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Aula 00 - Manejo da Crise de Asma

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MANEJO DA CRISE DE ASMA 
Aula 0 Pediatria Medcel – 24/01/2022 
Professor Leonardo Cabral Cavalcante 
 
Definição de crise de asma (exacerbação): 
Segundo o GINA 2019, exacerbação de asma é um episódio caracterizado por um aumento progressivo nos sinais e 
sintomas: tosse, sibilos, sensação de aperto no peito e dispneia, com risco de causar insuficiência respiratória. 
 
Toda exacerbação de asma requer uma revisão no tratamento habitual daquele paciente, e pode acontecer também como a 
primeira apresentação de asma. 
 
As crises ocorrem de forma gradual, a deterioração clínica é progressiva em um período de 5-7 dias. 
 
Crise asmática em pediatria: 
 Início na infância em até 505 dos casos 
 Afeta mais de 300 milhões no mundo 
 No Brasil, entre 10 e 20% de prevalência 
 Doença crônica mais comum na infância 
 Interações genéticas e ambientais 
 Alta morbimortalidade e absenteísmo 
 
Gatilhos para a crise de asma – Fatores desencadeantes 
 
O principal ponto para a exacerbação de asma é a exposição a um alérgeno e má adesão ao tratamento. Outros fatores de 
risco para exacerbação são: 
 
 Infecções respiratórias virais (rinovírus) 
 Exercícios físicos 
 Exposição a alérgeno (Ex.: pólen, ácaro) 
 Alergia a alimentos 
 Poluição do ar 
 Mudanças sazonais 
 Má adesão (principalmente ao corticoide inalatório) 
 Drogas (AAS e betabloqueadores) 
 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
 
o Diagnóstico clínico 
o Episódios recorrentes de tosse seca, sibilância, taquidispneia e uso de musculatura acessória 
o Queda de saturação de oxigênio 
o Graus variados de sinais e sintomas 
 
Avaliação em menores de 5 anos 
 
Sintomas Leve Grave* 
Alteração de consciência Não 
Agitado, confuso ou 
sonolento 
Saturação de O2 na admissão > 95% < 92% 
Fala Sentenças Palavras 
Frequência cardíaca < 100 bpm 
> 200 bpm (< 3 anos) ou 
> 180 bpm (3 a 5anos) 
Cianose central Exemplo de ausente Provavelmente presente 
Intensidade da sibilância Variável Tórax pode estar silencioso 
 
 
 
 
 
Conceito de asma: doença inflamatória crônica, com 
hiperresponsividade de vias aéreas, com limitação 
reversível e variável ao fluxo aéreo. Episódios recorrentes 
de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse. 
Patogenia 
 Lesão na integridade epitelial 
 Aumento da permeabilidade vascular 
 Hipersecreção de muco 
 Hiperreatividade do músculo liso 
 Depósito de colágeno e remodelamento 
* qualquer dessas 
alterações indica 
exacerbação grave 
de asmac 
Fatores de risco associados a gravidade e morte por asma: 
 
 Exacerbação prévia grave: internamento em UTI; 
 Dois ou mais internamentos por asma no último ano; 
 Mais de 3 visitas à emergência no ano anterior; 
 Uso de dois sprays de β 2 agonista no último mês ou uso recente de corticoide; 
 Dificuldade de percepção da gravidade; 
 Uso de 3 ou mais classes de medicações para controle; 
 Problemas sociais; 
 Presença de comorbidades. 
 
 
MANEJO 
 
Manejo da crise em casa 
 
Broncodilatador (B2 agonista de curta ação) – iniciar imediatamente 
 SALBUTAMOL ou FENOTEROL 100 mcg/jato 
 2 a 4 jatos a cada 15 min na primeira hora e posteriormente de 4 em 4 horas (também 
pode ser inalado) 
 Avaliação constante da resposta 
 
Corticosteroide sistêmico (oral) 
 Prednisolona ou prednisona 
 1 a 2 mg/kg/dia, por 3 a 5 dias, via oral 
 
 
Manejo da crise no hospital 
 
 
 
1º passo: classificar a crise  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oxigenoterapia 
Indicação: quando a saturação do 
paciente estiver < 95%, ou quando não 
tiver como verificar a oximetria. 
Manter a Sp02 ≥ 94-95% 
Cateter nasal: fluxo até 2L/ min 
Máscara facial: fluxo de 6 a 8L/ min 
 
 
Salbutamol NBZ: 
1 gota/ 3kg de 
peso 
Tratamento medicamentoso da crise 
 
→ 1ª linha: BETA-2 AGONISTA DE CURTA AÇÃO POR VIA INALATÓRIA (cada 10 a 30 minutos) na 1ª 
hora. Em crianças sem resposta ao tratamento usual, pode-se considerar o uso de nebulização contínua. 
 
SALBUTAMOL ou FENOTEROL 100 mcg/jato 
 4 a 8 jatos a cada 20 min (3x na primeira hora) inalados 
Opção: nebulização com dose de 0,1 a 0,15 mg/kg/dose (1 gota a cada 2 
a 3 kg – máx 20 gotas) na 1ª hora. 
 
 
→ Na crise grave, está indicado brometo de ipratrópio. (é um anticolinérgico, seu uso é incorreto em monoterapia, 
ele potencializa o broncodilatador) 
 
Brometo de Ipratrópio (Atrovent): 20 a 40 gotas a cada 20 minutos, via 
NBZ (associado ao beta-2-agonista de curta, diluído em 3 a 5mL de 
SF0,9%). 
 
- A água destilada não deve ser veículo nas nebulizações, pelo risco de agravamento das crises. Deve ser usado o soro 
fisiológico. 
 
Em adultos: salbutamol intravenoso → recurso extremo para evitar a ventilação. 
E crianças: salbutamol intravenoso → ainda na sala de emergência para os que não respondem à via inalatória. 
 
Corticoides sistêmicos 
essenciais no tratamento da exacerbação 
deve ser usados precocemente (na 1ª hora) 
o uso por via oral ou intravenosa tem efeito clínico equivalente 
após a alta devem continuar sendo usados por 3-5 dias em crianças e 5-7 dias em adultos 
 
Corticoide Oral: (Prednisona 40-60mg em adultos e 1-2mg/kg até 40mg/dia em crianças) 
Corticoide venoso: Metilprednisolona 60-125mg/dose, EV (preferir) ou Hidrocortisona 
100-500mg/dose, EV. 
 
Sulfato de magnésio 
Indicado em exacerbações mais graves, devendo ser utilizado quando não ocorre resposta ao tratamento inicial com β2-
agonista e corticoide. A resposta terapêutica ocorre em uma a duas horas. 
 
Sulfato de Magnésio 25 a 75 mg/kg/dose (máx 2g), EV, infundir em 20 minutos (20ml de 
MgSO4 10% + 200ml de SF0,9%, em BIC) 
Esta medicação só deve ser administrada uma única vez – não repetir! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares  nenhum rotineiramente. A não ser quando houver suspeita de complicações ou de outros 
quadros associados. Ex.: descartar aspiração de corpo estranho, pneumonia. 
 
 
Avaliação da resposta ao tratamento, critérios de alta e de transferência para a unidade de internação 
 
30-60 min após o tratamento inicial → reclassificação da gravidade → SpO2 (oximetria) 
Se a SpO2 persistir < 92% após tratamento inicial → indicação de hospitalização 
 
Pacientes com boa resposta ao tratamento - liberados para domicílio: 
- não apresentam sinais de gravidade 
- SpO2 > 95% (sem dar oxigênio) 
- PFE ou VEF1 ≥ 70% do valor previsto 
 
 
Escolha dos dispositivo de acordo com a faixa etária 
 
Faixa etária Dispositivos 
< 4 anos IP (inalador pressurizado) + espaçador com máscara 
4 a 6 anos IP + espaçador com bocal 
≥ 6 anos IP + espaçador com bocal ou IP 
adultos IP pu IPo (inalador de pó) 
 
Indicações para transferência para UTI 
 
Hipercapnia, acidose (pH < 7,30) ou hipoxemia 
Níveis elevados de lactato sérico 
Hipotensão arterial ou arritmias cardíacas graves 
Persistência de sinais e sintomas de gravidade: 
 sonolência, confusão mental 
 exaustão, cianose 
 silêncio respiratório 
 PFE < 30% do valor previsto 
 
Se for necessária a intubação endotraqueal em serviços de urgência: pode ser usada a QUETAMINA, pois ela não 
compromete a hemodinâmica, produz broncodilatação (ação simpaticomimética). A técnica deve ser complementada com 
a indução de bloqueio neuromuscular (midazolam). 
 
 Resumo complementado com aula do Medcel e Site SanarMed 
 Esse post da Sanar está MUITO bom! Recomendo a leitura: https://www.sanarmed.com/crise-de-asma-na-emergencia-
gina-yellowbook 
https://www.sanarmed.com/crise-de-asma-na-emergencia-gina-yellowbook
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