Buscar

TUTORIA 7 CUIDADOS DE FIM DE VIDA

Prévia do material em texto

ARIELY MESANINI 
 
 
 
INDICAÇÕES DO CUIDADO PALIATIVO 
Definição: é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e crianças) e 
famílias, que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia 
sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros 
problemas físicos, psicossociais ou espirituais. (OMS,2017) 
 
 
 
Trata-se de princípios 
1. Promover o alívio da dor e outros sintomas responsáveis por sofrimento 
2. Afirmar a vida e reconhecer a morte como um processo natural 
3. Não antecipar e nem prolongar ou adiar a morte 
4. Integrar aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado 
5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto 
possível, até o momento da sua morte 
6. Oferecer suporte para a família compreender e se organizar durante o processo de doença 
e de luto 
7. Abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e familiares, 
incluindo acompanhamento no luto 
8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença 
9. Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junto com outras medidas de 
prolongamento da vida (como quimioterapia e radioterapia) e incluir todas as investigações 
necessárias para melhor compreensão e manejo dos sintomas. 
INDICAÇÕES POR GRANDES GRUPOS 
Doença oncológica Disfunção orgânica Doenças 
neurodegenerativas/fragilidade 
• Câncer • Doenças cardiovasculares 
• Doenças pulmonares 
• Doenças renais 
• Doenças hepáticas 
• Demências 
• Doença de Parkinson 
• Sequelas de AVE 
• Esclerose Lateral Amiotrófica 
(ELA) 
• Esclerose Múltipla 
• Síndrome da fragilidade 
 
Declínio rápido ou previsível 
 
Declínio irregular 
 
Declínio gradual 
 
TUTORIA 7 – CUIDADOS 
DE FIM DE VIDA 
 
 
Serve para acalmar e 
aliviar temporariamente 
1ª definição CP “Alívio 
da dor no câncer” OMS 
1990 
Foco no diagnóstico e 
prognóstico 
“Impecável” 
OMS 2002 
Não é só para 
quem tem câncer 
Paliar não é deixar de cuidar 
Cuidar das necessidades do ser 
humano é mais do que dar-lhe 
tratamento a sua doença 
Ampliar os cuidados para o bem 
estar físico, emocional, social, 
familiar e espiritual do paciente 
ARIELY MESANINI 
 
Atente-se que esse gráfico contempla, inicialmente, a terapia modificadora de doença que tanto 
pode ser curativa quanto prolongadora da vida, nos períodos em que há investimento real na 
possibilidade de melhoria, contudo, esse gráfico é invertido e chega ao processo de cuidados 
paliativos quando não há perspectiva de cura, mas de cuidados complexos e contínuos de acordo 
com as necessidades individuais e familiares, até cuidados paliativos exclusivos e cuidados no luto. 
Este último aspecto confirma a necessidade de apoio ao núcleo familiar durante todo processo de 
cuidado até o período pós morte visto que o luto faz parte do cuidado e jamais deverá ser 
negligenciado. 
 
 
ARIELY MESANINI 
SINDROMES GERIÁTRICAS DA AGA 
 
 
 
 
 
