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História da Psicologia como ciência

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História da Psicologia como ciência
APRESENTAÇÃO
A Psicologia como ciência e profissão tem uma trajetória de discussão sobre o seu estatuto de 
cientificidade. Esse debate acompanhou a formação da ciência moderna no Ocidente quando se 
passou a adotar o modelo das ciências da natureza como critério do que significa ser uma 
ciência. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá os antecedentes da Psicologia a partir do 
debate epistemológico que subjaz a sua formação, bem como a emergência desse campo como 
ciência independente. Identificará também as problematizações sobre a Psicologia como ciência 
do comportamento ao se discutir a pluralidade teórica e metodológica dessa disciplina.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Traçar o perfil histórico dos antecedentes da Psicologia.•
Descrever o surgimento da Psicologia como ciência.•
Problematizar a Psicologia como ciência do comportamento.•
DESAFIO
A Psicologia tem uma série de abordagens teórico-metodológicas que constituem diferentes 
formas de observar e compreender os fenômenos psicológicos. Conhecer essas diferentes 
perspectivas contribui para a compreensão dos aspectos ético-políticos desse campo na 
contemporaneidade, atingindo outros campos de conhecimento e profissões.
Sabendo que os processos de adoecimento e saúde dizem respeito a diferentes campos do 
conhecimento, ou seja, é um objeto de diferentes ciências e profissões, há possibilidade de 
afirmar uma especificidade da Psicologia nesse campo? Por quê?
INFOGRÁFICO
Com o intuito de apresentar as diferentes abordagens da Psicologia que se propuseram a 
constituí-la como ciência independente, é importante compreender o objeto e o método de cada 
uma delas. Essas diferentes escolas influenciaram o desenvolvimento desse campo como ciência 
e profissão.
No Infográfico a seguir, você conhecerá cada uma dessas perspectivas e os seus principais 
expoentes.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os antecedentes da Psicologia podem ser encontrados nas correntes filosóficas e no debate sobre 
a consciência e o sujeito. Com o advento de um modelo científico na modernidade e a formação 
de um paradigma de cientificidade, o campo do saber da psicologia passa a reivindicar um 
estatuto próprio. Esse processo implicou amplo afastamento da Filosofia e da contínua 
aproximação com as ciências da natureza para a emergência na condição de independente e 
constituindo um objeto próprio de estudo.
Leia o capítulo História da Psicologia como ciência, da obra Psicologia aplicada ao cuidado, 
onde você irá entender melhor o surgimento de um campo do saber e a sua reivindicação como 
ciência, os antecedentes que formaram as condições de possibilidade para esse debate e as 
dificuldades dessa em reivindicar um estatuto próprio.
Boa leitura.
PSICOLOGIA 
APLICADA 
AO CUIDADO
Gabriela Felten da Maia
História da psicologia 
como ciência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Traçar o perfil histórico dos antecedentes da psicologia.
 � Descrever o surgimento da psicologia como ciência.
 � Problematizar a psicologia como ciência do comportamento.
Introdução
A história da psicologia perpassa a formação da ciência moderna e de 
um modelo de racionalidade que se tornou hegemônico no Ocidente. 
Esse campo emerge como ciência independente na esteira de uma série 
de debates filosóficos e sociais a respeito do sujeito e da subjetividade. 
Nesse contexto, surgem diferentes projetos de psicologia, que levaram 
ao nascimento da psicologia como ciência e profissão.
Neste capítulo, você estudará a emergência da psicologia como 
ciência a partir de uma contextualização do debate epistemológico 
que levou à consolidação da ciência moderna. Além disso, conhecerá 
as problematizações em torno dos limites de pensar a psicologia como 
ciência do comportamento.
1 Antecedentes da psicologia: 
a racionalidade moderna e 
a emergência das ciências humanas
Os antecedentes da psicologia remontam à constituição da ciência moderna, 
no século XVI, quando houve importantes debates empreendidos pela física, 
primeiramente com a mecânica e, em seguida, com a “revolução copérnica”, 
que transformaram a cosmologia religiosa preponderante até aquele momento. 
Trata-se da passagem de uma visão de mundo que teve seu ápice com Isaac 
Newton e iniciou com Nicolau Copérnico (1473–1543), cuja obra impactou 
a ciência quando este afirmou que a Terra girava em torno do Sol, e não o 
contrário. Essa teoria influenciou, meio século depois, Galileu Galilei e Kepler, 
os quais podem ser considerados influentes físicos da Revolução Científica 
do século XVII (SANTOS, 2008).
