semiotécnico indireto (estetoscópio)
Inspeção
· Inspeção direta: é o olhar para o indivíduo avaliando estado geral, condições de pele e pelo, mucosas (coloração e aspecto), aumento de volume, sensibilidade, trotar o animal para identificação de uma claudicação 
· Inspeção indireta: lupas, otoscópio, lâmpada de Wood (lâmpada estromoscópica que se utiliza muito em pequenos animais, sendo possível a visualização de uma classe específica de fungos) 	Comment by Letícia Beatriz : lente de aumento com convexidade na saída da luz que permite maior visualização interna do meato auditivo
Através da observação podemos identificar que um animal encontra-se caquético, com perda de ECC. Assim como através da observação é possível avaliarmos uma ferida que é necrótica em seu centro com indício de epitalização, ou a face de um animal com pele alterada (hiperpgmentação em focos); uma condição de garupa normal do lado direito e com menos massa muscular em esquerdo (hipertrofia da direita ou atrofia da esquerda?) que indica assimetria corpórea. 
É importante levantarmos perguntas ao proprietário e realizarmos um bom exame clínico. Podemos também utilizar de exames complementares para confirmar nosso diagnóstico.
Quem é o animal? Onde está a lesão? Como a lesão se apresenta? animal da classe mammalia, ordem perissodáctilos da espécie equidae com lesão hipercorada sugestiva de picada de cobra na região do pescoço 
Palpação 
· Direta: pressão das minhas mãos sobre o animal para, através do tato, identificar uma área sensível ou de maior temperatura
· Indireta: utilização de uma sonda para explorar uma ferida, pinça de casco (promover pressão no estojo córneo, aumentando a potencia do tato e aumenta a força). 
A palpação é a utilização do tato, é palpar o indivíduo. É importante durante a palpação a identificação da: 
· Temperatura: se quente ou frio (comprovação contralateral) 
· Consistência externa: mole (gordura) firme (musculatura) ou dura (estrutura óssea ou áreas pouco recobertas de gordura)
· Conteúdo: pastoso (fica no formato que apertou; palpação de intestino), crepitante (extremidades do osso longo com fraturas, dando, por exemplo, o som característico do roçar), flutuante (mole e que volta a sua posição original). 
Quando temos uma área com edema (exemplo: uma região mole como o prepúcio de um eqüino) e realizamos sobre ela uma digitopressão, por termos uma consistência mole com conteúdo pastoso, temos a caracterização do godê positivo, deixando a marca da digital.
Auscultação
Na história da medicina a auscultação era direta, por isso foi criado um anteparo para que o examinador pudesse ficar longe do indivíduo, assim, reduzindo a propagação de doenças transmissíveis. 
A auscultação indireta é com a utilização de estetoscópio e/ou fonendoscópio (membrana que amplifica o som) e se faz necessária para a auscultação de sons fundamentais tais como: 
· Cardíacos: sons ou bulhas 
· Respiratórios: laringo-traqueal propagado (na traquéia) e murmúrio vesicular (no tórax). Ao colocarmos o estetoscópio no EIC auscultamos o som do murmúrio vesicular, que é o som dos alvéolos se preenchendo de ar. Essa auscultação torácica deve ser bilateral, pois os animais podem ter afecções unilaterais.
· Intestinais: borborigmas (som de gás em meio ao líquido com bolhas) ou descarga cecal (ausculta do quadrante dorsal direito) ou rolamento ruminal (quadrante esquerdo)
Percussão 
· Direta: digital 
· Indireta: dígito-digital (amplia o som) e martelo-pleximétrica (mais usada em ruminantes)
É uma somatória da palpação com a audição. Ela é feita “batendo” em um anteparo e emite os seguintes sons fundamentais: 
· Claro: é quando temos um som que por traz possui ar, ou seja, ele ecoa. Exemplo: vias aéreas e seios paranasais sem secreção 
· Maciço: som que não reverbera pois não possui ar (se houver secreção)
· Timpânico: normalmente de órgãos cavitários com presença de gás
Olfação
Não existem instrumentos que nos auxilie para este sentido. 
· Odores: 
Normal: é o cheiro sui generis (cheiro de fezes, urina, líquido gástrico e ruminal, sêmen, leite) 
Inodoro: que não tem odor (água, líquido sinovial após punção de articulação)
Fétido: cujo odor é extremamente desagradável (parvovirose)
Azedo: vômito (característico de conteúdo estomacal provindo de um desequilíbrio das bactérias daquele meio), leite estragado
Cetônico: provindo de distúrbios gastro-intestinais, ácido acético, cetose (metabolização de gordura em animais gestantes, jejum)
Exames complementares
O exame clínico se inicia com a identificação, anamnese e histórico, os exames complementares podem ainda nos auxiliar no diagnóstico. O diagnóstico não parte do exame complementar, mas sim, vai de encontro com todo o exame clínico levantado.
· Exames laboratoriais: hemograma, sorologia, urinálise, cultura e antibiograma (urina, fezes, secreção nasal e etc)  
· Exame de imagem: RX, ultrassom, endoscopia, cintilografia, tomografia, ressonância magnética

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