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ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 TRABALHO PRÁTICO 1 - CIRCUITOS TRIFÁSICOS E CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA Resumo: A realização desse relatório visa aplicar os conceitos teóricos sobre os estudos de circuitos trifásicos na revisão dos conhecimentos já observados nas três primeiras práticas da disciplina, relativos a circuitos em regime permanente senoidal. Com o auxílio de softwares de simulação, é possível montar circuitos com inúmeros componentes com facilidade, custo zero, e segurança, possibilitando a análise completa dos sistemas trifásicos. A partir do uso dos aparelhos de medição, tais como multímetros e osciloscópios, as grandezas de relevância dos circuitos, ditos “de linha” ou “de fase” podem ser computadas, para servirem como parâmetro nos cálculos e resultados dos experimentos. Logo, alguns conceitos retratados são os de sequências de fases positiva e negativa, e da correção do fator de potência, que permite regulá-lo como o usuário desejar, de forma a modificá-lo como desejado, além de observar como é esse processo e seus benefícios. Ambos os fechamentos são mencionados, tanto o em estrela, quanto o em triângulo, além de fontes de alimentação com distorção harmônica. Depois das simulações, é perceptível que os resultados medidos estão de acordo com os valores calculados previamente, mostrando que os fundamentos aplicados estão de acordo. Palavras-chave: Circuitos trifásicos, sequência de fases, fator de potência, alimentação com distorção harmônica. Introdução Primeiramente, para a realização dos experimentos propostos, é importante saber como é o funcionamento de circuitos trifásicos. Para isso, conceitos de como são feitas as conexões, tanto em estrela, quanto em triângulo, são primordiais. Além de entender o processo de cálculo e medição das potências nesses circuitos. Toda a teoria sobre esses fundamentos teóricos apresentados na introdução teve como base o livro Fundamentos de Circuitos Elétricos [1]. A. Circuitos Trifásicos Equilibrados Para entender o funcionamento de um circuito trifásico equilibrado, primeiramente é preciso saber como esses circuitos podem ser conectados. Existem duas formações possíveis para conectar as fontes ou as cargas, sendo um deles conhecido como estrela e o outro como triângulo. A partir disso, torna-se possível fazer quatro tipos de conexões entre os componentes: estrela-estrela, estrela-triângulo, triângulo-triângulo e triângulo-estrela. Quando um circuito trifásico está equilibrado, significa que suas tensões também estão, fazendo com que elas sejam iguais em magnitude e defasadas entre si por 120°. As cargas são ditas como equilibradas quando suas impedâncias por fase são iguais em magnitude e fase. Nesse caso, a transformação do modelo das cargas é simples, mostrada através da equação (1) logo abaixo. (1) 𝑍 𝑌 = 𝑍 Δ 3 Conceitos de tensões e correntes de linha e de fase são extremamente importantes para a realização dos cálculos referentes a esses circuitos. Quando se trata de componentes de linha está se referindo à medida de uma fase em relação à outra, já as componentes de fase se referem à medida de uma fase em relação ao neutro. A partir do equilíbrio é possível obter fórmulas que simplificam e facilitam o processo de análise dos sistemas equilibrados. Ao se tratar de um fechamento em estrela, percebe-se que as correntes de linha e fase são iguais, mas pela existência do neutro, as tensões de linha e fase têm uma relação descrita pela equação (2). (2) 𝑉 𝐿 = 3𝑉 𝑃 Já se tratando de um fechamento em triângulo, é notável a ausência do neutro, e que a tensão de fase é a própria tensão de linha. No entanto, a corrente por sua vez será descrita através da equação (3). (3) 𝐼 𝐿 = 3𝐼 𝑃 B. Circuitos Trifásicos Desequilibrados Em casos das tensões da fonte não serem iguais em magnitude e/ou possuírem fase por ângulos desiguais ou impedâncias de carga desiguais, o sistema torna-se desequilibrado. Circuitos trifásicos desequilibrados não podem ser resolvidos pelas ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 facilitações mostradas previamente, como fórmulas de tensões e correntes de linha e fase, com isso faz-se necessário o auxílio da aplicação direta de análise de malhas e análise nodal. C. Sequência de Fases A sequência de fases é a ordem cronológica na qual as tensões passam através de seus valores máximos, ou seja, é determinada pela ordem na qual os fasores passam por determinado ponto no diagrama de fases. Sua importância nos sistemas de distribuição de energia trifásicos se deve ao fato, por exemplo, de determinar o sentido da rotação de um motor ligado a uma fonte de energia elétrica. A sequência de fases pode ser denominada como positiva ou negativa, dependendo de como as conexões são feitas. Para um melhor entendimento, a figura 1 exemplifica a sequência positiva de fases enquanto a figura 2 exemplifica a sequência negativa de fases. Figura 1: Sequência positiva de fases. Fonte: Fundamentos de Circuitos Elétricos [1]. Figura 2: Sequência negativa de fases. Fonte: Fundamentos de Circuitos Elétricos [1]. D. Correção do Fator de Potência O fator de potência é o cosseno da diferença de fase entre a tensão e a corrente, ou