Esse processo levou ao fim do geocentrismo, abandonando-se a imagem 
da Terra como centro, o que ocasionou a abertura para um espaço cósmico — 
o universo —, bem como para o questionamento da dualidade natureza versus 
ordem divina. Japiassu (1975, p. 22) afirma que essa transformação produziu 
uma primeira desconstrução de uma cosmologia:
A física deste saber, a filosofia natural, reduz-se a uma física quimérica. 
A analítica escolástica do devir e de seus princípios, bem como os conceitos 
aristotélicos de natureza e de sistema das causas, passam doravante a ser de-
sacreditados pelo novo modo de aprender a realidade. [...] Ao mesmo tempo, 
no plano do saber que procura extrair dos livros sagrados as fontes do conhe-
cimento, a autoridade da Escritura revela-se invalidada em matéria de física.
O impacto dessas mudanças acarretou o fim da cosmologia escolástica e o 
nascimento do Iluminismo. Com isso, a matemática e a física constituem-se 
em modelo de cientificidade, com o qual se julgaria o caráter científico dos 
diversos campo de conhecimento. Conhecer, então, passa a significar quan-
tificar, pois, como afirma Santos (2008), passa a se desqualificar a qualidade 
do objeto e impera a quantidade em que se possa ser traduzido. Esse método 
assenta-se na redução da complexidade, na medida em que o conhecimento 
se produz a partir da divisão e da classificação do objeto. 
História da psicologia como ciência2
Portanto, trata-se de um modelo de racionalidade científica que se cons-
titui, a partir do século XVI, nas ciências naturais, quando se assume que o 
conhecimento científico não é filosófico. Há, então, a negação das formas de 
conhecimento que não se pautassem pelos critérios metodológicos e os princí-
pios epistemológicos do que se constituiu como modelo de ciência (SANTOS, 
2008). Assim, passa-se a desconfiar de toda forma de saber que não pudesse 
ser quantificada, ou seja, “[...] a qualidade antiga, doravante acusada de ser 
uma ‘qualidade oculta’, simples determinação ‘subjetiva’ do psiquismo [...]” 
(JAPIASSU, 1975, p. 23).
Nesse processo, emerge uma nova antropologia, o Iluminismo, em que 
o ser humano passa a ser uma visão concreta entre organismo e psiquismo. 
O corpo é reduzido a uma máquina, que pode ser explicada pelo seu funcio-
namento físico e biológico, deixando de fora os aspectos psíquico-mentais, 
como sensibilidade, consciência e afetividade. Surge, então, uma cosmologia 
antropocêntrica, em que é dada centralidade à individualidade do ser humano, 
que se torna o centro dos valores e do conhecimento.
Assim, tem-se uma superação das passividades em relação à autoridade 
religiosa, da natureza e das situações humanas vividas como inevitáveis. Nesse 
contexto, a ciência aparece como a libertação do ser humano dos grilhões da 
natureza, ao colocá-la a serviço de seu interesse (JAPIASSU, 1975). Segundo 
Santos (2008), essa visão conduz à distinção entre natureza e pessoa humana, 
pois a natureza será entendida como passiva, eterna, reversível e, consequen-
temente, passível de manipulação. 
A primazia de uma forma de conhecimento que se objetiva leva à separação 
do conhecimento em dois domínios: ciência e não ciência. Santos (2008) des-
taca que essa separação entre conhecimento científicoe senso comum esteve 
calcada na ideia de que as evidências da experiência imediata são ilusórias. 
Esse modelo de racionalidade constitui-se na revolução científica do século 
XVI que acontece na física, negando todas as formas de conhecimento que 
não se pautaram pelos seus critérios epistemológicos e metodológicos. Por 
isso, esse modelo desconfia do conhecimento do senso comum, considerado 
ilusório e enganoso.
Tal separação levou à divisão entre várias disciplinas: matemática e ciên-
cias naturais de um lado e humanidades de outro, tendo os estudos sobre a 
realidade social e da psique ficado entre essas duas áreas. Por isso, buscava-se 
um conhecimento rigoroso a partir da matemática enquanto fornecedora de 
ideias claras, que permitiriam ascender a um conhecimento profundo. Esse 
3História da psicologia como ciência
paradigma assenta-se em um conhecimento causal, aspirando à formulação 
de leis, à luz das regularidades que são observáveis para além do tempo e do 
espaço (SANTOS, 2008).
Segundo Santos (2008), o modelo de racionalidade torna-se hegemônico, 
pois a verdade seria encontrada apenas por meio da ciência. Desse modo, esse 
modelo passa a ser visto como a única forma de produção de conhecimento e 
explicação válida dos fenômenos, constituindo-se em um guia moral e social. 
Além disso, surge a crença de que é por meio da ciência que os problemas 
serão resolvidos e, assim, a sociedade obterá o progresso e a ordem diante 
das crises que perpassavam o Ocidente oitocentista.
