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1- TERMINOLOGIA EM PRÓTESE FIXA
Coroa é uma restauração feita de forma indireta, cimentada, que reconstrói a morfologia, 
função e contorno da porção coronária destruída de um dente. Deve proteger as estruturas 
remanescentes do dente de posteriores danos. Coroa total é assim chamada quando a 
restauração cobre toda a coroa clínica do dente. Se cobrir apenas uma parte do dente, é chamada 
de coroa parcial.
Restaurações intracoronárias fundidas são aquelas que se adaptam em cavidades 
preparadas de um dente. As incrustações, também chamadas de “INLAY’S” podem ser usadas 
como restaurações dentárias isoladas para lesões próximo-oclusais de extensão mínima a 
moderada. Quando é acrescentada a cobertura das cúspides, passam a ser chamadas de 
“ONLAY’S” e são usadas para restaurar dentes extensamente destruídos, ou aqueles que 
requerem uma restauração mésio-ocluso-distal.
Uma ponte é uma prótese que substitui um ou mais dentes ausentes, permanentemente 
unida aos dentes remanescentes. Também é conhecida como prótese parcial fixa. Um dente que 
serve de suporte a uma ponte é chamado de pilar, enquanto o dente artificial suspenso entre os 
pilares é chamado de pôntico. O pôntico está unido aos retentores, que são as restaurações que 
vão cimentadas aos pilares corretamente preparados.
1
Componentes de uma ponte fixa
2- INDICAÇÕES PARA PRÓTESE FIXA
Quando se fala em prótese fixa, a primeira imagem que vem em nossas mentes é a de 
espaços protéticos originados por elementos dentais perdidos, sendo substituídos por próteses 
fixas que também são conhecidas como “Pontes Fixas”. Devemos lembrar que as próteses 
unitárias também são próteses fixas.
2.1- PRÓTESES FIXAS UNITÁRIAS
As próteses fixas unitárias estão indicadas quando um elemento dental apresenta uma 
destruição elevada de seus tecidos estruturais. Geralmente o processo de destruição dos tecidos 
através da cárie dentária começa pelos sulcos e fóssulas da face oclusal ou pela má higienização 
das faces proximais pela falta do uso do fio dental. Enquanto essa destruição não atinge a 
estrutura das cúspides dentais, a restauração da forma e função do elemento atingido deve ser 
feita com o uso de materiais restauradores diretos, como a resina composta ou o amálgama, por 
2
exemplo. Quando a destruição compromete a estrutura das cúspides, principalmente as de 
contenção cêntrica, está indicada a restauração do elemento de forma indireta, ou seja, com o uso 
de uma prótese unitária feita sobre um troquel obtido através de uma moldagem e a posterior 
confecção de um modelo de trabalho. Estas próteses podem ser metálicas, metalo- cerâmicas, de 
cerâmica pura ou confeccionadas com os cerômeros.
2.2- INDICAÇÕES PARA PONTES FIXAS
Os dentes ausentes devem ser repostos. Isso parece óbvio quando se trata dos dentes 
anteriores, onde os espaços edêntulos interferem diretamente na estética, porém é de igual 
importância quando se trata dos dentes posterores. Com a reposição dos elementos ausentes, a 
função é restaurada, os dentes vizinhos ao espaço edêntulo são mantidos em seus respectivos 
lugares, e ainda é evitada a supra erupção dos dentes antagonistas.
Para substituir dentes ausentes, uma ponte fixa, em condições apropriadas é superior a 
uma prótese parcial removível (PPR) e geralmente é preferida pelos pacientes. O tipo de prótese 
mais usual é a que se fixa nos dois dentes de cada extremo da região edentula. Existem vários 
fatores que influirão na decisão de se fazer uma ponte ou não, na escolha do dente que utilizará 
como pilar, e no tipo de retentor que se irá usar.
3- CONSIDERAÇÕES BIOMECÂNICAS
3
As pontes de espaços protéticos extensos sobrecarregam os ligamentos periodontais e, 
além disso, têm o inconveniente de serem menos rígidas que as de vãos menores. O desvio ou 
flexão varia diretamente com o cubo do comprimento e inversamente com o cubo da espessura 
ocluso-gengival do pôntico. Sem modificar nenhum dos outros parâmetros, uma ponte de dois 
pônticos sofre flexão oito vezes maior que a de um pôntico.Uma ponte de três pônticos sofrerá 
deflexão vinte e sete vezes maior do que a de um pôntico.
Se a deflexão para um determinado espaço é de uma unidade “X”, será de oito unidades se o espaço for duplicado, 
“2X” e de vinte e seis se for “3X”
Fazendo o pôntico com a metade da espessura, a deflexão aumenta oito vezes.
4
Se a deflexão para um determinado espaço que tem uma espessura “X” é de uma unidade, a deflexão será oito vezes 
maior se a espessura for diminuída pela metade
Podemos notar que uma ponte feita na mandíbula, com vão extenso, sobre dentes curtos, 
poderia ter conseqüências desastrosas. Os vãos mais extensos de pônticos também têm a 
possibilidade de exercer maiores forças de torção na ponte, especialmente sobre o apoio mais 
fraco. Todas as pontes, curtas ou longas, sofrem alguma deflexão para certo ponto. Devido às 
cargas serem aplicadas aos suportes através dos pônticos, os retentores da ponte as sustentaram 
em direções e grandezas diferentes das restaurações unitárias. As forças de deslocamento sobre 
um retentor de ponte tendem a atuar no sentido mésio-distal e, nas restaurações unitárias é no 
sentido vestíbulo-lingual. Os preparos para retentor seriam modificados, preparando-se caixas 
proximais e não sulcos, para se conseguir maior resistência e duração em sua estrutura. Nas 
restaurações unitárias, seriam feitos sulcos adicionais nas faces vestibular e lingual.
Algumas vezes se utiliza pilares duplos para resolver o problema que se apresenta nos 
casos de relação coroa-raiz desfavorável e pôntico extenso. Para que um pilar secundário 
realmente reforce a ponte sem se tornar uma fonte de problemas, terá que se ater a vários 
detalhes. O pilar secundário deverá ter pelo menos a mesma área radicular que o primeiro e 
5
igualmente a mesma relação coroa raiz. Um canino pode ser usado como pilar secundário, junto a 
um pré-molar como primário, mas não é correto aplicar incisivo lateral como secundário junto a um 
canino como primário, por exemplo. Os retentores do pilar secundário devem ser pelo menos tão 
retentivos quanto os do primário. Quando a ponte se flexiona o pilar secundário é submetido a um 
esforço de tensão que põe em prova a capacidade retentiva do retentor.
Os retentores dos dentes pilares secundários serão submetidos a tração quando os pônticos sofrerem deflexão 
atuando os pilares primários como fulcro.
A curvatura da arcada dentária origina sobrecargas nas pontes. Se os pônticos 
permanecem fora do eixo que une ambos os pilares atuam como braço de alavanca produzindo 
uma torção dupla. Este é um problema que usualmente aparece quando se tem que substituir os 
quatro incisivos superiores com uma ponte fixa e é tão mais acentuado quanto mais estreito for o 
arco. O melhor a se fazer para se compensar a torção é ganhar retenção adicional na direção 
oposta ao braço de alavanca, e numa distância do eixo que une os pilares primários, igual ao 
comprimento do braço de alavanca. Para uma ponte de quatro dentes, de canino a canino, no 
arco superior, costuma-se utilizar os primeiros pré-molares como pilares secundários. Os 
retentores dos pré-molares devem ter uma retenção ótima, Por estarem submetidos a forças de 
tensão.
6
4- PROBLEMAS ESPECIAIS EM PRÓTESES FIXAS
4.1- PILARES INTERMEDIÁRIOS
As pontes são construídas de preferência com conectores rígidos (juntas soldadas) entre 
os retentores e os pônticos. Uma ponte com os pônticos rigidamente soldados aos retentores 
provê a desejável resistência e retenção à prótese e ao mesmo tempo suaviza a sobrecarga 
associada à restauração.
Em muitos casos poderá ocorrer um espaço edêntulo de cada lado de um dente que, 
permanecendo isolado, servirá de pilar intermediário caso se construa uma ponte. O movimento 
fisiológico dos dentes, a posição dos pilares no arco e capacidade retentiva dos retentores fazem 
com que uma ponte de cinco unidades,rígida, soldada, não seja o tratamento ideal.
Os dentes nos diferentes segmentos do arco se movem em diferentes direções. Por causa 
da curvatura do arco, o movimento de um dente anterior, que ocorre de vestibular para lingual, 
forma um ângulo considerável com um movimento vestíbulo-lingual de um molar.
Estes movimentos, de magnitudes mensuráveis e de direções divergentes podem criar 
sobrecargas que, em uma prótese de vão livre extenso, se transmitirão aos pilares. Origina-se um 
considerável esforço nos dentes suporte devido à grande extensão dos espaços pelos quais se 
transmitem os movimentos, à grandeza e direção independente da movimentação dos apoios e à 
tendência que tem o pilar intermediário de atuar como um fulcro.
7
O pilar intermediário em uma ponte fixa rígida atua como um fulcro.
As forças transmitidas aos pilares terminais como resultado da presença de um pilar 
intermediário atuando como fulcro podem ocasionar a falha do retentor mais fraco.
A restauração mal sucedida apresentará infiltração marginal e uma cárie facilmente 
chegará a se desenvolver antes de ser descoberta. A retenção de um dente anterior, devido ao 
seu menor tamanho, é normalmente menor que a de um dente posterior. Como a possibilidade de 
aumentar a resistência as forças deslocantes de um retentor é pequena, algum outro meio para 
neutraliza-las terá que ser encontrado.
O uso de conectores não rígidos pode reduzir esses problemas. Apesar de uma 
adaptação relativamente precisa, o movimento deste tipo de conector é suficiente para evitar que 
o suporte intermediário atue como fulcro, em direção vestíbulo-lingual ou ocluso-cervical.
8
Um conector não rígido no pilar intermediário evita que este atue como fulcro.
