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Imunologia Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Sistema do Complemento SISTEMA DO COMPLEMENTO É capaz de ser ativado antes que resposta adaptativa tenha sido estabelecida. Grupo de proteínas plasmáticas e da membrana celular diferentes que interagem entre si e desempenham papel chave no processo de defesa do hospedeiro. “Complementam” a ação dos anticorpos. Características: o Cascata enzimática (proteínas irão interagir e assumirão sua função enzimática, podendo degradar moléculas em sequência). o Formas de iniciar a ativação do sistema: Produtos se ligam covalentemente às células microbianas e aos anticorpos ligados aos antígenos. o Proteínas das células do hospedeiro inibem a ativação do complemento (isso faz uma regulação). Nomenclatura: o Moléculas precursoras C (1-9) - Via clássica (Letra C seguida de um número que vária de 1 a 9). B, D, P - Via Alternativa. o Fragmentos: letras a (menor fragmento) e b (maior fragmento). Objetivo do sistema do complemento o O objetivo comum de todas as vias é clivar C3 em C3a e C3b – portanto, C3 é o ponto central das vias de ativação. o C3a: tem ação pró-inflamatória – promove o aumento da permeabilidade vascular, maior adesão endotelial, aumenta a expressão das selectinas. o C3b: é uma opsonina – facilita a fagocitose ou a opsonização. Consequências da ativação do complemento: o Recrutamento das células inflamatórias (efeito pró- inflamatório). o Opsonização dos patógenos (permite a fagocitose). o Morte do patógeno (através da abertura de um poro na membrana – consequência do sistema do complemento). Vias – se diferem quanto ao processo de iniciação o Via alternativa o Via clássica o Via da lectina Após iniciado, ocorrerão reações intermediárias que irão culminar na clivagem da proteína C3 em C3a (molécula pró-inflamatória) e C3b (pode permanecer na membrana do patógeno). O processo continua até o momento em que a proteína C5 é quebrada em C5a (pró-inflamatória) e C5b (permite o início da formação do complexo de ataque na membrana). A partir da degradação de C5 tem-se as etapas finais da ativação do complemento. VIA ALTERNATIVA Efetor da imunidade inata, uma vez que não depende de nenhum componente especifico (nenhum componente da resposta adaptativa). Componente espontaneamente ativado se liga a superfície do patógeno (essa ligação forma o gatilho necessário para que o complemento seja ativado). Inicia-se pela presença de C3b que se liga à superfície do patógeno. ETAPAS C3 é clivado espontaneamente em C3a e C3b = libera C3b – se há patógeno é ativado, se não inativado. C3b (ativo) liga-se ao Fator B. Fator B é clivado pelo fator BB – forma-se o Bb e Ba. Ba é degradado e Bb – estabilizado pelo fator P (properdina). O C3b livre + Bb estabilizado = complexo C3bBb – atua como convertase de C3. Imunologia Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga C3 é clivado em C3a (ação inflamatória) e C3b (pode se ligar ao patógeno ou formar a convertase de C5). C3b se liga ao complexo C3Bb = complexo C3bBb3b (convertase de C5). O C5a tem ação pró-inflamatória e C5b é aderido à membrana. VIA CLÁSSICA Dependente de anticorpos – via exclusiva da imunidade adaptativa. Denomina de via clássica pois foi a primeira a ser descrita, mas não é a primeira a ocorrer durante a resposta. Para que ocorra iniciação da via clássica é preciso ter um patógeno que tenha sido reconhecido por moléculas de anticorpo. Deve-se ter pelo menos 2 moléculas de anticorpo ligada ao antígeno e elas precisam estar próximas, isso para permitir que o primeiro componente da via clássica possa se ligar – esse componente é chamado de complexo C1 (constituído de C1q). O complexo C1 é constituído de C1q que possui “braços” responsável por se ligar à porção FC do anticorpo e, os domínios r e s que constituem a porção enzimática do complexo C1. O C1q é responsável por se ligar ao anticorpo que está ligado ao antígeno e, essa ligação, promove a exposição do domínio enzimático (C1r2s2 – cada complexo de C1 tem 2 domínios r e 2 s). Não existe ativação de via clássica por anticorpos solúveis, só é possível a ativação quando os anticorpos estão ligados no antígeno. ETAPAS Patógeno reconhecido pelo anticorpo específico. C1q se liga ao complexo anticorpo-patógeno. Essa ligação faz com que C4 se associe à C1q. C4 é clivado pelo complexo enzimático C1r2s2 = C4a (ação pró-inflamatória) e C4b permanece aderido ao antígeno. C4b cliva C2, que forma C2b (degenerado) e C2a (adere-se ao C4b). Forma-se o complexo C4b-2a – atua como convertase de C3. O complexo C4b2a cliva C3 em C3a (pró-inflamatória) e em C3b (atua comoopsonina). C3b se liga ao complexo C4b2a = formação do C4b2a3b – ação como convertase de C5. C5 é clivado em C5a (pró-inflamatório) e C5b (adere-se a membrana e facilita a destruição). VIA DA LECTINA Efetor da imunidade inata, pois também não depende de nenhuma molécula gerada a partir da ativação da imunidade adaptativa. É