Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO Laboratório de Farmacologia 1- Paciente, sexo masculino, 70 anos, comparece na unidade de saúde e refere pressão elevada. Sem outras queixas. AP: Tabagista ativo (55 maços/ano). Medicamentos em uso: nenhum. História familiar: nega. Exame físico: peso 75kg, altura 1,70m, IMC: 26, PA: 160/90mmHg (2 aferições), FC: 70 bpm. Quais exames laboratoriais devem ser solicitados? Ureia, creatinina sérica e ácido úrico -> avaliar função renal. Perfil lipídico (triglicérides, HDL, LDL, colesterol total) -> obesidade é fator de risco para HAS, pois placas de gordura podem enrijecer as artérias e aumentar a pressão. Glicemia -> diabetes é fator de risco para HAS. Se sobrepeso ou obeso, incluir hemoglobina glicada ou teste oral de tolerância à glicose. Urina tipo I ou Urinálise (EAS) -> avaliar se há glicosúria, proteinúria, parâmetros físicos, químicos e sedimentoscopia. ECG de repouso ->não é obrigatório nesse caso por não haver sintomas como palpitações, FC alterada ou histórico familiar de HAS. Mensuração de sódio e potássio séricos -> são eletrólitos secretados no rim que ajudam avaliar a função renal. Qual a relação da ureia e creatinina em um paciente com HAS descontrolada? Avaliação da função renal do paciente, afinal, se estão altos podem ser indicativos de um desequilíbrio. 2- Homem, 58 anos, relata história familiar para doença arterial coronariana. Tabagista, uso social de álcool. Apresentou os seguintes exames após jejum de 12 horas. Esse paciente é diabético? Existe alguma relação entre diabetes e HAS? Sim. Existe relação por ser fator de risco. Calcule o resultado do LDL-c. A fórmula de Friedewald serve para mensurar o colesterol LDL: LDL = (CT - HDL) - (TG/5) Nesse caso... LDL= (290-35) - (350/5) = 185mg/dL (elevado) Quais as principais fatores de risco adicionais, para Hipertensão Arterial, que esse paciente apresenta? Tabagismo, Elitismo, diabetes, obesidade e histórico familiar. Qual o provável aspecto do soro desse paciente? Mais concentrado, amarelado. Podemos afirmar que o paciente apresenta dislipidemia analisando isoladamente o resultado do IMC? Explique. Não. O IMC não mede se o paciente tem mais tecido adiposo ou muscular. Então não dá para concluir apenas com esse dado. 3- Resultados: Exame físico/químico Densidade - alterada pH - alterado (ex: proteína acidifica a urina) Glicose - alterado Corpos Cetônicos - se for diabético estará alterado Proteína - alterado Bilirrubina - normal Hemoglobina - normal Urobilinogênio - normal Nitrito - normal Estearase leucocitária - normal Exame sedimentoscópico Hemácias - normal Piócitos (leucócitos) - normal Cristais - alterado (avaliam função renal) Cilindros - alterado (avaliam função renal) Flora bacteriana - normal (fica alterado em casos de contaminação da amostra) Laboratório de Patologia MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO CELULAR Toda célula normal, ao receber um estímulo lesivo (seja por um estresse fisiológico ou um patógeno) deve passar pelo processo de adaptação celular. Quando ela possui uma incapacidade de adaptação, ela sofre uma lesão celular que pode ser reversível ou irreversível, levando à necrose/apoptose. Marcador Resultado VR Glicose 155 mg/dL 60-90 Colesterol Total 290mg/dL <200 HDL-c 35mg/dL >40 LDL-c ? <130 Triglicerídeos 350mg/dL <150 IMC 43,2Kg/m2 <30 PA 160/100mmHg 110/70 Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO Quando ela consegue de adaptar a esse novo estímulo, ela pode partir para 4 mecanismos: hipertrofia, atrofia, hiperplasia ou metaplasia. RELEMBRANDO.... Crescimento celular: Diferenciação celular: Aspectos do comportamento das células normais Células lábeis -> são aquelas que se renovam com facilidade e rapidez. São exemplos as células das superfícies de revestimento. Células estáveis -> são aquelas que possuem renovação lenta e proliferação rápida. A capacidade de replicação dos núcleos dessas células permanece em descanso na maior parte do tempo, mas isso muda rapidamente quando se recebe um estímulo adequado. São exemplos os hematócitos, as células dos túbulos renais e os fibroblastos. Células permanentes -> são aquelas que possuem lesão irreversível. Seus núcleos não possuem mais a capacidade de reiniciar o processo replicativo e uma vez perdida essa capacidade, essas células não são mais substituídas. São exemplos os neurônios e os cardiomiócitos. Regulação do crescimento As células devem estar em homeostase de modo que não pode haver uma desregulação em seu crescimento nem em sua