O conector não rígido é uma união mecânica do tipo rompe forças que se confecciona em 
substituição à usual união soldada. O desenho não rígido mais comumente usado consiste em um 
macho em forma de “T” soldado ao pôntico e um encaixe no retentor.
Seu uso é restrito às pontes pequenas, que substituem um só dente em cada espaço 
edêntulo. Um pôntico muito grande produziria uma ampliação do movimento que também seria 
destrutivo para o pilar do extremo, onde o encaixe vai ser soldado. Não se deve fazer próteses 
com conectores não rígidos se os prováveis pilares mostram uma mobilidade significativa. Deve 
haver uma distribuição equilibrada das forças oclusais em todas as partes da ponte. Se o pilar 
posterior ou o pôntico, ou os dois, não têm antagonista e ocluem com uma prótese parcial 
removível, e se as três unidades anteriores ocluem com dentes naturais, a parte macho do 
conector e as unidades posteriores, submetidas a forças oclusais fracas ou nulas, tenderão a 
sofrer extrusão.
9
A localização do mecanismo rompe-forças também é importante. Tem que estar no pilar 
intermediário, já que, colocado em um dos outros dois pilares terminais, permitiria que o pôntico 
exercesse um grande braço de alavanca com o apoio intermediário como fulcro. A parte fêmea do 
conector deve estar situada dentro do contorno normal da face distal do apoio intermediário e a 
parte macho, na face mesial do pôntico. Os eixos longitudinais dos dentes posteriores usualmente 
têm uma ligeira inclinação para mesial e as forças oclusais aplicadas verticalmente provocam um 
movimento adicional nesta mesma direção. Se a parte fêmea do conector está situada no lado 
distal do apoio intermediário, o movimento para mesial tende a encaixar solidamente a parte 
macho em “T” no seu local.
Se um conector não rígido está colocado na face distal de um retentor de um pilar intermediário, o movimento em 
direção mesial tende a alojar o macho na fêmea.
Se, em troca, a fêmea está do lado mesial, a parte macho tende a ser expulsa durante os 
movimentos para a mesial.
10
Se um conector não rígido está colocado na face mesial do pilar intermediário, o movimento em direção mesial tende 
a desalojar o macho.
Com o tempo, isto poderia produzir uma mobilidade patológica ou uma falha no pilar 
anterior.
4.2- PILARES MOLARES COM INCLINAÇÃO
Com muita freqüência, surge a necessidade de se usar como pilar o segundo molar 
inferior que se inclinou para a mesial, ocupando parte do espaço em que havia estado o primeiro 
molar. É impossível preparar os dentes pilares para ponte, seguindo o eixo longitudinal dos dentes 
e, ao mesmo tempo, conseguir os eixos de inserção paralelos.
11
Quando um molar inferior se inclina para mesial, ocorre uma discrepância entre o eixo longitudinal do molar e do pré-
molar.
Se o terceiro molar está presente, surge uma complicação a mais, pois também inclinam e 
migram juntamente com o segundo. Como o eixo de inserção da prótese está determinado pelo 
pré-molar, que é mais estreito, é muito provável que tal eixo seja quase paralelo ao eixo 
longitudinal que teria o molar antes que se inclinasse. O resultado disso é que a face mesial do 
terceiro molar inclinada interfere no eixo de inserção da ponte, impedindo o seu perfeito ajuste.
Esta ponte não vai se adaptar porque o dente distal à ponte interfere no eixo de inserção.
12
Se a interferência é pequena, o problema pode ser solucionado desgastando-se a face 
mesial do terceiro molar e restaurando rapidamente, dependendo da quantidade e grau do corte. 
Como o segundo molar será preparado com maior conicidade que a conveniente, sua capacidade 
de retenção deverá ser aumentada fazendo sulcos em vestibular e em lingual. Se a inclinação é 
pronunciada, deve-se procurar medidas corretivas mais complexas. O tratamento escolhido 
consiste em corrigir ortodonticamente a posição dos molares. Mesmo que não tenha sido possível 
a correção ortodôntica, ou se somente se conseguiu uma correção parcial, todavia ainda é 
possível construir uma ponte. Sugere-se que os longos eixos dos pilares não devem convergir 
mais do que 25º a 30º. Estudos demostraram que um molar inclinado para mesial produz menos 
tensão no osso alveolar ao longo da superfície mesial da sua raiz mesial suportando uma ponte do 
que sem ela. Sem dúvida haverá mais tensão junto ao pré-molar. No pilar distal pode-se usar 
como retentor uma coroa parcial mesial, deixando a face distal descoberta.
Uma ponte utilizando meia coroa proximal como retentor em um molar inclinado.
 Este retentor só poderá ser usado se a face distal estiver intacta, com baixa incidência de 
cáries proximais no restante da boca. A coroa parcial proximal está contra-indicada se, como 
13
resultado da inclinação, existe uma grande diferença de altura entre a crista marginal distal do 
segundo molar e a mesial do terceiro.
4.3- PONTES PARA SUBSTITUIR CANINOS
São sempre pontes difíceis, pois os caninos estão freqüentemente fora do eixo que vai de 
pilar a pilar. Os prováveis suportes são o incisivo lateral, o mais fraco de todos os dentes da 
arcada, e o primeiro pré-molar o mais fraco dos posteriores. Uma ponte que substitua o canino 
superior está submetida a maiores esforços que uma que substitua o inferior, porque as forças se 
transmitem para a vestibular (para fora) no superior, apoiando-se na face interna da curva, que é 
seu ponto mais fraco. No canino inferior, as forças se dirigem para lingual (lado de dentro), 
apoiando-se na face externa da curva, seu ponto mais resistente.
Uma ponte que substitua um canino superior (A) está sujeita a grandes forças lesivas porque as forças se dirigem 
para fora e porque o pôntico está situado por fora do eixo que vai de um pilar ao outro. Uma ponte que substitua um 
canino inferior (B) trabalha em melhores condições porque as forças se dirigem para dentro e o pôntico tende a se 
aproximar do eixo que vai de um pilar ao outro.
14
Qualquer ponte que substitua um canino deve ser considerada como uma ponte 
complexa, e não deve substituir mais de um dente. Um espaço edêntulo criado pela perda de um 
canino ou qualquer dos dentes vizinhos, se restaura melhor com uma PPR.
4.4- PONTES EM BALANÇO
Uma ponte embalanço é aquela que apresenta um pilar ou pilares em apenas um dos 
extremos, enquanto a outra extremidade apresenta um pôntico livre. É um desenho 
potencialmente destrutivo pelo braço de alavanca criado pelo pôntico. Somente está indicada 
quando o pilar ou pilaressão realmente resistentes e o contato oclusal no pôntico é mínimo ou 
nulo.
Uma ponte em balanço pode ser usada ocasionalmente para substituir um incisivo lateral 
superior se não há contato oclusal no pôntico nem em cêntrica nem nos movimentos laterais. 
Tem-se que utilizar o canino como pilar e, como pilar único, somente nos casos em que sua raiz 
seja larga e tenha um bom suporte ósseo. Sob nenhuma circunstância se deve utilizar um central 
como pilar de uma ponte em balanço.
Para se substituir o primeiro pré-molar inferior pode-se utilizar uma ponte em balanço 
sempre e quando haja contato oclusal unicamente em sua fossa distal. Como retentores deve-se 
utilizar coroas totais tanto no segundo pré-molar como no primeiro molar. Estes dentes têm que ter 
um suporte ósseo excelente. Este desenho é uma opção se o canino está intacto e quando, de 
todo modo, convenha fazer coroa total no molar. Se as pontes em balanço aparentam ser 
15
tratamentos conservadores, seu potencial destrutivo sobre o pilar ou pilares requer cuidado no seu 
uso.
5- CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE PRÓTESES FIXAS
Na classificação das pontes fixas, diversos fatores devem ser levados em consideração, 
dentre eles, os principais são:
• A fixação dos retentores;
• A distribuição das forças de mastigação;
• A posição que ocupa no arco dental.
Segundo a fixação, as pontes fixas podem ser classificadas em:
• Simples.
• Composta.
As pontes fixas ainda podem ser divididas em três tipos; a rígida, a semi-rígida e a de 
extremidade livre. As compostas podem ser do tipo rígida ou do tipo amovível, isto é, capaz de 
mover-se ou ser removida.
A ponte fixa é simples quando possui dois retentores, um em cada extremidade. A ponte 
fixa simples é rígida quando o aparelho é cimentado nos pônticos não permitindo nenhum 
movimento entre as partes, e é semi-rígida quando permite pequenos movimentos por meio de 
encaixes. A ponte fixa é de extremidade livre quando o aparelho possui retentores apenas de um 
lado.
16
A ponte fixa é composta quando o aparelho é constituído de três ou mais retentores, 
podendo ser fixa e amovível. Ela é composta e rígida quando a fixação é feita por meio de 
cimentação e amovível quando a fixação e feita por meio de encaixes.
Quanto a posição no arco dental, a ponte fixa pode ser anterior ou labial e posterior ou 
bucal. A anterior situa-se de canino a canino e a posterior é de pré-molar e molar.
5.1- NÚMERO DE DENTES SUPORTE
O número de dentes suporte necessários para uma ponte fixa depende da extensão do 
aparelho, da localização no arco dental, da natureza dos dentes suportes, do estado periodontal, 
da forma e implantação das raízes dos dentes que servirão de pilar.
Geralmente, um dente normal tem capacidade para resistir a duas vezes o esforço de 
mastigação que recai sobre ele, sem causar nenhum prejuízo para o seu sistema de suporte. 
Assim, uma ponte fixa simples poderá substituir no máximo dois dentes ausentes consecutivos, 
sem sobrecarregar os elementos suportes.
O cálculo do número de dentes suportes necessários para uma ponte fixa deve ser 
baseado relacionando-se as áreas periodontais como dentes suportes e dos dentes a serem 
substituídos. Portanto, para que a ponte funcione normalmente, o número de dentes suportes 
deverá ser de tal ordem que a soma das áreas periodontais dos dentes suportes nunca seja 
menor do que a soma das áreas periodontais que tinham os dentes ausentes a serem 
substituídos.