Síndrome da incapacidade cognitiva 
• Designa o comprometimento das funções encefálicas 
superiores capaz de prejudicar a funcionalidade da 
pessoa. 
• As alterações nas funções superiores que não 
apresentam prejuízo na funcionalidade do paciente não 
podem ser classificadas como incapacidade cognitiva. 
Essas alterações constituem o transtorno cognitivo leve. 
• Para o estabelecimento do diagnóstico de incapacidade 
cognitiva é fundamental a constatação do prejuízo na 
funcionalidade do indivíduo ou perda de AVDs. As 
principais etiologias da incapacidade cognitiva são: 
demência, depressão, delirium e doenças mentais, como 
esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia. 
Síndrome da incontinência urinária e/ou fecal 
É a perda incontrolável ou involuntária de urina, ou uma 
perda de urina em quantidade e frequência suficiente 
para causar um problema social ou higiênico, como um 
escape ocasional até incapacidade total para segurar 
qualquer quantidade de urina. Isso causa grande 
impacto na vida do paciente, como isolamento social, 
diminuição das atividades diárias, baixa autoestima, 
insegurança, depressão e institucionalização. Pode estar 
relacionada ao: Estresse: caracterizada pela perda 
involuntária de urina ao esforço, tosse ou espirro; De 
urgência: associada ou imediatamente precedida de 
urgência miccional; Mista: de urgência e esforço; 
Transbordamento: caracterizada pelo gotejamento e 
/ou perda contínua de urina associada ao esvaziamento 
incompleto. 
Síndrome da instabilidade postural e queda 
A mobilidade é das principais funções corporais e o seu 
comprometimento, além de afetar diretamente a 
independência do indivíduo, pode acarretar 
consequências gravíssimas, principalmente nos idosos. 
A instabilidade postural, por exemplo, leva o idoso à 
queda, o que representa um dos maiores temores em 
geriatria. Portanto, deve-se levar em conta as alterações 
nos sistemas sensoriais, muscular, articular, que são 
fatores totalmente intrínsecos e levar também em 
consideração os fatores extrínsecos como condições 
ambientes e, não atribuir ao envelhecimento a causa da 
queda. 
Síndrome da imobilidade 
Complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão 
de todos os movimentos articulares, que, por 
conseguinte, prejudica a mudança postural, 
compromete a independência, leva à incapacidade, à 
fragilidade e à morte. Acomete principalmente os idosos 
fragilizados que são os indivíduos que têm mais de 75 
anos, dependem de terceiros para atividades da vida 
diária (AVD), vivem geralmente em instituições- as 
famílias são incapazes de mantê-los em domicílio devido 
a questões financeiras, complexidade nos cuidados e 
falta de apoio técnico do sistema de saúde-, são 
incapazes de movimentar-se, usam múltiplos fármacos, 
são desnutridos e apresentam alterações nos exames 
laboratoriais. São geralmente mantidos confinados no 
leito e, devido a essa imobilidade, adquirem ou evoluem 
para outras complicações, que chamamos de síndrome 
de imobilização (SI). 
Geralmente 
têm múltiplas 
etiologias 
Não constituem risco 
de vida eminente, 
mas associam-se a 
maior mortalidade 
Podem ocorrer 
concomitantemente e 
compartilham fatores 
de risco entre si 
Associam-se a 
perda funcional e 
comprometem a 
qualidade de vida 
São de extrema 
complexidade 
terapêutica 
1 
2 
3 4 
5 
ARIELY MESANINI 
Iatrogenia 
Considera-se como afecções iatrogênicas aquelas decorrentes da intervenção do médico e/ou demais profissionais 
de saúde, seja ela certa ou errada, justificada ou não, mas da qual resultam consequências prejudiciais para a saúde 
do paciente. 
Tipos: 
1. Iatrofarmacogenia: está é a principal, que decorrente do uso de medicamentos, polifarmácia, intervenção 
medicamentosa, desconhecimento das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao 
envelhecimento; 
2. Internação hospitalar: pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da subnutrição, da 
imobilidade, da lesão por pressão e da infecção hospitalar; 
3. Iatrogenia da palavra: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más notícias; 
4. Iatrogenia do silencio: decorre da dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família; 
5. Subdiagnóstico: tendência a atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao fenômeno “da idade”, o 
que pode resultar grave erro; 
6. Cascata propedêutica: em que a solicitação de exames é feita de forma desnecessária, extensiva, sem 
indicação precisa; 
7. Distanásia: caracterizada pelo prolongamento artificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, com 
sofrimento para o paciente e sua família; 
8. Prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica: impõe ao paciente risco 
desnecessário; 
9. Iatrogenia do excesso de intervenções reabilitadoras: o excesso de “equipe interdisciplinar” pode trazer 
consequências desfavoráveis ao paciente, assim como o faz a polifarmácia. 
Incapacidadecomunicativa 
Resultam na independência e sentimento de desconexão 
social (funcionalidade), comprometendo a capacidade de 
execução das decisões tomadas, afetando diretamente a 
independência do indivíduo. 
Insuficiência familiar 
Envolve uma avaliação multidimensional, números 
de filhos, mudanças sociodemográficas e culturais e 
modificações das habitações que limitam as 
possibilidades de cuidado adequado do familiar, 
abordando essa fragilização do suporte familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARIELY MESANINI 
INCONTINÊNCIA URINÁRIA (CAUSAS, TIPOS, FATORES DE RISCOS, QUADRO CLÍNICO) 
É a perda incontrolável ou involuntária de urina. Não é mais necessário comprometimento 
higiênico ou social. 
Epidemiologia 
▪ A prevalência aumenta com a idade 
▪ Mais comum em idosos frágeis 
▪ ILPI: 60% 
▪ 2x mais comum em mulheres (multíparas) 
➢ 35% mulheres idosas 
➢ 22% homens idosos 
Conceitos importantes 
Aumento da frequência urinária 
normal quando há necessidade de 
realizar a micção pelo menos 8 
vezes em um período de 24 h, 
incluindo-se 2 ou mais vezes à noite. 
Noctúria como o ato de acordar 
mais de uma vez, à noite, para 
urinar. É comum que idosos 
apresentem noctúria, seja pela 
perda do pico noturno de secreção 
do hormônio antidiurético (ADH), 
característica do envelhecimento, 
seja por patologias comuns da 
idade, como aumento da próstata 
ou apneia do sono. 
Urgência miccional é o desejo súbito, imperioso e incontrolável de urinar. 
 