seja, o cosseno do ângulo da impedância da carga. Pode ser visto como aquele fator pelo qual a potência aparente deve ser multiplicada para se obter a potência média ou real. Seu valor varia de 0, carga puramente reativa, até 1, carga puramente resistiva. Um fator de potência adiantado significa que a corrente está adiantada em relação à tensão, implicando uma carga capacitiva. Um fator de potência atrasado significa que a corrente está atrasada em relação à tensão, implicando uma carga indutiva. A correção do fator de potência basicamente é o processo de adicionar componentes ao circuito para manipular a carga, podendo deixá-la mais indutiva ou capacitiva, atrasando ou adiantando o fator de potência. Tendo em mente que a maioria das cargas de utilidades domésticas e industriais são indutivas e operam com um fator de potência baixo e com atraso, com a adição de um capacitor em paralelo à carga, o fator de potência pode ser aumentado ou corrigido intencionalmente. Objetivos O objetivo deste documento consiste em explorar e analisar alguns aspectos práticos do funcionamento de circuitos elétricos em regime permanente relacionados às práticas 1 a 3 (prática 1 correspondente à Sistemas Trifásicos, prática 2 à Potência em Circuitos Trifásicos e prática 3 correspondente à Correção do Fator de Potência), com ênfase na avaliação de impactos das variáveis de circuito (corrente, tensão, potência e fator de potência) em consequência de pequenas alterações físicas dos parâmetros (como resistência e capacitância de dispositivos), a partir de simulações computacionais. Materiais e métodos Por se tratar de uma matéria ofertada no formato híbrido, os principais materiais utilizados são softwares e ferramentas de simulação, de forma a aproximar ao máximo o ambiente virtual de aprendizagem do funcionamento do Laboratório de Circuitos Elétricos II da Universidade Federal de Minas Gerais. Dessa forma, neste presente relatório, foi utilizado o simulador Multisim (National Instruments) e seus componentes para fins acadêmicos, visando obter assim, um ambiente de simulação acessível, completo e fidedigno para a montagem de circuitos elétricos. No ambiente do Multisim, foi utilizado como elementos chave os seguintes componentes: ● Cargas: resistores, indutores ecapacitores; ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 ● Fontes: alimentação alternada mono e trifásica; ● Equipamentos de leitura: multímetro, wattímetro e osciloscópio. Para realização de cada simulação, são necessários métodos distintos. Dessa forma serão subdivididos em duas partes, de acordo com a respectiva prática. Em primeiro momento, o experimento tem como objetivo a obtenção de relações de módulo e fase para grandezas de fase e de linha, para isso foi considerado uma fonte de tensão trifásica equilibrada ligada em estrela tanto para sequência de fase positiva como para sequência de fase negativa, com valor informado no roteiro. Foi utilizada carga trifásica equilibrada ligada primeiramente em triângulo e depois em estrela, com valores estipulados pelo roteiro. A figura 1 mostra a montagem do circuito em estrela e a figura 2 mostra a montagem do circuito em triângulo. Figura 1: Montagem do circuito com carga em estrela da primeira parte. Fonte: Elaboração própria. Figura 2: Montagem do circuito com carga em triângulo da primeira parte. Fonte: Elaboração própria. Vale ressaltar que para verificar as diferentes sequências de fase as conexões de duas fases têm que ser trocadas. Em seguida, um circuito com carga em estrela com carga desequilibrada é proposto, sem condutor neutro. Nesse caso, para a primeira fase foi utilizada uma carga resistiva, para a segunda fase foi utilizada uma carga indutiva e para a terceira fase foi utilizada uma carga capacitiva. Esse circuito tem como objetivo avaliar o efeito do desequilíbrio e das sequências de fase na diferença de potencial entre o neutro da carga e da fonte. A figura 3 mostra a montagem desse circuito. Figura 3: Montagem do circuito com carga desequilibrada da primeira parte. Fonte: Elaboração própria. Da mesma forma, para verificar as mudanças das diferentes sequências de fases, as conexões devem ser trocadas. Em segundo momento, elaboramos e avaliamos a correção do fator de potência de diversos circuitos, tarefa de elevado interesse econômico, uma vez que a regulação do fator de potência de sistemas propicia melhor dimensionamento de componentes e sistema de transmissão, muitas vezes tornando o projeto mais barato e economicamente viável. Inicialmente, analisamos o funcionamento do circuito básico mostrado na Figura 4 a seguir, para em seguida adicionar imperfeições (distorção harmônica da fonte de alimentação) à simulação, para torná-la mais próxima à realidade. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 4: Circuito Monofásico para correção do fator de potência, sem distorção harmônica.. (𝑉 2 = 127𝑉𝑟𝑚𝑠 @60 𝐻𝑧; 𝐿 1 = 200𝑚𝐻 𝑒 𝑅 1 = 11. 5Ω). Fonte: Elaboração própria. Dividiremos tal análise em quatro momentos, para melhor modularidade e entendimento da metodologia de correção : 1.a) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Paralelo; 1.b) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Série. 2.a) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Paralelo; 2.b) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Série. 