Acreditava-se que esse conhecimento fosse neutro, imparcial e objetivo, 
ao passo que os fenômenos seriam separáveis e independentes, passíveis de 
observação e medição, possibilitando a correção das variáveis para a cons-
trução de um modelo explicativo. Tal perspectiva influenciou outras ciências, 
como a emergência das ciências humanas, para a constituição dos critérios de 
cientificidade de uma ciência em desenvolvimento.
Com o desenvolvimento da ciência moderna, a sociedade e o comporta-
mento humano também passaram a se constituir como objeto de estudo de 
forma objetiva e sistemática. A influência do positivismo comteano foi impor-
tante para a busca das ciências humanas pelos critérios de cientificidade, visto 
que Comte propôs o pensamento positivo com o objetivo de tornar possível 
a reorganização da sociedade e o seu progresso por meio das leis científicas. 
Portanto, para alcançar a positividade, seria necessária a adoção dos métodos 
das ciências naturais (CASTRO; DIAS, 2001). 
Auguste Comte (1798–1857) foi um pensador francês influente na discussão sobre 
o positivismo e a ciência como o caminho para o progresso e ordem na sociedade. 
Vivendo em um contexto de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais, ele 
entendia a necessidade da elaboração de uma ciência que compreendesse o social 
enquanto fenômeno científico tal qual a natureza constituía-se em objeto para a 
ciência natural. Com isso, ele demandava a ruptura com o pensamento filosófico, 
considerado especulativo, para uma valorização da ciência empírica como forma de 
obtenção de um conhecimento que se daria por meio da produção de fatos observáveis 
e demonstráveis (JAPIASSU, 1975).
História da psicologia como ciência4
As ciências humanas ingressam na era da positividade, quando começa a 
se colocar que essa ciência deveria seguir os critérios e métodos das ciências 
da natureza. Essa entrada enquanto ciência positiva consiste na possibilidade 
de determinação daquilo que diz respeito ao seu domínio de saber, ou seja, o 
seu objeto. A emergência do ser humano como um estatuto científico acom-
panha o surgimento de algumas áreas, como economia, filologia e biologia, 
e, posteriormente, das ciências sociais e da psicologia. 
Contudo, como pensar uma especificidade da psicologia, considerando-se 
que seu objeto é compartilhado por diferentes disciplinas das ciências huma-
nas? Por meio das discussões sobre o sujeito e a subjetividade, que emergem 
com a ciência moderna, na medida em que o ser humano passa a ser tanto 
sujeito quanto objeto do conhecimento. Assim, o ser humano se vincula às 
condições de possibilidade do surgimento das ciências sociais e da psicologia, 
o que levará ao debate sobre a possibilidade de esta última se constituir como 
ciência independente.
2 A emergência da psicologia no século XIX
Os primeiros projetos de psicologia como uma ciência independente emergem 
na metade do século XIX, quando se passou a considerar a necessidade de um 
campo próprio para o estudo dos fenômenos psicológicos. No entanto, para 
que esse processo fosse levado a cabo, era preciso que uma ciência emergente 
demonstrasse possuir objeto próprio e um método para o estudo desse objeto. 
No que diz respeito à psicologia como ciência, esse aspecto apresentou-se com-
plexo, pois implicava separar a psicologia da filosofia (FIGUEIREDO, 2008b).
De acordo com Barreto e Morato (2008), a história do pensamento psicoló-
gico envolve múltiplas questões conceituais, metodológicas e epistemológicas 
na busca por uma delimitação de um campo e seu objeto de estudo. Essas ideias 
produziram-se em diferentes centros de pesquisa, entre a Europa e os Estados 
Unidos, marcadas pela demanda em responder aos anseios de apresentar 
soluções aos problemas e como guias para a ação humana. 
Na Idade Moderna, o que constituiria o objeto da psicologia estava disperso 
entre a filosofia, ciências físicas e biológicas e ciências sociais. Então, como 
constituí-la enquanto ciência independente? Conforme Figueiredo (2008b, 
p. 15), “[...] o principal empecilho para a psicologia seria seu objeto: a ‘psique’, 
entendida como ‘mente’, não se apresenta como um objeto observável, não 
se enquadrando, por isto, nas exigências do positivismo [...]”. Desse modo, 
5História da psicologia como ciência
o objeto da psicologia sai do campo filosófico, da psicologia racionalista e 
metafísica, para uma psicologia empírica.
O autor aponta, ainda, que a questão que atravessa a formação de um campo 
científico da psicologia diz respeito à sua dependência da biologia e da sociologia. 
Além disso, a criação da psicologia científica mantém estreita relação com as 
ciências naturais ou sociais. Desse modo, a reivindicação de uma ciência própria 
com objeto e método é complexificada diante das relações estabelecidas com 
outras ciências que possuem aproximações de objetos de estudos.
