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Análise Econômica e Financeira

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Análise econômica e 
financeira de empresas
José Tadeu Almeida
Introdução
Nesta aula, vamos entender o que uma empresa deve considerar para definir preços e lucros, 
discutindo como estas definições se relacionam à produção e seus custos. A gestão correta de 
todas variáveis é fundamental para o crescimento da empresa e para a sua sobrevivência no mer-
cado. Por isso, vamos conhecer também os principais fatores de influência no preço de um pro-
duto ou serviço – e, consequentemente, no lucro obtido com a sua comercialização.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar os mecanismos de formação de preços, lucros e práticas de gestão de uma 
empresa.
1 Conceitos Principais
Toda empresa que pretenda firmar-se no mercado, sobreviver às condições de uma realidade 
competitiva e, acima de tudo, crescer a médio e longo prazo, precisa planejar suas atividades de 
forma precisa e conectada ao cenário econômico. 
Assim, o planejamento estratégico não pode considerar apenas a realidade interna da firma, 
e sim, as relações que ela estabelece com fornecedores, parceiros e, sobretudo, com seus clientes 
(BRUNI; FAMÁ, 2008).
Figura 1 – Planejamento estratégico
Fonte: Light and Dark Studios / Shutterstock.com
O preço de um bem ou produto, por exemplo, pode simplesmente ser formado pelo seu custo 
somado ao lucro esperado, certo? No entanto, a aplicação desta fórmula básica só funciona até 
certo ponto, e não é condizente com um mercado competitivo.
Um dos principais critérios que os clientes de uma firma levam em conta, naturalmente, é o 
preço dos produtos. Qualquer pessoa faz isso no dia a dia: o quanto o cliente vai gastar no bem é 
parte fundamental na sua escolha.
Da mesma forma, a geração de lucro é a grande meta da empresa. É necessário que sejam 
visualizados retornos reais sobre a receita para que os proprietários ou acionistas realizem inves-
timentos que permitam à empresa crescer ainda mais.
FIQUE ATENTO!
Em regimes de monopólio, em que uma empresa detém 100% do público consu-
midor, práticas simples de elaboração de preços com base em custos e lucros são 
mais viáveis, dado que a empresa não possui concorrentes.
2 Análise de gestão
Sabemos da importância dos custos, lucros e preços de venda dos produtos, mas como enten-
dê-los e estruturá-los para conectar todas estas variáveis com os objetivos estratégicos da empresa?
Figura 2 – Gestão de custos
Fonte: Carlos andre Santos / Shutterstock.com
Cabe lembrar que os preços de venda de um bem são variáveis associadas à gestão orça-
mentária, que é um processo de curto prazo – afinal, ela fixa horizontes associados a períodos 
como um mês, três meses ou um ano, por exemplo (LUNKES, 2010).
Acima de tudo, o preço de venda de um bem depende de uma correta gestão de custos: a 
firma deve ter uma visão clara a respeito das operações de desembolso que ela precisará realizar 
para bancar as suas atividades. Saber com que tipos de custos a empresa necessita arcar, como 
os custos fixos e variáveis de produção, por exemplo, também é importantíssimo.
Mas o preço de venda – e, consequentemente, a geração de receitas – não depende apenas 
da gestão de custos. É preciso analisar, ainda, outras variáveis importantes, dentre as quais Mar-
tins (2006) destaca:
 • a elasticidade da demanda;
 • a existência de produtos substitutos;
 • as condições do mercado em que a empresa atua;
 • os preços dos concorrentes e seu poder de mercado;
 • as estratégias de marketing que a firma aplica.
3 Formação de preços
Como vimos, para determinar o preço de venda dos produtos que comercializa, a empresa não 
pode apenas fazer uma soma dos seus custos e dividi-los pelo número de unidades produzidas. 
A determinação do preço de venda de um bem é um processo complexo e dinâmico, pois 
deve levar em conta variáveis internas e externas ao funcionamento da firma.
FIQUE ATENTO!
A empresa também precisa estar atenta ao ambiente externo, que é determinado 
principalmente pela conjuntura econômica – espaço no mercado, crises econômi-
cas, taxa de câmbio, etc. Através desta análise, podemos verificar, sobretudo, as 
condições da concorrência e o perfil de consumo dos clientes.
