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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DIGNIDADE HUMANA

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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DIGNIDADE HUMANA: A 
SUSTENTABILIDADE COMO POSITIVADOR DESTE PRINCIPIO 
CONSTITUCIONAL 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 O desenvolvimento tecnológico tem sido grande aliado da sociedade em geral 
trazendo benefícios, colocando milhares de pessoas em contato, estreitando distâncias, 
permitindo a diversidade cultural, troca de conhecimento, enfim, configurando um verdadeiro 
mundo globalizado. A transmissão e recebimento de informações tornaram-se instantâneas a 
todo o tempo e em todo o mundo; há uma inserção nesse meio, com bastante frequência e 
intensidade. 
Entretanto o que se constata, muitas vezes, é o desvio da finalidade dessas redes, uma 
vez que seus usuários passaram a postar informações que, com certa frequência, violam 
direitos e garantias fundamentais. 
Dentre as violações que podem ocorrer no meio digital destacam-se, principalmente o 
direito a liberdade de expressão e o direito a privacidade. Quando há violação desses direitos, 
é a própria sustentabilidade que é atingida tendo em vista que esta possui estreita relação com 
o principio da dignidade da pessoa humana. Tal principio é atingindo frequentemente pela 
atuação dos hackers que se aproveitam da instantaneidade da rede e do anonimato que esta 
oferece e a utilizam com a finalidade de descobrir informações pessoais e utiliza-las com o 
objetivo de obter algum proveito econômico da vitima. 
Em decorrência disto, faz-se necessário que sejam previstas e devidamente exercidas 
formas de contrabalançar a liberdade de expressão com os limites que o próprio ordenamento 
jurídico preceitua, tais como a proibição de censura, a obrigação de indenizar, a 
criminalização de determinadas condutas no Código Penal brasileiro, entre outras. 
Este trabalho tem como objetivo demostrar como a sustentabilidade vai além do 
campo ambiental. Tal princípio, dotado de caráter jurídico no ordenamento brasileiro, visa 
garantir o bem estar para as atuais e futuras gerações possuindo íntima relação com valores 
como solidariedade, justiça e equidade. Busca-se, com o desenvolvimento sustentável, que 
haja uma reflexão positiva na vida das pessoas, que os avanços tecnológicos e econômicos 
sejam determinantes apenas para uma vida mais fácil e não para a satisfação de caprichos 
humanos. 
METODOLOGIA 
O presente trabalho foi estruturado a partir do uso da pesquisa bibliográfica como 
metodologia. Esta i j i Segundo Fonseca (2002, p. 
32) “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já 
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, 
páginas de web sites” 
Conforme afirma Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de 
pesquisa são as investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das 
diversas posições acerca de um problema. 
Além disso, tem como forma a se seguir o método exploratório, com o objetivo de 
apurar conceitos e ideias a partir de um planejamento flexível e através dos mais variados 
conteúdos disponíveis, com o objetivo de possibilitar a reflexão dos aspectos apresentados 
neste estudo e da familiaridade e aproximação com os conhecimentos almejados a partir de 
sua análise. 
 
A FACILIDADE E OS PERIGOS DA INTERNET 
A facilidade de troca de informações com a internet torna-se mais instantânea a cada 
dia, a rapidez com que as informações podem chegar ao outro lado do mundo chega a ser 
inimaginável. Segundo Gustavo Testa Corrêa: 
[...] A Internet é um sistema global de rede de computadores que possibilita 
a comunicação e a transferência de arquivos de uma máquina a qualquer 
outra máquina conectada na rede, possibilitando, assim, um intercâmbio de 
informações sem precedentes na história, de maneira rápida, eficiente e sem 
a limitação de fronteiras, culminando na criação de novos mecanismos de 
relacionamento. (2000, p. 135) 
 