Segundo Figueiredo (2008b), as condições que propiciaram o surgimento 
da psicologia como ciência independente no século XIX estão relacionadas 
à experiência da subjetividade privatizada e à sua crise. O sujeito moderno 
constituiu-se durante a crise que assolou a Europa no fim do século XIX, a partir 
das mudanças nas instituições e tradições, que serviram de referência para os 
indivíduos. Se, no período medieval, havia uma sensação de pertencimento, 
que se dava por meio da autoridade que constrangia e produzia a sensação de 
fazer parte de uma ordem superior, o Renascimento proporcionou um contato 
com a diversidade e as condições para novos modos de ser. 
A liberdade possibilitava uma abertura aos constrangimentos de outrora, mas 
também impunha a sensação de desamparo. É nesse contexto que a valorização 
do ser humano como o centro produz transformações na noção de subjetividade 
a partir da modernidade. De acordo com Figueiredo (2008b, p. 26–27):
O século XVI vê surgirem diversos personagens, reais ou fictícios, donos de um 
“mundo interno” rico e profundo. Leonardo da Vinci, Dom Quixote, Hamlet, 
entre muitos. Além disto, os personagens literários contribuíram também para 
a construção da interioridade dos leitores. [...] a difusão da leitura silenciosa 
[...] cria um diálogo interno que desenvolve a construção de um ponto de vista 
próprio. O trabalho intelectual passa a ser progressivamente um ato individual 
e mesmo a religiosidade pôde se tornar uma questão íntima [...].
Portanto, a emergência de uma subjetividade privatizada ocorre em mo-
mentos em que há crise das tradiçõese novas formas de vida, que deixam os 
seres humanos sem referências com as quais possam tomar suas decisões. Isso 
aconteceu, por exemplo, na passagem do Renascimento para a Idade Moderna, 
que produziu mudanças econômicas, políticas e sociais que, juntamente, com 
novas correntes do pensamento (Iluminismo, empirismo e racionalismo), 
provocaram grandes transformações na Europa e, consequentemente, desen-
cadearam uma crise material, cultural e moral. Desse modo, os indivíduos 
História da psicologia como ciência6
de então foram obrigados a recorrer à sua consciência ou interioridade para 
construir bases sobre o que sentiam, desejavam e consideravam adequado, 
justo e ético (FIGUEIREDO, 2008b).
Com isso, houve uma valorização do ser humano enquanto centro do mundo, 
o que fez emergir o Humanismo moderno. O reflorescimento da filosofia cética 
acompanhou essas transformações em razão da dúvida da possibilidade de 
obtenção de algum conhecimento que fosse seguro e fornecesse condições 
de acesso à verdade do mundo. A interioridade e a individualidade passaram 
a ser um valor, proporcionando as condições para o surgimento do sujeito 
moderno e a sua crítica. Somadas à reação ao individualismo e ao ceticismo, 
produziu-se duas críticas: ao racionalismo e ao empirismo. Ambas buscaram 
novas bases para as ações humanas a partir da discussão sobre a subjetividade.
 � Empirismo: a experiência sensível seria o caminho para a produção do conheci-
mento. Por isso, questiona-se a possibilidade de um conhecimento absoluto, dado 
que a realidade se modifica conforme o tempo e o espaço. Principal pensador: 
Francis Bacon.
 � Racionalismo: prioriza o sujeito e a capacidade de duvidar, enfatizando a existência 
de um ser pensante que pode atingir a verdade. Principal pensador: René Descartes.
O Iluminismo produziu uma crítica para a onipresença do “eu” e a razão 
universal dessas perspectivas. A ideia de que a razão poderia levar ao conhe-
cimento foi questionada, acompanhada do aprofundamento de concepções 
filosóficas românticas, com representantes como Nietzsche, que apresenta outra 
concepção sobre a subjetividade. Com isso, tem-se uma crise da subjetividade 
e seu caráter ilusório, do mesmo modo que a liberdade e a singularidade emer-
gem com o declínio dos ideais liberais e românticos (FIGUEIREDO, 2008b).
Esse panorama levou à formação de diferentes projetos de psicologia, em 
meio ao debate sobre a psicologia científica e sua aproximação com as ciências 
naturais. Assim, como visto, a história desse campo é marcada por diferentes 
abordagens, que buscaram uma aproximação ou afastamento das ciências 
biológicas, a fim de produzir um objeto que lhe fosse próprio.
7História da psicologia como ciência
A psicologia científica, propriamente dita, nasce com Wilhelm Wundt, 
considerado o fundador desta como disciplina acadêmica, a partir da fundação 
do primeiro laboratório experimental na Universidade de Leipzig, em 1879. 