Figura 3 – Busca pela maximização de receitas
Fonte: Dusit / Shutterstock.com
Há diferentes formas de cálculo para a formação de preços. A fórmula mais simples, e usada por 
grande número de empresas – sobretudo as de pequeno porte – é baseada nos custos de produção.
Nestes casos, a firma deve apurar os diferentes custos (fixos e variáveis) associados à sua 
atividade produtiva e agregar um valor percentual adicional, conhecido como markup. A função do 
markup é realizar uma cobertura das despesas que não estão diretamente incluídos na estrutura 
de custos, como os tributos sobre o preço de venda, os lucros esperados, a remuneração dos 
sócios, etc (MARTINS, 2006). 
Cabe enfatizar que estas despesas relacionam-se a cada produto, individualmente: o markup 
não se trata de um valor fixo ou uma porcentagem fixa do custo de produção que possa ser 
aplicada sobre todos os tipos de bens. Esta identidade representa uma margem de receitas que a 
firma deve obter para cobrir algumas das despesas operacionais mencionadas.
SAIBA MAIS!
Um dos principais erros de gestão dos proprietários de uma empresa é acreditar 
que o lucro dela está à sua disposição para uso em outras atividades que não a de 
viabilizar o crescimento da própria empresa.
Por custos fixos entendemos os desembolsos que a firma deve realizar periodicamente, 
mesmo na ausência de atividade produtiva. São valores inerentes ao seu funcionamento, como o 
pagamento de taxas de funcionamento, encargos contábeis, alugueis, salários dos funcionários, 
hospedagem de site, zeladoria e manutenção, segurança, etc.
Como o próprio nome diz, são custos constantes, e se tornam menos significativos no orça-
mento geral conforme aumenta o número de bens comercializados pela firma. Ou seja, os custos 
fixos médios de cada produto tendem a reduzir-se com o aumento da produção.
Já os custos variáveis estão diretamente ligados às rotinas de produção e comercialização, 
tais como o pagamento de comissões sobre vendas, matérias-primas, armazenamento, fretes e 
encargos de transporte, entre outros (LUNKES, 2010). Eles aumentam junto com o crescimento da 
produção e da venda.
EXEMPLO
Uma firma possui a seguinte estrutura de custos mensais para produzir 1 mil uni-
dades de determinado item.
Fixos: salários (R$ 5.000,00), aluguéis, manutenção, limpeza, zeladoria e seguran-
ça: (R$3.500,00), impostos e serviços de contabilidade (R$ 1.200,00), totalizando 
R$ 9.700,00.
Variáveis: matéria-prima (R$ 5.300,00).
Custos totais: R$ 9.700,00 + R$ 5.300,00 = R$ 15.000,00
Custo total por unidade: R$ 15,00.
Markup (margem de cobertura de despesas não incluídas na estrutura de custos): 
R$ 2,00 por unidade (R$ 1,00 como tributo sobre preço de venda da empresa, e 
R$ 1,00 como remuneração aos sócios da firma).
Preço final de venda (cobre os custos de produção, lucros esperados e tributos, por 
unidade): R$ 15,00 + R$ 2,00 = R$ 17,00.
Nesta técnica de formação de preços, é preciso levar em conta alguns elementos:
 • o preço de venda calculado é dado avista, e em moeda nacional. Para vendas a prazo 
e/ou em moeda estrangeira, deve-se embutir os encargos financeiros e considerar o 
valor da taxa de câmbio;
 • as comissões sobre vendas também possuem encargos sociais, caso os vendedores 
tenham vínculo empregatício com a firma;
 • tributos que incidem sobre a receita, tais como o ICMS, PIS, COFINS, ISS e outros.
Portanto, ainda que por vezes esteja sujeita a erros de previsão, a técnica de formação de 
preços a partir dos custos globais é a mais simplificada e popular no cotidiano das empresas 
brasileiras (MARTINS, 2006).
Importante ressaltar que a definição correta dos custos de um produto é o que irá permitir ao 
gestor determinar os lucros que poderão ser retirados, como veremos a seguir.
4 Determinação de lucrosPodemos visualizar o lucro a partir do momento em que há sobras de receita, após a empresa 
pagar todos os custos fixos e variáveis associados ao processo de produção. Trata-se do que 
entendemos como uma visão da produção agregada: a análise do montante total de receitas e 
custos da firma.
FIQUE ATENTO!