17
Uma ponte fixa após a fixação deve encontrar-se em equilíbrio, isto é, as forças externas 
que atuam sobre ela (forças de mastigação) devem ser menores do que as de reação (resistência 
do dente) a fim de o segundo neutralizar o primeiro. Quanto maior for a diferença entre essas duas 
forças em favor da resistência, maior será a durabilidade do aparelho devido a menor sobrecarga.
6- TIPOS DE PÔNTICOS
O sucesso ou fracasso de uma ponte depende em grande parte da forma do pôntico. A 
forma é ditada pela função, pela estética, pela facilidade de limpeza, pelo conforto do paciente e 
pela conservação da saúde dos tecidos da área edêntula.
Os pônticos podem ser feitos inteiramente de metal fundido ou de uma combinação de 
estrutura metálica e faceta de porcelana ou resina. A porcelana é de mais fácil limpeza e higiene, 
enquanto a resina não deve ser empregada nas áreas próximas aos tecidos gengivais, por causa 
de sua natureza porosa e à dificuldade em obter uma superfície altamente polida. Para o contato 
com os tecidos, é preferível porcelana glaseada ou ouro polido.
A forma correta é mais importante para a limpeza e saúde dos tecidos do que o tipo de 
material empregado. Deve-se ter em mente que o pôntico não substitui o dente perdido devido a 
perda de algumas estruturas quando o dente é extraído e porque o pôntico permanece sobre os 
tecidos ao invés de sair deles. Certas modificações devem ser feitas na morfologia básica do 
dente para que o pôntico seja de fácil limpeza e não lese os tecidos moles. O contorno e o tipo de 
contato do pôntico com a crista é uma das principais causas do fracasso de uma ponte fixa. Existe 
um consenso em considerar que a área do contato entre o pôntico e o rebordo deve ser pequena 
18
e que a porção do pôntico que se aproxima deste deve ser tão convexa quanto possível. O pôntico 
não deve exercer nenhuma pressão sobre o rebordo.
Os pônticos desenhados para se colocar em áreas estéticas devem produzir a ilusão de 
dentes naturais, estéticos, sem comprometer a possibilidade de limpeza. Os colocados em áreas 
não estéticas têm o objetivo de restaurar a função e evitar a migração dos dentes.
O pôntico deve estar numa linha o mais reta possível, entre os retentores, para evitar 
qualquer torção dos retentores e/ou pilares. O pôntico deve ser ligeiramente mais estreito no 
mesmo eixo entre os pilares. Também pode ser um pouco menor as custas da face lingual com o 
objetivo de prevenir a formação de uma área de sobrecontorno, de difícil limpeza.
6.1- FORMAS DOS PÔNTICOS
Existe alguma confusão na terminologia usada para descrever a forma dos pônticos. A 
seguir estão os termos mais comumente usados ou que se usa na confecção de pontes fixas para 
designar os diferentes tipos de pônticos.
6.1.1- Em sela
Este pôntico é o que mais se parece com um dente natural, substituindo todos os 
contornos do dente perdido. Como resultado, preenche os espaços interdentários e recobre a 
crista do rebordo com um amplo contato côncavo.
19
Pôntico em sela.
É impossível de se limpar e provoca inflamação dos tecidos. Nunca deve ser usado.
6.1.2- Com ligeiro contato no rebordo
Tem o aspecto de um dente natural, mas para sua fácil limpeza, tem todas suas 
superfícies convexas. A superfície lingual deve ter um contorno ligeiramente deflectivo, para evitar 
a impacção de alimentos e para diminuir o acúmulo de placa bacteriana. Pode existir uma ligeira 
concavidade vestíbulo-lingual na porção vestibular do rebordo, que será de fácil limpeza e bem 
tolerada pelos tecidos, contanto que que não seja também côncava em sentido mésio-distal. Esta 
forma com a faceta de porcelana é o tratamento escolhido para a área visível das pontes, tanto na 
maxila como na mandíbula.
20
Pôntico com ligeiro contato no rebordo superior (A) e inferior (B).
6.1.3- Higiênico
Este termo se aplica aos pônticos que não tem nenhum tipo de contato com a crista 
alveolar. 
Pôntico higiênico.
O pôntico higiênico é o tipo selecionado para áreas não estéticas. Estabiliza os dentes 
vizinhos e antagonistas, restaurando a função oclusal. Como nesta área a estética não é tão 
importante, pode ser confeccionado totalmente em metal e, para facilitara limpeza, é mantido 
afastado do rebordo. A espessura ocluso-gengival do pôntico não deve ser menor do que 3mm, e 
deve existir espaço adequado sob ele, para permitir uma fácil limpeza.
21
Observa-se a dimensão mínima da espessura ocluso-gengival de um pôntico higiênico e o espaço que deve existir 
entre ele e a crista (A). se isso não for possível, deverá ser deixado entre o pôntico e o rebordo um espaço mínimo.
6.1.4- Cônico
Também conhecido como “em forma de bala” ou “esférico”. Este pôntico é de fácil 
limpeza, mas os espaços de forma triangular próximos ao contato com os tecidos, têm tendência a 
reter resíduos, principalmente quando usados com uma crista de rebordo larga e plana.
Pôntico cônico.
Não estão contra-indicados, mas outros desenhos são geralmente de mais fácil limpeza 
ou mais estéticos.
22
6.2- A CRISTA DO REBORDO
Antes de se confeccionar um pôntico deve-se examinar cuidadosamente o rebordo. Se 
seu contorno vestibular tem forma convexa ou irregularidades que não permitam o uso de pônticos 
convexos, os tecidos moles devem ter seu contorno modificado para que o pôntico fique estético e 
de fácil limpeza. Outro problema é a presença de uma hiperplasia gengival ao lado dos dentes 
vizinhos à área edêntula. Se este tecido não for eliminado, os conectores serão menores no 
sentido ocluso-gengival, resultando provavelmente na impossibilidade de limpeza das áreas 
imediatamente abaixo das soldas quando a prótese for assentada. A hiperplasia deve ser 
removida antes de se fazer a moldagem para a confecção da ponte.
Hiperplasia gengival adjacente ao espaço edêntulo (A), deve ser removida cirurgicamente antes da confecção da 
ponte.
6.3- FACETAS PRÉ-FABRICADAS
Há uma variedade de facetas de porcelana pré-fabricadas disponíveis para uso na 
confecção de pônticos. Nenhuma destas facetas pode ser utilizada diretamente sem alguma 
23
alteração. Todas devem ser modificadas por desgaste para adaptar-se a cada situação particular. 
Uma vez desgastadas, devem ser glaseadas novamente.
6.3.1- Facetas Trupontic
Este tipo de faceta foi muito usado no passado. Há, por gengival, um maior volume de 
porcelana que pode ser adaptada ao rebordo. Num espaço desdentado com altura ocluso-
gengival reduzida este volume de porcelana torna difícil a confecção do pôntico. Uma canaleta 
horizontal se estende desde seu centro até a face lingual.
Facetas Trupontic: (A) anterior (B) posterior.
Esta canaleta, em combinação com amplos biséis proximais, propicia a retenção da 
faceta.
6.3.2- Faceta intercambiável
Fabricada com uma canaleta vertical, que se estende em uma face lingual plana, esta 
faceta é retida na estrutura metálica mediante um ressalto introduzido na canaleta.
24
Facetas intercambiáveis: (A) anterior (B) posterior.
O contato gengival deve ser feito com parte da estrutura metálica para assegurar uma 
superfície lisa. Quando a canaleta e o ressalto entram em contato com os tecidos, eles acumulam 
cálculos, resíduos, e placas bacterianas, com inflamação do tecido subjacente.
6.3.3- Pôntico sanitário
O pôntico original que leva este nome é uma porção de porcelana arredondada. Tem uma 
superfície plana que se dirige para oclusal, com uma canaleta de retenção do outro lado, que é 
orientada em direção lingual durante a fabricação do pôntico.
Faceta de pôntico sanitário
Após o ajuste para sua adaptação no espaço desdentado torna-se a glasear.
6.3.4- Facetas com pinos
25
Faceta de dorso plano com dois pinos horizontais para retenção, utilizada em casos com 
pouco espaço ocluso-gengival.
Facetas com pinos (A) anterior (B) posterior
O contato com a gengiva deve ser feito com parte da estrutura metálica evitando que a 
união do metal com a porcelana ocorra na área de contato, o que seria causa de irritações.
6.3.5- Facetas com pinos modificada
Ela é feita acrescentando-se porcelana à área linguo-gengival de uma faceta com pinos. 
Depois que a porcelana adicional foi queimada, a proeminência resultante na área gengival deve 
ser resgatada até adquirir um contorno adequado e então glaseada.
Facetas com pinos modificada: (A) anterior (B) posterior. As áreas sombreadas indicam a porcelana acrescentada.
6.3.6- Facetas com pino reverso
26
Os dentes de porcelana de estoque podem ser modificados para serem utilizados como 
facetas de pontes. Os pinos são eliminados, acrescentando-se porcelana na parte gengival da 
faceta, adaptando-a ao rebordo e prepara-se vários orifícios com precisão na face lingual através 
de brocas carbide. Os orifícios têm uma profundidade aproximada de 2mm.
Facetas com pino reverso.
Fios de nylon são colocados nos orifícios e incorporados ao padrão de cera. Estas facetas 
proporcionam boa retenção nos casos de sobremordida profunda que obrigariam a utilização de 
pinos curtos em uma faceta convencional.
6.3.7- Faceta “harmony”
Esta faceta é fornecida com uma superfície gengival sem contorno e é adaptada ao 
rebordo e novamente vitrificada. Este tipo de faceta não é indicado quando a altura ocluso-
gengival é pequena. A localização dos pinos, que se dirigem para lingual, assim como a obtenção 
de um bom contorno vestibular podem ser difíceis nestes casos.
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Facetas “Harmony”: (A) anterior (B) posterior.
