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Administrador Judicial

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Administrador Judicial
Pessoa física ou jurídica, nomeada pelo juízo competente para administrar os bens do devedor em liquidação judicial e auxiliar a administração do devedor em recuperação com fundamento no art.21 da LRE. 
O Administrador Judicial é responsável pela condução da recuperação judicial e falência, sendo figura indispensável em tais processos. Tem como principal papel fiscalizar as atividades do devedor e gerenciar o cumprimento do plano de recuperação judicial quando de sua aprovação ou requerer a falência pelo seu descumprimento.
Qualquer profissional idôneo pode ser figurado como administrador judicial, sendo inclusive admissível que a função seja exercida por pessoa jurídica especializada, desde que o nome do profissional responsável pela condução do processo conste do termo de compromisso, conforme se depreende do art. 21 e § único da Lei n° 11.101/05.
Ao ser proferido o despacho que concede a recuperação judicial, uma das primeiras medidas dele é a nomeação do administrador judicial. Para Paulo Sérgio Restiffe, o administrador judicial, é órgão singular do juízo incumbido da fiscalização e, eventualmente, da execução dos atos e da administração do devedor.
O Administrador Judicial encarrega-se de acompanhar o processo de recuperação judicial e o comportamento da empresa em recuperação e de seus dirigentes. A previsão expressa de suas competências encontram-se tipificadas no art. 22 desta Lei. É imperioso o conhecimento de normas processuais e das práticas judiciárias, que só atraem os advogados. Além do mais, só o advogado tem capacidade postulatória, quem não tiver terá que contratar advogado para tanto. No entendimento do jurista, Waldo Fazzio Junior: “A designação do administrador deverá recair sobre profissional idôneo de nível superior formado preferencialmente em Direito, Economia, Administração de Empresas ou Contabilidade. Deve ser pessoa de confiança do juiz. Também pode ser pessoa jurídica especializada, caso em que deverá ser declarado no termo de compromisso o nome do profissional responsável. Ocorre que o administrador judicial está sujeito a responsabilidade civil e criminal e as pessoas jurídicas não ostentam imputabilidade penal”. Este deve requerer medidas necessárias para o cumprimento da lei, proteção da massa e eficiência da administração. 
Nesse sentido, juristas como Ulhoa Coelho, Requião e Santa Cruz Ramos sustentam que o administrador judicial se equipara a funcionário público para os efeitos penais, o que significa dizer que ele poderá figurar como sujeito ativo dos crimes previstos no Capítulo I do Título XI do Código Penal. 
O artigo 327 do código amplia o conceito de funcionário público, estabelecendo que são equiparados a funcionário público para os efeitos penais "quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública". Vê-se, a princípio, que para inserir o administrador judicial no alcance do referido dispositivo, seria necessário adotar as posições que defendem ser um cargo ou função pública, e não apenas múnus.
Convém lembrar que o administrador não é mais escolhido obrigatoriamente entre os credores nem representa os interesses destes na falência ou na recuperação. Desse modo, é válido sustentar que, à exceção do crime de peculato, o administrador judicial seria, efetivamente, equiparado a funcionário público para fins penais, considerado o manifesto interesse público inerente ao processo falimentar e de recuperação. Assim, ele poderia figurar como sujeito ativo dos demais crimes aplicáveis ao funcionário público do CP, tais como concussão, prevaricação, advocacia administrativa e abandono de função.

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