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O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

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O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA 
O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA 
O sistema de drenagem faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes em uma área urbana, assim 
como as redes de água, de esgotos sanitários, de cabos elétricos e telefônicos, além da iluminação pública, 
pavimentação de ruas, guias e passeios, parques, áreas de lazer, e outros. 
 
Em relação aos outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma particularidade: o escoamento das 
águas das tormentas sempre ocorrerá, independente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade 
desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores ou menores. 
 
Outra característica, de certo modo única, do sistema de drenagem é a sua solicitação não permanente, isto é 
durante e após a ocorrência de tormentas, contrastando com outros melhoramentos públicos que são essencialmente 
de uso contínuo. 
 
O sistema tradicional de drenagem urbana deve ser considerado como composto por dois sistemas distintos que 
devem ser planejados e projetados sob critérios diferenciados: o Sistema Inicial de Drenagem e o Sistema de Macro-
drenagem. 
 
O Sistema Inicial de Drenagem ou de Micro-drenagem ou, ainda, Coletor de Águas Pluviais, é aquele composto pelos 
pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas pluviais e, também, canais de 
pequenas dimensões. Esse sistema é dimensionado para o escoamento de vazões de 2 a 10 anos de período de 
retorno. Quando bem projetado, e com manutenção adequada, praticamente elimina as inconveniências ou as 
interrupções das atividades urbanas que advém das inundações e das interferências de enxurradas. 
 
Já o Sistema de Macro-drenagem é constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores 
dimensões, projetados para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. Do seu funcionamento adequado 
depende a prevenção ou minimização dos danos às propriedades, dos danos saúde e perdas de vida das 
populações atingidas, seja em conseqüência direta das águas, seja por doenças de veiculação hídrica. 
 
Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento superficial direto, tendo tradicionalmente 
como base o enfoque orientado para o aumento da condutividade hidráulica do sistema de drenagem. 
 
As tendências modernas desse controle, que já vêm amplamente aplicadas ou preconizadas internacionalmente, 
passam a dar ênfase ao enfoque orientado para o armazenamento das águas por estruturas de detenção ou 
retenção. Esse enfoque é mais indicado a áreas urbanas ainda em desenvolvimento, podendo ser utilizado também 
em áreas de urbanização mais consolidadas desde que existam locais (superficiais ou subterrâneas) adequados para 
a implantação dos citados armazenamentos. Este conceito não dispensa, contudo, a suplementação por sistemas de 
micro e macro-drenagem. 
 
OBJETIVOS 
Dentro do contexto de desenvolvimento global de uma região, os programas de drenagem urbana devem ser 
orientados, de maneira geral, pelos seguintes objetivos principais: 
 
1) reduzir a exposição da população e das propriedades ao risco de inundações; 
 
2) reduzir sistematicamente o nível de danos causados pelas inundações; 
 
3) preservar as várzeas não urbanizadas numa condição que minimize as interferências com o escoamento das 
vazões de cheias, com a sua capacidade de armazenamento, com os ecossistemas aquáticos e terrestres de 
especial importância e com a interface entre as águas superficiais e subterrâneas; 
 
4) assegurar que as medidas corretivas sejam compatíveis com as metas e objetivos globais da região; 
 
5) minimizar os problemas de erosão e sedimentação; 
 
6) proteger a qualidade ambiental e o bem-estar social; 
 
7) promover a utilização das várzeas para atividades de lazer e contemplação. 
 
PRINCÍPIOS 
Os princípios que devem nortear os programas de drenagem urbana são os seguintes: 
 
O sistema de drenagem é parte do sistema ambiental urbano. 
O sistema de drenagem é parte de um sistema urbano visto de uma forma mais ampla. Pode ser encarado 
simplesmente como parte da infra-estrutura urbana ou como um meio para alcançar metas e objetivos em termos 
mais abrangentes. Nesse último sentido, constitui-se num meio e não num fim em si mesmo. 
 
A urbanização tem potencial para aumentar tanto o volume quanto as vazões do escoamento superficial direto. A 
influência da ocupação de novas áreas deve ser analisada no contexto da bacia hidrográfica na qual estão inseridas, 
de modo a se efetuarem os ajustes necessários para minimizar a criação de futuros problemas de inundações. 
 
O estabelecimento prévio de metas e objetivos, locais e regionais, é de grande valia na concepção das obras de 
drenagem de um curso d'água. 
 
As várzeas são áreas de armazenamento natural 
 
As várzeas, embora estejam com menor freqüência sob as águas, fazem parte dos cursos naturais, tanto quanto a 
sua calha principal. Por esta razão, em geomorfologia a várzea também recebe a denominação de leito maior ou 
secundário. 
 
As funções primárias de um curso d'água e de sua várzea associada são a coleta, armazenamento e veiculação das 
vazões de cheias. Essas funções não podem ser relegadas a um plano secundário em favor de outros usos que se 
possa imaginar para as várzeas, sem a adoção de medidas compensatórias normalmente onerosas. Respeitada essa 
restrição, as várzeas têm a potencialidade de contribuir para a melhoria da qualidade da água e do ar, a manutenção 
de espaços abertos, a preservação de ecossistemas importantes e acomodação de redes de sistemas urbanos 
adequadamente planejados. 
 
Drenagem é um problema de destinação de espaço 
O volume de água presente em um dado instante numa área urbana não pode ser comprimido ou diminuído. É uma 
demanda de espaço que deve ser considerada no processo de planejamento. 
 