6.3.8- Facetas de porcelana fundidas sobre metal
Quando se requer o máximo de estética, particularmente para um dente anterior, é 
indicado este tipo de pôntico. Se um dos retentores deve ser de metalocerâmica, o pôntico deve 
ser feito da mesma maneira, para melhorar a estética e facilitar a confecção. Este tipo de pôntico 
pode ser soldado a coroas parciais ou totais. A união gengival entre o metal e a porcelana deve 
ser localizada na face lingual ou vestibular, porém não deve ultrapassar a área em que o pôntico 
entra em contato com a gengiva.
Pônticos de porcelana fundida sobre metal.
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7- TROQUEL EM PRÓTESE FIXA
Quando se faz uma boa moldagem dos dentes preparados é importante que ela seja 
manipulada adequadamente para assegurar que sejam obtidos modelos exatos e bem detalhados. 
A obtenção de boas moldagens exige perda de tempo e esforço do operador e são, sem dúvida, 
aborrecidas para o paciente. Alguns passos simples devem ser seguidos na manipulação dos 
modelos para se ter certeza de não precisar demoradas e dispendiosas repetições. A qualidade 
do modelo influi muito na facilidade com que se fará a restauração e no seu ajuste na boca.
Um bom modelo tem de preencher as três seguintes condições:
• Tem que estar isento de bolhas de ar, principalmente no contorno na linha de 
término dos dentes preparados.
• Todas as partes do modelo devem estar isentas de distorções.
• Os modelos devem ser recortados para assegurar acesso para o enceramento 
das margens do padrão de cera.
O modelo de trabalho é o que se monta no articulador. Para que a articulação seja a mais 
perfeita possível, o modelo deve abranger toda a arcada. Na confecção do padrão de cera ele é 
utilizado para determinar os contatos proximais, os contornos vestibular e lingual e a oclusão com 
os dentes antagonistas.
O troquel é um modelo individual do dente preparado, no qual são terminadas as margens 
do padrão de cera. Há dois sistemas básicos de modelos de trabalho e troqueis: um modelo de 
trabalho com um troquel isolado e um modelo de trabalho com um troquel removível.
29
7.1- MODELO DE TRABALHO COM O TROQUEL ISOLADO
O modelo de trabalho com o troquel isolado é o procedimento simples para obtenção de 
um modelo de trabalho com troquel, desde que não exige nenhum procedimento para se obter o 
troquel além de um modelo parcial e um completo de arcada. Além da facilidade de obtenção, 
também mantém o relacionamento entre os pilares de forma fixa e estável, detalhe necessário na 
confecção de uma ponte. Uma das desvantagens do uso de modelos de trabalho com o troquel 
isolado é que o padrão deve ser transferido de um para o outro. Mudanças freqüentes destroem 
algumas adaptações internas dopadrão de cera.
O modelo de trabalho e o modelo parcial para os troqueis podem ser obtidos de 
moldagens independentes, ou vazando duas vezes a moldagem de um arco completo, desde que 
observadas as características de cada material de moldagem. Deve ser utilizado o primeiro 
vazamento para a confecção do troquel.
Tanto a superfície do modelo de trabalho como a do troquel devem apresentar superfície 
dura o suficiente para resistir à abrasão durante a confecção do padrão de cera. Portanto, o gesso 
a ser empregado é o gesso especial tipo IV ou tipo V.
7.1.1- Preparo do troquel
O modelo que vai se fazer o troquel é desgastado em um recortador eliminando-se todo o 
excesso de gesso ao redor do dente preparado.
30
O troquel é desgastado no recortador de gesso.
Durante o recorte, o modelo deve ser mantido pela sua base para se formar um cabo para 
o troquel.
O cabo do troquel deve ser ligeiramente mais largo que o preparo e com uma secção 
octagonal.
Um troquel bem recortado tem o cabo ligeiramente mais largo que o cabo.
Seus lados devem ser paralelos ou com uma discreta convergência para a base. O cabo 
deve ser paralelo ao longo eixo do dente. Se isso não ocorrer, será mais difícil adaptar as 
margens do padrão de cera.
31
Um troquel recortado impropriamente com o cabo em ângulo com o preparo.
O cabo do troquel deve ter aproximadamente 2,5cm de comprimento.
O cabo deve ter aproximadamente 2,5cm de altura.
Se for mais curto será difícil segurá-lo durante a confecção do padrão de cera.
Com uma pedra para resina em forma de pêra, desgaste a porção gengival da linha de 
término.
Recortando o troquel com uma broca para resina.
32
O recorte final do troquel é feito com um bisturi de laboratório com a lâmina nº 25.
O contorno do cabo do troquel próximo ao término do preparo deve ser completado com um bisturi.
A área gengival da linha de término deve estar regularizada e isenta de rugosidades. As 
irregularidades do gesso seriam reproduzidas como um ondeado na cera quando a ponta do 
instrumento utilizado para modelar as margens se apóia precisamente nesta área. Para eliminar 
estas irregularidades, utiliza-se o extremo discóide de um instrumento de Tanner. Deve existir 
acesso adequado para utilizar um brunidor nas margens.
Este troquel é muito curto e não existe acesso suficiente para o acabamento das margens.
O contorno da área gengival à linha de término deve ser semelhante ao da raiz, para 
facilitar a obtenção de um bom contorno axial da restauração.
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Os contornos do troquel devem ser semelhantes aos de um dente natural.
Uma retenção acentuada ou depressão do troquel, além da linha de término não é 
recomendável. Como o instrumento usado para o acabamento das margens do padrão se apóia 
nesta área, sua angulagem pode ser exagerada pela retenção dando lugar a uma espessura 
excessiva na área gengival da restauração e a um contorno axial que não leva a um tecido 
gengival sadio.
Os contornos axiais do padrão são influenciados pelo recorte do troquel.
Uma vez recortado o troquel, a linha do término pode ser acentuada com lápis vermelho 
de ponta fina Colorbrite.
34
A linha do término do preparo deve ser acentuada com um lápis vermelho.
Isto facilita o enceramento das margens do padrão de cera quando ela esconde parte da 
linha de término. Não se deve marcar com excessiva pressão, pois o término poderia ser 
desgastado ou arredondado. Não se deve usar para este fim um lápis preto de grafite. Com a 
usual cera verde ou azul para incrustações, a linha de término se torna pouco visível e, ao 
contrário, parece que as margens dos padrões não estão seladas ou “abertas”. Além do mais, o 
padrão poderá levar grafite ao revestimento, contaminando a peça fundida.
7.2- Modelo de trabalho com troquel removível
O uso de modelos de trabalho com troquel removível se tornou uma prática muito comum. 
O troquel do dente preparado pode ser orientado no modelo de trabalho mediante um pino para 
troquel de latão, um pino de faces planas de aço inoxidável com fios para posicionamento fixados 
ou pinos pré-fabricados de plástico. Se um sistema de troquel é empregado, ele deve preencher 
os seguintes requisitos:
• Os troquéis devem poder retornar sempre exatamente às suas posições originais.
• Os troquéis devem permanecer estáveis, inclusive quando o modelo for invertido.
35
• O modelo com troquéis deve poder ser facilmente montado num articulador.
Serão apresentados dois dos procedimentos mais difundidos e que são tão simples como 
outro qualquer: o pino para troquel e a moldeira Di-Lok.
7.2.1- Pino para troquel
Esta maneira de orientar os troquéis vem sendo usada há muitos anos e a maioria dos 
sistemas que empregam pinos são modificações desta técnica. Entre os sistemas de troquéis 
removíveis, o de pinos demonstrou ser o de maior exatidão no sentido horizontal e o segundo em 
precisão vertical.
Em cada dente preparado do molde coloca-se um pino para troquel. A colocação 
adequada dos pinos pode ser difícil. Se eles não forem posicionados precisamente, podem atingir 
as margens, enfraquecer o troquel ou impedir sua fácil remoção do modelo. Marcando-se a 
localização desejada do pino nas bordas do molde e posicionando-o em seguida à mão livre no 
gesso recém vazado, não se consegue um bom resultado. Uma colocação muito mais precisa 
pode ser efetuada posicionando e estabilizando os pinos no molde antes do vazamento do gesso.
Um pino para troquel é colocado entre os braços elásticos de um grampo de cabelo com a 
porção arredondada do pino em uma das ondulações e o lado plano apoiado no braço plano. O 
grampo de cabelo é então colocado atravessado em direção vestíbulo-lingual, através do molde, 
de uma tal forma que o pino fique centrado diretamente sobre o preparo. Fixe um alfinete entre os 
braços do grampo e prenda-o no molde, na borda lingual e vestibular de cada dente preparado. 
Fixe o pino no grampo e este no alfinete com cera pegajosa ou cola superbond.
36
Mantenha os pinos sobre o molde por meio de grampos para cabelo.
Antes do gesso tomar presa, coloca-se grampos para papel que servirão para segurar a 
base de gesso que se vazará posteriormente.
No primeiro vazamento ainda sem endurecer, coloca-se grampos para papel nas áreas não removíveis do modelo 
para servirem de retenção ao segundo vazamento de gesso.
Estes dispositivos para retenção devem ser colocados em todas as ares do modelo que 
não serão removíveis.
Após a presa do gesso, na ponta de cada pino é colocada uma bolinha de cera utilidade. 
Na base de cada troquel prepara-se um sulco de orientação em forma de “V” ou circular para 
auxiliar a recolocação completa e correta dos troquéis em seu lugar durante o uso. O gesso ao 
37
redor dos pinos é lubrificado com uma camada fina de vaselina para facilitar a posterior separação 
do troquel do modelo de trabalho, retirando todo o excesso de lubrificante.
Lubrifica-se o gesso na área próxima aos pinos.
No modelo inferior deve ser feito um anteparo para se formar uma base completa do 
modelo, com o objetivo de facilitar a posterior montagem no articulador.
A porção central do molde deve ser preenchida com um guardanapo de papel úmido.
Ao fazer esta base, deixe irregularidades e pequenas proeminências de gesso para que 
sirvam de retenção ao gesso de montagem no articulador.
Uma vez endurecido o gesso do segundo vazamento, separar o modelo do molde e 
eliminar os excessos num recortador. Com um bisturi afiado localize e remova as bolinhas de cera 
utilidadedas pontas dos pinos.Deve-se permitir que o gesso endureça por 24 horas.