uma via que depende de duas moléculas que são semelhantes em estrutura e função ao complexo C1. Complexo C1q com seus “braços” que fazem ligação no anticorpo e os domínios r e s enzimáticos. Pode ocorrer pela ligação da lectina ao ligante de manose presente na presença do patógeno ou pela ligação da ficolina na N-acetilglicosamina presente na membrana do patógeno. o Lectina ligadora de manose e Ficolina – são estruturalmente semelhantes à C1, ou seja, possuem braços capazes de se ligar à membrana do patógeno e possuem domínios com função enzimática. o A lectina ligadora de manose se liga em resíduos de manose presentes na membrana do patógeno, enquanto a Ficolina se liga em resíduos de N- acetilglicosamina na parede celular bacteriana. Após a ligação da lectina ligadora de manose ou ficolina, a via da lectina é igual à via clássica, por se assemelhar ao complexo C1q. ETAPAS Lectina se liga ao ligante de manose. Resíduo de manose permanece ligado à membrana do patógeno. Essa reação faz com que C4 seja clivado em C4a (pró- inflamatório) e C4b. C4b segue as mesmas etapas da via clássica. ETAPAS TARDIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO A etapa final ou tardia envolve a formação do complexo de ataque à membrana. Imunologia Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Ocorre apenas se o patógeno não foi fagocitado anteriormente. A geração da convertase C5 (composição depende da via) marca o início da via lítica - etapa final do sistema do complemento, que ocasiona a destruição do patógeno por ação direta. O C5a também é pró-inflamatório e o C5b começa a formar o MAC (C5b + C6 + C7 + C8) – complexo lítico. ETAPAS Formação da convertase C5 (C3bBbC3b/C3b2a3b) C5 é clivado em C5a e C5b. C5a tem ação inflamatória C5b se liga aos complexos C6, C7, C8. Os complexos C7 e C8 se inserem na membrana do patógeno, formando o complexo C5b678. O complexo C5b678 realiza a polimerização de C9 – forma-se poros na membrana do patógeno, o que provoca a morte deste. VIA LÍTICA Geração de C5 convertase leva ao início da Via Lítica. COMPONENTES DO MAC C5, C6, C7, C8 e C9. VIA LÍTICA – MAC Via lítica – MAC o Ativação do C5 o Formação do complexo lítico o Inserção do complexo lítico na membrana celular. RESUMO: inicia-se com uma convertase C5 capaz de degradar C5 em C5b e C5a. C5b inicia a formação do complexo lítico e consequente associação de C6, C7 se inserindo à membrana e continuandoa inserção com C8 e a polimerização de C9. Essa polimerização permite a abertura de um poro na membrana da célula, desencadeando a lise da célula e consequentemente a morte direta do patógeno. REGULAÇÃO DA ATIVIDADE DO COMPLEMENTO C1 INH – Inibidor de C1 Impede que C1r2s2 torne-se ativo e clive C2. Age deslocando C1r2s2 – complexo enzimático e impede a reação. Age apenas na via clássica. Bloqueio da convertase C3 Pode ocorrer em todas as vias. Ação das proteínas: o MCP – Proteína cofator de membrana (não está presente na via alternativa) o CR1 – receptor de complemento tipo I o DAF – Fator de aceleração do decaimento Clivagem de C3b mediada por Fator I Ação do fator I. MCP e CR1 atuam como cofatores para a clivagem de C3b mediando pelo fator I. Há formação de iC3b – C3 inativo, que consegue apenas atuar como opsonina e ser reconhecido pelo macrófago. Forma-se, também, C3f – promove a proteólise de C3b. Imunologia Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Bloquear a formação do MAC CD59 – inibe a formação de poli-C9, assim, não C9 não se polimeriza e forma os poros na membrana do patógeno. Proteína S: inibe a ligação de C5b a C7 – C7 não se adere à membrana = sem poli-C9. OBSERVAÇÕES A deficiência dos componentes (C5-9) está especificamente ligada ao aumento da susceptibilidade à Neisseria (meningocócia). Isso ocorrer porque a destruição direta das bactérias pelo complemento envolve a abertura de poros nas membranas celulares da bactéria. O lúpus eritematoso pode causar consumo de C3 e C4 levando a redução sérica dessas proteínas. Os pacientes com essa doença tem problemas em todas as vias, pois todas dependem da C3. C3a: ativa basófilos e mastócitos, induzindo a sua desgranulação, que aumenta a permeabilidade vascular e contração da musculatura lisa- anafilaxia. TGPi Componentes do Sistema do complemento: Proteínas plasmáticas e de membrana. A via alternativa é ativada pela ligação de C3b espontaneamente ativado. Função da Properdina: estabilizar a Convertase C3 da Via alternativa. São componentes do Complexo C1: C1q e C1r2s2. São moléculas pró-inflamatórias: C3a, C4a e C5a. A formação do Complexo de Ataque à Membrana é iniciada por C5b. A via de ativação do complemento específica da imunidade adaptativa é a via clássica. São opsoninas geradas na ativação do complemento: C3b e C4b. A destruição direta do patógeno ocorre por complexo de ataque à membrana. A proteína S regula o complemento impedindo a inserção de C7 na membrana do patógeno.
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