A adesão ao uso das redes sociais cresce a cada dia, sem que haja uma devida 
fiscalização dos conteúdos que são compartilhados. Entretanto essa facilidade e velocidade 
aliadas ao anonimato que a internet oferece podem ser usadas não só para simples troca de 
informações; práticas ilegais nesse meio tem se tornado cada vez mais frequentes. 
O avanço da internet, que para Paesani (2014), hoje i i 
comunicação que interliga dezenas de milhões de computadores no mundo inteiro e permite o 
acesso a uma quantidade de informações praticamente inesgotáveis, anulando toda distância 
de lugar e tempo. 
Esse meio de comunicação que se tornou essencial no mundo inteiro, apesar de trazer 
benefícios e servir de disseminadora de informações, traz também muitos problemas quando 
se trata da privacidade. Essa facilidade e velocidade aliadas ao anonimato que a internet 
oferece podem ser usadas não só para simples troca de informações; práticas ilegais nesse 
meio tem se tornado cada vez mais frequentes. 
A falta de normas para regulamentar o campo da internet causa grandes transtornos a 
quem tem sua vida privada invadida e divulgada na grande rede. Pois como afirma Paesani 
(2014) 
(...) i i i : 
ao mesmo tempo em que se tornou um espaço livre, sem controle, sem 
limites geográficos e políticos, e, portanto, insubordinado a qualquer poder, 
revela-se como um emaranhado perverso, no qual se torna possível o risco 
de ser aprisionado por uma descontrolada elaboração eletrônica. (pág.21) 
Proporcionalmente ao exercício da liberdade de expressão na internet vigora, também, 
a invasão à privacidade justamente em desfavor daqueles que pretendiam apenas exercer seu 
direito de liberdade de expressão. Deste modo se torna comum a ocorrência de casos onde se 
tem a violação de dois direitos fundamentais básicos assegurados a todos em decorrência de 
principio da dignidade humana: o direito de liberdade de expressão e o direito à privacidade. 
Tal violação ocorre frequentemente com o uso indevido das redes sociais. 
A facilidade da troca de informações via Internet coloca a privacidade, 
intimidade e a segurança das pessoas em risco. A salvaguarda de tais direitos 
fundamentais encontra-se prevista no artigo 5º da Constituição Federal, 
caput e inciso X e por vezes são violados sem a vítima perceber, por meio de 
programas de computador chamados phishing, que copiam dados e senha, 
como malwares, números de cartão de crédito, roubam fotos, documentos. 
(Jahnke e Gossling. 2013 p.3). 
 
A privacidade que corresponde ao direito reconhecido ao indivíduo de exercer o 
controle sobre o uso dos próprios dados pessoais inseridos num arquivo eletrônico tendo a 
liberdade de preservar ou não a própria intimidade, é exposta ao risco em cada acesso, 
podendo ser violada através de programas de computador sem que a vítima perceba. 
Como a cláusula geral da dignidade da pessoa humana acaba se concretizando por 
meio dos direitos fundamentais em espécie, é necessário que se busque, com fundamento 
direto na dignidade da pessoa humana, a sua proteção contra novas ofensas e ameaças, em 
princípio não alcançadas, ao menos não expressamente, pelo âmbito de proteção dos direitos 
fundamentais já consagrados no texto constitucional. 
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO DIREITO FUNDAMENTAL 
A expressão da dignidade humana é tida como fundamento do Estado brasileiro, pois 
expressa q “ xi h , g içõ i , i i , 
 ô i j i q i q i j i ” Tal postura protecionista 
assumida pelo Estado que tem o papel de garantidor dos direitos criados e direcionados ao 
próprio homem, em termos atuais, prevê respeito à identidade cultural, respeito à história de 
vida de cada sujeito e de cada tradição. 
Segundo afirma Novelino 
(...) a dignidade é considerada o valor constitucional supremo e, 
enquantotal deve servir, não apenas como razão para a decisão de 
casos concretos, mas principalmente como diretriz para a elaboração, 
interpretação e aplicação das normas que compõem a ordem jurídica 
em geral, e o sistema de direitos fundamentais, em particular. (2014, 
pag.174) 
Tal premissa possui caráter normativo e é considerado como sendo a matriz axiológica 
do ordenamento jurídico brasileiro, em decorrência disso, a ela é conferido um duplo papel no 
sistema, pois além de seu enquadramento na condição de norma fundamental, como sendo um 
conteúdo autônomo de direitos, o princípio da dignidade da pessoa humana também funciona 
como fonte de direitos, garantias e deveres fundamentais (STARLET, 2010, p.70,91), capaz 
de nortear os sentidos desses direitos, justificar o reconhecimento de novos direitos, além de 
ser considerado como um verdadeiro critério de ponderação de sentido na implicação 
recíproca entre os diversos direitos fundamentais com ele relacionados. 
O fim do Estado é o homem, como fim em si mesmo que é, isto é, como sujeito de 
dignidade, de razão digna e supremamente posta acima de todos os bens e coisas, inclusive do 
próprio Estado. 
Para Rocha 
O Estado somente é democrático, em sua concepção, constitucionalização e 
atuação, quando respeita o princípio da dignidade da pessoa humana. Não 
há verbo constitucional, não há verba governamental que se façam legítimos 
quando não se voltam ao atendimento daquele princípio. Não há verdade 
constitucional, não há suporte institucional para políticas públicas que não 
sejam destinadas ao pleno cumprimento daquele valor maior transformado 
em princípio constitucional. (1999, p. 57.) 
 