38
Localizar e remover a cera das extremidades dos pinos.
Com o modelo seco e endurecido, corta-se a camada de gesso especial para troquéis 
com um arco de serra.
Separe os troquéis do restante do modelo com uma serra fina.
Deve haver dois cortes: um na mesial e o outro na distal de cada troquel e eles devem 
convergir levemente para apical. Feito o corte, como cabo de um instrumento, dá-se um pequeno 
golpe, suavemente, no extremo do pino para a remoção do troquel.
39
Após a separação dos troquéis, bata nas extremidades dos pinos para deslocá-los dos modelos.
Recorta-se o excesso de gesso que estiver por gengival da linha de término do preparo. 
Completa-se o recorte com a lâmina de bisturi e marca-se a linha de término com lápis vermelho.
Desgaste a base do modelo com uma broca.
O sucesso de qualquer técnica com troquel removível depende precisamente de que 
modelo e troquéis estejam absolutamente livres de partículas de gesso, restos de cera ou de 
qualquer outro resíduo. De outro modo os troquéis não se adaptam completamente e os padrões 
serão incorretos. Verifica-se o perfeito ajuste e firmeza voltando a inserir o troquel no modelo.
40
Os troquéis montados novamente nos modelos.
Para montar o modelo no articulador, deve-se novamente colocar bolinhas de cera 
utilidade na ponta dos troquéis, umidecer o modelo e, após a presa do gesso, verificar novamente 
se não existe nenhum resíduo de gesso ou cera nos troquéis.
Uma vez montados os modelos no articulador, retire a cera da extremidade dos pinos.
7.2.2- Moldeiras Di-Lok
Para montar modelos de trabalho e troquéis, também pode ser empregado um dispositivo 
formado por uma moldeira de plástico desmontável com sulcos e marcas de orientação em seu 
interior. Como todos os sistemas de troquel removível todo o cuidado deve ser tomado para 
manter a mais completa limpeza de todas as suas partes para que o ajuste seja o mais exato 
41
possível. Antes de empregar esta moldeira em um determinado caso, deve-se examinar os 
modelos de estudo montados no articulador para verificar se existe espaço suficiente para a 
moldeira relativamente volumosa. Se os modelos tem de ser montados próximos do ramo 
superior, deve-se deixar este método e utilizar outro.
Durante o vazamento do gesso, o espaço da língua não deve ser preenchido e tão pouco 
quanto seja possível na porção vestibular do molde. Após a presa do gesso, separar o molde do 
modelo em forma de “U”, com o espaço da língua (e do céu da boca no superior) aberto, devendo 
ser recortado até que se adapte na moldeira Di-Lok.
O modelo deve ser vazado em forma de “U”, sem gesso no centro.
O lado externo ou vestibular do modelo deve ser desgastado no recortador de modelos, 
dando-lhe uma ligeira inclinação para a base. O lado lingual deve ser recortado com um cilindro de 
pedra abrasiva montada no motor suspenso.
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Recortar a porção lingual do modelo com um cilindro de pedra abrasiva.
Deve-se ir experimentando o modelo na moldeira, testando sua adaptação. Devem ser 
feitas retenções na base do modelo para que o gesso que vai prende-lo a moldeira fique retido.
Fazer retenções na base do modelo.
A moldeira Di-Lok deve ser preenchida com gesso até três quartos de sua capacidade e o 
modelo deve se colocado com ligeiros movimentos de assentamento para não reter ar. A linha 
cervical dos dentes deve ficar aproximadamente 4mm acima da borda superior da moldeira.
O modelo de trabalho está agora montado na moldeira preso por uma camada de gesso. 
Deve-se deixar o gesso ficar completamente duro e seco.
43
Coloque o modelo no gesso contido na moldeira.
Para terminar o troquel, o modelo deve ser separado da moldeira . para desmonta-la, a 
tampa traseira deve ser removida para cima e a parte vestibular para frente.
Desmontagem da moldeira.
O modelo se separa facilmente mediante um golpe seco na parte frontal da base da 
moldeira, feito com o cabo do bisturi de laboratório.
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Desprender o fundo da moldeira do modelo dando um golpe seco na parte anterior.
Uma vez deslocado levemente, o modelo é deslizado para frente e retirado da base da 
moldeira.
Usando o arco de serra, são feitos cortes entre os dentes preparados e os vizinhos.
Faça um corte com serra de cada lado dos dentes preparados.
O corte deve ser iniciado na área da papila interdental e se estender para baixo com uma 
pequena inclinação. O troquel deve ser ligeiramente mais largo em sentido mésio-distal na sua 
base, que ao nível da linha de término gengival do dente preparado.
O corte da serra deve abranger aproximadamente três quartos de toda a espessura do 
gesso. Com pressão dos dedos, o restante é quebrado, separando o troquel e dentes do modelo.
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Rompa com os dedos o dente preparado separando-o do resto do modelo. Não o force isoladamente.
Da mesma maneira, o troquel é separado da porção do modelo aderida a ele. O processo 
é repetido em todos os dentes preparados.
A preparação do troquel segue todos os passos já descritos anteriormente, com o 
desgaste do mesmo, a utilização do bisturi e do lápis vermelho para demarcar o término gengival 
do preparo.
Uma vez tudo limpo, é feita a remontagem do modelo e dos troquéis na moldeira Di-Lok, 
encaixa-se a parte frontal por vestibular e a seguir a parte posterior de mesma.
Remonte a moldeira com os troquéis e o modelo.
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Para monta-la no articulador, o gesso é colocado na placa de montagem do articulador e 
na base da moldeira, onde existem retenções. Agora o conjunto está pronto para a confecção do 
padrão de cera.
O modelo e a moldeira montados em um articulador.
8- RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS
É muito importante que o dente preparado seja protegido e que o paciente se sinta 
confortável enquanto a restauração está sendo confeccionada. O sucesso do tratamento nesta 
fase é mais uma influência favorável para o resultado final.
Uma boa restauração provisória deve preencher os seguintes requisitos:
• Proteção pulpar: deve ser feita com um material que impeça a condução da 
temperatura. As margens devem estar bem adaptadas para que não ocorra 
infiltração de saliva.
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• Estabilidade de posição: o dente não deve extruir nem migrar em direção alguma. 
Qualquer movimentação requer ajustes ou retificações da restauração final antes 
de sua cimentação.
• Função oclusal: fazendo com que a restauração temporária tenha função oclusal, 
propicia-se conforto ao paciente, prevenindo migrações.
• Facilidade de limpeza: a restauração deve ser feita de material e de uma forma tal 
que facilite a limpeza durante o tempo em que será usada. Se os tecidos 
gengivais permanecem sadios durante o tempo em que a coroa provisória for 
usada, provavelmente esse problema não surgirá depois da cimentação definitiva 
da restauração.
• Margens atraumáticas: é da maior importância que as margens das restaurações 
provisórias não traumatizem os tecidos gengivais. A inflamação resultante poderia 
dar lugar a hipertrofias, recessões gengivais ou sangramento durante a 
cimentação. Uma restauração provisória mal adaptada pode apresentar uma 
borda áspera e muito lesiva. Estando muito mal adaptada, provavelmente dará 
lugar a proliferação de tecidos.
• Resistência e retenção: a restauração deve resistir às forças que atuam sobre ela 
sem fraturas ou deslocamentos do dente. A restauração deve permanecer intacta 
ao ser retirada, para poder ser usada novamente, se for necessário.
• Estética: em alguns casos, a restauração provisória deve oferecer um bom efeito 
estético, principalmente em dentes anteriores e nos pré-molares superiores.
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Existem muitas formas de proteger provisoriamente um dente enquanto a restauração 
definitiva está sendo confeccionada. Abrangem uma infinidade que vai desde o cimento de óxido 
de zinco – eugenol, que se coloca no caso de uma pequena incrustação intracoronária, até 
diferentes coroas totais.
As coroas totais provisórias tanto podem ser pré-fabricadas como feitas individualmente. 
As pré-fabricadas incluem os cilindros de alumínio, as coroas metálicas de forma anatômica, as 
coroas transparentes de celulóide e as de policarbonato da cor do dente. Vamos nos reter no 
estudo das coroas acrílicas.
8.1- COROAS PROVISÓRIAS INDIVIDUAIS DE ACRÍLICO
As condições para uma boa coroa provisória podem ser fácil e plenamente atingidas pelautilização de uma restauração individual de acrílico. Por sua facilidade, exatidão e proteção pulpar, 
prefere-se a técnica indireta à direta. O contato do acrílico em polimerização com a dentina recém 
desgastada poderia ocasionar irritação térmica pelo calor liberado na reação exotérmica, ou 
irritação química pela ação do monômero residual.
Se a técnica direta é empregada, a restauração provisória de acrílico deve ser removida 
do dente antes da sua polimerização final ou não se conseguirá mais retira-la. Quando o acrílico 
polimeriza, sofre uma contração de aproximadamente 7%. E se o final da polimerização ocorre 
sem uma forma que o suporte, haverá distorções e perda de adaptação.
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O primeiro passo na confecção da coroa provisória consiste em fazer uma moldagem do 
dente não preparado a partir do modelo de estudo, que é preparado preenchendo-se todas as 
falhas do dente com cera.
Falha preenchida com cera para posterior moldagem.
Uma vez ocorrida a geleificação do alginato, remove-se a moldagem do modelo de estudo 
e examina-se se o molde está correto.
Faz-se uma moldagem do modelo de estudo.
As finas bordas de alginato que correspondem ao sulco gengival são eliminadas para se 
assegurar um perfeito assentamento do modelo no molde em operações posteriores.O molde é 
guardado em um guardanapo úmido ou colocado em um umidificador para uso posterior.
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No modelo de trabalho, o dente preparado foi moldado e deve ser feito o recorte do 
modelo, abrangendo pelo menos um dente de cada lado do preparo. As áreas do modelo que 
reproduzem os tecidos moles devem ser recortadas ao máximo.
O modelo adequadamente recortado.