Classificação 
Incontinência urinária transitória 
ou reversível: 
• Início súbito 
• Associada às condições clínicas 
agudas ou uso de medicamentos 
• Os medicamentos são a causa mais 
comum de incontinência urinária 
reversível 
• Tende a melhorar após resolução 
ou remoção da causa 
D: delirium 
I: infecção do trato urinário 
U: uretrite ou vaginite atrófica 
R: restrição da mobilidade 
A: aumento do débito urinário 
(hiperglicemia, hipercalcemia) 
M: medicamentos (diuréticos, 
sedativos, antagonistas α-
adrenérgico) 
I: impactação fecal 
D: distúrbios psíquicos (depressão) 
Incontinência urinária de urgência 
• Causa mais comum de IU em idosos (60%) 
• Perda de urina causada por contrações não 
inibidas do detrusor 
• Clínica: 
• Urgência 
• ↑ frequência urinária 
• Noctúria 
• Perdas de urina volume pequeno a 
moderado 
• Causas: pode ser neurogênica (AVC, tumor, 
Alzheimer, Parkinson) ou idiopática 
Incontinência urinária de esforço 
• Causa mais comum de IU em 
mulheres jovens e 2ª causa em 
mulheres idosas 
• Perda de urina causada por aumento 
transitório da pressão intra-abdominal 
(tosse, espirra, ri, exercício físico) que 
supera a pressão de fechamento 
esfincteriano na ausência de contrações 
vesicais 
• Causas: Fraqueza da musculatura do 
assoalho pélvico; Hipermobilidade da 
uretra; Deficiência de estrogênio 
(atrofia e relaxamento pélvico); 
Deficiência do esfíncter inferior (ex: 
lesão causada pós prostatectomia) 
Incontinência urinária mista 
• Causa mais comum de IU em 
mulheres 
• Combinação de IU de urgência e de 
esforço 
Incontinência urinária por 
transbordamento 
• Grande aumento do volume da bexiga gera 
aumento da pressão intravesical, excedendo 
a resistência intrauretral e provocando perda 
urinária 
• Clínica: Gotejamento ou perda contínua; 
Esvaziamento vesical incompleto; Jato 
urinário fraco; Esforço miccional; 
Intermitência; Hesitação; Aumento da 
frequência; Noctúria 
Causas: 
• Hipocontratilidade do detrusor 
(hipoestrogenismo, lesão medula espinhal) 
• Obstrução de saída (hiperplasia prostática, 
estenose de uretra, prolapso vesical grave 
Incontinência Urinária funcional: 
Incapacidades de chegar à toalete a 
tempo: limitações físicas e ambientais, 
transtornos psíquicos, déficit cognitivo, 
etc 
 