1.a) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Paralelo: Esta é a correção padrão à qual estamos acostumados. A carga possui impedância dada por:𝑍 (4)𝑍 = |𝑍|∠𝑍 = 76. 27 Ω ∠81. 33º Onde: (5)|𝑍| = (11. 5)2 + (2π𝑓 · 200 × 10−3)2 E, (6) ∠𝑍 = 𝑡𝑔−1(2π𝑓 · 200 × 10−3/11. 5) Assim, somos capazes de determinar as potências, por: 𝑆 = 𝑉𝐼 = 𝑉 2 𝑍 = 211, 47 𝑉𝐴 (7) (8) 𝑃 = 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑉 2 𝑍 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 31. 88 𝑊 (9) 𝑄 = 𝑉𝐼𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑉 2 𝑍 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 209, 056𝑉𝐴𝑟 𝑓𝑝 = 𝑃𝑆 = 0, 150 (10) Com a posse de todas as variáveis no membro direito da equação abaixo [1], obtida analiticamente de forma a dimensionar um capacitor capaz de anular a energia reativa líquida consumida no circuito, podemos encontrar um valor ideal de capacitor capaz de tornar o fator de potência máximo. (11) 𝐶 = 𝑄 𝐶 2𝜋𝑓𝑉 𝑅𝑀𝑆 2 = 𝑃(𝑡𝑔θ 1 −𝑡𝑔θ 2 ) ω𝑉 𝑅𝑀𝑆 2 Figura 5: Triângulo de potência, e correção do fator de potência, consonante com a equação 11 Fonte: [1] No entanto, pela legislação brasileira [3], o fator de potência aceitável não é identicamente igual a 1 (idealidade), mas sim, um valor mínimo de 0,92. Um fator de potência desse valor equivale a uma ângulo no triângulo das potências de aproximadamente 23.07º ( º ou - º)[6].𝑐𝑜𝑠−1(0, 92) = 23. 07 23. 07 Para corrigirmos o fator de potência da situação inicial (0,150) para o valor mínimo aceitável pela legislação brasileira, utilizamos a equação 11. Assim, mais do que apenas encontrar o valor ideal de capacitor, somos capazes de obter um intervalo de capacitância que satisfaz o projeto. 1.b) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Série: Analogamente, a correção do fator de potência é baseada no princípio de que podemos adicionar um capacitor para reduzir (ou idealmente anular) a potência reativa líquida consumida pelo circuito. Novamente usando como base o circuito da figura 4, ao introduzir um capacitor em série com o indutor, sabemos que tal configuração permite um quadro de ressonância, de tal forma que a reatância ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 capacitiva anule a reatância indutiva, permitindo ao circuito equivalente corresponder a uma carga puramente resistiva (cujo fator de potência é unitário). Para isso, temos: (12)𝑋 = 𝑋 𝐿 + 𝑋 𝐶 = 𝑗ω𝐿 + 1𝑗ω𝐶 Para anular a reatância do circuito, para uma dada frequência , temos que o valorω correspondente do capacitor é: (13)𝑗ω𝐿 + 1𝑗ω𝐶 = 0 .: 𝐶 = 1 ω2𝐿 Assim, uma configuração capacitor-indutor série que satisfaz a equação 13 acima, possui características puramente resistivas, de tal forma que seu fator de potência é maximizado para tal situação. 2.a) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Paralelo: Diferentemente da anterior, essa correção precisamos desenvolver por conta própria um raciocínio completo que nos permita melhorar o fator de potência do circuito. Com o incremento de distorções harmônicas (3ª e 5ª harmônica apenas, com 3% da amplitude da frequência fundamental), o circuito pode ser simulado a partir do esquemático abaixo (Figura 6). Figura 6: Circuito Monofásico para correção do fator de potência com distorção harmônica. Fonte: Elaboração própria. Quando há no circuito, sinais com mais de uma frequência, utiliza-se uma variável para quantificar a qualidade do sinal principal (fundamental) em relação às demais harmônicas, seu nome é Taxa Harmônica de Distorção (THD)[5], dada por: (14)𝑇𝐻𝐷 = 𝑛=2 ∞ ∑ 𝐼 𝑛 2 𝐼 1 Onde é a corrente no circuito devido a n-ésima𝐼 𝑛 harmônica. Tendo em mãos esse dado, o fator de potência do circuito com distorção é corrigido para (equação 15): (15)𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠ϕ 1+𝑇𝐻𝐷 (veja que se não há efeito de harmônicos no circuito (THD=0) e a equação se simplifica para equação original 10). Assim, tendo os dados de amplitude, e impedância em função da frequência, somos capazes de determinar a THD, e portanto, o fator de potência do circuito em questão. Adicionando um capacitor em paralelo com a carga, a impedância total se torna: 𝑍 = (𝑅 + 𝑗ω𝐿)//( 1𝑗ω𝐶 ) = 𝑅+𝑗ω𝐿+ 1𝑗ω𝐶 (𝑅+𝑗ω𝐿)( 1𝑗ω𝐶 ) = 𝑗ω𝐶𝑅−ω 2𝐶𝐿+1 𝑅+𝑗ω𝐿 · 𝑅−𝑗ω𝐿 𝑅−𝑗ω𝐿 (16)= (𝑅−ω 2𝐶𝐿𝑅+ω2𝐿𝐶𝑅) 𝑅2+ω2𝐿2 + 𝑗 · (ω𝐶𝑅 2+ω3𝐶𝐿2−ω𝐿) 𝑅2+ω2𝐿2 Para maximizar o fator de potência real, precisamos da mínimadistorção de corrente, e para isso, precisamos da máxima impedância da carga. Logo, derivamos a expressão de impedância encontrada anteriormente, e igualamos a zero para obter o valor ideal de capacitor. 2.b) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Série: Por último, temos a correção com capacitor em série, levando em consideração distorções harmônicas, que novamente, não é muito utilizado e portanto não há muitos materiais que se debruçam sobre tal assunto. Novamente, considerando as equações 12 e 13, analogamente a correção sem distorções, temos que para cada frequência de sinal, há um valor de capacitor capaz de tornar o fator de potência unitário. No entanto, como as distorções promovidas pela 3ª e 5ª harmônica são apenas 3% da amplitude da frequência fundamental, deve haver também pequena influência dessas na determinação do valor ideal de capacitor, de tal forma que nossa melhor estimativa para valor do capacitor ideal deve ser bastante próximo do valor encontrado para o caso sem distorções. Resultados De maneira semelhante, a disposição dos resultados também está dividida entre os dois focos do relatório. A primeira parte, inicia-se com a análise teórica dos circuitos e com isso a realização dos cálculos. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Então, a partir dos dados fornecidos, foram obtidas as relações de módulo e fase para as grandezas de fase e de linha do primeiro circuito com fonte e carga com fechamento em estrela. Partindo do ponto que tanto a alimentação como a carga estão com o mesmo fechamento, e ambos estão equilibrados, a tensão de linha da fonte será igual à tensão de linha da carga, assim como a tensão de fase. Portanto, pode-se observar, através das tabelas a seguir, as relações dessas grandezas. Tabela 1: Relações de módulo e fase para tensões RMS de fase e de linha do circuito com carga em estrela da primeira parte, com sequência positiva de fases. Fase V (V) de Linha Fonte V (V) de Fase Fonte V (V) de Linha Carga V (V) de Fase Carga A 220 30° 127 0° 220 30° 127 0° B 220 -90° 127 -120° 220 -90° 127 -120° C 220 150° 127 120° 220 150° 127 120° Tabela 2: Relações de módulo e fase para tensões RMS de fase e de linha do circuito com carga em estrela da primeira parte, com sequência negativa de fases. Fase V (V) de Linha Fonte V (V) de Fase Fonte V (V) de Linha Carga V (V) de Fase Carga A 220 -30° 127 0° 220 -30° 127 0° B 220 90° 127 120° 220 90° 127 90° C 220 -150° 127 -120° 220 -150° 127 -120° Por se tratar de uma carga puramente resistiva, para encontrar os valores de corrente basta aplicar a básica Lei de Ohm. Tabela 3: Relações de módulo e fase para correntes RMS de fase e de linha do circuito com carga em estrela da primeira parte, com sequência positiva de fases. Fase I (A) de Linha Fonte I (A) de Fase Fonte I (A) de Linha Carga I (A) de Fase Carga A 635m 0° 635m 0° 635m 0° 635m 0° B 635m -120° 635m -120° 635m -120° 635m -120° C 635m 120° 635m 120° 635m 120° 635m 120° Tabela 4: Relações de módulo e fase para correntes RMS de fase e de linha do circuito com carga em estrela da primeira parte, com sequência negativa de fases. Fase I (A) de Linha Fonte I (A) de Fase Fonte I (A) de Linha Carga I (A) de Fase Carga A 635m 0° 635m 0° 635m 0° 635m 0° B 635m 120° 635m 120° 635m 120° 635m 120° C 635m -120° 635m -120° 635m -120° 635m -120° Logo em seguida, as simulações ajudaram a verificar a veracidade dos dados. Primeiramente o circuito foi montado e medido as tensões de fase para a sequência positiva de fases. A figura 7 mostra o circuito e a figura 8 as tensões vistas através do osciloscópio. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 7: Montagem do circuito com carga em estrela com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 8: Simulação da tensão no circuito com carga em estrela com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Repete-se o mesmo processo para a sequência negativa de fases. A figura 9 mostra o circuito e a figura 10 as tensões vistas através do osciloscópio. Figura 9: Montagem do circuito com carga em estrela com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 10: Simulação da tensão no circuito com carga em estrela com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Com o auxílio de um osciloscópio de quatro canais é possível realizar todas as medições de tensões de fase em uma única vez. Foi estipulado que a fase A seria representada pela cor vermelha, a fase B seria representada pela cor azul e a fase C seria representada pela cor amarela. Com isso, é possível observar as defasagens entre as tensões de cada fase. Basicamente para a medição da corrente, por se tratar de um circuito equilibrado com carga puramente resistiva, basta pegar os resultados das simulações das tensões e dividir pelo valor da resistência da carga, o gráfico terá o mesmo comportamento, com defasagens previamente apresentadas. Para fins de verificar o valor de seu módulo, basta conectar um multímetro em qualquer uma das fases. A figura 11 mostra o resultado da simulação. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 11: Simulação da corrente no circuito com carga em estrela. Fonte: Elaboração própria. O mesmo processo é realizado para o circuito com carga em triângulo e pode ser observado pelas tabelas e figuras a seguir. Agora, a alimentação está com fechamento em estrela e a carga com fechamento em triângulo, ambos equilibrados, as tensões de linha e de fase da fonte permanecerão iguais, enquanto na carga haverão mudanças. Por se tratar de uma carga com fechamento em triângulo, a tensão de linha na carga será igual à tensão de fase, e a corrente que era igual na carga em estrela, passará a possuir valores diferentes para linha e fase.. Portanto, pode-se observar, através das tabelas a seguir, as relações dessas grandezas. Tabela 5: Relações de módulo e fase para tensões RMS de fase e de linha do circuito com carga em triângulo da primeira parte, com sequência positiva de fases. Fase V (V) de Linha Fonte V (V) de Fase Fonte V (V) de Linha Carga V (V) de Fase Carga A 220 30° 127 0° 220 30° 220 30° B 220 -90° 127 -120° 220 -90° 220 -90° C 220 150° 127 120° 220 