No entanto, esse psicólogo possuía uma concepção da disciplina como ciência 
intermediária, e sua concepção dos processos psicológicos demonstrava a 
formação de dois projetos de estudos. Wundt reconhecia a importância do 
contexto social para a compreensão da consciência, de modo que analisou 
os fenômenos psicológicos como resultantes da combinação de diferentes 
fatores, que incluíam a linguagem, os mitos, os costumes, além dos processos 
psicológicos, produzindo algo novo (BARRETO; MORATO, 2008).
Por conseguinte, a psicologia emerge com duas perspectivas: psicologia 
experimental e psicologia dos povos, cada uma recorrendo a métodos diferentes. 
Enquanto a primeira utilizava os métodos das ciências naturais, a segunda 
realizava análises a partir do método comparativo das ciências da cultura. 
Entretanto, enquanto projeto de cientificidade, foi a primeira perspectiva — 
experimental — que venceu e passou a constituir a formação desse campo 
como ciência independente (BARRETO; MORATO, 2008).
Esse projeto vinculou-se ao positivismo e à preocupação com a quantifica-
ção. Por isso, os métodos de introspecção ou auto-observação serão criticados 
à luz dos debates epistemológicos da ciência moderna, por serem considerados 
subjetivos e enganosos. Assim, buscou-se superar a experiência imediata 
como forma de obtenção do conhecimento para que se pudesse compreender e 
explicar melhor o comportamento humano. A redução da análise ao observável 
e mensurável excluía do campo analítico a subjetividade como objeto, dado que 
a interioridade não seria acessível. Assim, apenas o comportamento, enquanto 
exterioridade, era observável e passível de ser conhecido.
Desse modo, desenvolveu-se um debate sobre a exclusão da afetividade do 
campo de saber psicológico, uma vez que ela colocava obstáculos ao conheci-
mento exato e dificultava a consolidação da psicologia como ciência dentro dos 
padrões de verificabilidade e refutabilidade (MOLON, 2008). Nesse contexto, 
emerge a demanda por uma ciência que pudesse prever e promover o controle 
científico do comportamento, acompanhando as transformações sociais e a 
necessidade de maior controle dos indivíduos (FIGUEIREDO, 2008b).
História da psicologia como ciência8
O conhecimento psicológico passa a operar pela redução do sujeito cognos-
cente ao sujeito empírico e da consciência à cognição. Para Molon (2008, p. 12): 
[...] o conhecimento psicológico constituiu-se marcado por dicotomias: obje-
tividade e subjetividade, corpo e mente, natural e cultural, objeto e sujeito, 
razão e emoção, indivíduo e sociedade, exclusão e inclusão. Com isso, o 
sujeito da Psicologia oscila entre uma objetividade observável e uma subje-
tividade inefável. 
Desse modo, o objeto que então seria atribuído à psicologia é excluído, 
consolidando-se um campo científico que passa a opor objetividade e subjetivi-
dade (MOLON, 2008). Conforme Molon (2008), o percurso para a constituição 
de uma ciência independente, ao assumir o paradigma dominante na época, 
correu o risco de perder seu objeto, a subjetividade e o sujeito. Todavia, como 
afirmam Barreto e Morato (2008, p. 149), a psicologia “[...] já se configurava 
como um espaço de dispersão do pensamento psicológico, ocupando um espaço 
intermediário entre as ciências da natureza e as da cultura [...]”, tornando a 
ideia de um objeto único e uma ciência unificada impossível. 
Assim, as diferentes perspectivas metodológicas, teóricas e epistemoló-
gicas utilizadas formaram uma pluralidade de sistemas de pensamento. Por 
isso, a história da psicologia constitui-se na formação de diversos sistemas 
de pensamento, que emergem quase ao mesmo tempo e configuram diversas 
concepções de subjetividade, do objeto da psicologia e sobre qual a melhor 
forma de abordá-lo. Esses sistemas dividiram-se em diversas matrizes que 
fundamentam o pensamento psicológico, com algumas posicionadas próximo 
à psicologia experimental e outras próximo a perspectivas compreensivas. 
Essas diferentes matrizes de pensamento deixam entrever o longo debate 
sobre qual seria o objeto específico da psicologia como ciência independente.
3 A psicologia seria uma ciência 
do comportamento?
A psicologia é parte de uma produção moderna do indivíduo enquanto in-
terioridade que levou à invenção do psicológico. É uma produção histórica 
que constituiu as experiências dos sujeitos enquanto um campo a ser explo-
rado. Segundo Prado Filho e Martins (2007, p. 14), isso aponta que, antes da 
emergência:
9História da psicologia como ciência
[...] das psicologias a experiência psicológica não existia, bem como não exis-
tiam a própria materialidade da “substância psíquica”, a existência psicológica 
e a percepção de si mesmo como ente subjetivo, que dão forma ao campo 
de experiências do sujeito moderno, compondo sensações de privacidade e 
intimidade que ele vivencia como “reais” e “naturais”.
