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Incontinência Urinária Qualquer perda urinária involuntária · Esforço: Perda urinária involuntária durante esforço, prática de exercício, ao tossir ou espirrar. · Urgência: Perda urinária precedida de urgência miccional, geralmente associada a polaciúria e a noctúria. Ciclo Miccional Simplificado 1. Enchimento vesical e reservatório de urina · Acomodação de urina com baixa pressão · Competência do mecanismo esfincteriano · Relaxamento da musculatura detrusora · Sensibilidade vesical adequada 2. Esvaziamento Vesical · Contração adequada da musculatura lisa · Redução concomitante da resistência do aparelho esfincteriano · Ausência de obstrução anatômica Alterações possíveis Falha em um ou mais dos fatores: Falha na acomodação de urina com baixa pressão: Como déficit de complacência (bexiga endurecida); · Complacência é a capacidade de distensibilidade de estruturas elásticas, como a musculatura da bexiga; · Quando há perda da complacência da bexiga, a fase de enchimento vesical fica comprometida; · Doenças que podem resultar em déficit de complacência: tuberculose das vias urinarias, pós radioterapia. Alteração da sensibilidade vesical: Ex.: cistite; · O processo de inflamação da mucosa aumenta a sensibilidade da mucosa e faz com que o paciente urine mais, mesmo na presença de um volume urinário reduzido. Obstrução infravesical: Ex.: hiperplasia prostática benigna (HPB); · Para vencer a obstrução que a HPB promove, o músculo da bexiga sofre hipertrofia e acaba alterando a capacidade de enchimento vesical, além de dificultar o esvaziamento vesical; · Com o passar do tempo o músculo detrusor pode entrar em estase. Falha no relaxamento da musculatura detrusora na fase de enchimento - Ex.: bexiga neurogênica hiperativa. Falha na contração detrusora no esvaziamento - Ex: bexiga neurogênica flácida. Mecanismo esfincteriano. - Ex.: incontinência urinária de esforço (genuína). 1- BEXIGA NEUROGÊNICA No sistema nervoso, existem motoneurônios condutores e o efetuadores; Quando o indivíduo deseja urinar, a informação corre pelo motoneurônio condutor (sai do cérebro) e passa, através de sinapses, para o motoneurônio efetuador na altura do centro da micção (de S2 a S4). Síndrome do motoneurônio superior: resulta em perda da modulação do movimento; cursa inicialmente com uma fase flácida e, após, cursa com uma fase hipertônica. Síndrome do motoneurônio inferior: resulta em perda da capacidade de execução do movimento; cursa desde o início com flacidez. 1.1. BEXIGA NEUROGÊNICA FLÁCIDA: DEFINIÇÃO: · A bexiga neurogênica flácida ocorre a partir de um comprometimento do motoneurônio efetuador; · O paciente perde a capacidade de contração da bexiga. CARACTERÍSTICAS: · Pressão no interior da bexiga: baixa; · Complacência: alta; - Há alta capacidade de distensão. · Volume: alto. A capacidade volumetria é alta, visto que a bexiga não consegue contrair. CLÍNICA: · Incontinência paradoxal; - mesmo que o paciente perca urina, a bexiga permanece cheia · O paciente passa a perder urina por transbordamento (o aumento do volume de urina no interior da bexiga resulta em transbordamento). Causas: DM, sífilis, Radioterapia; Congênita (agenesia sacral); Bexiga senil; Trauma raquimedular (de S2 a S4); Mielites (infeciosas ou não). Complicações: ITU de repetição, cálculo vesical e Insuficiência renal Tratamento: Sondagem + ATB profilático Sondagem: Cateterismo intermitente limpo – sondagem de alívio algumas vezes ao dia. 1.2. BEXIGA URINÁRIA HIPERATIVA (ESPÁSTICA): Os traumas altos e as lesões de motoneurônio condutor inicialmente resultam em um quadro de choque medular: O motoneurônio efetuador para de receber estímulos do motoneurônio condutor e, com isso, para de exercer suas funções por um período de tempo a bexiga para de contrair por um tempo (a bexiga assume uma característica temporária de bexiga neurogênica flácida por até 5/6 meses). · Depois desse período, o centro de micção assume a estimulação dos motoneuronios efetuadores, sem comando central · Os efetuadores voltam a contrair, devido a ausência de controle superior musculatura fica o tempo todo contraída CLÍNICA: Incontinência urinária por contrações detrusoras; Poliúria e noctúria. sempre com vontade de urinar. CAUSA: Congênita: mielomeningocele; Trauma medular ou craniano; AVC; Tumor cerebral; DP; lesão cirúrgica e esclerose múltipla. Complicações: Ureterohidronefrose bilateral TRATAMENTO: · Anticolinérgicos (parassimpatolítico): Os receptores muscarínicos/colinérgicos são quem promovem a contração da bexiga inibir esses receptores, visando-se diminuir a contração do musculo detrusor da bexiga. · Toxina botulínica: É utilizada nos casos em que o tratamento com anticolinérgicos não foi eficaz; · Cirurgia (ampliação vesical): último caso. utiliza um seguimento do intestino do paciente, que é moldado em formato de bolsa e suturado junto a bexiga, deixando-a maior; paciente passa a apresentar uma bexiga flácida e, portanto, passa a necessitar de cateterismo e antibioticoprofilaxia. dificilmente feito. 2- INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO OU GENUÍNA OU ESFINCERIANA (UROGINECOLOGIA): Nos casos de incontinência urinária de esforço ou genuína, o problema se encontra a nível do esfíncter vesical. TRATAMENTO: Casos leves (esforços leves, perda pequena de urina): O tratamento envolve fisioterapia do assoalho pélvico para promover fortalecimento do assoalho pélvico (neopompoarismo). Casos moderados/graves: O tratamento nesses casos é feito através da cirurgia de SLING; · A uretra é envolvida inferiormente por uma faixa e, após, é tracionada para cima, visando-se “estrangular” a uretra e, assim, reduzir a perda urinária; · A faixa pode ser puxada para o forame obturatório ou sair na região suprapúbica. COMO DIFERENCIAR OS PADRÕES DE PERDA URINÁRIA: A diferenciação dos padrões de perda urinária é feita através do estudo urodinâmico (principal exame). Estudo urodinâmico: · Consiste em um estudo eletrofisiológico da bexiga; · Coloca-se uma sonda na bexiga do paciente, visando-se medir a pressão intravesical, e outra sonda no reto, visando-se medir indiretamente a pressão abdominal;
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