Examinando o modelo, todas as imperfeições como bolhas de gesso das faces oclusais e 
do sulco gengival devem ser removidas, pois impediriam um ajustamento correto do molde do 
modelo de estudo. Uma vez limpo, encaixa-se o molde do primeiro modelo e controla-se o ajuste.
Antes de prosseguir, experimente o modelo na moldagem.
Utilizando um pincel, aplica-se um isolante no dente preparado e em sua áreas adjacentes 
e com um leve jato de ar apresse sua secagem.
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Pincela-se isolante no modelo de gesso.
Em um pote Dappen mistura-se com uma espátula a resina da cor do dente que foi 
previamente escolhida. Utiliza-se 12 gotas de monômero para cada dente preparado.
Misture a resina acrílica em um pote Dappen.
Colocar a resina no molde obtido no modelo de estudo de modo que preencha por 
completo a área do dente para o qual se está fazendo a restauração provisória.
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Coloca-se a mistura acrílica no molde.
Encaixa-se o modelo de trabalho neste molde e certifica-se de que o alinhamento e o 
encaixa estejam perfeitos.
O modelo é encaixado no molde com acrílico.
A força com que se adapta o modelo no molde de alginato é crítica. Uma pressão 
excessiva comprimirá o alginato e uma força aplicada de modo desigual pode desviar o modelo, 
sendo que os dois procedimentos afetarão a restauração provisória.
Uma vez adaptado firmemente o modelo e escoado o excesso de acrílico, o modelo é 
mantido em posição mediante um elástico.
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Mantenha o modelo no lugar mediante um elástico.
Colocar o conjunto molde modelo em um recipiente com água quente e aguardar por 
cinco minutos a presa do acrílico. 
É importante que o modelo esteja orientado com segurança em posição vertical de modo 
que o espaço entre o modelo e o molde preenchido de acrílico não seja distorcido. Se o modelo 
está inclinado para um lado pela pressão do elástico a restauração provisória pode ficar muito fina 
em algumas áreas ou mais espessas do que o desejado em outras. Se o ajuste do modelo for 
forçado ou se der muitas voltas no elástico, a restauração terá uma face oclusal muito fina.
Cortes transversais de modelos assentados nos moldes. (A) corretamente assentado. (B) se o modelo é desviado 
para um lado, a restauração provisória sairá com defeitos. (C) a excessiva pressão produzirá uma restauração 
provisória com uma face oclusal fina.
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Retirar o elástico e separar o modelo do molde, removendo todo o excesso de resina, 
recortando com um disco de carborundum, sendo que as superfícies axiais próximas as margens 
são regularizadas com um disco de lixa.
8.2- PONTES PROVISÓRIAS DE ACRÍLICO
Inicia-se a confecção da ponte provisória com o enceramento de um dente no espaço 
edêntulo. Para que não fiquem retenções ao se fazer a moldagem, preenche-se com cera todos 
os espaços interdentais. Com esta finalidade pode-se empregar um dente de estoque de resina 
que é ajustado ao espaço edêntulo no modelo de estudo. Após a moldagem do modelo de estudo, 
todos os outros procedimentos são iguais aos usados na confecção de uma restauração provisória 
unitária.
Durante o recorte da restauração, serão novamente abertos com um disco diamantado, os 
espaços interdentários por mesial e distal do pôntico. Neste instante também se elimina a forma 
de sela que se deu ao pôntico ao prepara-lo para a moldagem.
9- PRINCÍPIOS DE PREPAROS
Quatro princípios determinam o tipo e a execução dos preparos para restaurações:
• Preservação da estrutura dentária.
• Retenção e resistência.
• Estabilidade.
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• Integridade das margens.
9.1- PRESERVAÇÃO DA ESTRUTURA DENTÁRIA
A restauração, além de substituir as estruturas dentárias perdidas, deve preservar o que 
sobra delas. As superfícies intactas do dente devem ser mantidas para se conseguir uma 
restauração forte e retentiva. As superfícies sadias do dente não devem ser obrigatoriamente 
sacrificadas em nome da conveniência ou eficiência. Os desenhos escolhidos deste ponto de vista 
são os diferentes tipos de coroas parciais.
Em muitos casos a conservação das estruturas dentárias requer a extensão preventiva do 
preparo para evitar uma grande fratura posteriormente. Este é o motivo porque convém cortar de 1 
a 1,5mm a superfície oclusal de um dente que irá receber uma MOD Onlay.
9.2- RETENÇÃO E RESISTÊNCIA
Para que uma restauração desempenhe sua função, é imprescindível que permaneça no 
dente, imóvel em seu lugar. Não existe ainda nenhum cimento que seja de todo compatível com 
as estruturas vivas do dente e com o meio biológico bucal e que tenha propriedades adesivas para 
manter uma restauração em seu lugar. Para que se possa ter a necessária retenção e resistência, 
temos de confiar no desenho geométrico do preparo.
A retenção impede o deslocamento das restaurações ao longo do seu eixo de inserção ou 
longitudinal do preparo. A resistência impede o deslocamento da restauração por forças oblíquas 
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ou de direção apical e evita qualquer movimento da restauração submetida a forças oclusais. 
Retenção e resistência são propriedades inter-relacionadas e com freqüência inseparáveis.
A unidade básica de retenção é o conjunto formado por duas superfícies opostas, por 
exemplo as paredes vestibular e lingual de uma coroa total. Uma restauração extra-coronária é um 
exemplo de uma coroa ou capa metálica de retenção.
Uma restauração extra-coronária (A) utiliza as superfícies externas opostas para retenção (B).
As superfícies opostas também podem ser internas, como as paredes vestibular e lingual 
da caixa proximal de uma incrustação “MO”. Uma restauração intracoronária resiste ao 
deslocamento por retenção em cunha.
Uma restauração intra-coronária (A) utiliza as superfícies opostas internas para retenção (B).
Algumas restaurações combinam os dois tipos de retenção. Uma vez feita a restauração 
em sua forma definitiva, esta deverá se encaixar sobre o preparo e suas paredes têm de ser 
57
paralelas ou ligeiramente convergentes para oclusal, para se conseguir um assentamento correto 
da mesma. A retenção diminui consideravelmente à medida que a inclinação das paredes 
aumenta de 0º a 10º.
Existe uma relação entre conicidade e retenção: se a conicidade aumenta, a retenção diminui.
É difícil preparar na boca paredes rigorosamente paralelas sem produzir irregularidades e 
problemas na posteriorcolocação das restaurações. Uma conicidade de 6º entre paredes opostas 
é considerada excelente, porque é fácil de fazer clinicamente sem uma grande perda de 
capacidade retentiva. Esta conicidade está dentro do ângulo ótimo de convergência, 2,5º a 6,5º, o 
suficiente para diminuir a concentração de esforços. Uma ponta diamantada cônica permitirá uma 
inclinação de 2º a 3º a qualquer superfície que cortar, se for mantida paralela ao plano de inserção 
pretendido da restauração. Duas faces opostas, cada uma com 3º de conicidade, darão ao 
preparo os 6º necessários. Deve-se ter em mente que 6º de conicidade é realmente pouco e uma 
tentativa consciente de se fazer uma inclinação pode facilmente resultar num preparo 
excessivamente cônico e desprovido de retenção.
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As superfícies opostas, tanto externas quanto internas, devem ter uma conicidade de 6º (A). Uma conicidade 
excessiva de 20º, por exemplo, (B) diminuirá a retenção.
A retenção se deve à proximidade da parede axial do preparo com a superfície interna da 
restauração. Portanto, quanto maior for a superfície do preparo, maior será a retenção. Em suma, 
os preparos em dentes grandes são mais retentivos que os realizados em dentes pequenos.
Um preparo para coroa total em um molar é mais retentivo que em um pré-molar, porque o molar tem maior área de 
superfície.
Este é um fator que se deve levar em conta quando se faz um preparo em um dente 
pequeno, principalmente quando este vai servir de pilar de ponte ou de uma férula. A área de 
superfície pode ser aumentada preparando-se caixas e sulcos adicionais. Sem dúvida, os 
benefícios que advêm destes preparos provêm mais da limitação de movimentos que se consegue 
do que do aumento da área de superfície.
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A retenção é melhorada quando se limita geometricamente o número de direções em que 
a restauração pode ser removida do dente preparado. Consegue-se a máxima retenção quando 
somente existe uma direção de inserção e remoção. Uma coroa total com paredes longas e 
paralelas e sulcos adicionais terá uma retenção deste tipo.
Limitando os planos de remoção, melhora-se a retenção (A). Um preparo que permite liberdade de deslocamento é 
muito menos retentivo (B).
No extremo oposto, uma preparação curta com uma conicidade excessiva não será 
retentiva porque a restauração poderá ser dela retirada em um número infinito de direções. 
Portanto, o melhor preparo será o que se aproxime do ideal e que possa ser realizado dentro dos 
limites de eficiência do operador, fácil acesso e boa técnica de laboratório.
Tudo que pudermos fazer para tolher a liberdade de movimentos das restaurações, 
submetidas à forças de torção ou rotação em um plano horizontal, aumentará sua resistência. Um 
sulco, cujas paredes apresentem um plano inclinado, às forças de rotação não oferece a 
resistência necessária. As forças que produzem um movimento de rotação numa restauração, 
podem produzir sobrecargas e um possível deslocamento sobre os planos oblíquos na direção da 
força. Deve existir uma parede perpendicular à força, com um ângulo bem definido, para que fique 
bem diminuída a liberdade de deslocamentos e seja conseguida a resistência adequada.
60
Para resistir ao deslocamento, as paredes de um sulco devem ser perpendiculares às forças de rotação.
Uma caixa proximal deve ser tratada do mesmo modo. Se as paredes vestibular e lingual 
da caixa formam ângulos obtusos com sua parede axial, não haverá resistência suficiente para se 
opor às forças de rotação. Estes ângulos deverão estar próximos aos 90º, de tal modo que as 
paredes sejam perpendiculares a qualquer força que tente fazer girar a restauração. Na caixa faz-
se um bisel para que a margem da restauração termine em uma borda aguda.
As paredes vestibulares e linguais de uma caixa devem resistir aos deslocamentos provocados por forças de rotação.