Sem o respeito à dignidade da pessoa humana não se há de cogitar que o Poder 
exercido seja considerado legitimo, pois a legitimidade tem sua única expressão no homem 
quando este é respeitado em sua essência. Sem dignidade não há democracia e sem essa todos 
os fundamentos constitucionais da organização política da sociedade brasileira são postos por 
terra. 
É nesse contexto de efetivação do princípio da dignidade humana que aparece o 
princípio da sustentabilidade, o qual deixa de ser apenas um suporte conceitual da Ordem 
Constitucional Econômica e Social e passa a ser considerado como um direito fundamental, 
através do qual se busca uma forma que se mostra eficaz para a efetivação do direito 
fundamental à qualidade de vida de modo a garantir um desenvolvimento equilibrado e que 
satisfaça as necessidades humanas essenciais. 
O reconhecimento da sustentabilidade como um princípio jurídico de outros ramos do 
Direito, não só do Direito Ambiental revela a intenção de dotá-los de uma unidade teórico-
normativa enquanto desdobramentos da unidade semântico-principiológica da Constituição 
Federal. Trata-se de um movimento que merece ser louvado, haja vista que seu 
direcionamento para um tratamento interdisciplinar dos ramos do Direito promove a 
compatibilização racional dos objetivos, por vezes diversos, que áreas específicas do Direito 
perseguem. Compatibilização levada a cabo através de uma reconstrução da principiologia 
desses segmentos, que, como se sabe, foram construídas sem necessariamente serem pautadas 
na preocupação com uma unidade de sentido constitucional – que tem como núcleo 
sustentador e irradiador de sentido a dignidade humana – para a qual deve agora se voltar. 
O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E A VIOLAÇÃO DA DIGNIDADE 
HUMANA 
O advento da tecnologia foi importante para a sociedade, pois trouxe consigo 
modificações e inovações tecnológicas o que possibilitam maior comodidade e melhores 
relações, sem a barreira da distância. Além de permitir troca de conteúdos via internet. Porém, 
vale salientar que a globalização desencadeou várias práticas ilegais e criminais. 
Ao mesmo tempo em que a inovação tecnológica trouxe benefícios, colocando 
milhares de pessoas em contato, estreitando distâncias, permitindo a diversidade cultural e a 
troca de conhecimento, configurando-se como um verdadeiro mundo globalizado, o aumento 
de práticas ilegais e criminosas, merecedoras de estudo e regramento, também aumentou sem 
que houvesse a devida regulamentação e punição prevista a tais condutas. 
A Internet foi programada para funcionar e distribuir informações de forma 
ilimitada. Em contrapartida, as autoridades judiciarias estão presas às normas 
e instituições do Estado e, portanto, a uma nação e a um território limitado. 
Configura-se o conflito e a dificuldade de aplicar controles judiciais na rede 
e surge o problema da aplicação de regras (Paesani, 2014. Pág. 21) 
O ser social é constituído das relações que estabelece entre si, levando em conta os 
valores e normas da sociedade e da cultura na qual está inserido. A sua ética é expressa no dia 
a dia, por meio de sua linguagem, ações e costumes. As redes sociais possuem um conjunto 
de informações que tem uma amplitude de assuntos, possibilitando uma ampla interação e 
análise sobre os mesmos. Podemos observar que a diversidade de informações apresentadas 
na rede nos transforma em seres sociais cada vez mais autônomos e interligados. 
A liberdade de expressão do pensamento é um direito inerente ao ser humano que 
necessita comunicar-se constantemente com o outro. O exercício desse direito pode ocorrer 
pelas mais variadas formas: escrita (livros, revistas, jornais, periódicos, cartas), falada 
(conversas, palestras, reuniões), pelo uso de imagens e de sons (rádio e televisão), internet, 
através das redes sociais, entre outras. 
 Por possibilitar essa manifestação não só do pensamento, mas de opiniões, ideias e 
ideologias, essa liberdade é a maneira pela qual o indivíduo participa da vida em sociedade e 
das decisões do Estado. Assim sendo, o Estado deve assegurar ao indivíduo o direito de 
manifestar e de expor seu pensamento livremente, sem que este sofra qualquer tipo de 
restrição. 
Nesse particular, a CF/88 veda expressamente a censura e a licença. Entretanto, o 
exercício da liberdade de expressão do pensamento não é absoluto, no próprio texto 
constitucional estão expressas as restrições ao seu exercício, em dispositivos que estabelecem 
a vedação ao anonimato, à proibição de violação da honra, da imagem, da vida privada e da 
intimidade do indivíduo. Está expressa também a obrigação de indenização por danos 
materiais ou morais no caso do exercício da liberdade de expressão de forma abusiva 
As discussões sociais vêm frequentemente analisando as devidas práticas ilegais que 
vem a ferir os direitos fundamentais realizadas por hackers com objetivos maliciosos de 
invadir, modificar, inserir e divulgar pertences privativos de outrem sem o seu 
consentimento. Consistindo-se na falta de normas efetivas e regulamentadoras de tais 
práticas. 
Na visão de Jahnke e Gossling: 
(...) a discussão consiste nessa tipologia de práticas ilegais que se encontram 
em uma crescente tanto pelo retorno rápido, mas também pela falta de 
normas efetivas e regulamentadoras de tais práticas, bem como um olhar 
acerca dos direitos fundamentais que são feridos por essas práticas. (2013, 
p.2) 
 
Verifica-se que há um imensurável risco nas trocas de dados informáticos via internet 
colocando-se assim a privacidade, intimidade e a segurança das pessoas em constante perigo. 
Por um lado, tendo tais direitos fundamentais proteção prevista na Constituição Federal, estes 
são muitas vezes violados sem que a vítima perceba que está sendo alvo de um crime por 
meio de programas de computador, os quais permitem que sejam transferidos documentos 
pessoais ilegalmente. 
Desta forma podemos perceber a importância das redes sociais e a forma como a ela 
está intrínseca na sociedade atual. Todavia somos levados a refletir até onde o indivíduo deve 
interagir sem infringir a privacidade e confidencialidade do outro, e quais os riscos que a 
exposição de informações, pois mesmo com todos os avanços nas áreasde segurança hoje 
disponíveis, a internet ainda se tem prestado a permitir que algumas pessoas abusem de todo o 
seu potencial para comunicação e interação. 
SUSTENTABILIDADE NA PROTEÇÃO A DIGNIDADE HUMANA 
A sustentabilidade é um dos assuntos mais comentados na atualidade, sendo 
frequentemente relacionada às questões ambientais, sobretudo no que diz respeito á 
preservação dos recursos naturais. Entretanto seu conceito não representa uma construção 
unidimensional ligada apenas à proteção ao meio ambiente, ela possui vinculação com valores 
e princípios éticos, relacionados com justiça, e determina não ser aceitável viver à custa das 
gerações futuras. 
 987, i ç i j 
conscientização do que se entendia por Desenvolvimento Sustentável. O 
 i : “ i 
necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações 
 i i ” (Pereira; Oliveira; Melo, 
2014.) 
Tendo seu nascedouro em discussões onde se digladiavam ambientalistas e 
desenvolvimentistas, a noção de sustentabilidade promoveu a superação da ideia da economia 
como um fim em si mesmo, substituindo-a pelo reconhecimento de ser o ser humano um fim 
em si mesmo; e, portanto, ser por ele e para ele que existe o desenvolvimento. De tal ligação, 
se propõe que seja a sustentabilidade um princípio jurídico revelador de um direito 
fundamental. 
O reconhecimento da sustentabilidade como um direito tem o condão de promover a 
superação da sua utilização como uma mera prática discursiva, já que se estará num campo 
em que ser sustentável não será mais uma prática facultativa, mas obrigatória, e cujo conteúdo 
não mais será dado por um determinado ator social que esteja na defesa de seus interesses 
pessoais, mas pelo Estado, através de sua Lei Fundamental, com vistas à realização de seu 
valor maior: a dignidade da pessoa humana. 
O Relatório Brundtland i 987 i q “ j iça 
distributiva global entre ricos e pobres, natureza das pessoas que vivem hoje e no futuro e 
 h ”. Isto é, direciona seu foco exclusivamente em evoluir de maneira sustentável, 
o que, frise-se, representou uma inovação, e define o desenvolvimento sustentável como 
 q “q i z i i g çõ 
futuras satisfazerem suas próprias necessidades” (NOSSO FUTURO COMUM, 1991, p. 46.) 
A sustentabilidade vem com a proposta de promover uma melhor garantia do bem 
estar social com o meio ambiente do qual dependemos diretamente, referindo-se, de forma 
imprescindível, à sobrevivência, atendendo a humanidade e se preocupando com as futuras 
gerações. 
No meio ambiente, tutelado como garantia constitucional, pretende-se a consolidação 
da qualidade de vida, contemplando todos os valores e princípios da Constituição. Assim 
contribui Canotilho e Moreira (1993, p.143): 
[...] uma consequência derivada de múltiplos fatores no mecanismo e 
funcionamento das sociedades humanas e que se traduz primordialmente 
numa situação de bem-estar físico, mental, social e cultural no plano 