Se o armazenamento natural é reduzido pela urbanização ou outros usos do solo sem as adequadas medidas 
compensatórias, as águas das cheias buscarão outros espaços para seu trânsito, podendo atingir inevitavelmente 
locais em que isso não seja desejável. 
 
 O primeiro passo para sua utilizacão é providenciar meios necessários para seu armazenamento. As áreas para 
esse fim podem ser planejadas de modo a incorporar valores estéticos locais, assim como espaços para uso 
recreativo. A água armazenada pode, em determinadas circunstâncias, ser utilizada para irrigação, recarga do lençol 
freático, incremento de vazões mínimas e, também, abastecimento industrial. 
 
As medidas de controle de poluição são parte essencial num plano de drenagem 
 
Ao se tratar as águas do escoamento superficial direto de uma área urbana como recurso, ou quando se cogitar a 
utilização de bacias de detenção, deve ser dada atenção aos aspectos da qualidade dessas águas. Estes, por sua 
vez, estão relacionados com as práticas de limpeza das ruas, coleta e remoção de lixos e detritos urbanos, ligação 
clandestina de esgotos na rede de galerias, coleta e tratamento de esgoto e regulamentação do movimento de terras 
em áreas de desenvolvimento, tendo em vista o controle de erosão e, conseqüente, carga de sedimentos. 
 
O controle da poluição das águas é essencial para que sejam alcançados os benefícios potenciais que podem 
oferecer os cursos d'água urbanos e suas várzeas. 
PLANEJAMENTO EM DRENAGEM URBANA 
OBJETIVOS, VANTAGENS E LIMITAÇÕES 
O planejamento, no seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma 
comunidade através de considerações ordenadas, que envolvem desde a concepção inicial até um programa de 
obras, considerando um espaço determinado e fixando um determinado período para o seu desenvolvimento 
completo. 
 
O planejamento da drenagem urbana deve ser feito de forma integrada, considerando os outros melhoramentos 
urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. Após estarem determinadas as interdependências entre o 
sistema de drenagem e outros sistemas urbanose regionais, o primeiro pode ser alvo de um planejamento 
específico. 
 
Tal planejamento deve ser feito sob critérios bem estabelecidos, oriundos de uma política de administração pública 
apoiada em regulamentos adequados. Essa política e esses regulamentos devem sempre atender às peculiaridades 
locais, físicas, econômicas, sociais e institucionais. O planejamento deve conduzir sempre ao projeto de um sistema 
de drenagem exequível, técnica e economicamente eficiente, maximizando os benefícios e minimizando os custos, 
coerente com outros planos setoriais e atendendo aos anseios da coletividade. 
 
A principal vantagem do planejamento, aplicado ao sistema de drenagem urbana, refere-se à obtenção simultânea de 
menores custos e melhores resultados. Planos bem elaborados possibilitam: 
 
1 ) estudar a bacia de drenagem como um todo e, consequentemente, chegar a soluções de grande alcance no 
espaço e no tempo, evitando medidas de caráter restrito que não raro apenas deslocam e mesmo agravam as 
inundações em outros locais a jusante da área de intervenção; 
 
2 ) consolidar normas e critérios de dimensionamento uniformes para a bacia ou conjunto de bacias, tais como o 
período de retorno a ser adotado, borda-livre, coeficientes de rugosidade, gabaritos de pontes e travessias, etc; 
 
3 ) identificar áreas que possam ser preservadas ou adquiridas pelo poder público antes que sejam ocupadas ou 
seus preços tornem-se proibitivos; 
 
4 ) efetuar o zoneamento das várzeas de inundação; 
 
5 ) estabelecer o escalonamento da implantação das medidas necessárias de forma tecnicamente correta e de 
acordo com os recursos disponíveis; 
 
6 ) possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, pela articulação do plano de drenagem com outros 
planos setoriais da região ( planos viários, planos de abastecimento de água, planos de esgotos, etc ); 
 
7 ) esclarecer a comunidade a respeito da natureza e magnitude dos problemas e formas de solução de 
propostas;fornecer respaldo técnico e político à solicitação de recursos; 
 
8 ) privilegiar a adoção de medidas preventivas de menor custo e maior alcance. 
 
Ressalte-se, contudo, que qualquer processo de planejamento se desenvolve dentro de uma situação dinâmica em 
que os fatores sociais, econômicos, institucionais e tecnológicos sofrem alterações imprevisíveis, não se devendo 
esperar que esse processo conduza a soluções perfeitas e definitivas. 
 
O termo "plano", produto imediato do planejamento, é, talvez, uma palavra não muito apropriada, pois dá a falsa idéia 
de conclusão ou produto acabado. Existem dois fatores básicos que não permitem isto. O primeiro é que o 
planejamento envolve, como já referido, situações dinâmicas e, o segundo, é que sempre há uma defasagem entre o 
planejamento e sua implementação que, para programas de vulto, pode se estender por mais de uma década. 
 