A altura ocluso-gengival é um fator importante tanto para a retenção como para a 
resistência. Um preparo mais longo terá mais superfície e, portanto, melhor retenção. Como as 
paredes axiais impedem os deslocamentos, sua inclinação e sua altura serão motivos de 
resistências contra as forças que tentam deslocar a restauração.
61
Para que a restauração tenha sucesso, sua altura tem que ser suficientemente grande 
para interferir no arco de deslocamento que descreveria se girasse ao redor de um ponto situado 
na margem do lado oposto da restauração. Paredes curtas não proporcionam esta resistência.
Preparos com as paredes mais longas (A) interferem melhor nos arcos de deslocamentos da restauração que as de 
paredes baixas (B).
Quanto mais curta for a parede, tanto maior importância terá sua inclinação. As paredes 
de preparos de pequena altura, para aumentar a resistência, devem ser tão paralelas quanto 
possível. Se a altura é muito curta nem assim se consegue grande auxílio.
É possível restaurar um dente de pouca altura com bom resultado se este é de pequeno 
diâmetro. O preparo de um dente pequeno terá um arco de deslocamento com um raio de rotação 
(r¹) pequeno e a porção incisal da parede axial do dente (ver flecha) oferecerá resistência ao seu 
deslocamento. O raio de rotação maior (r²) do dente mais largo dá lugar a um arco de 
deslocamento mais amplo e a parede axial não impede a remoção da restauração.
O preparo de um dente com pequeno diâmetro (A) resiste melhor aos arcos de deslocamento da restauração que o de 
um dente de diâmetro maior, porem de igual altura.
62
A resistência ao deslocamento de um preparo em um dente curto e largo pode ser 
melhorada fazendo-se sulcos em suas paredes axiais. Com efeito, isto reduz o raio de rotação r² 
para r¹, e as áreas das paredes dos sulcos proximais à face oclusal impedem o deslocamento.
A resistência em preparos com paredes curtas pode ser aumentada acrescendo-lhes sulcos.
A unidade básica de retenção de uma restauração cimentada é o conjunto formado por 
duas paredes axiais opostas com uma conicidade de 6º. Nem sempre se dispõe de duas paredes 
opostas para a retenção: uma pode ter sido previamente destruída ou pode ser preferível deixar 
uma superfície sem cobrir pela conveniência de se colocar uma coroa parcial. Alguma coisa terá 
de ser feita para obter retenção. De um modo geral, um sulco, uma caixa ou um orifício para pino 
são permutáveis e podem ser substituídos por uma parede ou entre si.
Estes artifícios de preparo se substituem entre si com freqüência.
Esta possibilidade de se substituir um sistema por outro é importante já que, com 
freqüência, não se apresentam as condições de se fazer um preparo ideal.
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O eixo de inserção é a linha imaginária ao longo da qual pode-se colocar ou retirar a 
restauração do seu lugar. O dentista determinará mentalmente, antes de iniciar o preparo, e todos 
os detalhes do preparo são feitos para coincidir com tal linha. A trajetória de inserção não se 
estabelece arbitrariamente ao final do preparo pela adição de algum outro detalhe como, por 
exemplo, algum sulco. Isto é especialmente importante quando se preparam pilares de ponte, já 
que os eixos de inserção de todos os pilares têm de ser paralelos entre si.
Deve-se utilizar uma técnica correta de controle visual do trabalho, já que é importante 
assegurar-se de que o preparo não tenha muita retenção nem conicidade excessiva. Se o centro 
da superfície oclusal de um dente for examinado apenas com um olho, à distância de 
aproximadamente 30 centímetros, pode-se ver de cima para baixo as paredes axiais dos preparos 
que tenham uma conicidade de 6º.
As áreas retentivas de um preparo devem ser examinadas somente com um olho.
64
Entretanto se vista com os dois olhos de uma vez, é possível ver de cima para baixo as 
paredes axiais como um todo, como uma inclinação reversa (isto é, área retentiva) de até 8º.
Abrindo-se os dois olhos, as áreas retentivas de um preparo serão detectadas.
Isto ocorre pela distância interocular responsável pela visão binocular.Em função disso é 
importante que os preparos sejam examinados com um olho fechado.
O eixo de inserção deve ser considerado em dois planos: no vestíbulo-lingual e no mésio-
distal. A orientação no plano vestíbulo-lingual pode afetar a estética de uma coroa parcial. Nos 
dentes posteriores da maxila faz-se coincidir de um modo aproximado com o eixo longitudinal do 
dente. Se o eixo de inserção é inclinado para vestibular obrigará o desgaste excessivo no ângulo 
mésio-ocluso-vestibular do dente, que acarretará uma grande e desnecessária exposição de 
metal. Em dentes anteriores, deve ser paralelo à metade incisal da face vestibular. Se for mais 
inclinado para vestibular, resultam sulcos curtos e exposição desnecessária de metal.
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O eixo de inserção de uma coroa três-quartos em um dente posterior é paralelo ao longo eixo do dente (A), enquanto 
que em um dente anterior é paralelo à metade ou 2/3 incisais da face vestibular.
A inclinação mésio-distal do eixo de inserção deve ser paralela às faces proximais dos 
dentes vizinhos. Se o eixo está inclinado para mesial ou para distal, a restauração “trava” com tais 
faces e assim fica.
O eixo de inserção de um preparo deve ser paralelo aos contatos proximais adjacentes (A), ou a coroa não se 
assentará no dente preparado.
Isto é um problema particularmente desagradável quando se restaura um dente inclinado. 
Neste caso, se o eixo de inserção é feito paralelo ao eixo longitudinal do dente, cria-se uma área 
de retenção em que estão a parede interproximal, a linha de término e o ponto de contato do 
dente vizinho.
9.3- ESTABILIDADE ESTRUTURAL
66
O preparo deve ser planejado de maneira que a restauração possa ter uma espessura de 
metal necessária para resistir as forças oclusais. Por outro lado, os contornos da restauração 
devem ser os mais aproximados possíveis dos ideais, para evitar tanto problemas periodontais 
como oclusais.
O espaço inter-oclusal é um dos parâmetros mais importantes para se conseguir uma 
apropriada espessura do metal e uma boa resistência à restauração.
Uma redução oclusal imprópria não fornece o espaço necessário para uma espessura de metal adequada.
Deve haver um espaço mínimo de 1,5mm nas cúspides funcionais (palatinas nos 
posteriores superiores e vestibulares nos posteriores inferiores). Não se necessita de tanto espaço 
nas cúspides não funcionais e 1mm é suficiente. Os dentes em má posição podem ter suas faces 
oclusais não paralelas ao plano oclusal. Portanto, nestes nem sempre se necessita reduzir 1mm a 
superfície oclusal para obter 1mm de espaço inter-oclusal.
Um espaço oclusal insuficiente faz com que a restauração enfraqueça. E mais, deixa uma 
anatomia plana e pouco definida da face oclusal da restauração e facilita sua perfuração com o 
uso, na mastigação.
O preparo deve reproduzir os planos inclinados básicos da superfície oclusal, para se 
obter um suficiente espaço inter-oclusal sem um encurtamento excessivo do dente.
67
A redução oclusal deve reproduzir os planos inclinados básicos e não deixar a superfície oclusal plana.
Preparando uma face oclusal plana encurta-se muito o preparo que geralmente já 
apresenta uma altura próxima do mínimo necessário para uma adequada retenção. Do mesmo 
modo, é importante fazer a redução necessária nos sulcos e fossas anatômicas da superfície 
oclusal, para dispor do espaço necessário para uma boa morfologia funcional.
O biselamento da cúspide funcional é parte integrante do processo de redução oclusal.
O biselamento da cúspide funcional é uma parte da redução oclusal.
Um amplo bisel nas vertentes das cúspides linguais superiores e vestibulares inferiores 
deixará espaço necessário para uma boa espessura de metal nesta área de acentuado contato 
oclusal.
Se não for feito um bisel amplo, muitos problemas surgirão. Se a coroa é esculpida e 
fundida no seu contorno normal, a peça será muito fina na área que recobre a junção entre o 
desgaste axial e o oclusal.
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A falta de biselamento da cúspide funcional pode ser a causa de uma área fina ou perfurada na coroa fundida.
Para evitar uma peça fundida delgada, quando não houver biselamento das cúspides 
funcionais, tem-se tentado aumentar a espessura da cera nesta área. O resultado é o 
sobrecontorno da restauração e um contato oclusal prematuro deflectivo.
A falta de biselamento da cúspide funcional pode resultar em um excesso de contorno e oclusão incorreta.
Se a tentativa para obtenção de espaço para uma espessura normal de restauração for 
feita sem o biselamento, pode-se resultar numa superfície axial excessivamente desgastada.
Uma face vestibular excessivamente inclinada causa uma grande destruição da estrutura dentária com diminuição da 
retenção.
Para além de, sem necessidade, ter se destruído a estrutura dentária, a forte inclinação 
desta superfície tornam-na inútil para a retenção.
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A redução axial também desempenha um papel importante para se conseguir uma 
espessura conveniente de metal.
Uma redução axial inadequada pode ser a causa de paredes finas e uma restauração fraca (A) ou uma coroa com 
sobrecontorno (B).
Se uma restauração com contornos normais é feita sobre um dente com redução axial 
inadequada, suas paredes serão finas e estarão sujeitas a distorções. Freqüentemente, o técnico 
de laboratório tenderá a compensar o preparo insuficiente com um sobrecontorno das paredes 
axiais. Se por um lado “reforça” a restauração, causa um efeito desastroso para o periodonto.
Existem outros meios que servem para prover espaço para o metal, que melhorarão a 
rigidez e durabilidade da restauração a rigidez a durabilidade da restauração: a ranhura oclusal, o 
ombro oclusal, o istmo, o sulco proximal e a caixa. 
A coroa três-quartos é reforçada pelo volume de metal que preencha a canaleta e os sulcos (A). O degrau oclusal 
reforça a margem lingual de uma incrustação M.O.D. e o istmo e as caixas reforçam todo seu corpo (B).
70
Este istmo une as duas caixas e a ranhura oclusal une os dois sulcos proximais e 
constituem um importante reforço em forma de amarração.
9.4- INTEGRIDADE DAS MARGENS
A restauração somente pode durar no meio ambiente biológico da cavidade oral se suas 
margens estiverem perfeitamente adaptadas à linha do contorno marginal do preparo. A 
configuração do término marginal é que determina a forma e a espessura do metal da margem da 
restauração e pode afetar o perfeito ajuste.
As restaurações metálicas fundidas podem ser feitas com alto grau de ajuste ao preparo, 
porém sempre terá de contar, mesmo nestes, com alguma mínima discrepância entre a margem 
do preparo e a da restauração.
Um ângulo agudo em ouro, além de sua superioridade geométrica, poderá ser brunido 
para melhorar sua adaptação. No entanto, deve-se tomar o cuidado ao se fazer um ângulo muito 
agudo, pois um padrão de cera com uma margem longa, fina e não protegida, tenderá a sofrer 
distorções ao ser retirada do troquel e durante a inclusão em revestimento. A margem ideal para 
uma peçe fundida é um ângulo agudo, porém com uma respeitável espessura de metal e, por 
outro lado, o pior tipo de margem que se pode empregar em uma peça fundida é o da juntas retas, 
que é o que se forma em um preparo com ombro.
A linha de término gengival das restaurações metálicas é, de preferência, em chanfrado.
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Término em chanfrado em um preparo para coroa total.
Ficou demonstrado experimentalmente que este tipo de término gengival é que produz 
menos tensão, de tal modo que o cimento subjacente será, provavelmente, o que terá menos 
falhas. Um chanfrado combinará um ângulo agudo com uma espessura apreciável de metal.
Ombro é a linha de término escolhida para a coroa de jaqueta de porcelana.
Término em degrau em um preparo para coroa de jaqueta de porcelana.
A larga base proporciona resistência frente às forças oclusais e diminui as tenções que 
possam levar à fratura da porcelana. O ombro não é uma boa linha de término para restauraçõesfundidas. Sendo uma linha bem definida, seu emprego dá lugar a uma junta reta entre a 
restauração e o dente.
O bisel é uma forma modificada de ombro.
72
O bisel pode ser empregado na face vestibular dos preparos para coroa metalocerâmica.
O degrau formado pelo preparo não apresenta um ângulo de 90º entre a superfície 
exterior do dente e a área preparada. Neste lugar se forma um ângulo obtuso. Portanto, a 
restauração terá uma borda em ângulo agudo. Não é o ângulo ideal, mas permite que o colar 
metálico das restaurações em metalocerâmica sejam mínimos.
O ombro com bisel é usado como linha de término em uma variedade de situações.
O degrau com bisel é visto aqui num preparo para incrustação M.O.D.
Utiliza-se na linha de término gengival das caixas proximais das incrustações e onlays e 
de todas as coroas três-quartos mandibulares.
Finalmente outra linha de término gengival que permite obter uma margem aguda de 
metal é a borda em lâmina.
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Término em lâmina de faca na face lingual de uma coroa três-quartos em um pré-molar inferior.
Poderia parecer, de um ponto de vista teórico, uma linha de término ideal, porém seu uso 
também pode trazer problemas. A não ser que se desgaste com muito cuidado, a redução axial 
pode dificultar sua área em lugar de terminar numa linha bem definida. A fina borda da 
restauração é de difícil enceramento e fundição e, portanto, mais fácil de sofrer distorções quando 
é submetida, na boca, às forças oclusais.
O uso desta linha terminal pode dar lugar a uma coroa com contornos excessivos, ao 
tentar obter uma espessura adequada, acrescentando metal aos contornos exteriores da 
restauração. Apesar destes inconvenientes, em algumas ocasiões é preciso empregar o término 
em lâmina de faca. As vezes deve-se usar na face lingual dos dentes posteriores da mandíbula e 
em dentes com superfícies axiais bem convexas.
A linha de término vestíbulo-oclusal das coroas parciais e onlays M.O.D. da maxila merece 
atenção. Deve-se conseguir tanto uma borda fina, como uma espessura conveniente do metal 
perto da margem. O esmalte também deve ser protegido com um pequeno bisel de acabamento, 
que dê uma espessura suficiente de metal, que impeça fraturas e “lascamento” de dente neste 
local. Geralmente se faz um fino bisel de acabamento perpendicular ao eixo de inserção da 
restauração. Também acrescenta-se um contrabisel, se a funcionalidade é sobrecarregada e o 
problema estético é mínimo. Em alguns casos somente, não se necessita de bisel algum. Isto 
74
unicamente em uma cúspide que seja espessa o suficiente para permitir uma borda aguda e 
resistente de metal, que suporte o esmalte. Não se pode deixar de fazer um bisel, se para isto 
tiver que deixar uma parte de esmalte sem suporte.
Linhas de término vestíbulo-oclusal de uma coroa três-quartos na maxila. Bisel reto (A), contra-bisel (B), e se a 
cúspide é volumosa, término em lâmina de faca (C) são tipos de términos aceitáveis. O término em lâmina de faca 
não é aceitável em cúspides pequenas ou afiadas (D).
9.5- LOCALIZAÇÃO DAS LINHAS DE TÉRMINO
A localização das margens influi diretamente sobre a facilidade ns confecção e no sucesso 
de uma restauração. Deve-se esperar bons resultados das margens que foram alisadas ao 
máximo e que são acessíveis à higienização. Sempre que possível, as margens devem ser 
localizadas onde o dentista possa acabá-las bem e em áreas que possam ser mantidas limpas 
pelo paciente. E mais, têm que estar localizadas de tal modo que possam ser bem reproduzidas 
quando moldadas, sem que estas se soltem ou se deformem no momento de retira-las.
Sempre que possível, as margens devem estar localizadas no esmalte. No passado, o 
conceito tradicional era que as margens deveriam estar o mais sub-gengival possível. Não se 
75
deve levar mais em conta este conceito como procedimento de rotina. As restaurações sub-
gengivais têm sido apontadas como um dos maiores fatores que desencadeiam as periodontites.
Alguns autores não encontraram diferenças entre a localização supra ou sub-gengival e 
sugerem que o ajuste e o acabamento das margens de uma coroa têm maior importância, do 
ponto de vista periodontal, que sua localização, mas recomendam, sempre que possível, que se 
localize a margem supra-gengivalmente.
Como o comprimento do preparo tem sua importância na resistência e retenção de uma 
prótese, freqüentemente, para se conseguir este comprimento, estende-se o preparo até sub-
gengival. A localização das linhas de término pode ser alterada de seu lugar ideal, por cáries ou 
restaurações prévias.
10- ARTICULADORES: FINALIDADES E USO
10.1- DEFINIÇÃO
Aparelho destinado à fixação dos modelos, a registrar as relações intermaxilares em três 
dimensões e reproduzir os movimentos de interesse protético e do sistema estomatognático. É um 
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instrumento que reproduz os movimentos bordejantes da mandíbula, sendo usado como 
importante veículo no diagnóstico e no planejamento de trabalhos odontológicos.
A utilização feita pelos dentistas, bem como seus conceitos e a compreensão que o 
mesmo possui da oclusão, são elementos decisivos para o emprego bem sucedido de tais 
instrumentos.
O articulador seja ele simples ou complexo, auxilia o dentista a aplicar prudência e 
habilidade na resolução de um problema clínico.
10.2- PROPÓSITOS PRIMÁRIOS DO ARTICULADOR
• Possuir movimentos semelhantes, ou reproduzir os movimentos da mandíbula para 
auxiliar no estudo da oclusão existente na dentição natural.
• Possibilitar o diagnóstico de problemas existentes, tanto na oclusão natural como na 
artificial.
• Permitir o planejamento de procedimentos odontológicos que envolvam as posições e 
contornos, tanto nos dentes naturais como dos artificiais, relacionando uns aos 
outros, em oclusão.
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O articulador deve simular os movimentos da mandíbula.
10.3- CONSIDERAÇÕES
10.3.1- Posição de trabalho: RC e MIH
Antes da descrição das técnicas de registro oclusal propriamente ditas torna-se 
necessária uma discussão a respeito da posição em que os modelos de trabalho deverão ser 
montados no A.S.A. Ou seja, o primeiro passo antes do registro para o trabalho é a definição da 
posição maxilo-mandibular.
Existem diferentes situações clínicas que determinam a escolha por uma posição 
mandibular. Assim, pode-se afirmar que o fator fundamental para a seleção da posição seria a 
estabilidade oclusal.
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Quando da confecção de próteses fixas ou elementos unitários, e na presença de 
estabilidade oclusal, opta-se pela manutenção da máxima intercuspidação habitual (MIH), que o 
paciente apresenta, para o registro e conseqüente confecção do trabalho protético.
Após a confecção da prótese e durante os ajustes na boca do paciente, deve-se ter o 
cuidado de verificar se não estão sendo introduzidos “novos” contatos prematuros em relação 
cêntrica (RC) ou durante os movimentos mandibulares. Caso sejam detectados, estes devem ser 
eliminados através de ajustes somente na prótese em questão.
Por outro lado, existem situações (normalmente casos de reabilitações orais extensas, 
com comprometimento periodontal ou com perda de dimensão vertical de oclusão) onde a 
estabilidade oclusal não mais está presente ou a oclusão está interferindo com a saúde do 
sistema estomatognático. Nestes casos, como as patologias estão relacionadas estritamente à 
oclusão, não se deve utilizar a posição de MIH para a construção do trabalho protético.
Assim, necessita-se, nestes casos, da utilização do posicionamento condilar para 
definição da posição de trabalho. Esta posição condilar é a Relação Central (RC) e, uma vez 
assumida como posição de trabalho, deve manter harmonia com o relacionamento dentário. 
Portanto, em casos onde é preciso utilizar-se a RC como posição terapêutica, o ajuste oclusal dos 
eventuais dentes remanescentes faz-se necessário para a estabilização da oclusão. Essa nova 
posição maxilo-mandibular, onde os contatos dentários

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