Causas 
Candidíase perineal; Celulite; Dermatite 
de fraldas; Úlceras por pressão; Infecção 
urinária; Urosepse; Quedas; Fraturas; 
Prejuízo do sono; Estigmatização; 
Disfunção sexual; Isolamento social; 
Depressão; Risco de institucionalização 
Fatores de risco 
▪ Alterações decorrentes 
do envelhecimento 
▪ Medicamentos utilizados 
▪ Lesões no sistema 
nervoso ou urinário 
▪ Declínio funcional e 
cognitivo 
ARIELY MESANINI 
A IU pode ser dividida em: 
▪ Temporárias = agudas 
▪ Permanentes = crônicas (esforço, urgência, sobrefluxo e funcional) 
Impacto do envelhecimento sobre a micção: 
▪ ↓ capacidade da bexiga 
▪ ↑ do volume residual 
▪ Hiperatividade e ↓ contratilidade do detrusor 
▪ ↓ pressão de fechamento uretral 
▪ ↑ volume da próstata (homens) 
▪ ↓ produção de estrogênio 
▪ Perda do pico noturno de ADH 
 
 
Investigação – Diagnóstico 
É eminentemente clínico, com uma boa anamnese e exame físico conseguimos fecha-lo. Porém, 
algumas medidas podem ser tomadas para estratificarmos a causa dessa IU, o que irá interferir 
diretamente no tratamento. De uma maneira geral, pacientes com IU devem ser avaliados de acordo 
com sua história clínica, de forma particularizada, e realizar aos exames: 
▪ Exames laboratoriais: de urina, glicemia, creatinina, eletrólitos 
▪ USG de rins e vias urinárias com medida do resíduo pós-miccional 
▪ Teste urodinâmico: padrão-ouro (não indicado de rotina) 
Uma medida simples e que deve ser empregada a todos os pacientes com suspeita de IU é o diário 
miccional. Nesse diário, o paciente irá anotar todas as vezes que urinar, dizendo o horário, a 
quantidade, se teve urgência ou não, quanto de água bebeu, se conseguiu chegar ao banheiro, 
disúria, polaciúria, após esforços, volume perdido, intervalo entre as micções. Isso é importante 
para termos certeza da classificação da IU e podermos estratificar o tratamento. 
Tratamento 
No caso das IU temporárias (agudas), nós temos um grande potencial de curá-las, e o tratamento 
se baseia basicamente em tratar a doença de base, como delirium, infecção do trato urinário com 
antibiótico, restrição da mobilidade com deambulação sob vigilância, retirada de medicamentos 
causadores, impactação fecal com laxativos ou dietas específicas, tratamento dos distúrbios 
psiquiátricos, etc. 
▪ Medidas comportamentais 
▪ Exercícios pélvicos e técnicas fisioterápicas 
▪ Cateterismo uretral (intermitente ou de demora) 
▪ Tratamento medicamentoso 
▪ Cirurgia 
 
 
 
 
 
 
O envelhecimento por si só não causa incontinência, mas induz 
mudanças que tornam o idoso mais suscetível ao problema 
 
Avaliação inicial 
▪ Você perde urina sem ter vontade? 
▪ Você perde urina quando tosse, 
espirra, ri ou faz exercícios? 
▪ Você perde urina antes de chegar ao 
banheiro? 
▪ Você usa absorventes, tecidos ou 
fraldas para reter urina? 
 