As condições históricas para a emergência de um sujeito psicológico na 
modernidade dizem respeito ao Humanismo, à reforma religiosa e ao antro-
pocentrismo.Todas essas condições produziram uma série de reflexões que 
colocaram o sujeito cognoscente como central para a vida cotidiana, para a 
ciência e a filosofia. Entretanto, também levaram a uma crítica à metafísica e 
à necessidade de uma objetivação do que seria o objeto da psicologia.
Qual é, afinal, o objeto específico de estudo da psicologia? Psicanalistas, 
comportamentalistas, cognitivistas e funcionalistas darão, cada um, diferentes 
respostas a essa questão. Prado Filho e Martins (2007) apontam que, habi-
tualmente, essa área é definida como ciência do comportamento, a partir da 
forte influência de correntes cientificistas nesse campo. Todavia, sua origem 
filosófica coloca etimologicamente essa área como um campo de reflexão 
sobre a alma e, posteriormente, a mente. Assim, tem-se a compreensão de 
que o estudo da psicologia seria a experiência humana ou a consciência, ou 
mesmo o abandono dessas concepções, por serem consideradas imprecisas e de 
difícil medição. Desse modo, essas concepções são substituídas pela ideia de 
comportamento, a fim de que a psicologia se constitua em uma ciência positiva.
Considerando-se o surgimento desse campo de conhecimento enquanto 
busca por um caráter científico, haveria uma “dança de objetos” (PRADO 
FILHO; MARTINS, 2007), articulada com o desenvolvimento de diferentes 
psicologias não unívocas, tampouco lineares. Tal característica indica não 
uma superação de sistemas de pensamento, mas a diversidade e a divergência 
epistemológica de abordagens sobre o fenômeno psicológico.
Assim, tem-se, na construção da psicologia como campo, objetos distintos: 
a mente, enquanto concepção idealista, subjetivista, com forte vinculação 
metafísica; os processos psicológicos, enquanto cognição; o comportamento 
e a relação estímulo-resposta; a percepção, enquanto fenômeno experienciado 
pelo indivíduo; o inconsciente; e as relações sociais, articuladas ao processo 
de subjetivação. Cada uma desses objetos compõe diferentes matrizes de 
pensamento psicológico coexistentes ainda hoje.
História da psicologia como ciência10
Conforme Figueiredo (2008a), o campo da psicologia reproduziu, no âmbito 
teórico, a ambiguidade de objetos, de modo que uma sistematização será sempre 
marcada pelas contradições próprias dessa formação plural. O autor divide, 
ainda, esse campo em dois grandes agrupamentos de pensamentos, que se 
subdividem em outros mais (Quadro 1). A organização dessas duas perspectivas 
de pensamento procura acompanhar a discussão da psicologia como ciência 
independente desde o seu nascimento e institucionalização com Wundt. Assim, 
tem-se, de um lado, escolas cientificistas, em que a especificidade do objeto, 
o subjetivo e a singularidade são excluídos em favor do modelo das ciências 
naturais; e, de outro lado, as escolas de matrizes românticas e pós-românticas, 
cujo objeto seria os atos e vivências de um sujeito, considerando os significados 
e valores atribuídos por este às suas experiências.
Matrizes cientificistas
Matrizes românticas e 
pós-românticas
Matriz nomotética e quantificadora Matriz vitalista e naturista
Matriz atomicista e mecanicista Matrizes compreensivas
Matriz funcionalista e organicista
Quadro 1. Matrizes cientificistas e matrizes românticas e pós-românticas
Bairrão (2009) aponta que essas diferentes matrizes de pensamento definem 
a psicologia pelo que é feito, em termos de método, em função dos objetos 
estudados. O autor aponta, ainda, que, na busca por libertar-se de sua emer-
gência no campo filosófico, a psicologia caminhou até as ciências naturais para 
encontrar os métodos que pudessem constituí-la como um objeto específico.
Contudo, se já em sua emergência com Wundt a psicologia apresentava 
duas perspectivas de estudo, isso indica que o objeto estudado por ela não 
pode ser reduzido a atividade cerebral, respostas fisiológicas e comportamento. 
Portanto, é um campo de conhecimento que se constituiu em uma pluralidade 
de matrizes de pensamento, mas procurou, por muito tempo, sustentar, ao pegar 
emprestado métodos de outras áreas, uma ontologia que a tornou vulnerável 
aos reducionismos (BAIRRÃO, 2009).