morte, ou seja, deve haver um equilíbrio entre as células que se originam e as que sofrem apoptose. Afinal, caso haja um crescimento exacerbado, pode dar origem a uma neoplasia. E caso haja uma relevante quantidade de células morrendo, pode gerar um dano no órgão em questão. ALTERAÇÃO DO VOLUME CELULAR Hipertrofia Se refere a um aumento do tamanho e volume das células, resultando em um aumento no tamanho do órgão. Pode ser de dois tipos: Fisiológica -> Ex: hipertrofia do útero gravídico. Patológica -> Ex: Neoplasias. Temos como causas da hipertrofia o aumento da demanda funcional e estímulos hormonais. Hipoatrofia ou Atrofia Redução do tamanho das células devido a perda de substância celular. Pode ser de dois tipos: Fisiológica -> Ex: diminuição no tamanho do órgão por desuso. Comum nos rins (casos de hipoatrofia renal por estenose arterial). Vale lembrar que esse órgão não necessariamente perde a função. Patológica -> Ex: Neoplasias. Temos como causas da atrofia a diminuição do suprimento sanguíneo, diminuição da carga, perda da inervação ou desnutrição. ALTERAÇÃO DO CRESCIMENTO CELULAR Hiperplasia Se refere a um aumento do número de células de um órgão ou tecido, resultando em um aumento no tamanho do órgão (volume). Pode ser de dois tipos: Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO Fisiológica -> Exemplo: compensação hormonal, como o bócio nos problemas de tireóide. Patológica -> Exemplo: Neoplasias. Vale lembrar que a hiperplasia e a hipertrofia podem acontecer juntas. A famosa memória celular na musculação é devido à hiperplasia, afinal, mesmo que a pessoa fique um tempo sem malhar e perca a sua hipertrofia muscular, suas células continuam em um número muito grande, e precisam apenas de um estímulo para sofrer a hipertrofia novamente. Hipoplasia É a diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou de parte do corpo. Pode ser de dois tipos: Fisiológica -> Ex: timo durante a puberdade. Patológica -> Ex: destruição de linfócitos por corticoides. Temos como causas da hipoplasia a diminuição do ritmo de renovação celular e aumento na taxa de destruição das células. ALTERAÇÃO DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR Metaplasia Alteração celular reversível na qual um tipo de célula adulta é substituída por outro tipo célula adulta. Elas podem dar origem a uma neoplasia por isso precisa ser analisada em biópsia desde seu início. Ex: lesão por entubação ou medicação. Displasia Termo empregado para denominar condições patológicas às vezes muito diferentes. Às vezes um tecido indiferenciado evolui de uma metaplasia mas não chega a se tornar neoplásico, ficando em estado estacionário. Portanto, precisa ser monitorado para avaliar o crescimento e adaptação daquelas células. Neoplasias Tem como característica principal a proliferação celular descontrolada. Essas céulas possuem autonomia de crescimento e sofrem perda da diferenciação. Pode ser de dois tipos: Benigna -> acontece a proliferação descontrolada das células, mas não ultrapassa o tecido. Maligna -> acontece a ultrapassagem do tecido. ADAPTAÇÃO: Mas porque é importante entender adaptação celular? Porque existem algumas alterações que acontecem no músculo cardíaco que são importante para diagnóstico, como reconhecer a anatomia do coração normal e com hipertrofia ventricular. Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) representa uma resposta adaptativa do coração em pessoas que possuem HAS há muitos anos. Trata-se deuma doença bastante comum, caracterizada pelo aumento da espessura do músculo da parede do ventrículo esquerdo, câmara do coração responsável por bombear o sangue para todo o corpo. Pode ser de dois tipos: PATOLÓGICA -> Hipertrofia concêntrica. Acontece de fora para dentro, levando à perda do lúmen ventricular. Tem como causas a HAS ou genética, e tal patologia aumenta as chances de um AVC. A morte súbita de atletas em campo podem ser causadas pela hipertrofia ventricular. FISIOLÓGICA -> Hipertrofia excêntrica Aumento do miocárdio e da cavidade ventricular de dentro para fora. Comum em atletas. Coração fica “mais forte” e consegue bombear maior volume de sangue. OBS- A fisiológica pode evoluir para uma hipertrofia patológica. Mecanismos envolvidos: Aumento do volume dos núcleos, aumento do volume do citoplasma e maior variação arquitetural (fibras mais espaçadas umas das outras) CASO CLÍNICO: Senhor José, 45 anos, sexo masculino, motorista de ônibus em São Paulo há mais de 20 anos. Pesa 85kg, mede 163cm, solteiro, ensino fundamental, etilista leve, fumante (40 maços/ano), sedentário, toma de 5 a 8 cafezinhos por dia, come frequentemente na rua - lanche e comida rápida, pai falecido de causa aguda desconhecida, mãe e irmão “têm colesterol” não se lembra da última vez que realizou exames de sangue. Queixa atual: Chega na farmácia com muita dor de cabeça (localização na nuca). Relata ter dores “no peito” quando realiza esforços e inchaço nas pernas ao fim do dia. Relata ter pressão alta e solicita aferição da pressão. Ao aferir pressão, encontra-se 180 mmHg por 120mmHg. 1. Identifique os fatores de risco importantes para investigação da hipertensão, explicando-os. Tabagismo, Etilismo, Dieta, Sedentarismo, Colesterol alto, histórico familiar. 2. Explique o mecanismo da fisiopatologia da hipertensão arterial sistêmica. Laboratório de Anatomia TÉCNICAS DE EXAME E ANATOMIA DO TÓRAX Temos 5 densidades radiográficas: Partes Moles: Água, sangue, líquidos (urina, bile), pus, órgãos, tendão, músculos, etc. Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO TIPOS DE PROJEÇÕES: Lembre-se que quem manda no RX de tórax é o coração. A incidência do RX é divergente. Antero-Posterior (AP) Posicionamento de costas para o detector e de frente para o RX. Como resultado temos uma imagem maior que o órgão original (maior distorção). Menos comum - Usado em pacientes em posição supina (acamados) ou com impossibilidade de ficar em pé. RX do mesmo paciente à esquerda em PA e à direita em AP Póstero-Anterior (PA) Posicionamento de costas para o RX e de frente para o detector. Como resultado temos uma imagem mais próxima do real (menor distorção). Paciente em posição ortostática (em pé). Mais comum, padrão ouro - melhor qualidade. TIPOS DE PERFIL: Perfil Esquerdo Coração mais próximo do detector. Imagem mais próxima do normal. Perfil Direito Coração voltado para o raio-x. Imagem mais distorcida. Rotineiramente realiza-se o perfil esquerdo, ou seja, com o lado esquerdo em contato com o filme e com entrada do feixe pela direita, para não magnificar o coração. O perfil direito é realizado em casos excepcionais, para avaliação de lesões à direita. Portanto, uma solicitação de RX de tórax deve ser feita em PA e perfil esquerdo. E quais as dicas para identificar um raio-x em AP? Coração maior Costelas posteriores mais horizontais Diafragma mais alto Volume pulmonar menor TÉCNICA DO EXAME Há 3 principais parâmetros técnicos da radiografia de tórax: R = Regime de penetração (dose) I = Inspiração correta P = Posicionamento (alinhamento centrado ou rodado) 1. REGIME DE DOSE Em uma radiografia em PA ou AP adequadamente penetrada, identificamos bem apenas o terço superior da coluna dorsal (T1 a T3). 2. INSPIRAÇÃO Dica: Avaliar a coluna. Uma inspiração adequada permite identificar de 9 a 11 arcos costais posteriores sobre os pulmões (exemplo abaixo). Uso menos comum: identificação de 6 arcos costais anteriores. Radiografia pouco inspirada dificulta identificar e caracterizar opacidades pulmonares e doença pleural, além de mimetizar cardiomegalia. Exemplo abaixo: Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO 3. POSICIONAMENTO Como identificar o alinhamento correto da radiografia de tórax? Primeiramente, as escápulas não podem aparecer. Além disso, a borda medial da clavícula tem que estar equidistante do manúbrio do esterno. Na parte inferior do RX, a coluna deve estar equidistante das bordas da imagem. ANATOMIA TORÁCICA Os lobos pulmonares são divididos com base na ramificaçãoda árvore brônquica e nas fissuras pulmonares. No lado direito temos duas fissuras, a horizontal e a oblíqua, que divide o pulmão em 3 lobos: superior, médio (o mais próximo do coração) e inferior. No lado esquerdo temos apenas uma fissura, a fissura horizontal, que divide o pulmão em 2 lobos: superior e inferior. Quais estruturas anatômicas, além dos pulmões, podemos identificar na radiografia em PA? Existem 2 marcos anatômicos identificáveis do lado direito: a Veia Cava Superior e o contorno do átrio direito. Já no lado esquerdo existem 3 marcos anatômicos: a Aorta, o tronco da Artéria Pulmonar (rampa) e o Ventrículo Esquerdo. A traqueia normalmente estará centrada ou ligeiramente para a direita. O manúbrio também pode ser identificado no PA. Marcos anatômicos em PERFIL: RX em perfil esquerdo Para identificar se é perfil esquerdo ou direito podemos acompanhar pela cúpula diafragmática na parte inferior do RX. No perfil esquerdo, a cúpula diafragmática esquerda para quando se encontra com o ventrículo esquerdo. Já a cúpula diafragmática direita é contínua.
Compartilhar