Idosos sempre devem ser 
questionados quanto IU 
 
É um exame que tem como objetivo demonstrar a função do trato urinário inferior. Em termos práticos, ele mostra se a bexiga consegue cumprir sua função: armazenar urina sob baixa pressão e proporcionar adequado esvaziamento (micção normal).
Dor ou queimação na urina
 Urinar com baixo volume e várias vezes
ARIELY MESANINI 
MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS DO IDOSO 
Sinais e sintomas que embora não clássicos de uma doença, mas trazem pistas de uma ou mais 
doenças que podem estar envolvidas no processo. É necessário um alto índice de suspeição, pois 
geralmente são responsáveis por diagnósticos tardios e atrasos no tratamento. 
 
Existem fatores predisponentes, ou seja, que aumentariam a probabilidade de que os indivíduos 
de faixas etárias mais elevadas apresentem sinais e sintomas atípicos, principalmente, no caso de 
afecções agudas. 
Fatores predisponentes 
• Idade avançada 
• Diminuição da reversa funcional dos órgãos e sistemas 
• Incapacidade de manter a homeostase 
• Percepções equivocadas sobre o envelhecimento 
• Comorbidades 
• Incapacidade funcional 
• Deficiência cognitiva 
• Polifarmácia 
 
Doenças agudas em pacientes nessa faixa etária apresentam, muitas vezes, quadro clínico e 
laboratorial diferentedo encontrado em adultos jovens ou, ainda, são interpretadas como 
condições crônicas preexistentes. Exemplo: perda súbita da capacidade na execução de atividades 
da vida diária, com ou sem outros sintomas ou sinais indicativos de determinada doença. Essa 
queixa pode estar relacionada a doenças agudas como pneumonia, infecção urinária, AVC, infarto 
agudo do miocárdio, estado não-cetótico hiperosmolar e abdome agudo. 
TÍPICOS ATÍPICOS 
• Dispneia 
• Dor 
• Taquicardia 
• Tosse 
• Broncoespasmo 
• Síncope 
• Edema 
• Confusão mental 
• Inapetência 
• Incontinência 
• Declínio funcional 
• Insônia 
• Depressão 
• Desconforto abdominal 
• Quedas 
 
Quando temos idosos gravemente enfermos sem sintomas indicativos da doença também é 
frequente e, quanto mais incapacitado e frágil o paciente for, maior a probabilidade de sintomas 
inespecíficos, como delirium e incontinência urinária, dominarem o quadro clínico. E o processo 
de diagnose em idosos frágeis significa a procura e exclusão de doenças agudas, passa pela análise 
crítica da prescrição medicamentosa e chega a detalhes do ambiente social e familiar do paciente. 
Muitos pacientes idosos e frágeis apresentam síndromes geriátricas, não só o delirium e a 
incontinência, como também a síndrome da fragilidade, as demências e a imobilidade têm alta 
prevalência e estão ligadas a um pior prognóstico, com maiores morbidade e mortalidade, além de 
aumentarem o risco de apresentações atípicas, as quais podem ser uma nova síndrome geriátrica, 
como um delirium ou uma nova queda. 
As apresentações atípicas são comuns em sete situações, e a detecção precoce dessas aumenta o 
índice de diagnósticos a tempo de reduzir os percentuais de morbidade e de mortalidade. 
 