11História da psicologia como ciência
Conforme Prado Filho e Martins (2007), nessa dança, há um movimento 
de construir um objeto que se desloca do biológico ao cultural, de modo que 
há concepções que levam em consideração a consciência, o comportamento, 
a personalidade, a identidade, a subjetividade e a singularidade. Para Serbena 
e Raffaelli (2003), é preciso considerar também a formação da psicologia 
como ciência da alma, para que sejam incluídas as abordagens e os debates 
sobre a subjetividade e a experiência humana. Ou seja, a existência de várias 
matrizes de pensamento não invalida um campo de conhecimento enquanto 
ciência quando se considera a especificidade das ciências humanas e de seu 
objeto, o ser humano.
Seguindo as reflexões de Santos (2008) sobre a emergência de um outro 
paradigma que se contrapõe ao modelo positivista, pode-se compreender que 
a psicologia possui um estatuto próprio enquanto ciência humana marcada 
por uma pluralidade de objetos. Assim, não é possível reduzi-la à ciência 
do comportamento ou ao inconsciente, considerando-se que o ser humano 
é complexo e constituído por múltiplos fatores sociais, culturais, políticos, 
fisiológicos e subjetivos.
Essa leitura coloca a psicologia enquanto processo histórico, possibilitando 
uma ruptura com as dualidades que constituíram a ciência moderna. Desse 
modo, Santos (2008) entende que uma ruptura com o paradigma dominante 
de ciência implica em superar dualismos tradicionais da ciência no estudo da 
humanidade. Assim, a pessoa é tanto um sujeito do mundo histórico como 
do natural. A vida é uma totalidade sistêmica e complexa: apreender a com-
plexidade do real.
Entretanto, as tentativas de distinção epistemológica entre sujeito e objeto 
nunca foram tranquilas, embora existissem estratégias metodológicas para que 
se pudesse controlar a distância entre eles. Essa perspectiva de uma ciência 
social nascente mostrou, ao longo do tempo, seus limites, uma vez que a rela-
ção é entre dois sujeitos, e não entre um objeto e um sujeito. Contudo, ambos 
produzem textos, escritos em línguas distintas (disciplinares e do mundo da 
vida/cultural), o que mostra que a subjetividade nunca esteve fora da ciência, 
mas antes constitutiva desta.
A partir dessa virada, Santos (2008) compreende que não se pode reduzir 
a totalidade às partes que constituem e que poderiam ser examinadas à luz 
do modelo das ciências naturais. Tal perspectiva levou à especialização do 
conhecimento e à divisão da psicologia em disciplinas e subáreas, centradas 
apenas no estudo de uma parte do todo. Para o autor, tal fragmentação deveria 
ser tratada como questão temática, e não disciplinar. 
História da psicologia como ciência12
Por isso, a ruptura de um modelo dualista contribui para a superação da 
perspectiva de disciplinas, uma vez que constituiria barreiras. Para um campo 
científico que tem o ser humano como objeto compartilhado, tal parcelização 
implica em fragmentação e disciplinarização do conhecimento, impossibi-
litando o diálogo e a articulação entre diferentes campos de conhecimento.
Prado Filho e Martins (2007) e Bairrão (2009) deixam claro que a forma-
ção do campo científico psicológico é marcadamente política, uma vez que 
seu surgimento e reivindicação enquanto ciência independente diz respeito à 
resposta às demandas políticas e sociais da época. De acordo com a perspec-
tiva apresentada por Santos (2008), deve-se considerar a psicologia enquanto 
epistemologia plural, marcada pela complexidade que constitui o ser humano 
e seu compartilhamento com múltiplas áreas das ciências humanas. Portanto, 
é uma ciência em contínuo diálogo com outros campos de saber.
BAIRRÃO, J. O que é a psicologia? Psicologia, Lisboa, v. 23, n. 2, p. 11–20, 2009 
BARRETO, C. L. B. T.; MORATO, H. T. P. A dispersão do pensamento psicológico. Boletim 
de Psicologia,São Paulo, v. 58, n. 129, p. 147–160, 2008.
CASTRO, A. M.; DIAS, E. F. (org.). Introdução ao pensamento sociológico. São Paulo: Cen-
tauro, 2001.
FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis: Vozes, 2008a.
FIGUEIREDO, L. C. M. Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia 
como ciência. São Paulo: EDUC, 2008b.
JAPIASSU, H. Introdução à epistemologia da psicologia. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
MOLON, S. O processo de exclusão/inclusão na constituição do sujeito. In: ZANELLA, A. 
V. et al. (org.). Psicologia e práticas sociais. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas 
Sociais, 2008. p. 9–18.
PRADO FILHO, K.; MARTINS, S. A subjetividade como objeto da(s) psicologia(s). Psicologia 
& Sociedade, Porto Alegre, v. 19, n. 3, p. 14–19, 2007. 
SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008.
SERBENA, C. A.; RAFFAELLI, R. Psicologia como disciplina científica e discurso sobre 
a alma: problemas epistemológicos e ideológicos. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 
8, n. 1, p. 31–37, 2003.
13História da psicologia como ciência
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História da psicologia como ciência14
DICA DO PROFESSOR
A discussão da Psicologia como ciência está localizada em um debate sobre os critérios de 
cientificidade que se desenvolvem na Idade Moderna, no Ocidente. Para pensar a inserção desse 
campo na discussão sobre a ciência, é importante conhecer as influências filosóficas que 
delinearam a emergência do racionalismo moderno. 
Na Dica do Professor, você vai conhecer o pensamento do filósofo René Descartes, considerado 
o Pai do Racionalismo Moderno, e o paradigma cartesiano, do qual a ciência moderna é 
herdeira.
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EXERCÍCIOS
1) A ciência moderna surge a partir de importantes influências no campo da Física que 
provocaram revoluções na cosmologia ocidental e conduziram às transformações no 
modo de produção do conhecimento. A esse respeito, assinale a alternativa que indica 
a primeira revolução pela qual passou o Ocidente moderno:
A) Revolução Kepleriana.
B) Revolução Galileiana.
C) Revolução Copernicana.
D) Revolução Newtoniana.
E) Revolução Freudiana.
2) 
O modelo hegemônico de cientificidade constituiu-se a partir das ciências naturais, de 
tal modo que a obtenção do conhecimento somente seria considerada a partir de seus 
métodos. Considerando que a validade de um conhecimento se dá pelos critérios de 
cientificidade desse modelo, assinale a alternativa que indica o que significa produzir 
conhecimento fidedigno nesse contexto:
A) Quantitativo.
B) Qualitativo.
C) Quanti-quali.
D) Compreensivo.
E) Subjetivista.
3) A proposição da ciência como o caminho possível para a reorganização da sociedade 
e o seu progresso, por intermédio da formulação de leis científicas por meio de um 
conhecimento observável e demonstrável a partir dos métodos científicos das ciências 
da natureza, influenciou as ciências humanas. Essa proposição é chamada de?
A) Subjetivismo.
B) Iluminismo.
C) Empirismo.
D) Racionalismo.
E) Positivismo.
4) A emergência da Psicologia como ciência é acompanhada por um contexto de debates 
sobre o lugar do sujeito e da subjetividade. Foi a partir de mudanças sociais, 
acompanhadas de reflexões filosóficas, que foram possibilitadas as condições para o 
surgimento de uma noção de um mundo interior. Levando em conta que o debate 
sobre a Psicologia como ciência situa-se nesse contexto, assinale a alternativa que 
indica as condições para esse surgimento:
A) Ascenção da subjetividade privatizada e valorização do sujeito empírico e da sensibilidade.
B) Valorização da subjetividade privatizada e do sujeito cognoscente.
C) Desconsideração dos comportamentos observáveis e mensuráveis. 
D) Crise da subjetividade privatizada e redução do sujeito cognoscente ao empírico.
E) Reconhecimento da afetividade, da sensibilidade e da criatividade dos sujeitos 
cognoscentes.
5) A Psicologia, como ciência, desenvolve-se a partir de diferentes projetos que 
objetivaram constituir um campo de saber com objeto, método e matriz teórica 
próprios. Por se tratar de uma multiplicidade, é possível dizer que a Psicologia não 
tem uma epistemologia unitária, sendo formada por diferentes matrizes de 
pensamento. Levando em conta essa característica da formação do campo científico 
dessa disciplina, assinale a alternativa que corresponde às matrizes do pensamento 
psicológico:
A) Matrizes cientificistas e quantificadoras.
B) Matrizes românticas/pós-românticas e cientificistas.
C) Matrizes nomotéticas e mecanicistas.
D) Matrizes científicas e atomistas.
E) Matrizes organicistas e compreensivas.
NA PRÁTICA
Definir um projeto científico para a Psicologia tem acompanhado a história de formação desse 
campo. No século XIX, emerge como uma proposta de se constituir como área de estudo 
independente de outros campos do conhecimento, como o filosófico. A emergência dessa 
ciência é marcada por debates diversos sobre o que definiria o seu objeto. Assim, tem-se a 
fundação da Psicologia a partir de Wundt e James, pesquisadores que procuraram conferir status 
científico ao definirem qual seria o seu foco de estudo.
Confira, Na Prática, as abordagens que fundam a Psicologia científica no século XIX.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:

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