150° 220 150° Tabela 6: Relações de módulo e fase para tensões RMS de fase e de linha do circuito com carga em triângulo da primeira parte, com sequência negativa de fases. Fase V (V) de Linha Fonte V (V) de Fase Fonte V (V) de Linha Carga V (V) de Fase Carga A 220 -30° 127 0° 220 -30° 220 -30° B 220 90° 127 120° 220 90° 220 90° C 220 -150° 127 -120° 220 -150° 220 -150° Novamente por se tratar de uma carga puramente resistiva, para encontrar os valores de corrente basta aplicar a básica Lei de Ohm, lembrando que esse cálculo é válido para a corrente de linha na carga. Para encontrar o módulo da corrente de linha basta utilizar a equação (3). Tabela 7: Relações de módulo e fase para correntes RMS de fase e de linha do circuito com carga em triângulo da primeira parte, com sequência positiva de fases. Fase I (A) de Linha Fonte I (A) de Fase Fonte I (A) de Linha Carga I (A) de Fase Carga A 1,905 0° 1,905 0° 1,905 0° 1,1 30° B 1,905 -120° 1,905 -120° 1,905 -120° 1,1 -90° C 1,905 120° 1,905 120° 1,905 120° 1,1 150° ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia ElétricaBelo Horizonte - 13/12/2021 Tabela 8: Relações de módulo e fase para correntes RMS de fase e de linha do circuito com carga em triângulo da primeira parte, com sequência negativa de fases. Fase I (A) de Linha Fonte I (A) de Fase Fonte I (A) de Linha Carga I (A) de Fase Carga A 1,905 0° 1,905 0° 1,905 0° 1,1 -30° B 1,905 120° 1,905 120° 1,905 120° 1,1 90° C 1,905 -120° 1,905 -120° 1,905 -120° 1,1 -150° Logo em seguida, as simulações ajudaram a verificar a veracidade dos dados. Primeiramente o circuito foi montado e medido as tensões de linha para a sequência positiva de fases. A figura 12 mostra o circuito, e as figuras 13 e 14 as tensões vistas através dos osciloscópios. Figura 12: Montagem do circuito com carga em triângulo com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 13: Simulação das tensões AB e BC no circuito com carga em triângulo com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 14: Simulação das tensões AB e CA no circuito com carga em triângulo com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Repete-se o mesmo processo para a sequência negativa de fases. A figura 15 mostra o circuito, e as figuras 16 e 17 as tensões vistas através dos osciloscópios. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 15: Montagem do circuito com carga em triângulo com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 16: Simulação das tensões AB e BC no circuito com carga em triângulo com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 17: Simulação das tensões AB e CA no circuito com carga em triângulo com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. De maneira semelhante, é possível observar as defasagens entre as tensões de linha. E novamente a medição da corrente, por se tratar de um circuito equilibrado com carga puramente resistiva, basta pegar os resultados das simulações das tensões e dividir pelo valor da resistência da carga, o gráfico terá o mesmo comportamento, com defasagens previamente apresentadas. Para fins de verificar os valores de seus módulos, basta conectar um multímetro em qualquer uma das fases da fonte de alimentação e um outro multímetro em qualquer uma das fases da carga. A figura 18 mostra o resultado da simulação. Figura 18: Simulação da corrente no circuito com carga em triângulo. Fonte: Elaboração própria. Para finalizar a primeira parte de experimentos, um circuito com carga desequilibrada em estrela, sem condutor de neutro, é montado e simulado. Utilizando a mesma fonte de alimentação e componentes especificados. Então, para o circuito com sequência positiva de fases, a figura 19 mostra a montagem do circuito, as figura 20 a forma de onda da tensão através do osciloscópio e a figura 21 seu valor RMS. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 19: Montagem do circuito com carga desequilibrada com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 20: Simulação das formas de ondas das tensões no circuito com carga desequilibrada com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 21: Simulação dos valores RMS das tensões no circuito com carga desequilibrada com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. Logo em seguida, as correntes em cada fase foram medidas com o auxílio de um multímetro para cada uma delas. A figura 22 mostra o resultado obtido. Figura 22: Simulação da corrente no circuito com carga desequilibrada com sequência positiva de fases. Fonte: Elaboração própria. A sequência de fases é trocada de positiva para negativa e todas as medições são refeitas. Então, para o circuito com sequência negativa de fases, a figura 23 mostra a montagem do circuito, as figura 24 a forma de onda da tensão através do osciloscópio e a figura 25 seu valor RMS. Figura 23: Montagem do circuito com carga desequilibrada com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 24: Simulação das formas de ondas das tensões no circuito com carga desequilibrada com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Figura 25: Simulação dos valores RMS das tensões no circuito com carga desequilibrada com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. Por fim, as correntes em cada fase foram medidas com o auxílio de um multímetro para cada uma delas. A figura 26 mostra o resultado obtido. Figura 26: Simulação da corrente no circuito com carga desequilibrada com sequência negativa de fases. Fonte: Elaboração própria. A partir dos resultados obtidos já é possível perceber que a mudança da sequência de fases em circuitos desequilibrados afeta muito mais significativamente do que em circuitos com carga equilibrada. Principalmente pelo uso de indutores e capacitores, a forma de onda ganha características únicas e os valores mudam consideravelmente com a mudança. 