Aumenta as chances de sequelas e 
mortalidade nessa faixa etária 
 
A associação de mudanças fisiológicas, 
sobreposição de doenças e uso simultâneo 
de vários medicamentos colabora para o 
desenvolvimento de alterações, muitas 
vezes significativas, nas queixas de idosos 
Há uma percepção equivocada sobre o 
envelhecimento, muitas vezes idosos e 
seus familiares atribuem o novo quadro 
clinico à “velhice” e deixam de reporta-
lo aos médicos. E até os médicos fazem 
essa interpretação, por desconhecer a 
biologia, fisiologia, psicologia e as 
principais síndromes geriátrica 
Ex: ausência de febre em quadros infecciosos ou sinais e sintomas das 
doenças cardiovasculares no idoso 
Essas apresentações são vagas e não 
especificas que, em muitos casos 
agudos, indicam doenças graves e 
potencialmente fatais em idosos 
ARIELY MESANINI 
Infecções 
Um dos principais problemas das doenças é o 
diagnóstico tardio e, consequentemente, o retardo no 
inicio do tratamento, contribuindo para maiores taxas 
de mortalidade nessa faixa etária. Sintomas comuns 
como tremores, incontinência urinária e alterações 
cognitivas, podem não ser valorizados ou 
considerados normais e incuráveis. 
Doenças cardiovasculares 
Podem apresentar manifestações mais amplas. 
Arritmias na 3ªid raramente originam queixas de 
palpitações, encontram-se com mais frequência 
arritmias um quadro sincopais e/ou de quedas. Infarto 
agudo do miocárdio pode evoluir silenciosamente e 
mortalmente ou se exteriorizar com sintomas 
diferentes dos considerados clássicos, apresenta 
manifestação como sincopes, déficits neurológicos 
súbitos, embolias periféricas ou pulmonares, dores 
abdominais ou sintomas respiratórios s/ sinais ICC. 
Embolismo pulmonar 
Esse quadro compõe um dos maiores problemas de 
saúde com significante morbidade e mortalidade. 
Apresentações clinicas atípicas e/ou ausência da 
hipótese diagnostica no inicio dos sintomas é fato 
comum na 3ªid. Neste caso o próprio processo de 
envelhecimento pode incorporar fatores 
predisponentes, como o aumento das concentrações 
séricas de fibrinogênio, conjuntamente com a redução 
das de antitrombina 3 e o desenvolvimento de estase 
venosa devido ao decréscimo de mobilidade e de 
massa muscular em membros inferiores. 
Abdome agudo 
Define-se como quadro doloroso abdominal que 
necessita de pronta assistência, diagnostico e 
tratamento imediato normalmente cirúrgico. Essa 
queixa é comum em pacientes de idades avançadas. 
Nota-se que octogenários e idosos com alto grau de 
dependência física e/ou mental podem desenvolver 
quadros abdominais graves e cirúrgicos 
assintomáticos ou com outras manifestações clinicas 
além da dor. Tornando o diagnostico um desafio 
devido a multiplicidade de causas e sintomatologia 
variável. Frequência de quadros obstrutivos 
intestinais, pancreatites e colecistites está entre 3-4x 
mais em idades > 50 anos. 
Tireoideopatias 
Seu diagnóstico é muitas vezes demorado, devido à 
sintomatologia insidiosa e muitas vezes atribuída ao 
envelhecimento normal. Fadiga, bradipsiquismo, 
letargia e obstipação intestinal podem compor o 
quadro do hipertireoidismo com apatia. Sintomas 
típicos estão ausentes ou são correlacionados com 
outras doenças coexistentes ou frequentes na 3ªid. 
Reações adversas a medicamentos 
O envelhecimento provoca a multiplicidade de doenças 
e, consequentemente o consumo de fármacos. Anti-
hipertensivos, diuréticos e hipnóticos podem provocar 
hipotensão ortostática e/ou quedas e induzir 
progressiva imobilidade. Outras circunstancias, como 
o consumo excessivo ou retirada abrupta de fármacos, 
contribuem constantemente para o desenvolvimento 
de estados confusionais agudos. 
Neoplasias 
Manifestam-se comumente em idosos como nodulosidades encontradas casualmente ao exame clínico. Massas 
abdominais ou pélvicas, nódulos em mamas, axilas ou em região cervical. Outras situações que podem 
anteceder as manifestações clássicas de uma neoplasia são os quadros depressivos e as síndromes 
paraneoplásicas, como as neuropatias e as alterações endócrinas e hidroeletrolíticas, como a síndrome da 
secreção inapropriada do hormônio antidiurético. 
 
Referencias 
FREITAS, E.V.; PY, L.; NERI, A.L. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2016. 
Freitas EV de et al. Manual prático de geriatria. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes