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Medicina laboratorial I Fabiana Bilmayer TRANSUDATO E EXSUDATO _________________________________ ANÁLISE DE LÍQUIDO PLEURAL Raio X de derrame pleural TIPOS DE LÍQUIDOS CAVITÁRIOS 1. Líquido pleural* (15ml) 2. Líquido pericárdico (20 - 50ml) 3. Líquido peritoneal (100ml) No geral ↳ Aumento de linfócitos - infecção viral/neoplasias ↳ Aumento de polimorfonucleares - infecção bacteriana ↳ Aumento de eosinófilos - origem alérgica Derrame pleural - Pleura visceral (em contato com o pulmão) - Pleura parietal (membrana mais externa) LÍQUIDO SEROSO ● Suas principais funções 1. Proteção mecânica dos órgãos 2. Fornecimento de nutrientes 3. Eliminação de catabólicos FORMAÇÃO DO LÍQUIDO SEROSO - Se dá pela pleura parietal em função da pressão oncótica e pressão hidrostática. DEFINIÇÕES Pressão oncótica: pressão que as células do sangue exercem sob o sangue (relacionado a densidade). Pressão oncótica: pressão osmótica gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo (especificamente albumina e globulinas - proteínas). Pressão hidrostática: é a pressão que o sangue exerce sob a parede do vaso (relacionado ao volume). Pressão hidrostática: pressão que ocorre no interior dos líquidos, sendo exercida pelo peso do próprio líquido. A pressão arterial aumenta no frio: é por isso que os casos de IAM e AVC aumentam também. Isso ocorre por conta da VASOCONSTRIÇÃO. Pode gerar o rompimento de um vaso coronário ou de um aneurisma. SOLVENTE DO SANGUE = PLASMA SOLUTO DO SANGUE = ALBUMINA A redução da pressão oncótica tende a formar transudatos. Causas de aumento da pressão hidrostática Diversas são as causas que levam ao aumento da pressão hidrostática, e podemos citar: obstáculos ao fluxo venoso (em casos de trombose, embolia, compressão venosa por abcessos, tumores, granulomas, cirrose hepática devido à fibrose, útero gravídico, e insuficiência cardíaca congestiva); bombeamento venoso insuficiente (por paralisia muscular, imobilização de parte do corpo, e insuficiência das válvulas venosas). Causas de diminuição da pressão oncótica As principais causas são hipoproteinemias, devido ao aumento das perdas, como ocorre na síndrome nefrótica, onde há uma grande perda de albumina na urina (albuminúria). A perda proteica pode ser resultado também de grandes queimaduras, ou ferimentos. Pode ser também por cirrose hepática e desnutrição. FISIOLOGIA DA PLEURA Na pleura parietal (membrana mais externa), a pressão hidrostática DEVE ser maior >>> que a pressão oncótica/coloidosmótica. PRESSÃO HIDROSTÁTICA >> PRESSÃO ONCÓTICA ● Caso houver um desequilíbrio entre essas duas pressões ocorre o DERRAME PLEURAL (acúmulo de líquido). EXSUDATO Derrame causado por eventos inflamatórios ou malignos e que geralmente apresenta níveis altos de proteínas e de desidrogenase láctica (LDH). - Alta proteína - Alto LDH TRANSUDATO Derrame causado (*) por diminuição de pressão oncótica ou aumento de pressão hidrostática, geralmente com níveis baixos de proteínas e de LDH. - Baixa proteína - Baixo LDH *Só é possível diferenciar exsudato de transudato por laboratório. DIFERENCIAÇÃO DE TRANSUDATO PARA EXSUDATO ● CRITÉRIOS DE LIGHT 1. Relação entre proteína no líquido pleural e proteína no soro > 0,5 2. Relação entre LDH no líquido pleural e LDH no soro > 0,6 3. LDH no líquido pleural > 2/3 do limite normal da LDH sérica (Os transudatos não satisfazem nenhum desses critérios). A enzima lactato desidrogenase (LDH) é uma enzima intracelular e seu aumento pode indicar um dano tissular e consequente liberação da enzima à circulação. - LDH em líquidos cavitários em maior concentação do que os níveis sorológicos são encontrados em exsudatos, o que sugere a presença de doença inflamatória/infecciosa ou neoplásica. Níveis de LDH acima de 1.000U/L são encontrados em neoplasias e empiema. Toracocentese OU punção pleural Paracentese OU punção abdominal Pericardiocentese OU punção do pericárdio Testes laboratoriais do líquido pleural - Avaliação macroscópica do aspecto do fluido - Avaliação microscópica de contagem e tipos celulares Células malignas – neoplasias (mandar para patologia). - Análise química (bioquímica) - Culturas microbiológicas *Líquido pleural: coloração acidorresistente para a identificação de tuberculose. - Análises imunológicas e moleculares *IMPORTANTE SEMPRE PEDIR A GLICOSE DOS LÍQUIDOS PORQUE AS BACTÉRIAS CONSOMEM A GLICOSE (VALORES ABAIXO DA REFERÊNCIA INDICAÇÃO INFECÇÃO BACTERIANA). EXSUDATO ● Derrame parapneumônico Acúmulo de líquido pleural + pneumonia Classificação do derrame parapneumônico 1) Simples OU não complicado + Com inflamação pleural - Sem bactéria 2) Complicado + Com bactéria (bacterioscopia) ● Empiema (pus) Bioquímica do complicado ● Glicose < 40 – 60 mg/dl ● pH < 7.2 ● LDH > 1000 ● Empiema O derrame pleural ocorre em 40% dos casos de pneumonia bacteriana. TRANSUDATO EXSUDATO LDH baixo (-) LDH alto (+) Proteínas (-) Proteínas (+) Transparente (límpido) Turvo (purulento/hemorrágico) Fibrinogênio não coagula Fibrinogênio coagula Glicose normal Glicose baixa / consumida Cheiro inodoro Cheiro variável Líquidos não inflamatórios associados ao aumento da pressão hidrostática ou da diminuição da pressão oncótica. Líquidos inflamatórios associados a agentes patológicos.
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