individual, e em relação de solidariedade e fraternidade no plano coletivo. 
Nossa Constituição Federal de 1988 tem como fundamento a garantia do direito à 
vida, no qual se funda o princípio da qualidade de vida sadia. A interpretação contemporânea 
desta norma constitucional vem no sentido de que não basta conservar a vida e viver bem, é 
preciso mais, a busca da concretização da qualidade de vida. 
C i V ig , i i i i i “( ) i 
dificuldade de preservar e expandir as liberdades substantivas de que as pessoas hoje 
desfrutam sem comprometer a capacidade das futuras gerações de desfrutarem de liberdade 
 h i ” (2005, 46) 
A qualidade de vida que se busca obter com a efetivação da sustentabilidade está 
intrinsecamente interligada com o existir com dignidade, pois ao se elevar a qualidade de vida 
como um direito de todos garante-se a possibilidade de exigência de que o Poder Público 
forneça as condições mínimas para que tal direito seja concretizado. Tal desenvolvimento que 
se busca promover com a real efetivação da sustentabilidade vai além do campo ambiental e 
tem de ser entendido não apenas como uma meta a ser alcançada e sim como um processo que 
deve ser obtido e mantido em virtude de sua importância, pois como afirma Dias, este 
desenvolvimento. 
Exerce consequentemente, grande influencia sobre todos os setores do 
desenvolvimento social, entre os quais: a educação, a saúde, a moradia, a 
convivência urbana, o bem-estar, a dinâmica demográfica, a integridade 
familiar e a prática da democracia, com a plena participação popular. (, 
2015, pág. 21) 
Compreender a sustentabilidade como um princípio constitucional, que vai além da 
proteção ao meio ambiente, como sendo este um princípio interdisciplinar, constitui 
importante tarefa dogmática em busca da efetividade de ideias que gravitam no entorno da 
solidariedade e da dignidade como balizas do Estado Democrático de Direito. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por todos esses aspectos que foram dispostos, fica plenamente evidenciado, que em 
decorrência dos meios de informações e interações digitais que, apesar de terem reduzido 
consideravelmente as distâncias abissais existentes entre os povos do mundo, interligando 
quase todas as nações, dentro de um sistema complexo e mais globalizado, as falhas que estão 
contidas dentro dos meios informáticos e tecnológicos, são por diversas vezes, utilizadas por 
pessoas que buscam cometer crimes aproveitando-se do anonimato que lhes é propiciado. 
Quando se efetivam essas práticas ilícitas, tem-se afetado diretamente o direito a dignidade da 
pessoa humana, inerente a todos. 
Nesse tocante, uma das grandes dificuldades que se busca dentro da nossa Carta 
Magna diz respeito à sustentabilidade, tendo em vista que os seres humanos constituem o 
centro e a razão de ser deste processo faz-se necessário pleitear um novo estilo de 
desenvolvimento que seja ambientalmente sustentável, mas não apenas no acesso e no uso dos 
recursos naturais e na preservação da biodiversidade; que seja socialmente sustentável 
reduzindo a pobreza e as desigualdades sociais e que busque promover a justiça e a equidade; 
que seja culturalmente sustentável na conservação do sistema de valores, práticas e símbolos 
de identidade; e que seja politicamente sustentável ao aprofundar a democracia e garantir o 
acesso e a participação de todos na tomada de decisões públicas. 
 Esse novo estilo de desenvolvimento tem como norte uma nova ética de 
desenvolvimento, na qual os objetivos econômicos de progresso estejam subordinados às leis 
de funcionamento dos sistemas naturais e aos critérios de respeito à dignidade humana e 
melhoria da qualidade de vida das pessoas. 
 