Tenha em conta que a existência de lucros não é o único indicador de sustentabili-
dade financeira de uma empresa. A sua estrutura de ativos e passivos, o seu grau 
de endividamento, a composição do capital de terceiros e outras variáveis também 
são importantes para uma análise de gestão mais precisa.
Como os custos fixos tendem a ser amortizados à medida que a produção aumenta, deve-
mos focar na análise dos custos variáveis para entender a dinâmica do lucro.
Neste processo, surge o conceito de Margem de Contribuição (MC): o valor, em dinheiro, do que 
resta em relação às receitas de vendas de um produto após os custos variáveis terem sido pagos. 
SAIBA MAIS!
A determinação da margem de lucro e a análise das movimentações financeiras fazem 
parte, sobretudo, de um processo matemático, que pode ser sistematizado. Voltado 
para os educadores financeiros, porém com linguagem acessível a todos os públicos, o 
artigo de Marcos Noé denominado “Funções econômicas” demonstra diferentes iden-
tidades relacionadas à administração financeira de uma empresa. Acesse: <http://edu-
cador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/funcoes-economicas.htm>.
Agora, observe a seguinte fórmula:
MC = RBV – CV
Aqui, MC corresponde à Margem de Contribuição, RBV representa as Receitas Brutas de Ven-
das, e CV corresponde aos Custos variáveis.
A Margem de Contribuição, portanto, é diferente do lucro: o lucro é dado pela diferença entre 
as receitas brutas de venda e os custos totais, ou seja, a soma de custos fixos e variáveis. A mar-
gem de contribuição, por sua vez, é dada pela diferença entre as receitas brutas de venda e os 
custos variáveis, apenas.
EXEMPLO
A demonstração de resultados do exercício (DRE) é uma ferramenta contábil que 
demonstra os fluxos de receitas e despesas de uma firma que, ao longo de um 
dado período, alteram a estrutura do patrimônio líquido da firma (MARTINS, 2006). 
A DRE é estruturada a partir das receitas brutas de vendas da empresa, das quais 
são deduzidos os custos dos produtos, tributos sobre vendas e outros abatimen-
tos (como devoluções de produtos, por exemplo). Após estas deduções, é gerado 
o lucro bruto. Assim, observe parte da DRE apresentada por uma firma na Tabela 
“Demonstração de Resultados do Exercício”.
Tabela 1 – Demonstração de Resultados do Exercício
Receita bruta de vendas e serviços
Vendas de produtos R$ 2.000.000
Deduções da receita bruta
Devoluções e abatimentos R$ 20.000
Impostos incidentes sobre vendas R$180.000
Receita líquida R$ 1.800.000
Custo dos produtos e serviços
Custo dos produtos vendidos R$ 1.200.000
Lucro Bruto R$ 600.000
Fonte: elaborada pelo autor, 2017.
Assim, considere que são vendidas mil unidades de um certo produto pela firma. 
Podemos ver que a receita bruta de vendas (RBV) é igual a R$ 2.000.000. Já os 
custos variáveis estão ligados aos desembolsos que a empresa precisará realizar 
à medida que produz bens; no caso, estes custos correspondem à soma entre as 
devoluções e impostos sobre vendas:
CV = 20.000 + 180.000 = R$ 200.000
Deste modo, temos que a Margem de Contribuição é igual a:
MC = RBV – CV = 2.000.000 – 200.000 = R$ 1.800.000
Neste exemplo, portanto, observamos que os custos variáveis representam 10% da 
receita bruta.
Para finalizar, lembre-se sempre que o montante que supera a Margem de Contribuição – o 
lucro operacional – ainda pode estar sujeito a tributação, em especial o Imposto de Renda. Desta 
forma, quando a firma espera um determinado montante de lucros, deve levar em conta todas 
estas possibilidades.
Fechamento
Nesta aula, você teve oportunidade de:
 • conhecer os processos de determinação de preços de venda e geração de lucros nas 
empresas modernas.
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na 
calculadora HP 12C e Excel. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LUNKES, João R. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
NOÉ, Marcos. Funções Econômicas. Brasil Escola. Disponível em: <http://educador.brasilescola.
uol.com.br/estrategias-ensino/funcoes-economicas.htm>. Acesso em: 31 ago. 2017.
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/funcoes-economicas.htm
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/funcoes-economicas.htm

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