Esses fatores determinam que o processo de planejamento seja continuamente reavaliado para que novas 
alternativas, baseadas em fatos correntes, e não em fatos históricos, hipóteses não consumadas, ou eventuais 
obsolecências, sejam a base para a tomada de decisões. 
PLANEJAMENTO DIRETOR 
Segundo Walesh, o planejamento da drenagem urbana pode ser considerado sob dois aspectos, um em termos de 
produto imediato e outro em termos do processo utilizado para a obtenção do produto. Em termos de produto 
imediato, o plano diretor é um documento ou conjunto de documentos que contém três tipos de recomendações: 
 
a) Medidas Estruturais 
Um sistema de medidas, tais como redes de galerias de águas pluviais, canais, reservatórios de detenção ou 
retenção, bacias de sedimentação e diques, com as respectivas estimativas de custos. 
 
b) Medidas Não Estruturais 
Um conjunto de medidas, como a aquisição de terrenos para preservação, regulamentos, manual de práticas, seguro 
contra inundações, reassentamentos, estruturas à prova de inundações, programas de inspeção e manutenção, 
programas de contingências, programas de educação pública, com os respectivos custos, desde que possam ser 
estimados. 
 
c) Programa de Implementação do Plano 
Um programa que indique quando os elementos do plano devem ser implementados, quem tem a principal 
responsabilidade para a implementação de cada elemento e como esses elementos devem ser implementados 
(financiamentos). 
 
Em resumo, as medidas estruturais e não estruturais recomendadas referem-se à questão: 
 
O que fazer para minimizar os problemas existentes ou para prevenir futuros problemas de drenagem urbana? Já o 
programa de implementação refere-se às questões: Quando o conjunto de atividades ou obras previstas devem 
acontecer? Quem é o responsável para que isto aconteça? Como a implementação do plano poderá ser 
financiada? 
 
Em vez de considerá-lo como produto imediato, o planejamento diretor pode ser definido como um processo 
dinâmico, conduzido de forma sistemática e disciplinada. O processo de planejamento, como ilustrado na Figura 2.1., 
inclui o estabelecimento de objetivos e padrões; condução de um inventário das características naturais e culturais da 
área de planejamento, análise de dados, definição dos problemas e formulação dos vários cenários futuros, 
formulação das alternativas potenciais, comparação de alternativas e seleção da melhor combinação de alternativas 
para compor o plano recomendado, preparação do programa de implementação do plano, e implementação 
propriamente dita, do plano. 
 
Importante reconhecer que o planejamento é um processo social. Considerar o planejamento como um exercício 
mecânico e analítico, sem a devida consideração pelo contexto social é incorrer em erro impossível de remediar, bem 
como inviabilizar tanto o esforço de planejamento quanto a sua implementação. 
 
Ressalte-se, por outro lado, que um plano diretor não é um projeto de engenharia no sentido tradicional. A 
implementação das medidas recomendadas num plano diretor requer a consecução das outras fases de projeto até a 
elaboração final do projeto executivo, incluindo a obtenção das licenças necessárias e outros requisitos exigidos em 
projetos de obras públicas. 
DIRETRIZES DE PROJETO 
ALOCAÇÃO DE ESPAÇOS E OCUPAÇÃO MARGINAL NAS CANALIZAÇÕES 
1 ) muito embora, por razões de ordem econômica, os projetos sejam elaborados para cheias com períodos de 
recorrência média (p.ex. 25 anos), cheias de magnitudes maiores podem ocorrer, e quando ocorrem as 
consequências podem ser bastante graves; 
 
2 ) normalmente os projetos são desenvolvidos para um determinado cenário de ocupação da bacia a montante, sem 
considerar a possibilidade de condições futuras de ocupação que podem ultrapassar significativamente as 
suposições efetuadas por ocasião do projeto, resultando em vazões muito mais elevadas do que as inicialmente 
estabelecidas; 
 
3 ) é muito frequente a situação de cursos d'água com intensa ocupação marginal, com faixa disponível para o leito 
do mesmo muito estreita que, com o passar do tempo torna-se insuficiente para a veiculação das vazões de pico de 
cheias atuais, muito incrementadas pelo efeito da urbanização a montante; 
 
4 ) a ausência de planos diretores, como normalmente costuma ocorrer, aumenta o nível de incertezas nas 
avaliações hidrológicas que subsidiam os projetos de drenagem urbana. 
 
Em face dos fatores apontados, nos projetos de canalização de cursos d'água urbanos, a alocação de espaços ao 
longo dos mesmos deveria basear-se nas seguintes diretrizes: 
 
1) sempre que o espaço disponível para implantação do leito do canal permitir, prever faixas laterais, eventualmente 
inundáveis que permitam futuras ampliações do canal, caso necessário; 
 
2) como decorrência do item anterior, as pistas marginais de vias de tráfego deveriam, tanto quanto possível, serem 
afastadas das margens do canal e, evidentemente, limitadas por outro lado pelo alinhamento das edificações. Neste 
sentido é oportuno lembrar quetal medida contribui para a valorizar as áreas marginais; 
 
3 ) as faixas destinadas às edificações em cada margem, tanto quanto possível, devem estar fora da faixa de 
inundação correspondente à cheia de 100 anos de período de retorno; 
 
4 ) nos casos em que as medidas acima não sejam possíveis em virtude da ocupação existente, é conveniente 
caracterizar as áreas inundáveis como áreas de risco que poderão no futuro ser reurbanizadas ou, eventualmente 
beneficiadas com obras de detenção na bacia, a montante, que venham reduzir a incidência de inundações. 
O DE REQUISITOS E RESTRIÇÕES BÁSICAS DE PROJETO 
No projeto de canalização de um curso d'água uma das atividades iniciais a ser desenvolvida é efetuar uma 
adequada consolidação de todos os requisitos básicos e principais restrições existentes, que deverão constituir as 
condições de contorno a serem consideradas no projeto. 
 
Neste sentido, os aspectos básicos a serem considerados referem-se a: confluências e desemboques, pontos baixos, 
pontes, travessias, estrangulamentos, drenagem lateral, benfeitorias e edificações importantes e restrições a jusante, 
descritos a seguir. Um maior detalhamento de soluções a estas restrições será discutido adiante no capítulo 5, 
específico sobre o assunto. 
 
Confluências e Desemboque no Curso Principal 
Este é um tópico a ser analisado com especial cuidado, uma vez que para as condições de vazões excepcionais 
podem representar importantes sobrelevações localizadas do nível d`água. Por outro lado, sua concepção é sempre 
muito condicionada ao espaço disponível, muitas vezes restrito. Deve-se, nestas situações, buscar a forma mais 
racional de compatibilização destas condicionantes. 
 
Pontos Baixos 
Sempre conveniente efetuar uma identificação inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso 
d'água, de modo a ser possível estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deverão orientar o arranjo 
básico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria. 
 
Nos casos em que seja impraticável manter a linha d'água de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos 
marginais, é necessário conceber soluções particulares de drenagem dos mesmos que deverão ser tratadas 
separadamente, seja mediante condutos paralelos ao canal principal até um ponto mais baixo a jusante, seja 
mediante conduto descarregando diretamente no canal, porém dotado de "flap gate" na saída ou, em último caso, um 
sistema localizado de drenagem por bombeamento. 
 
Pontes 
Nos casos em que as pontes constituem restrições ao escoamento é conveniente verificar a possibilidade de 
melhorias, tais como: adequação hidrodinâmica de pilares, alteamento de tabuleiro e, se possível, revestimento do 
fundo em concreto e a inclusão de vãos adicionais. 
 
Travessias 
As travessias que mais frequentemente constituem restrições que não permitem remanejamentos são aquelas que 
atuam como suporte de adutoras, oleodutos, gasodutos, etc. 
 
As intervenções possíveis de serem efetuadas para melhoria das condições de escoamento são semelhantes ao 
caso das pontes. 
 
Estrangulamentos 
Em determinados casos ocorrem estrangulamentos num curso d'água causados por construções muito próximas ao 
leito do mesmo que implicam em limitações bastante sérias para a veiculação das vazões máximas desejáveis. 
 
Nesses casos, mesmo concebendo soluções de canal ou galeria com maior eficiência hidráulica, as capacidades 
máximas possíveis podem estar aquém das necessidades reais. Em situações com restrições dessa natureza, a 
busca de soluções pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforço, o desvio de vazões a montante 
para algum local onde seja possível ou, eventualmente, a implantação de reservatórios de detenção a montante. 
 
Drenagem Lateral 
Num trecho de curso d'água a canalizar é também de grande importância efetuar uma análise prévia de todo o 
sistema de drenagem lateral, tanto no que se refere à microdrenagem, como nos pontos de desemboque de 
condutos de médio e grande porte como, por exemplo, o caso de galerias. 
 
Neste sentido, é necessário compatibilizar altimetricamente as características do canal a projetar com os diferentes 
condutos afluentes, de modo a garantir as condições de escoamento desses condutos. 
 
 
 
Benfeitorias e Edificações Importantes 
Ocorrem muitas vezes a presença de benfeitorias e edificações importantes situadas nas margens de um dado curso 
d'água que, embora não constituam propriamente restrições à obra de canalização podem ter um certo peso no 
arranjo geral das obras de canalização, pela sua vinculação com a configuração do sistema viário local. 
 
Restrições a Jusante 
também importante ter presente, nos projetos de canalização eventuais restrições a jusante do trecho a canalizar, 
que podem limitar as vazões que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo. Em tais casos a 
necessidade de criar reservatórios de detenção a montante pode ser uma imposição a ser considerada no projeto. 
CANAIS ABERTOS 
Dentro de uma concepção geral, das mais comuns em drenagem urbana, que trata do aumento da condutividade 
hidráulica, a adoção de canais abertos em projetos de drenagem urbana sempre é uma solução que deve ser 
cogitada como primeira possibilidade pelas seguintes principais razões: 
 
1 ) possibilidade de veiculação de vazões superiores à de projeto mesmo com prejuízo da borda livre; 
 
2 )facilidade de manutenção e limpeza; 
 
3 ) possibilidade de adoção de seção transversal de configuração mista com maior economia de investimentos; 
 
4 ) possibilidade de integração paisagística com valorização das áreas ribeirinhas, quando há espaço disponível; 
 
5 ) maior facilidade para ampliações futuras caso seja necessário. 
 
Os canais abertos apresentam, por outro lado, restrições à sua implantação em situações em que os espaços 
disponíveis sejam reduzidos, como é o caso de áreas de grande concentração urbana. 
 
Recomendações para Projeto 
A escolha do tipo de seção transversal de um canal a ser projetado depende de fatores fundamentais, como o 
espaço disponível para implantação, as características do solo de apoio, a declividade e condições de operação. 
 
A configuração ideal para um canal de drenagem urbana é a seção trapezoidal simplesmente escavada com taludes 
gramados, pela sua simplicidade de execução e manutenção, assim como pelo menor custo de implantação. 
 
O canal simplesmente escavado, por admitir normalmente velocidades máximas relativamente reduzidas, exige maior 
espaço para sua implantação, assim como declividades mais reduzidas. Um dos principais méritos dos canais 
simplesmente escavados consiste no fato de permitirem futuras remodelações para aumento de capacidade 
mediante revestimento, além de preservarem faixas maiores para futuras intervenções que se façam necessárias. 
 
Os canais simplesmente escavados constituem uma alternativa de canalização adequada para cursos d'água em 
áreas ainda em processo de urbanização e para as quais sejam previsíveis incrementos futuros das vazões de pico 
de escoamento superficial. 
 
Quando, por outro lado, o espaço disponível para implantação do canal é limitado, o canal revestido poderá ser 
inevitável para garantir maiores velocidades de escoamento e, conseqüentemente, necessidade de menores seções 
transversais. 
 
Na prática usual de projeto de canais urbanos em nosso meio técnico, é comum conceber canais visando apenas a 
veiculação de vazões de cheias, o que leva a sérios problemas de assoreamento e deposição de detritos para 
condições de operação de vazões de média intensidade, também conhecidas como vazões formativas ou 
modeladoras, que são as mais frequentes. Esses canais, sejam eles trapezoidais ou retangulares, normalmente têm 
fundos largos e incompatíveis com as vazões modeladoras. É comum ocorrer em canais nessas condições a 
formação de pequenos leitos meandrados, seja em meio aos sedimentos depositados, seja nos próprios fundos de 
canais em terra. 
 
Paraevitar tais problemas, ou pelo menos reduzi-los, a solução recomendável é adotar seções compostas, 
dimensionadas no seu conjunto, para veicular as vazões máximas previstas e que permitam conduzir as vazões 
modeladoras em sub-leitos menores em condições adequadas de velocidade. 
 
Nos casos de canais trapezoidais simplesmente escavados, é possível prever um leito menor, trapezoidal ou 
retangular, em concreto; nos casos de canais revestidos, sejam eles de seção trapezoidal ou retangular, é possível 
um fundo com configuração triangular, mediante simples rebaixo do fundo ao longo do eixo. 
 
Nas Figuras 1,2 e 3 são mostradas sugestões de seções transversais compostas. 
 
 
Figura 1- Canal em concreto - Seção trapezoidal mista. 
 
 
 
 
Figura 2- Canal escavado - Seção mista. 
 
 
 
 
Figura 3 - Canal em concreto - Seção retangular mista. 
GALERIAS DE GRANDES DIMENSÕES 
Em projetos de drenagem urbana a utilização de galerias de grandes dimensões faz se necessária em áreas 
densamente urbanizadas em virtude principalmente da limitação de espaço e das restrições impostas pelo sistema 
viário. 
 
Ao projetar uma galeria de grandes dimensões é muito importante ter presente as limitações desse tipo de conduto 
que, em linhas gerais, são as seguintes: 
 
1 ) as galerias tem capacidade de escoamento limitada ao seu raio hidráulico relativo à seção plena, que é inferior à 
sua capacidade máxima em regime livre. Em outras palavras, as galerias ao passarem a operar em carga, sofrem 
uma redução de capacidade que, muitas vezes, pode estar aquém das necessidades do projeto; 
 
2 ) Por serem fechadas, as galerias sempre apresentam condições de manutenção mais difíceis que os canais 
abertos, sendo relativamente grande a probabilidade de ocorrência de problemas de assoreamento e deposição de 
detritos, que resultam sempre em perda de eficiência hidráulica; 
 
3 ) Em determinadas circunstâncias, as galerias exigem a adoção de seção transversal de células múltiplas. Apesar 
desse tipo de configuração de seção transversal apresentar vantagens sob o ponto de vista estrutural, em termos de 
desempenho hidráulico e de manutenção é bastante problemática. O principal inconveniente de natureza hidráulica 
consiste no fato de ser necessária a introdução de "janelas" ao longo das paredes internas para que haja uma 
equalização de vazões entre as células. Essas "janelas", além de introduzir perdas localizadas não desprezíveis, 
constituem pontos de acúmulos de lixo e detritos que, além de reduzirem a seção livre para escoamento, causam 
perturbações no fluxo d'água que resultam em perda de energia, contribuindo para aumentar o coeficiente global de 
rugosidade, fato normalmente não considerado no projeto. Além disso, as galerias de células múltiplas existentes 
mostram, invariavelmente a tendência de o escoamento das vazões menores se concentrar em apenas uma célula, 
com assoreamento mais acentuado nas demais, resultando em perda de eficiência na veiculação de vazões 
próximas à de projeto em virtude da redução da seção útil. 
 
 
 
Recomendações para Projeto 
Pelas razões apontadas, sempre que possível, é de toda conveniência adotar galerias de célula única que permite, 
inclusive, prever o fundo em forma de triângulo para permitir a concentração das vazões menores em sua parte 
central, favorecendo o carreamento natural do material sedimentável. 
 
Nos casos em que não seja possível evitar a utilização de galerias de células múltiplas, julga-se razoável propor as 
recomendações a seguir com o propósito de melhorar a eficiência das mesmas, ou de pelo menos minimizar seus 
inconvenientes: 
 
1 ) se possível, introduzir trechos em canal aberto que atuariam como elementos de homogeneização do fluxo 
d'água, situando-os principalmente nos locais de entrada das principais contribuições laterais, de modo a evitar a 
necessidade de janelas nas paredes internas dos tramos de galeria. Além da sua função hidráulica, os trechos em 
canal aberto, conforme proposto, constituiriam pontos de acesso para manutenção e limpeza em condições mais 
razoáveis de acesso do que no caso de galeria fechada; 
 
2 ) nos casos em que as galerias de células múltiplas não possam ser evitadas, é preferível optar por galeria de 
apenas duas células. Se for necessária a utilização de janelas de equalização, estas devem ser dimensionadas 
considerando as diferenças das afluências em cada célula, por trecho de galeria, que deverão transpassar de lado. 
Para simplificação na execução, esse dimensionamento deve ser encarado basicamente como uma verificação das 
dimensões e espaçamento entre janelas, de modo que a transferência de vazões de uma célula para outra seja 
assegurada. Julga-se também recomendável, no sentido de reduzir o problema de retenção de detritos nas janelas, 
que o bordo vertente das mesmas esteja situado de 1/2 a 2/3 da altura livre da galeria; 
 
3 ) conforme já destacado, as galerias celulares, em virtude da necessidade de janelas nas suas paredes internas, 
possuem coeficiente de rugosidade global maior do que as galerias de células simples. 
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO 
A utilização de dispositivos de armazenamento em projetos de drenagem urbana não é uma tradição no Brasil. A 
literatura técnica internacional mostra, contudo, que esse tipo de instalação vem sendo crescentemente utilizado 
praticamente em todos os países de primeiro mundo há mais de vinte anos. 
 
Cabe destacar que, na fase inicial de desenvolvimento das obras de drenagem urbana, o princípio fundamental que 
norteava os projetos era o de garantir o rápido escoamento das águas. Com o crescimento das áreas urbanas, 
especialmente nas atuais metrópoles, os picos de cheias dos cursos d'água principais passaram a alcançar níveis 
extremamente elevados em relação às condições primitivas de ocupação, com graves problemas de inundação. Isso 
permitiu constatar que a filosofia de projeto de obras de drenagem deveria ser radicalmente alterada, no sentido de 
propiciar maiores tempos de permanência das águas precipitadas sobre uma dada bacia com o propósito de reduzir 
as vazões de pico excessivamente elevadas nos pontos mais a jusante da mesma. 
 
A partir de então, os dispositivos de detenção passaram a ter uma especial importância nos projetos de drenagem 
urbana. 
 
Além do que já foi dito, acrescentam-se os benefícios de caráter ambiental e estabilidade morfológica dos cursos 
d`água receptores que, com isto, não tem a mesma amplitude de variação de vazões escoadas, conforme ocorre nos 
projetos em que se contempla apenas as soluções de canalização. 
 
A função básica dos dispositivos de armazenamento é a de retardar as águas precipitadas sobre uma dada área, de 
modo a contribuir para a redução das vazões de pico de cheias em pontos a jusante. 
 
Os dispositivos de armazenamento compreendem dois tipos distintos que são os de controle na fonte e os de 
controle a jusante. 
 
Os dispositivos de controle na fonte são instalações de pequeno porte colocadas próximas ao local de origem do 
escoamento superficial de modo a permitir uma utilização mais eficiente da rede de drenagem a jusante. 
 
Esse tipo de dispositivo possui grande flexibilidade em termos de escolha de local de implantação, apresenta 
possibilidade de padronização da instalação, permite uma melhoria das condições de drenagem a jusante, bem como 
do controle em tempo real das vazões. Permite, ainda, um incremento de capacidade de drenagem global do 
sistema. Por outro lado, dificulta o monitoramento e a manutenção destas pequenas unidades instaladas em grande 
número e em diferentes locais. Isto implica também em elevados custos de manutenção. 
 
Os dispositivos de controle a jusante, por outro lado, envolvem um menor número de locais de armazenamento. As 
obras de armazenamento podem, por exemplo, estar localizadas no extremo de jusante de uma bacia de drenagem 
de porte apreciável, ou mesmo numa sub-bacia de porte também expressivo. 
 
Esta modalidade de controle permitereduzir o custo de implantação em relação ao caso de grande número de 
pequenas instalações de controle na fonte e apresenta maior facilidade de operação e manutenção com custos mais 
reduzidos. Por outro lado, apresenta maior dificuldade para encontrar locais adequados para sua implantação, com 
custos de desapropriação mais elevados, além de encontrar uma maior resistência na opinião pública quando se 
trata de reservatórios de armazenamento ou barramentos de maior porte. 
 
É necessário destacar que não há uma distinção clara entre os dois tipos de dispositivos mencionados, existindo 
dispositivos que se enquadram em ambos os tipos. 
 
Para melhor esclarecer a terminologia acima apresentada são descritos adiante, com mais pormenores os diferentes 
tipos de dispositivos existentes. A Tabela a seguir, dá uma visão geral dos diferentes tipos de dispositivos de 
armazenamento ou retenção normalmente utilizados: 
Controle na fonte Disposição local 
1. Leitos de infiltração 
 
 
2. 
 
Bacias de percolação 
 
 
3. 
 
Pavimentos porosos 
 
 
Controle de 
entrada 
1. Telhados 
 
 
2. 
 
Estacionamentos 
 
 
Detenção na 
origem 
1. Valas 
 
 
2. Depressões secas 
 
 
3. 
 
Lagos escavados 
 
 
4. 
 
Reservatórios de concreto 
 
 
5. 
 
Reservatório tubular 
 
Controle a jusante 
Detenção em 
linha 
1. Rede de galerias 
 
 
2. 
 
Reservatório tubular 
 
 
3. 
 
Reservatório de concreto 
 
 
4. 
 
Túnel em rocha 
 
 
5. 
 
Reservatório aberto 
 
 
Detenção lateral 
1. Reservatórios laterais 
 
 
Disposição Local 
A disposição local das águas de chuva tem ganho considerável aceitação nos últimos anos. Algumas comunidades 
norte-americanas vêm adotando a sua utilização em áreas em processo de urbanização. 
 
O termo disposição local é utilizado para as instalações que se valem da infiltração e da percolação para o 
afastamento das águas de chuva. Essa prática procura aproveitar as próprias condições naturais de 
encaminhamento das águas precipitadas para as tormentas de pequena magnitude. 
 
Quando as condições de solo assim o permitirem, as águas precipitadas em áreas impermeáveis são encaminhadas 
para um local com cobertura vegetal para infiltração no solo. 
 
Caso não haja disponibilidade de local para infiltração, as águas de chuva podem ser conduzidas a um dispositivo 
subterrâneo de armazenamento para posterior percolação no solo. 
 
Controle de Entrada 
As águas de chuva podem ser controladas em sua origem por meio de detenção no próprio local onde precipitam, 
mediante estrangulamento das entradas no sistema de escoamento. Dessa maneira, o volume de detenção pode ser 
obtido em locais adequadamente preparados para isso como telhados, áreas de estacionamento, pátios industriais e 
outras áreas julgadas adequadas. 
Detenção na Origem 
A detenção na origem caracteriza-se por um "congestionamento" de todos os dispositivos de armazenamento que se 
situam a montante do sistema de afastamento das águas. 
 
A primeira diferença entre a detenção na origem, a disposição local e o controle de entrada, consiste na magnitude 
da área a ser interceptada. A detenção na origem geralmente intercepta o escoamento superficial de várias parcelas 
isoladas de uma dada área ou mesmo de uma única área dividida em segmentos distintos. A detenção na origem 
pode ser conseguida a partir da construção adequada de valas, fossos secos, lagos, reservatórios de concreto, 
reservatórios tubulares (tubos agrupados), entre outros. 
 
Detenção em Linha 
O termo "em linha" refere-se à inserção de dispositivos de detenção na própria linha de tubos de um sistema de 
galerias. A detenção em linha pode utilizar a capacidade excedente existente num dado sistema de galerias, ou exigir 
a instalação de dispositivos adicionais que permitam obter o volume necessário. A detenção em linha pode ser 
conseguida, por exemplo, com a construção de reservatórios de concreto, volumes excedentes nas redes existentes, 
reservatórios tubulares, túneis, cavernas subterrâneas, reservatórios de superfície, entre outras formas que poderiam 
ser citadas. 
 
Detenção Lateral 
A detenção lateral consiste em dispor o volume de detenção não alinhado com o sistema de drenagem. Isso é feito 
desviando-se o fluxo do sistema de escoamento para o armazenamento lateral quando a descarga veiculada 
ultrapassa um dado limite previamente estabelecido. A água desviada é retida por um período suficiente para que as 
afluências baixem a magnitudes compatíveis com a capacidade de escoamento a jusante. 
 
Com relação a detenção lateral, é necessário decidir inicialmente a maneira como o reservatório deverá ser enchido 
e, no projeto dos dispositivos que compõe o conjunto, devem ser considerados os seguintes aspectos: o tempo de 
detenção adequado para evitar a formação de maus odores ou problemas de saúde pública, a capacidade de 
escoamento do sistema de descarga a jusante, a possibilidade de contribuições adicionais antes do reservatório estar 
cheio e as afluências que podem ocorrer a jusante em dado intervalo de tempo. 
 
Cuidados Específicos quanto às Obras de Detenção 
Os dispositivos de detenção nos sistemas de drenagem urbana, muito embora possam ter uma grande eficiência em 
termos de redução dos picos de cheias, apresentam alguns aspectos negativos que devem ser devidamente 
considerados. 
 
Os principais problemas que podem ocorrer são resultantes da deposição de sedimentos e detritos que podem 
desencadear uma série de dificuldades, cabendo destacar: a perda de capacidade de armazenamento nos 
reservatórios de detenção caso os sedimentos depositados não sejam removidos em tempo hábil, o aparecimento de 
maus odores e problemas de saúde pública resultantes da decomposição da matéria orgânica dos depósitos e, 
finalmente, problemas de colmatação, com perda de capacidade de detenção em obras previstas para infiltração e 
percolação. 
 
Para evitar tais problemas é fundamental tomar alguns cuidados, cabendo atentar para os aspectos mencionados a 
seguir: 
 
1 ) é conveniente que as áreas onde venham a ser implantadas obras de detenção já sejam consolidadas em termos 
de ocupação urbana; 
 
2 ) é também conveniente que essas áreas sejam dotadas de um razoável sistema de coleta de lixo e de limpeza das 
vias públicas a fim de que os detritos carreados pelo sistema de drenagem sejam de pequena monta; 
 
3 ) é importante atentar para o nível de educação da população dessas áreas, uma vez que este aspecto tem uma 
relação muito estreita com o lixo lançado diretamente no sistema de drenagem; 
 
4 ) quanto às feiras livres que existem em diversos pontos da cidade de São Paulo, é importante lembrar que 
constituem importante fator de produção de lixo que, em parte pelo menos, inevitavelmente é carreado pelo sistema 
de drenagem, mesmo em áreas consolidadas e dotadas de coleta regular de lixo e limpeza das vias públicas; 
 
5 ) no projeto de obras de detenção, de maneira geral, é necessário prever condições de acesso às mesmas que 
facilitem os trabalhos de remoção de detritos e limpeza, em particular nos casos de obras subterrâneas que, pela sua 
própria natureza, envolvem dificuldades inerentes a esse tipo de obra; 
ROTEIRO DE PROJETO EM DRENAGEM URBANA 
O presente roteiro visa dar uma orientação ao projetista de obras de drenagem urbana no sentido de indicar uma 
sequência metodológica de abordagem dos diferentes assuntos a serem considerados no projeto, bem como 
indicações sobre o conteúdo e forma da documentação final de apresentação do projeto. Evidentemente são 
orientações gerais e podem ser melhor adequadas em função da magnitude do projeto. 
 
O roteiro de projeto envolve os seguintes itens principais: 
 
1 ) dados básicos; 
 
2 ) análise das características da área da bacia; 
 
3 ) estudos hidrológicos; 
 
4 ) concepção de alternativas; 
 
5 ) projeto hidráulico; 
 
6 ) documentação do projeto. 
 
DADOS BÁSICOS 
Neste item o projetista deverá reunir e sistematizartodos os dados e informações básicas que servirão de subsídio 
para elaboração do projeto, sejam eles já existentes ou sejam elementos novos obtidos através de levantamentos de 
campo. 
 
Os principais assuntos a serem abordados neste item são os seguintes: 
 
1 ) planta da bacia de drenagem; 
 
2 ) características da faixa de implantação das obras; 
 
3 ) drenagem lateral; 
 
4 ) interferências principais e utilidades públicas; 5 ) condições previstas de desenvolvimento futuro; 
 
6 ) cobertura vegetal e condições de ocupação da bacia atual e futura; 
 
7 ) características geológicas da bacia; 
 
8 ) características geotécnicas e do lençol freático da faixa de implantação das obras; 
 
9 ) informações sobre chuvas intensas na área da bacia; 
 
10 )estudos anteriores; 
 
11 )outras informações. 
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA 
Esta análise tem por objetivo fornecer os elementos característicos da bacia que influem no regime de cheias da 
mesma, envolvendo aspectos geológicos, morfológicos, cobertura vegetal e tipo de ocupação existente e previsível. 
 
Neste sentido os tópicos básicos a serem considerados são: 
 
1 ) características morfológicas da bacia; 
 
2 ) características de ocupação e de cobertura vegetal; 
 
3 ) características geológicas e dos solos da bacia; 
 
4 ) avaliação das condições de permeabilidade regionais. 
 
ESTUDOS HIDROLÓGICOS 
Os estudos hidrológicos têm por objetivo fornecer as vazões máximas a serem adotadas para projeto, bem como de 
hidrogramas de cheias quando houver a necessidade de dimensionar ou analisar o efeito de reservatórios de 
detenção existentes. 
 
Nos casos de bacias alongadas que possuam tributários de porte apreciável em sua porção de jusante, embora não 
possuindo reservatório, é recomendável estabelecer os respectivos hidrogramas individuais por sub-bacias e efetuar 
em seguida a composição do hidrograma global afluente a cada ponto de interesse ao longo do canal principal. 
 
A utilização de métodos que forneçam diretamente picos de cheias, como é o caso do método de Ven Te Chow, 
podem levar a valores subestimados. 
 
Este assunto é abordado com maiores detalhes no Capítulo 3 do presente documento. 
 
A forma de considerar as vazões de projeto ao longo do canal a projetar pode ser consubstanciada numa curva 
envoltória de picos de cheia, sejam elas obtidas por cálculos direto, sejam através da composição de hidrogramas, 
conforme mencionado anteriormente. 
 
A distribuição final de vazões a adotar poderá ser efetuada de modo a considerar sub-trechos com vazões constantes 
para maior simplicidade dos cálculos. 
 
Os tópicos básicos a serem considerados são os seguintes: 
 
1 ) critérios de projeto; 
 
2 ) chuvas de projeto; 
 
3 ) subdivisão da bacia em áreas hidrologicamente homogêneas; 
 
4 ) parâmetros morfológicos característicos das sub-bacias; 
 
5 ) cálculo de vazões máximas e/ou hidrogramas de cheias; 
 
6 ) estudo de reservatórios de detenção. 
Avaliação 
Questão 01 - O que consiste o Sistema Inicial de Drenagem? 
é aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas 
pluviais e, também, canais de pequenas dimensões. 
É constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados 
para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. 
Questão 02 - O que é constituído o Sistema de Macro-drenagem? 
é aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas 
pluviais e, também, canais de pequenas dimensões. 
É constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados 
para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. 
Questão 03 - O que é o planejamento em drenagem urbana? 
é aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas 
pluviais e, também, canais de pequenas dimensões. 
É constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados 
para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. 
Questão 04 - O que deve ser considerando no planejamento em drenagem urbana? 
é aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas 
pluviais e, também, canais de pequenas dimensões. 
É constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados 
para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. 
Questão 05 - Qual é a principal vantagem do planejamento aplicado ao sistema de drenagem urbana? 
É à obtenção simultânea de menores custos e melhores resultados. 
É constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados 
para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem. 
Questão 06 - O que é Programa de Implementação do Plano? 
É à obtenção simultânea de menores custos e melhores resultados. 
Um programa que indique quando os elementos do plano devem ser implementados, quem tem a principal 
responsabilidade para a implementação de cada elemento e como esses elementos devem ser implementados 
(financiamentos). 
No seu sentido mais amplo, é a atividade que tem por objetivo resolver os problemas de uma comunidade 
através de considerações ordenadas que envolvem desde a concepção inicial até um programa de obras. 
Os outros melhoramentos urbanos e os planos regionais, quando estes existirem.

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