Maria Gabriela Inácio Leite – Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão 
Sampaio. E-mail: gabyinacio_leite@hotmail.com 
Jorge Batista da Silva - Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão 
Sampaio. E-mail: jorge.b.s@outlook.com 
Flora Tavares Gonçalves - Discente Do Curso De Direito Do Centro Universitário Leão 
Sampaio. E-mail: florras@outlook.com 
mailto:gabyinacio_leite@hotmail.com
mailto:jorge.b.s@outlook.com
mailto:florras@outlook.com
REFERÊNCIAS 
CORRÊA, Gustavo Testa. Aspectos jurídicos da internet. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 2000, 
145 p. 
 
DIAS, Reinaldo Sustentabilidade : origem e fundamentos; educação e governança global; 
modelo de desenvolvimento i i -- : Atlas, 2015, 232 p. 
 
FONSECA, João José Saraiva; Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. 
Apostila, 127 p. 
GIL, Antônio Carlos; Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007, 
192 p.JAHNKE, Leticia Thomasi; GÖSSLING, Luciana Manica. A tutela da dignidade da pessoa 
humana através da tipificação de novos crimes cibernéticos. UFSM, Santa Maria, 2013. 
Disponível em: http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2013/6-6.pdf. Acesso em: 08 ago. 
2018. 
 
NOVELINO, Marcelo; Manual de direito constitucional 9. ed. rev. e atual. – Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, 1126 p. 
 
PAESANI, Liliana Minardi; Direito e Internet: liberdade de informação, privacidade e 
responsabilidade civil. – 7. ed. – São Paulo : Atlas, 2014, 152 p. 
 
PEREIRA, Tânia da Silva; OLIVEIRA, Guilherme de; MELO, Alda Marina de Campos; 
Cuidado e sustentabilidade. - São Paulo: Atlas, 2014, 472 p. 
 
ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. O princípio da dignidade humana e a exclusão social. 
Interesse Público, v.1, n. 4, out./dez. 1999, p. 57. Disponível em: 
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/32229-38415-1-PB.pdf. Acesso em: 
05 ago. 2018. 
 
http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2013/6-6.pdf
http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2013/6-6.pdf
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http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/32229-38415-1-PB.pdf
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na 
Constituição Federal de 1988. 8. ed. rev. atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2010, 250 p. 
 
SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Algumas notas sobre a dimensão 
ecológica da dignidade da pessoa humana e sobre a dignidade da vida em geral. Revista 
Brasileira de Direito Animal – Brazilian Animal Rights Journal. – Vol 2, n.3, 2007 (Jul/Dez 
2007) – Salvador, BA. Evolução, 2007 
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de 
Janeiro: Garamond, 2005, 220 p.

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