1.a) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Paralelo: Continuando a análise da segunda parte do experimento, com base na equação 11, obtemos o valor ideal para correção do fator de potência do circuito da figura 27. 𝐶 = 𝑄 2𝜋𝑓𝑉2 = 34, 38µ𝐹 Figura 27: Simulação com fator de potência idealmente corrigido. Fonte: Elaboração própria. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Vemos assim que o FP foi corrigido para o valor ideal. Para encontrar os limites do intervalo de capacitância possíveis, utilizamos a equação 11 anteriormente introduzida: 𝐶− = 31.88(𝑡𝑔(81.33º)−𝑡𝑔(23.07º)) ω𝑉 𝑅𝑀𝑆 2 = 32. 16µ𝐹 Para o limite inferior, e 𝐶+ = 31.88(𝑡𝑔(81.33º)−𝑡𝑔(−23.07º)) ω𝑉 𝑅𝑀𝑆 2 = 36. 62µ𝐹 para o limite superior. Dessa forma, por haver bastante estudos sobre correção do fator de potência utilizando capacitores em paralelo, fomos capazes de obter um intervalo de aproximadamente centrado em[32. 15 ; 36. 62]µ𝐹 . Experimentalmente, obtemos os dados 34, 38µ𝐹 abaixo: Figura 28: Simulação do fator de potência com valor mínimo de capacitância obtida algebricamente. Fonte: Elaboração própria. Figura 29: Simulação do fator de potência com valor máximo de capacitância obtida algebricamente. Fonte: Elaboração própria. Vemos assim que há uma pequena diferença dos valores estimados analiticamente. Figura 30: Simulação do fator de potência com valor mínimo de capacitância obtida recursivamente por “tentativa e erro” no simulador. Fonte: Elaboração própria. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 31: Simulação do fator de potência com valor máximo de capacitância obtida recursivamente por “tentativa e erro” no simulador. Fonte: Elaboração própria. 1.b) Correção do Fator de Potência sem Distorção com Capacitor Série: Utilizando a equação desenvolvida anteriormente, para o circuito da figura 4, temos: 𝐶 = 1 ω2𝐿 = 35. 18µ𝐹 Simulando no multisim, temos: Figura 32: Correção série do fator de potência com capacitância obtida algebricamente. Fonte: Elaboração própria. Portanto, o fator de potência foi corrigido. No entanto, como consequência, outro problema surge quando utilizamos a correção do fator de potência na modalidade série, como mostrado na figura 33 abaixo. Figura 33: Medição das tensõesno𝑉 𝐶 , 𝑉 𝐿 𝑒 𝐼 circuito de correção do fator de potência série. Fonte: Elaboração própria. Além do já notável aumento de potência dissipada pela carga (1.4 kW), vemos também que a tensão sobre as cargas reativas é muito superior à tensão da fonte, o que é altamente perigoso para a instalação elétrica e à seres humanos. A potência dissipada sofreu grande incremento pois, uma vez que a impedância do circuito diminui (reatância tendeu a zero, de forma que a impedância é dada unicamente pela resistência), mais corrente passou a circular no circuito, como a seguir: 𝐼 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 = 𝑉𝑅 = 127 11.5 = 11. 04 𝐴 𝑃 = 𝐼2𝑅 = 1. 4 𝑘𝑊 Já as tensões sobre os elementos reativos do circuito também são consequências do aumento da corrente. Uma vez que a tensão é o produto da corrente pela reatância, como há maior fluxo de corrente, há também maiores tensões sobre o capacitor e o indutor. Tal fenômeno é evidente quando e , que é o caso em𝑋 𝐶 >> 𝑅 𝑋 𝐿 >> 𝑅 questão. Assim, ao utilizarmos esse princípio de correção de forma prática, devemos atentarmos à sua limitação, e evitar utilizar tal configuração em circuitos cuja reatância seja maior em módulo que a resistência do sistema. 2.a) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Paralelo: Como a amplitude da distorção é fixa em 3% da frequência fundamental, temos que a 3ª e a 5ª harmônica possuem 3.81V de tensão eficaz . Para a frequência(3% · 127 = 3. 81) fundamental, a corrente no circuito é: |𝑍 1 |∠𝑍 1 = 76. 27 Ω ∠81. 33º ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 𝐼 1 = 𝑉 1 /𝑍 1 = 127/76. 27 = 1. 6651 𝐴 Aqui utilizamos o subíndice para indicar a𝑋 𝑁 qual harmônica tal informação pertence (Ex.: 𝑍 3 corresponde a impedância do circuito ao sinal com 3x a frequência fundamental). |𝑍 3 |∠𝑍 3 = 226. 49 Ω ∠87. 09º 𝐼 3 = 𝑉 3 /𝑍 3 = 3. 81/226. 49 = 16. 82 𝑚𝐴 E por fim, |𝑍 5 |∠𝑍 5 = 377. 29 Ω ∠88. 25º 𝐼 5 = 𝑉 5 /𝑍 5 = 3. 81/377. 2 = 10. 1 𝑚𝐴 As impedâncias para cada frequência podem ser calculadas pelas equações 5 e 6. Com tais dados, obtemos a THD: 𝑇𝐻𝐷 = (0.01682) 2+(0.0101)2 1.6651 = 0. 012 = 1. 2% 𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠 81.33 1+0.0122 = 0. 1507 Portanto, temos o valor analítico em concordância com o valor obtido através do simulador MultiSim (Figura 6). Para corrigir o fator de potência com auxílio do capacitor, precisamos ver como a impedância varia com relação à capacitância, assim, sendo |𝑍| = ( (𝑅−ω 2𝐶𝐿𝑅+ω2𝐿𝐶𝑅) 𝑅2+ω2𝐿2 )2 + ( (ω𝐶𝑅 2+ω3𝐶𝐿2−ω𝐿) 𝑅2+ω2𝐿2 )2 então ∂|𝑍| ∂𝐶 = 0 .: 𝐶 = 𝐿 (𝑅2+𝐿2ω2) Assim, temos um ponto crítico na função, representando um máximo ou mínimo.Para nosso circuito, temos: 𝐶 ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = 200×10 −3 (11.52+(200×10−3·2π60)2) = 34. 38µ𝐹 Utilizando como auxílio a simulação, vemos que possui realmente um máximo local em tal valor de capacitância (Imagens 34, 35 e 36). Figura 34: Máximo Global mostrado em para circuito com distorção𝐶 ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = 34. 38µ𝐹 harmônica. Fonte: Elaboração própria. Figura 35: Circuito com distorção harmônica com sensível variação em .𝐶 ó𝑡𝑖𝑚𝑜 Fonte: Elaboração própria. A partir da figura 35 acima, vemos que a ligeira redução da capacitância implicou em uma também ligeira queda do fator de potência. ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 Figura 36: Circuito com distorção harmônica com sensível variação em .𝐶 ó𝑡𝑖𝑚𝑜 Fonte: Elaboração própria. A partir da figura 36 acima, vemos que o ligeiro acréscimo da capacitância implicou novamente em ligeira queda do fator de potência. Vemos assim, que trata-se realmente de um ponto𝐶 ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = 34. 38µ𝐹, de máximo local. 2.b) Correção do Fator de Potência com Distorção com Capacitor Série: Simulando o circuito com distorção harmônica para o valor de 𝐶 que induz ressonância na frequência fundamental, obtemos (Figura 37). Figura 37: Circuito com distorção harmônica com FP corrigido com o mesmo valor de capacitor do caso sem distorção. Fonte: Elaboração própria. Portanto, nem precisamos realizar uma correção no valor de capacitor, uma vez que por conta do circuito possuir distorções com apenas 3% de amplitude, o mesmo é regido praticamente somente pela resposta a frequência fundamental. Análise de resultados e conclusão As análises dos resultados e conclusões foram realizadas individualmente. A. Aluno 1 Como análise relativo ao conjunto das primeiras simulações, pudemos ver claramente com o auxílio do osciloscópio o padrão das correntes e tensões nas cargas equilibradas e desequilibradas: para as primeiras, vemos o equilíbrio e a simetria povoando o osciloscópio, para as últimas, vemos a assimetria relacionada às diferentes impedâncias em cada ramo na amplitude e fase dos sinais de interesse. Assim, todo o padrão esperado pela teoria foi observado na prática. Novamente, salientamos que todo conteúdo encontrado/desenvolvido está alinhado com a teoria, de tal forma que a simulação solidificou os conhecimentos adquiridos. Fomos capazes de ver também, a consequência que a alteração da ordem de sequência de fases trouxe ao circuito, mostrando que o conjunto de equações que desenvolvemos para cargas equilibradas está longe de ser satisfeita por cargas desequilibradas, de tal forma que para cargas desequilibradas a análise é feita caso a caso, sem fórmulas prontas, somente aplicando as leis mais básicas de circuitos elétricos: Lei das Correntes de Kirchhoff e Lei das Tensões de Kirchhoff. Para a correção do fator de potência com capacitor em série e sem distorção, realizamos a análise do intervalo de capacitância capaz de satisfazer a legislação brasileira de valor de fator de potência mínimo (0,92) obtendo como resultado um intervalo de . Dessa forma,[32. 15 ; 36. 62]µ𝐹 conseguimos satisfazer nosso projeto com um capacitor comercial de 33 . Já para uma fonte comµ𝐹 distorção harmônica, verificamos que há como se realizar a correção do fator de potência, mas não o suficiente para satisfazer a legislação, de forma que tal circuito é passível de multa pela concessionária. Para o circuito série, vimos que fomos capazes de corrigir integralmente o fator de potência em ambos os circuitos (com e sem distorção), no entanto, a custo de sobrecorrente e sobretensões surgirem no circuito. Assim, apesar da correção ser bem sucedida, quando a reatância do circuito é muito maior que a resistência, tal configuração não é realizada pois põe em risco a integridade de componentes e equipamentos. Para que tais componentes conseguissem suportar tais condições (altas especificações de tensão e corrente), o valor ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 dos componentes sofreria um elevado acréscimo, tornando o projeto pouco interessante. Vimos também, de forma comum às duas configurações (série e paralelo), que o valor dos capacitores utilizados para corrigir o fator de potência com e sem distorção harmônica foi o mesmo, e atribuímos a essa conclusão o fato de que as distorções harmônicas possuíam apenas 3% de amplitude na tensão em relação à frequência harmônica. Uma possível forma de aumentar o fator de potência do circuito com distorções utilizando o capacitor em paralelo é introduzindo filtros notch nas frequências que sabemos que o circuito possuir ( ).𝑓 3 = 180 𝐻𝑧 𝑒 𝑓 5 = 300𝐻𝑧 B. Aluno 2 A realização da primeira parte serviu como pontapé inicial das simulações de circuitos trifásicos, envolvendo ambos os tipos de conexões e variando entre cargas equilibradas e desequilibradas, com o objetivo de analisar, principalmente,as diferenças entre as sequências de fases nas ligações do circuito. Quando se trata de cargas equilibradas, as defasagens são claramente vistas nas formas de ondas obtidas através dos osciloscópios, e o processo de verificação fica muito mais simples. Podendo observar nitidamente os 120° para cada fase. Além das diferenças de 30° para correntes de linha e fase na conexão triângulo, e 30° para tensões de linha e fase na conexão estrela. Em relação à carga desequilibrada, percebe-se que a defasagem depende do tipo da carga, indutiva ou capacitiva. E um dos pontos mais importantes observados é que a sequência de fases nesse circuito tem extrema relevância, já que quando utilizado a sequência positiva, as tensões possuem módulos muito maiores do que na sequência negativa. Os valores encontrados pelas simulações estavam de acordo com o esperado, e validaram diversas relações mostradas previamente. Além de que, por envolver simulações tanto com fechamento em estrela, como com fechamento em triângulo, foi possível observar características específicas de cada um. O protagonismo da segunda parte é a correção do fator de potência, tanto em série como em paralelo. Vale lembrar que dois tipos de alimentação foram propostos, o primeiro sendo uma fonte de alimentação senoidal ideal e o segundo sendo uma fonte de alimentação com distorção harmônica. O processo da correção do fator de potência com a adição de um capacitor em paralelo já havia sido visto e estudado nas práticas anteriores, e percebeu que cumpriu com o seu papel. Quando utilizando o capacitor em série para tal correção, apesar de apresentar formas de ondas satisfatórias, percebe-se que as grandezas de tensões e correntes assumem valores absurdos para os componentes, o que provavelmente pode causar danos e riscos aos dispositivos e às pessoas. Com a mudança da fonte de alimentação senoidal ideal para a fonte de alimentação com distorção harmônica, percebe-se que não é possível atingir o valor unitário de fator de potência com o capacitor em paralelo, mas é possível encontrar a capacitância que propõe seu valor máximo. Já para o capacitor em série, ainda é possível atingir o valor unitário, mas é de extrema importância verificar os riscos dessa utilização. As simulações em paralelo estavam conforme o esperado e o previsto em práticas anteriores, enquanto as simulações em série trouxeram levantamentos importantes que serão de suma importância para elaboração de circuitos futuros. A partir das diversas análises de cada experimento, conclui-se que a realização desse relatório no modelo à distância torna-se muito mais fácil, visto que pode-se colocar quaisquer valores para os componentes, facilitando o processo experimental. Caso fosse necessário a realização prática, seria importante buscar por valores comerciais. É válido comentar que para o caso específico da correção do fator de potência com capacitor em série, cuidados maiores devem ser tomados, já que foi observado uma grande elevação nos valores de corrente e tensão do circuito, o que poderia ocasionar eventuais problemas no regime presencial. Conforme demonstrado durante todo o relatório, todos os resultados simulados estavam de acordo com os calculados, evidenciando que todo o processo experimental ocorreu bem. Vale lembrar que eventuais diferenças minimamente pequenas podem surgir do processo de arredondamento tanto manual, na parte dos cálculos, como virtual, na parte das simulações no software. Por se tratar de pequenas casas decimais, não prejudica nada o entendimento das práticas. Pode-se dizer que a realização desse relatório foi concluída com sucesso, e que todo conhecimento teórico e prático foi absorvido. Referências [1] Alexander CK, Sadiku MNO. Fundamentos de Circuitos Elétricos. Quinta Edição. Porto Alegre: AMGH, 2013. [2] Material didático disponibilizado pelo professor Carlos Andrey Maia durante as aulas. [3] http://drb-m.org/3mve/10CircuitosRCserieecorre caodofatordePotencia.pdf ELE031 Laboratório de Circuitos Elétricos II - Turma L1 - Prof. Carlos Andrey Maia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Escola de Engenharia - Dep. de Engenharia Elétrica Belo Horizonte - 13/12/2021 [4] https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/327725 4/mod_resource/content/0/DTMI_aula06_toleran cia.pdf [5] https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/e ngenhariaeletrica/iei-deducao-do-fator-de-potenc ia-na-presenca-de-harmonicas.pdf [6] http://drb-m.org/av1/10CircuitosRCserieecorreca odofatordePotencia.pdf [7] http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/docum entos/2092.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3277254/mod_resource/content/0/DTMI_aula06_tolerancia.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3277254/mod_resource/content/0/DTMI_aula06_tolerancia.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3277254/mod_resource/content/0/DTMI_aula06_tolerancia.pdf https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/iei-deducao-do-fator-de-potencia-na-presenca-de-harmonicas.pdf https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/iei-deducao-do-fator-de-potencia-na-presenca-de-harmonicas.pdf https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/iei-deducao-do-fator-de-potencia-na-presenca-de-harmonicas.pdf http://drb-m.org/av1/10CircuitosRCserieecorrecaodofatordePotencia.pdf http://drb-m.org/av1/10CircuitosRCserieecorrecaodofatordePotencia.pdf
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